Ministros do STF avaliam que prisão de Bolsonaro pode ocorrer até final do ano

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam, discretamente, que a prisão em regime fechado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve ocorrer até o final deste ano.

A expectativa é que, com o avanço dos trâmites judiciais e a baixa probabilidade de reverter o resultado de condenação do processo, o caso esteja encerrado antes do início de 2026, ano eleitoral.

Defesa recorre de condenação de prisão

Jair Messias Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, atualmente ele cumpre prisão domiciliar, mas por outro motivo: descumprir medidas cautelares impostas em uma investigação sobre a tentativa de coagir o STF, em atuação nos EUA com seu filho, o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, para impor tarifas comerciais ao Brasil e evitar punições, interferindo no julgamento da trama golpista.

A Defesa de Bolsonaro solicitou, nesta segunda-feira (27), que o STF reconheça que o ex-presidente desistiu do golpe de Estado, em uma “tese de desistência voluntária“.

Os advogados recorreram da decisão de 27 anos e três meses de prisão e solicitaram a redução da pena, alegando ser uma decisão injusta imposta pelos ministros, ao final, solicitam que esses parâmetros e a condenação sejam revistos.



Entenda sobre a condenação de Bolsonaro

A publicação do acórdão da sentença, feita na última semana, deu início à contagem dos prazos para a apresentação de recursos da defesa do ex-presidente.  Nesta segunda-feira, a defesa alegou que Bolsonaro desistiu do golpe de Estado e solicitou revisão do processo, alegando que sua prisão seria injusta.

Integrantes da Corte avaliam que os recursos da defesa apresentados até agora não devem alterar o resultado do julgamento e a execução da pena é uma “questão de tempo”.

O prazo para análise final do processo entre os magistrados é prevista para o fim de novembro e o início de dezembro. A intenção é evitar que o caso se arraste para o próximo ano, ano eleitoral e evitar também o período de recesso da Corte.

Apesar da possibilidade da defesa de apresentar novos recursos, os ministros consideram não haver sustentação jurídica para reverter a condenação. O relator do caso, Alexandre de Moraes, sinaliza que não aceitará medidas protelatórias e pode determinar o início do cumprimento da pena assim que os prazos forem esgotados.

Ainda não se sabe onde Bolsonaro cumprirá a pena, A Superintendência da Polícia Federal em Brasília e o Centro Penitenciário da Papuda são algumas opções. A defesa do ex-presidente deve insistir em um pedido de prisão domiciliar, alegando questões de saúde e segurança.

Ex-presidente francês Nicolas Sarkozy chega à prisão em Paris

Nicolas Sarkozy, ex-presidente da França, se entregou na madrugada desta terça-feira (21), para a polícia francesa, após ser condenado a cinco anos de prisão, acusado de arrecadar dinheiro para fundos de campanhas ditatoriais na Líbia.

Sarkozy chegou ao presídio de segurança máxima pela manhã e estava acompanhado de sua esposa, a modelo e cantora Carla Bruni.

Advogado do ex-presidente já entrou com um pedido de liberdade.

Acusações contra Nicolas Sarkozy

O ex-presidente Nicolas Sarkozy foi condenado a cinco anos pela Justiça francesa em setembro deste ano.

Ele é acusado de conspirar em um esquema de corrupção que desviava dinheiro público para a Líbia eleger o ditador Muammar Gaddafi.

Sarkozy foi presidente conversador na França entre 2007 e 2012, e tornou-se o primeiro ex-líder do país a ser preso desde Marechal Philippe Pétain, que foi punido após a segunda guerra mundial por colaborar com nazistas.


Ex-presidente da França Nicolas Sarkozy chega à prisão em Paris | (Vídeo: Reprodução/YouTube/ G1)

Em entrevista ao jornal francês “La Tribune Dimanche”, ele deu a seguinte declaração: “Não tenho medo da prisão. Vou manter minha cabeça erguida, inclusive nos portões da prisão”, disse Sarkozy.

Nicolas Sarkozy se manifesta sobre sua prisão

O ex-presidente a caminho do presídio fez um pronunciamento em sua rede social X, ele disse:“Quero lhes dizer, com a força inabalável que é a minha, que não é um ex-presidente da República que está sendo preso esta manhã, é um inocente“. Continuarei a denunciar este escândalo judiciário, esta via-crúcis que sofro há mais de dez anos. Eis, portanto, um caso de financiamento ilegal sem o menor financiamento. Uma investigação judicial de longo prazo iniciada com base em um documento cuja falsidade agora está comprovada“.

O chefe do sistema prisional,  Sebastien Cauwel, afirmou que manterá Sarkozy em uma cela individual e em isolamento.  “Ele poderá acessar o pátio de exercícios sozinho, duas vezes ao dia, terá acesso a uma sala de atividades sozinho e ficará sozinho em sua cela”, disse Cauwel em uma entrevista à rádio RTL. Além disso o ex-presidente terá acesso a TV, telefone fixo e Chuveiro privado na sela privativa.

Jair Bolsonaro: A rotina do ex-presidente em dois meses de prisão domiciliar

Desde que foi condenado a cumprir prisão domiciliar, por descumprir medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro têm momentos onde recebe aliados para discutir sobre política e até momentos de lazer, quando assiste jogos de futebol, pela televisão.

Nesses dois meses, o ex-presidente já recebeu diversas visitas, como o Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. Além disso, também teve encontros para alinhar pensamentos sobre as eleições de 2026 e definir os possíveis candidatos para representar a direita.

As reuniões para tratar sobre política

Bolsonaro ainda reforça, através de recados, a anistia de todos os presos pelo ataque de 8 de janeiro de 2023, onde só aceita que o perdão seja para todos, sem nenhuma negociação diferente.

Nas reuniões, são comentados os novos rumos dos familiares do ex-presidente. O filho Eduardo Bolsonaro, que hoje é Deputado Federal por São Paulo, deve concorrer à vaga por uma cadeira no Senado; a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também deve concorrer por uma vaga no Senado, mas pelo Distrito Federal. Tarcísio de Freitas é o nome mais cotado para ser o grande representante da direita na disputa da presidência do Brasil.


Tarcísio de Freitas visita Jair Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/Record News)

A saúde de Jair Bolsonaro

Há uma grande preocupação sobre a saúde do ex-presidente, que recebe constantemente cuidados médicos. Bolsonaro já chegou a ficar dois dias internado, para a realização de uma bateria de exames, por conta de crises de soluço e refluxo.

O ex-presidente tem dificuldade para manter longas conversas, afirmam pessoas que o visitaram. Michelle controla a rotina do marido, cuidando dos horários dos medicamentos e controlando também o horário de entrada e saída de visita.

O receio de Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão, em regime fechado, pela tentativa de golpe de Estado, é que seja transferido para o Complexo da Papuda. A defesa do ex-presidente usa a saúde dele como argumento para que mude para o regime domiciliar.

Defesa de Bolsonaro apresenta atestado médico ao STF

Nesta terça-feira (16), a defesa do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro enviou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a documentação médica que atesta o comparecimento do mesmo ao hospital no último domingo (14).

Bolsonaro recebeu autorização de Moraes para se ausentar da prisão domiciliar e se deslocar até o hospital onde realizou exames.

Está foi a primeira vez que o ex-presidente deixou sua residência após a condenação. No local, ele se limitou a apenas interagir com sorrisos discretos, sem nenhuma interação verbal.

Exigência do atestado

A comprovação do comparecimento de Bolsonaro ao hospital é uma exigência de Alexandre de Moraes à defesa do ex-presidente.

Jair Bolsonaro deu entrada no local às 8h da manhã e foi liberado por volta das 14h. No entanto, na segunda-feira (15), Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Penal do Distrito Federal apresentasse justificativa dentro de 24 horas sobre o porquê do retorno do ex-presidente não ter sido feito imediatamente após a alta médica.

Às 13h55, após alta, Bolsonaro e sua equipe médica permaneceram na porta do hospital enquanto jornalistas perguntavam sobre seu quadro de saúde. O ex-presidente ficou aproximadamente seis minutos acompanhando a entrevista dos médicos em frente às câmeras.

Durante todo trajeto entre sua residência e o hospital, Bolsonaro foi escoltado pelo total de 12 veículos da Polícia Penal entre motos e carros. Esta também foi uma determinação de Alexandre de Moraes.


Bolsonaro deixa hospital após exames (Vídeo: reprodução/youtube/@metropoles)

Relatório médico

Ao chegar no hospital acompanhado por seu filhos Carlos e Jair Renan, Jair Bolsonaro foi recebido por cerca de 50 apoiadores, além de jornalistas e viaturas da polícia militar que atuavam no reforço da segurança local.

De acordo com o boletim médico apresentado, Bolsonaro tem um quadro de anemia provocado por deficiência de ferro e, conforme exames de imagem, há um residual de uma pneumonia recente que foi adquirida por broncoaspiração.

Houve também a remoção cirúrgica de lesões na pele, onde algumas passarão por biópsia e o resultado será apresentado por sua equipe médica responsável nos próximos dias.

No mais, o atestado informa que Bolsonaro deverá seguir com seu tratamento para hipertensão arterial, refluxo gástrico e seguir as medidas preventivas de broncoaspiração.

Joe Biden: ex-presidente dos EUA passa por cirurgia para tratamento de câncer

Aos 82 anos, o ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden foi submetido a uma cirurgia de Mohs, técnica que remove camadas do tumor no tratamento do câncer de pele. Por meio de um porta-voz, a informação é que o ex-presidente está passando por boa recuperação. Em 2023, enquanto exercia o mandato de presidente dos Estados Unidos, Biden foi diagnosticado com “carcinoma basocelular” no peito, um tipo comum de câncer de pele causado por alta exposição ao sol. A descoberta foi após um exame de rotina.

A descoberta do câncer de próstata

No dia 18 de maio, foi informado que Joe Biden estava com câncer de próstata em um estado agressivo. O diagnóstico foi dado por meio de exames, devido a problema previamente relatado pelo ex-presidente. A doença teve uma pontuação de 9 em 10, na escala de Gleason, que classifica o grau de agressividade do câncer de próstata.


Ex-presidente Joe Biden passa por cirurgia, em tratamento de câncer de pele (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Após o diagnóstico, o ex-presidente recebeu apoio político, entre eles, incluindo o atual presidente americano, Donald Trump, que expressou através das rede sociais estar “triste” e desejou uma ótima recuperação ao seu oponente na última eleição estadunidense.

A desistência de Biden à reeleição

A saúde de Joe Biden era um tema bastante comentado durante o seu mandato na presidência. Os questionamentos aumentaram durante a sua campanha para a reeleição, apresentou grandes dificuldades físicas e mentais, o que contribuiu para seu desempenho considerado fraco, nos debates políticos, contra o atual presidente Donald Trump.

Após sofrer forte pressão do Partido Democrata, no dia 21 de julho de 2024, Biden anunciou a sua desistência de sua reeleição, apoiando sua vice-presidente, Kamala Harris, como candidata do partido, que perdeu para o atual presidente Trump.

Biden foi eleito, sendo a pessoa mais velha a ocupar o cargo de presidente. O recorde de idade foi superado pelo atual presidente Donald Trump. O ex-presidente fez algumas aparições públicas, após o término de seu mandato. Uma delas discursou sobre a Administração da Previdência Social, defendendo dos cortes do atual governo.

Bolsonaro e réus apresentam últimas defesas até quarta no STF

As defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais seis réus têm até esta quarta-feira (13) para dar ao Supremo Tribunal Federal (STF) suas últimas palavras no caso. Eles são suspeitos de tentar um golpe de Estado em 2022. Esse é o último passo antes do julgamento, que será feito pela Primeira Turma da Corte. Eles vão decidir se os acusados vão ser culpados ou inocentados.

No caso de Bolsonaro, o procurador-geral Paulo Gonet afirmou que o ex-presidente foi o “líder” e “principal articulador” da organização criminosa investigada. Segundo ele, Bolsonaro usou meios do governo para atacar instituições e o processo de votação, teve ajuda de partes importantes das Forças Armadas e de chefes do governo, e tentou ficar no poder de modo ilegítimo, o que enfraqueceu a democracia.

Acusações contra Bolsonaro

Em suas palavras, Gonet destacou que a atuação de Bolsonaro teria sido “pautada pela afronta à legalidade constitucional e pela erosão dos pilares republicanos”, com o objetivo de prolongar seu mandato. Segundo o chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), essas ações configuram grave ameaça à ordem democrática.


Bolsonaro deve entregar hoje defesa contra acusações (Vídeo: Reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Defesa de Mauro Cid

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do Bolsonaro, também já deu seus documentos, no fim de julho. Os advogados pediram a absolvição ou, no mínimo, o perdão judicial. Argumentaram que Cid apenas cumpriu ordens superiores, sem querer ir contra as leis do país. Além disso, ressaltaram que ele não integrou nenhuma associação criminosa e que colaborou com as investigações, o que poderia levar a uma punição mais leve ou até mesmo à isenção de pena.

No processo, a PGR se manifestou primeiro, seguida pela defesa de Cid que teve prioridade por conta do acordo de colaboração, e agora o prazo se encerra para os demais acusados. Com essa fase concluída, o caso pode ser incluído na pauta da Primeira Turma do STF.

O colegiado poderá absolver os réus, caso entenda que não houve crime ou participação nos atos, ou condená-los, aplicando penas individuais de acordo com o envolvimento de cada um.

 

Em meio a boatos Michelle faz homenagem pública a Barack Obama

Michelle Obama, ex-primeira-dama dos Estados Unidos, utilizou suas redes sociais nesta segunda-feira (4) para celebrar o aniversário de 64 anos do ex-presidente Barack Obama. Em meio a rumores sobre uma possível crise no casamento, a declaração veio para reforçar os laços da relação e acalmar os rumores que vêm circulando sobre uma possível separação do casal. A postagem foi interpretada por muitos como uma reafirmação da união do casal, que está junto há mais de 30 anos.

Na publicação, Michelle compartilhou uma foto dos dois, e escreveu: “Feliz aniversário para o meu melhor amigo e meu tudo”. A mensagem gerou grande repercussão nas redes, com internautas elogiando a cumplicidade entre os dois e comentando sobre o gesto ser uma resposta às especulações recentes.

Rumores de crise após ausências públicas

Nos últimos meses, o relacionamento entre Michelle e Barack Obama foi alvo de especulações, que aumentaram pela ausência da ex-primeira-dama em eventos públicos de grande visibilidade, como o funeral do ex-presidente Jimmy Carter e a cerimônia de posse de Donald Trump. A falta de presença nesses compromissos gerou questionamentos e alimentou boatos sobre um possível afastamento do casal.


 Michelle parabeniza Obama (Foto:reprodução/Instagram/@michelleobama)

Em resposta, a equipe de comunicação de Michelle afirmou que a ex-primeira-dama já possuía compromissos anteriormente agendados na data do funeral de Carter. Quanto à cerimônia de posse, ela teria optado por não comparecer por motivos pessoais. Ainda assim, as explicações não foram suficientes para conter completamente a onda de especulações.

Jennifer Aniston desmente boatos

A situação ganhou ainda mais visibilidade após portais internacionais citarem a atriz Jennifer Aniston como possível interesse romântico Barack Obama, informação que foi prontamente desmentida pela própria artista. Aniston classificou os rumores como infundados e afirmou não manter qualquer vínculo com o ex-presidente.

Diante do cenário, a homenagem publicada por Michelle Obama tem sido vista como uma tentativa de reforçar publicamente a conexão entre ela e o marido. Em um momento de exposição, a mensagem carinhosa serviu para restabelecer, ao menos nas redes, a imagem de uma relação sólida e estável.

Boletim médico diz que Bolsonaro está com ‘intensa esofagite’

Na manhã desta quarta-feira (02), Jair Bolsonaro (PL) publicou em seu Instagram o boletim médico dos profissionais do Hospital DF Star, em Brasília. Segundo a nota, o ex-presidente foi submetido a uma endoscopia digestiva alta, que identificou a presença de uma “intensa esofagite com processo inflamatório“, “erosões da mucosa” e “gastrite moderada“.

Ainda de acordo com o documento, Bolsonaro terá tratamento medicamentoso intensificado, dieta regrada e repouso domiciliar. No X (antigo Twitter), o militar reformado escreveu que está com “Crise de soluços e vômitos” que se tornaram constantes e estão o impedindo de falar. No boletim, também há a orientação de moderação da fala.

O quadro resultou na suspensão da agenda do político durante o mês de julho, como das visitas para os estados de Santa Catarina e Rondônia.

Estado de saúde

Jair Bolsonaro vem enfrentando um estado de saúde delicado há alguns meses. Em abril de 2025, ele passou por uma cirurgia para corrigir uma obstrução do intestino, que estava impedindo a saída de gases e fezes do intestino.

No dia 20 de junho, ele cancelou sua agenda de discursos em Goiás ao passar mal após um churrasco feito em um frigorífico da capital. Alguns dias antes, em discursos para os apoiadores, ele afirmou estar se sentindo mal e com vômitos frequentes.

O ex-presidente é submetido a exames e procedimentos médicos desde setembro de 2018, quando levou uma facada durante um comício para as eleições presidenciais daquele ano.


Boletim médico de Bolsonaro (Foto: reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

Esofagite

A esofagite é uma inflamação do esôfago, na região do tórax, que pode ser causada por obesidade, consumo de álcool e vômitos. O órgão conecta a garganta e o estômago, transportando os alimentos mastigados para a digestão completa.

Segundo o portal Drauzio Varella, o diagnóstico é feito através de uma endoscopia digestiva alta, procedimento pelo qual o ex-presidente passou. O exame permite visualizar o interior de alguns órgãos que compreendem o sistema digestório.

Relatório da PF liga Bolsonaro a rede de monitoramento ilegal na Abin

A Polícia Federal concluiu o inquérito sobre o esquema ilegal de monitoramento na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), conhecido como “Abin paralela”, e entregou o relatório final ao Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação indica que servidores, policiais e agentes ligados à Abin montaram uma organização criminosa para espionar, sem autorização judicial, autoridades que eram consideradas adversárias do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o relatório da PF, o grupo teria invadido e rastreado ilegalmente milhares de celulares e computadores com uso de ferramentas da própria Abin. Entre os alvos da espionagem estão ministros do STF, parlamentares e jornalistas. A corporação afirma ainda que o grupo produzia e disseminava informações falsas sobre essas pessoas.

Carlos e Ramagem são indiciados

O documento entregue ao STF lista 37 nomes que podem ter participado do esquema. Entre os indiciados estão o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), o ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o atual diretor da agência, Luiz Fernando Corrêa.


Jair Bolsonaro depondo no STF sobre a tentativa de golpe (Vídeo/Reprodução/Instagram/@jairmessiasbolsonaro)

Bolsonaro apontado como beneficiário

A Polícia Federal também apontou que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento da atuação ilegal do grupo e era o principal beneficiário das informações coletadas. Ele já havia sido indiciado anteriormente e responde por organização criminosa no processo sobre a tentativa de golpe de Estado. Neste novo inquérito, a PF reforça os indícios de sua responsabilidade.

De acordo com a investigação, Ramagem teria estruturado todo o esquema de espionagem enquanto dirigia a Abin, e Carlos Bolsonaro seria o responsável por disseminar os dados obtidos de forma ilegal.

Com a conclusão do inquérito, o STF deve encaminhar o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR), que poderá apresentar denúncia formal à Justiça ou pedir o arquivamento.

As defesas de Carlos Bolsonaro e Alexandre Ramagem afirmaram que só irão se pronunciar após a análise do relatório. A defesa de Jair Bolsonaro ainda não se manifestou. A reportagem não conseguiu contato com Luiz Fernando Corrêa.