Eduardo Bolsonaro fala em candidatura e campanha virtual nos EUA

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) revelou, nesta sexta-feira (29), que poderia buscar outro partido para concorrer à presidência caso seu pai, Jair Bolsonaro, inelegível até 2030, não dispute. Ele também acenou para uma possível campanha virtual, em razão de seu exílio nos Estados Unidos.

Possível saída do PL e mandato remoto

Alegando perseguição política, Eduardo está nos Estados Unidos desde fevereiro deste ano. Ele propôs à Câmara dos Deputados a possibilidade de exercer seu mandato remotamente, após sua licença de 120 dias expirar. Resta ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidir se o pedido será aceito ou negado.


Eduardo Bolsonaro em entrevista coletiva (Foto: reprodução/Lula Marques/Agência Brasil)

Em seu terceiro mandato como deputado, ele também mostrou desejo em fazer uma “campanha virtual”. Seu argumento é de que, caso seja aprovada a solução tecnológica, poderá ser capaz de participar de comissões à distância. Eduardo considera deixar o Partido Liberal caso o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) se filie ao PL, sendo cotado como presidenciável.

Acusações e sanções externas

Eduardo é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente articular contra o Judiciário brasileiro e apoiar sanções dos EUA contra o Brasil, incluindo tarifas de 50% sobre produtos brasileiros impostas desde 6 de agosto. Ele admitiu ter sugerido sanções individuais contra o ministro Alexandre de Moraes ao ex-presidente Donald Trump, mas Trump optou por medidas econômicas mais amplas, visando o que Eduardo chamou de “aparato financeiro” que sustenta o governo brasileiro.


Deputado espera retorno ao mandato de maneira remota (Foto: reprodução/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O deputado enfrenta quatro representações no Conselho de Ética da Câmara, movidas por PT e PSOL, que pedem sua cassação por quebra de decoro, acusando-o de conspirar contra o STF e apoiar retaliações externas. O presidente Lula, em entrevista na quinta-feira (28), defendeu a perda do mandato, chamando Eduardo de “traidor”. Enquanto isso, o parlamentar insiste na possibilidade de uma campanha presidencial virtual, caso dispute a eleição, e aposta em uma eventual anistia para seu pai.

Deputado Eduardo Bolsonaro pede para exercer mandato nos EUA

O deputado federal e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está em prisão domiciliar, está de licença nos Estados Unidos desde fevereiro de 2025. Morando no Texas, Eduardo busca apoio do governo norte-americano, alegando sofrer perseguições políticas no Brasil. Ele esteve próximo do presidente Donald Trump e de seus aliados, onde foi apontado como um influenciador na taxação de produtos brasileiros.

Em carta ao deputado Hugo Motta, Eduardo Bolsonaro afirma que a permanência nos Estados Unidos é “forçada”, onde diz que sofre “perseguições políticas”. O filho de Jair Bolsonaro busca aprovação se baseando em afirmação do site da Câmara dos Deputados, que diz que “A diplomacia parlamentar é desempenhada por casas legislativas em todo mundo…”. Disse que também houve flexibilização parecida na pandemia da Covid-19.


Carta do Eduardo Bolsonaro, ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Foto: reprodução/X/@BolsonaroSP)

Eduardo Bolsonaro apareceu em uma reunião por videochamada para defender o perdão aos condenados do ataque do dia 8 de janeiro de 2023 e aproveitou para criticar o ministro Alexandre de Morais do Supremo Tribunal Federal (STF).

Possível cassação

Com o término da licença de 120 dias, o deputado acumula diversas faltas não justificadas na Câmara, podendo ter seu mandato cassado. Na solicitação de quinta, Eduardo alega que exerce a “diplomacia parlamentar”, mesmo estando fora do Brasil.

A Polícia Federal já indiciou Eduardo e Jair Bolsonaro, acreditando que eles atrapalham investigações, com o governo dos Estados Unidos.

Respostas ao pedido de Eduardo Bolsonaro

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, disse “não existir mandato à distância”, se opondo à ideia de aceitar o mandato nos Estados Unidos.

Outro também que se manifestou contra o mandato à distância foi o presidente Lula, afirmando que “é necessário cassar”, se referindo às faltas não justificadas de Eduardo Bolsonaro, ainda o classificando como o “maior traidor”.

Diretora do Fed processa Trump por tentativa de demissão

Em um confronto sem precedentes com implicações profundas para a autonomia do banco central americano, a governadora do Federal Reserve, Lisa Cook, recorreu à Justiça para contestar sua demissão, que foi uma tentativa promovida por Donald Trump.

Contexto e Alegações

Lisa Cook, que assumiu como governadora do Fed após confirmação apertada no Senado em maio de 2022, é a primeira mulher negra a ocupar essa posição. Sua cadeira permanece vaga até 2038.

Mas em 25 de agosto de 2025, Trump anunciou sua demissão alegando “má conduta e criminalidade financeira” relacionada a supostas falsificações em documentos hipotecários anteriores à sua indicação para o Fed. A ação causa forte repercussão, pois o Federal Reserve Act exige “causa justificada” para remover um governante e, até então, nunca havia sido feita.


Demissão de Lisa Cook (Vídeo: reprodução/Youtube/Uol)

A governadora assegura que Trump não tem autoridade legal para demiti-la sem motivo legalmente válido. O advogado Abbe Lowell, que a representa, classificou a ação como ilegal e sem fundamentos plausíveis.

Processo Judicial e Impacto Político

No dia 28 de agosto, Cook entrou com um processo formal contra Donald Trump, o Board of Governors do Fed e Jerome Powell, buscando uma liminar que garantisse sua permanência no cargo . O caso, intitulado Cook v. Trump, tramita na Corte Distrital de Washington, D.C., sob a relatoria da juíza Jia M. Cobb.

Especialistas alertam que uma eventual vitória de Trump pode enfraquecer severamente a independência do Fed, abrindo precedente para controle político direto sobre decisões de política monetária, adoção de juros, combate à inflação, entre outras.

A Transferência Criminal e Processos Futuros

Além da disputa judicial, Bill Pulte, diretor da FHFA (Federal Housing Finance Agency) nomeado por Trump, encaminhou ao Departamento de Justiça uma segunda referência criminal contra Cook. Ele acusa a governadora de promover declarações falsas em documentos hipotecários, ao apresentar imóveis como residência principal quando, segundo ele, eram alugados. O teor dessa acusação insinua possíveis benefícios financeiros indevidos por meio de taxas hipotecárias reduzidas.

Já a defesa de Cook justifica que se tratou de um erro de digitação, um “erro administrativo”, além de reforçar que as alegações precedem sua nomeação, já estavam expostas durante sua confirmação no Senado.

A Lisa Cook tem uma trajetória associada à promoção da equidade econômica, com trabalhos acadêmicos renomados que analisam disparidades raciais e fatores socioeconômicos. Seu embate legal não apenas desafia a autoridade presidencial, mas também simboliza a defesa de uma instituição que há mais de um século busca atuar longe de pressões políticas imediatistas. O caso por sua vez ainda pode alcançar a Suprema Corte, com efeitos duradouros no equilíbrio entre Poder Executivo e autonomia do banco central.

Tiroteio em escola católica nos EUA mata duas crianças

Nesta quarta-feira (27), a Escola Católica Anunciação, localizada na cidade de Minneapolis, estado de Minessota, EUA, sofreu um ataque de um atirador que deixou duas crianças mortas, uma de oito e outra de dez anos.

Segundo informações dadas pelo chefe de polícia de Minneapolis, Brian O’Hara, 17 pessoas estão feridas, sendo 14 crianças e 3 adultos. Há também outras duas crianças que seguem em estado crítico.


Atirador é contido em ataque a escola católica em Minessota (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNN Brasil)

Ataque aconteceu durante a missa

Por volta das 08:30 da manhã (horário local), os alunos, de diferentes séries e idades, estavam participando da Santa Missa que marcava o início da primeira semana de escola. Um atirador vestido de preto aproximou-se do local pelo lado de fora e abriu fogo.

O atirador sacou um rifle e disparou contra as janelas da igreja, em direção às crianças nos bancos. O homem conseguiu atingir tanto crianças quanto fiéis presentes no local.

Segundo O’Hara, “Este ato deliberado de violência é apenas um sinal de crueldade que está além da compreensão”.

O’Hara afirmou que, após o crime, o atirador tirou sua própria vida. Durante o início da investigação, foi apontado que o mesmo recorreu a três armas diferentes: uma espingarda, um rifle e uma pistola.

Políticos falam sobre o ataque

O prefeito da cidade, Jacob Frey, diz que está monitorando os relatos de violência que vem ocorrendo no sul de Minneapolis e que a equipe de respostas e emergência foi acionada.

Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou na plataforma Truth Social que também foi informado sobre o tiroteio. Além disso, ele afirma que a Casa Branca permanecerá monitorando toda a situação e pede orações para os envolvidos.


Trump fala sobre ataque a escola católica (Foto: reprodução/Truth/@Donald J. Trump)

Tim Walz, governador de Minessota, publicou em sua rede social, X, que foi informado do ataque à escola Anunciação, e o Departamento de Apreensão Criminal de Minessota e a Patrulha Estadual já se encontravam no local.

Ainda em sua mensagem, ele diz, “Estou rezando por nossos filhos e professores, cuja primeira semana de aula foi marcada por esse horrível ato de violência”, finaliza.

Imunizante contra chikungunya é suspenso nos Estados Unidos

A Food and Drug Administration (FDA), órgão responsável pela regulação de medicamentos nos Estados Unidos, comunicou a interrupção do uso da vacina contra chikungunya Ixchiq, produzida pela farmacêutica Valneva em parceria com o Instituto Butantan. A medida foi tomada após a ocorrência de efeitos adversos graves, incluindo internações e mortes, principalmente entre idosos. No Brasil, a vacina permanece liberada para adultos de 18 a 65 anos.

Relatos alarmantes nos Estados Unidos e na Europa

Nos últimos meses, autoridades de saúde dos Estados Unidos e da Europa vêm monitorando atentamente os efeitos da vacina contra chikungunya Ixchiq, após surgirem registros de reações graves em pessoas idosas. De acordo com a FDA, foram notificados 21 casos de hospitalizações e três mortes possivelmente associadas ao imunizante, incluindo um paciente que desenvolveu encefalite, condição inflamatória grave do cérebro, confirmada como relacionada à aplicação da vacina.

Na Europa, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) chegou a suspender temporariamente o uso do imunizante para idosos, retomando a aplicação apenas em situações em que o risco de contrair a doença seja considerado elevado e após avaliação criteriosa dos benefícios e riscos individuais.


Técnica de laboratório realiza teste durante epidemia de chikungunya (Foto: Reprodução/Richard Bouhet/Getty Images Embed)

Análise de riscos e benefícios da vacina

A última decisão da FDA evidencia que, até o momento, os estudos clínicos realizados não confirmaram de forma definitiva os benefícios da vacina Ixchiq. Segundo o órgão americano, em grande parte dos cenários possíveis, os riscos associados à imunização, incluindo hospitalizações e mortes entre idosos, superam as possíveis vantagens.

Apesar da suspensão temporária nos Estados Unidos, a farmacêutica Valneva reafirma seu compromisso de disponibilizar a vacina nos países onde ela já recebeu aprovação, ressaltando a relevância do imunizante para proteger populações em áreas endêmicas da chikungunya. A empresa também destaca a importância de avaliar cuidadosamente o risco individual antes da aplicação, de modo a equilibrar segurança e proteção.

Cenário no Brasil e planos para o futuro

No Brasil, a vacina Ixchiq recebeu aprovação da Anvisa para uso em adultos de 18 a 65 anos, embora ainda não tenha sido comercializada no país. Paralelamente, o Instituto Butantan está desenvolvendo uma versão nacional do imunizante, que será mais adequada para incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) e facilitará a distribuição em larga escala.

O Ministério da Saúde já demonstrou interesse em incluir a vacina na rede pública, com o objetivo de ampliar a proteção da população diante do risco crescente de surtos de chikungunya. Especialistas destacam que a adoção de uma versão nacional pode reduzir custos e garantir maior acesso em regiões mais afetadas pela doença, fortalecendo a capacidade de prevenção em todo o território brasileiro.

Cidade de Kharkiv, na Ucrânia, sofre ataque da Rússia e deixam cinco mortos e 18 feridos

Ataque de drones russos aconteceram na cidade de Kharkiv, cidade ao leste da Ucrânia, na última sexta-feira (15), causando ao menos cinco mortes, logo após o encontro do presidente da Rússia, Vladimir Putin e o Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

O bombardeio russo aconteceu um dia antes da reunião entre Trump e Zelensky. Dentre as vítimas está uma criança de três anos.

O ataque russo à Ucrânia

Na noite de domingo (17), a Rússia lançou um drone balístico contra uma área residencial de Kharkiv, deixando 5 mortos e 18 feridos, segundo informações de autoridades locais, divulgadas nesta segunda-feira (18).


Vídeo compartilhado por Volodymyr Zelensky (Vídeo: reprodução/Instagram/@zalenskyy_official)

“Mais um ataque balístico russo à nossa cidade. É exatamente por isso que Putin não quer um cessar-fogo…”, denunciou o chefe da administração presidencial, Andrii Yermak, no X.

Kharkiv é a segunda maior cidade da Ucrânia, localizada ao leste, perto da fronteira com a Rússia. O local já havia sofrido um ataque russo de uma hora, em abril deste ano.q

O encontro de Putin e Trump

Na sexta-feira (15), os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia tiveram uma reunião na base militar de Anchorage, no Alasca, para discutir o fim da guerra entre Rússia x Ucrânia. O encontro que não contou com a presença do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.


Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu Vladimir Putin, no Alasca. (Foto: reprodução/X/@FoxNews)


Encontro do presidente ucraniano com Trump

Nesta Segunda-feira, o Zelensky, presidente da Ucrânia, se reúne com o Trump, por volta de 14h (horário de brasília), em Whashington, dois dias após o encontro com o presidente russo, Vladimir Putin.

Além do Zelensky, foi confirmado a presença do presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, o chanceler alemão Friedrich Merz, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o presidente finlandês, Alexander Stubb.

Presidente Trump pede para moradores de rua saírem de Washington

Donald Trump quer deixar a capital de Washington mais segura e bonita do que nunca e, para começar, ele comunica que está sendo realizada uma medida para realocar as pessoas sem-teto para fora do local, em abrigos localizados. O presidente fez a sua pronúncia na sua plataforma Truth Social: “As pessoas sem-teto devem sair, imediatamente.” Nós lhes daremos abrigo, mas longe da capital”. A proposta sugere um distanciamento do centro urbano, mas não detalha quais seriam as localidades escolhidas para os novos acolhimentos. Ele realizou uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira (11).


 Trump na coletiva nesta segunda-feira (Foto; reprodução/Andrew Caballero-Reynolds/Getty Images Embed)

Repercussão alta

A declaração gerou reações variadas. Para alguns, a ideia de deslocar os sem-teto para fora da capital soa como uma medida emergencial com viés estético, que prioriza a aparência urbana em detrimento de soluções efetivas. Outros veem na sugestão um esforço para ordenar a cidade enquanto alternativas estruturais são articuladas.

Sobre a coletiva

Na coletiva de imprensa, Trump anunciou uma intervenção federal na segurança de Washington, pois, segundo ele, há uma crise envolvida e a taxa de homicídio é maior do que em lugares perigosos ao redor do mundo, sendo uma justificativa para combater a violência e retirar os moradores de rua da cidade. O presidente enviou a Guarda Nacional para realizar esta ação.


Trump mostrando a taxa de homicídio da capital (Foto; reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

Situação de Washington

Washington DC tem enfrentado desafios relacionados à quantidade crescente de pessoas vivendo nas ruas. A falta de moradia é envolta em questões complexas como saúde mental, desigualdade social e escassez de serviços públicos adequados. Soluções duradouras exigem planejamento integrado entre governos locais e organizações da sociedade civil.

A medida criada por Trump ainda possui muitos pontos para esclarecimento, como, por exemplo: O responsável que vai arcar com os custos e transferências das pessoas sem-teto e se vai haver apoios contínuos para esses moradores.

Donald Trump dobra recompensa para captura de Nicolás Maduro

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não esconde seu desejo de “conseguir a cabeça” de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela. Nesta semana, Trump dobrou a recompensa oferecida para quem capturar Maduro, elevando o valor para US$ 50 milhões.

O líder venezuelano já vinha sendo criticado por antecessores de Donald Trump, mas é neste mandato do republicano que Maduro tornou-se um alvo ainda maior de acusações por parte do governo americano.

Conflito Maduro vs Governo Americano

Embora a administração venezuelana liderada por Maduro já tenha sido alvo de críticas durante os governos anteriores dos Estados Unidos, como nas gestões de Barack Obama e Joe Biden, a postura do governo Trump trouxe uma nova intensidade ao conflito. A atual administração americana tem reforçado acusações contra o governo chavista, principalmente relacionadas ao tráfico internacional de drogas na América Latina.

Antes de aumentar a recompensa, o governo dos EUA reiterou diversas acusações contra Maduro, acusando-o de comandar organizações criminosas envolvidas com o narcotráfico. É importante destacar que essas acusações não são acompanhadas por provas concretas até o momento, gerando controvérsias no cenário internacional.


Noticiário espanhol anuncia o novo valor da recompensa para quem capturar Nicolás Maduro (Vídeo/Reprodução/Instagram/@informativostele5)

O interesse estratégico de Trump

Logo após assumir seu segundo mandato, Donald Trump classificou os grupos ligados ao tráfico internacional de drogas como organizações terroristas, abrindo espaço para operações militares em países estrangeiros sob o pretexto de “luta contra o terrorismo”. Essa estratégia é semelhante à intervenção norte-americana na Síria, no início da década de 2010, durante o combate ao Estado Islâmico (ISIS).

Chegou a ser cogitada uma intervenção militar contra o governo chavista da Venezuela, inclusive confirmada por Marco Rubio, chefe da diplomacia da administração Trump, aumentando ainda mais a tensão entre os dois países.

Em entrevista à rede EWTN, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que a suposta conexão do presidente venezuelano com cartéis, agora classificados como organizações terroristas, cria fundamentos para a utilização de recursos tecnológicos e militares nas regiões onde esses grupos atuam. Para Rubio, os EUA não podem continuar tratando “esses caras” como se fossem gangues locais, já que são grupos que possuem armas como terroristas ou membros do exército, que, em alguns casos, controlam territórios.

Médica comenta os obstáculos do tratamento da cantora Preta Gil

Em entrevista exclusiva ao O GLOBO, divulgada nesta sexta-feira (8), Roberta Saretta, médica que acompanhou Preta Gil desde o início do tratamento, deu detalhes sobre os últimos meses de vida da cantora e sobre como lidou com a progressão da doença. A médica chegou a viajar com Preta para os Estados Unidos, onde ela fazia um tratamento experimental.

Preta Gil faleceu em julho, após complicações causadas por um câncer de intestino. Ela estava em Nova Iorque desde maio, cidade onde realizava o tratamento experimental depois que as terapias tradicionais disponíveis no Brasil não foram suficientes para conter o avanço da doença.

Preta tinha de 6 a 8 meses de vida

Quando questionada sobre o momento mais difícil que viveu ao lado da cantora, Roberta relembrou um episódio no último mês de março. Ela precisou revelar à intérprete de Sinais de Fogo” que o resultado do PET — exame de imagem que identifica a presença de células cancerígenas — mostrava que o câncer havia se espalhado para outros órgãos, como fígado e pulmão.

“Além do dia da morte, foi quando eu tive de dar a notícia do resultado do último PET, em março. […] Fui na capela do Sírio pedir forças após ver o resultado. Quando entrei para falar com ela, o quarto estava cheio de amigos, como sempre. Perguntei se ela preferia ter a conversa a sós com os médicos. Pela primeira vez, ela pediu para as pessoas saírem”, contou Roberta. A médica disse que sentiu que Preta percebeu algo diferente em seu olhar. “Não tinha como ser diferente, meu vínculo com ela, com a família toda, era e é muito profundo”.

Ao ouvir o diagnóstico, Preta perguntou quanto tempo teria de vida. Saretta estimou entre seis e oito meses. A cantora, então, questionou se não havia mais nada a ser feito ou se restava apenas esperar pela morte. Nesse momento, a médica apresentou a alternativa de um tratamento experimental nos Estados Unidos, cujo objetivo era retardar a progressão da doença.


Homenagem de Gilberto Gil para Preta Gil, hoje (8) seria aniversário da cantora (Foto: Reprodução/Instagram/@gilbertogil)

Roberta explicou que o tratamento nos EUA consistia em uma terapia-alvo, uma quimioterapia intravenosa que agia contra uma mutação. No entanto, o câncer de Preta apresentava mais de uma mutação. Após quatro sessões, a cantora teve uma infecção e precisou interromper o protocolo, ficando dez dias sem o tratamento. Voltou a realizá-lo, mas após mais uma sessão os médicos notaram que seus rins estavam enfraquecidos e que a doença havia progredido, sendo necessário interromper definitivamente o processo.

Piora no quadro de saúde de Preta Gil

Ao receber a notícia de que não poderia continuar o tratamento, Roberta voou para os Estados Unidos para trazer Preta de volta ao Brasil. Ela chegou a Nova Iorque com Flora Gil, na quinta-feira. Segundo Roberta, Preta ficou aliviada ao vê-la e disse: “Vamos para casa”. Junto à equipe médica que cuidava de Preta nos EUA, Roberta organizou o retorno. Elas viajariam em um avião UTI, que partiria do aeroporto de Long Island, enquanto familiares e amigos seguiriam em voo comercial.

Ao deixar a residência onde passou os últimos meses, Preta apresentava sinais vitais estáveis, medidos por paramédicos da ambulância. Porém, ao entrar na aeronave, passou mal e vomitou. “‘Preta, você dá conta de viajar? Segura mais um pouco?’. E ouvi a resposta: ‘Não dou conta’. Pedi para o paramédico nos levar ao hospital mais próximo. Chegamos em oito minutos. Quiseram reanimá-la e, poucos minutos depois, ela se foi”, contou a médica.

Preta Gil faleceu aos 50 anos, após dois anos de tratamento contra o câncer. Deixou um legado de amor, força e resiliência diante de um diagnóstico terminal, mantendo sempre otimismo e alto astral, mesmo nos momentos mais difíceis.

Termina prazo de Trump para fim da guerra na Ucrânia

O prazo dado por Donald Trump para a Rússia encerrar a guerra na Ucrânia chegou ao fim nesta sexta-feira (8), sem avanços nas negociações. O presidente dos Estados Unidos havia ameaçado impor sanções econômicas mais severas e tarifas de até 100% sobre produtos russos caso não fosse alcançado um acordo de paz até a data, mas ainda não está claro como pretende agir diante do impasse.

Impasse diplomático

Embora tenha anunciado no início da semana a intenção de impor novas sanções à Rússia e aos países que continuem comprando sua energia, o presidente adotou um tom mais cauteloso ao avançar nas tratativas para um possível encontro com Vladimir Putin, afirmando que a manutenção do prazo e a aplicação das medidas dependeriam do líder russo.

A tentativa de equilibrar pressão econômica e abertura para negociações diretas evidenciou a incerteza sobre os rumos da guerra na Ucrânia. Embora cada vez mais frustrado com Putin, a quem acusa de agir com duplicidade, Trump busca um acordo de paz e demonstra disposição para ouvi-lo pessoalmente. Até o momento, autoridades americanas afirmam que não há definição sobre formato, data ou local para a possível reunião.

Trump autorizou sua equipe a avançar nos preparativos para uma possível cúpula entre os líderes, que pode ocorrer já na próxima semana, segundo informações da Casa Branca e do Kremlin. A proposta do encontro surgiu durante a reunião entre Putin e Steve Witkoff, enviado especial do presidente dos EUA, na última quarta-feira (6), embora existam divergências sobre quem sugeriu a ideia.


Análise sobre Putin e Trump na crise da Ucrânia (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Trump manifestou o desejo de se encontrar com Putin e chegou a propor um encontro trilateral com Zelensky, mas no dia seguinte deixou claro que não condicionaria a realização da cúpula ao encontro prévio entre os dois líderes.

Sanções secundárias

O presidente norte-americano tem evitado impor novas sanções à Rússia para não afastar Putin das negociações, mas recentemente ameaçou punir tanto Moscou quanto os países que compram sua energia. Na quarta-feira (6), ele anunciou uma tarifa extra de 25% sobre a Índia, segunda maior importadora de energia russa.

Negociações comerciais delicadas continuam com a China, maior importadora de energia russa. Apesar dos avanços, Trump não descartou a possibilidade de aplicar sanções secundárias ao país, mesmo com o risco de afetar o comércio.

Nesta sexta-feira (8), o líder chinês Xi Jinping conversou por telefone com Putin e disse que está feliz em ver a Rússia e os Estados Unidos mantendo diálogo, melhorando suas relações e progredindo na busca de uma solução para a crise na Ucrânia. A ligação foi realizada a pedido do presidente russo.