Papa Leão XIV nomeia novo chefe da comissão antiabuso

A comissão, originalmente criada pelo Papa Francisco em 2014, tem o objetivo de melhorar a proteção das crianças, coordenar ações preventivas e assessorar a Santa Sé

06 jul, 2025
Papa Leão XIV | Reprodução/X/@cafecomtradicao
Papa Leão XIV | Reprodução/X/@cafecomtradicao

O Papa Leão XIV, primeiro pontífice nascido nos Estados Unidos, deu seu primeiro passo público relevante no combate aos abusos sexuais no clero ao nomear o arcebispo francês Thibault Verny como presidente da Pontifícia Comissão para a Proteção de Menores. A nomeação foi anunciada no sábado (5) e representa a primeira medida concreta do pontífice no enfrentamento ao escândalo que abala a credibilidade da Igreja Católica.

A comissão, originalmente criada pelo Papa Francisco em 2014, tem o objetivo de melhorar a proteção das crianças, coordenar ações preventivas e assessorar a Santa Sé. Verny, de 59 anos, manterá sua função como arcebispo de Chambéry, no sudeste da França, e sucede o cardeal Sean O’Malley, que liderava o grupo desde sua fundação e ultrapassava a idade tradicional de aposentadoria Papal, com 81 anos.

Novo comando semeia esperança, ainda que persistam críticas

Com a chegada de Verny, a expectativa é de que haja um reforço na atuação da comissão, sobretudo no compartilhamento de recursos e na uniformização de protocolos entre dioceses globais. Em comunicado, o arcebispo afirmou que pretende assegurar “os mais altos padrões de proteção” independentemente do contexto geográfico.


Papa Leão XIV nomeia novo chefe da comissão antiabuso (Vídeo: reprodução/YouTube/Itatiaia)

No entanto, o histórico de Verny em favor da proteção de menores, particularmente durante seu trabalho na França, e sua trajetória são vistos com reservas por parte de vítimas e ativistas. Alguns sobreviventes que participaram de comissões internacionais afirmam que esperam avanços mais substanciais, como a implementação de punições efetivas para padres e bispos coniventes.

Maior urgência por medidas rígidas e transparência

O anúncio de Leão XIV ocorre em um momento de intensas cobranças por parte de vítimas de abuso. Um importante grupo internacional defendeu criação de “lei de tolerância zero”, com sanções que incluam expulsão imediata de religiosos envolvidos em abusos, sem exceção para bispos ou cardeais.

Além disso, o pontífice americano foi alvo de repreensão por sua conduta passada, quando era bispo em Chicago e Peru, por permitir acolhida a padres suspeitos de abusos, episódios que muitos consideram contrários à seriedade exigida para sua função atual.

Mais notícias