Donald Trump ameaça China com novas sanções tarifárias

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a ameaçar o presidente da China, Xi Jinping, com tarifas de até 200% sobre os produtos chineses exportados para a América, caso o país asiático não agilize o processo de compras de ímãs de terras-raras.

A China é a maior produtora de terras-raras, usadas para fabricar ímãs importantes para as indústrias automotiva, eletrônica e de defesa. Desde o início de abril, a China tem tomado medidas para se proteger das tarifas impostas pelo presidente americano, uma dessa precaução foi colocar licenças para a exportação de materiais estratégicos para os Estados Unidos, o que foi entendido por Trump como uma retaliação ao tarifaço imposto por ele.

O que diz Trump

Nesta segunda-feira (25), ele cedeu uma entrevista onde dizia: “Eles têm que nos dar ímãs”, afirmou Trump. “Se não nos derem, então teremos que cobrar uma tarifa de 200% ou algo assim. Mas não acho que vamos ter problemas com isso”, completou ele em coletiva na Casa Branca.

Trump lembrou que os Estados Unidos sempre teve uma boa relação de negócios com a China e que talvez visite o país ainda esse ano.  Mas também caso seja necessário, ele tem cartas melhores para “jogar” contra a China e ela não teria a menos chance em ganhar esse jogo.


Donald Trump ameaça a China com novas sanções (Foto: reprodução/ Instagram/@realdonaldtrump)

A guerra comercial entre os países está cada vez mais forte e cada um responde aos aumentos tarifários com mais tarifas, e essa situação pode chegar a atingir cifras de três dígitos de ambos os lados. Isso obrigou os países a negociarem e reduziu a tensão entre eles, levando o governo chinês a se comprometer a agilizar a permissão de licenças a várias empresas americanas.

O acordo

Os países já se encontraram três vezes entre maio e agosto deste ano para a redução dessas tarifas e melhorar as relações comerciais entre eles. Após as reuniões foi acordado temporariamente que as tarifas para 30% por parte dos Estados Unidos e para 10% por parte da China. O acordo tinha validade por um período de 90 dias, que já foi prorrogado pela segunda vez até o próximo novembro.

Terras-raras chinesas

Terras-raras são elementos químicos que ajudam na tecnologia, no caso da China são 17 elementos, nem todos esses elementos são raros, mas sua retirada da crosta da terra e purificação são difíceis e a China tem mais facilidade nesse processo de retirar e de purificação devido a sua tecnologia.

No caso dos superímãs, além de ser difíceis de serem encontradas nos Estados Unidos, os americanos não têm a tecnologia necessária caso as encontrem em seu país para a sua retirada, e esse elemento é importante para motores de carros elétricos, geradores eólicos, smartphones e computadores. Por isso a pressão do Trump para que a China entregue esse material o mais rápido possível.

Indústria automotiva da China tem revolução que desafia o Ocidente

Em poucas décadas, a China escalou da era da bicicleta para a vanguarda tecnológica de veículos elétricos e voadores. Hoje, as ruas são ocupadas por carros autônomos e, em breve, os céus serão cortados por veículos elétricos de decolagem vertical, os famosos eVTOLs (veículos elétricos de decolagem e pouso vertical). A promessa é cortar tempos de deslocamento em trajetos urbanos e intermunicipais curtos, sobretudo onde a malha viária já opera no limite.

Da bicicleta às ruas elétricas

Há ainda não muito tempo, a bicicleta era o principal meio de transporte nas cidades chinesas. Durante décadas, a imagem urbana chinesa foi moldada por avenidas tomadas de bicicletas. Em poucos anos, essa paisagem mudou. Atualmente, as ruas estão repletas de carros elétricos, muitos operando sem motorista. Esses veículos surgiram como parte de uma estratégia nacional para reduzir emissões, otimizar fluxos urbanos e consolidar a indústria automotiva local.


Uma das indústrias automotivas da China (Foto: reprodução/VCG/Getty Images Embed)


Autonomia começa a decolar

O passo seguinte acontece nos céus. Veículos voadores elétricos com decolagem vertical já passaram de protótipos a testes práticos. Podem funcionar como táxis aéreos, entregadores ou carros familiares. Algumas cidades estão investindo pesado em infraestrutura, vertiportos, redes de controle aéreo e regulamentações são prioridade. Esses carros voadores são parte de um sistema inteligente de transporte tridimensional. Graças à inteligência artificial, 5G e mobilidade elétrica, se espera que sejam 80% mais rápidos do que veículos terrestres convencionais em trajetos curtos. A promessa é combinar conveniência, velocidade e inovação num modelo futurista de mobilidade.

Ocidente em alerta

Enquanto a China avança em ritmo acelerado, o Ocidente observa com preocupação. Há um misto de admiração e receio, diante da possibilidade de ser ultrapassado num dos setores mais promissores do século XXI. A despeito de desafios como segurança e aceitação pública, a mobilidade do futuro começa a tomar forma, em um contexto cultural e tecnológico liderado pela China. A concorrência não é só de preço: envolve velocidade de inovação, integração digital e capacidade de escalar produção.

Robôs competem em Olimpíada inédita na China

A cidade de Pequim foi palco da edição inaugural dos Jogos Mundiais de Robôs Humanoides, que reuniu mais de 500 robôs de 280 equipes de 16 países em competições que englobam esportes desde o atletismo ao futebol para provar as habilidades. Apesar da tecnologia futurista, foram as quedas inesperadas e os defeitos que marcaram o evento, isso transformou o torneio em um espetáculo divertido para os espectadores.

Com o show que a tecnologia proporcionou

As competições mostraram tanto avanços quanto limitações que a tecnologia possui. Como em partidas de futebol, que os choques entre robôs geraram cenas cômicas e em provas de corrida que alguns competidores caíram antes mesmo da linha de chegada. Isso fez a plateia reagir com gargalhadas e aplausos, principalmente quando os robôs conseguiam se levantar sozinhos, arrancando admiração por sua capacidade de recuperação aos desafios.

Apesar das falhas, o objetivo dos organizadores foi cumprido, eles conseguiram testar em ambiente real as habilidades de percepção, coordenação e tomada de decisão dos robôs, habilidades que podem ser aplicadas futuramente em indústrias e até em tarefas domésticas.

Investimento bilionário e ambições globais

A China vem consolidando seu protagonismo no setor de robôs. Somente no último ano, o país destinou mais de US$ 20 bilhões para pesquisas em inteligência artificial e robótica. Além disso, Pequim já anunciou a criação de um fundo de 1 trilhão de yuans (cerca de US$ 137 bilhões) para apoiar startups e impulsionar inovações na área.


Competição de futebol entre Robôs (Foto: reprodução/NASA/Handout/Getty Images Embed)

Segundo analistas, o evento também teve caráter estratégico de mostrar ao mundo que a China pretende liderar a corrida global pela robótica. Para especialistas da Morgan Stanley, a grande adesão do público sinaliza que “a inteligência incorporada” começa a se tornar parte do cotidiano chinês.

Próximos passos

As empresas que participaram destacaram o valor científico da competição. Como o time alemão HTWK Robots, que afirmou que eles vieram para competir e ganhar, mas também para aprender. Já companhias como a Booster Robotics ressaltaram que modalidades como o futebol ajudam os robôs a treinar percepção e decisão, fundamentais para aplicações em fábricas e ambientes domésticos.

A primeira edição encerrou-se com a promessa de continuidade. A próxima edição dos World Humanoid Robot Games já está marcada para agosto de 2026, com expectativa de atrair ainda mais equipes e público.

Brasil e China alinham posição contra medidas tarifárias dos EUA

Brasil e China deram início, nesta segunda-feira (11), a uma nova fase de cooperação estratégica, com foco no desenvolvimento regional, na prevenção de desastres e na ampliação das trocas comerciais, xom atenção especial à Amazônia. A iniciativa marca um passo firme rumo à integração entre os dois países em áreas-chaves para o futuro sustentável.

No mesmo dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma conversa telefônica com o líder chinês Xi Jinping, em meio às tensões comerciais geradas pelas tarifas dos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump. O Planalto confirmou o diálogo, que sinaliza o fortalecimento das relações diplomáticas entre Brasil e China diante do atual cenário global.

Lula e Xi Jinping celebram avanços

Em comunicado oficial, o governo destacou que o encontro, com duração de aproximadamente uma hora, tratou das relações bilaterais e do contexto geopolítico global. Segundo a nota, Brasil e China alinharam posições sobre a importância do G20 e do BRICS na promoção do multilateralismo. 

Os líderes discutiram a parceria estratégica, celebraram avanços nos programas de desenvolvimento e prometeram ampliar a cooperação em áreas como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites”, informou o governo. 

As tarifas norte-americanas e defesa do multilateralismo estiveram no centro da ligação, segundo a mídia estatal chinesa, Xi disse a Lula que Brasil e China podem ser um exemplo de “autossuficiência” e reforçou que é fundamental que todos os países se unam para enfrentar o unilateralismo e o protecionismo, afirmou a agência Xinhua. 


Lula e Xi Jinping estreitam laços em uma nova fase (Foto:Reprodução/Ricardo Stuckert/PR/AgenciaBrasil)

Medidas de reciprocidade visam proteger interesses brasileiros

Nessa segunda-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Lula enfatizou que o Brasil precisa manter firme sua soberania e mirar alto, mesmo diante de um cenário internacional cada vez mais desafiador. 

O tema gera controvérsia, pois empresários brasileiros receiam que a aplicação da Lei de Reciprocidade aumente o custo de produtos importados dos EUA ou cause impactos negativos na economia.  Setores econômicos temem que a medida afaste as negociações para reverter as tarifas. Por isso, Lula pediu aos ministérios que avaliem ações pontuais, sem adotar medidas amplas. 

 

Trump recua novamente e adia tarifas contra a China por mais 90

Em mais um movimento que reforça a sua característica de negociação marcada por avanços e recuos, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (11) que irá adiar por mais 90 dias a implementação de tarifas sobre os produtos chineses. Essa decisão ocorre no momento em que os dois países tentam retomar o diálogo comercial que está desgastado depois de anos de tensões e medidas retaliatórias.

A suspensão dessas medidas evita as tarifas sobre centenas de bilhões de dólares em mercadorias, que poderiam chegar a 145% em alguns casos, entrem em vigor nesta semana. O nível atual, mantido após de várias prorrogações, é de 30%, resultado da combinação de uma alíquota-base de 10% com um adicional de 20% relacionado ao combate ao tráfico de fentanil, que Washington atribui parcialmente a cadeias de distribuição que passam pela China.

O que motivou o recuo

Segundo fontes ligadas à Casa Branca, o adiamento visa dar espaço para negociações construtivas com Pequim e evitar novos conflitos na economia global. Trump, em discurso no Salão Oval, afirmou que acredita ser possível chegar a um acordo justo para ambos os lados e que prefere a vitórias negociadas do que vitórias forçadas.

Já do outro lado, o governo chinês anunciou que também manterá suas tarifas retaliatórias em 10% e suspenderá, temporariamente, as restrições às empresas norte-americanas de tecnologia e agronegócio que estavam na lista de sanções comerciais.


Tentativa de acordo entre Donald Trump e Xi Jinping(Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Histórico de avanços e recuos

A política tarifária adotada por Trump com a China tem sido marcada por idas e vindas desde 2018, quando o então presidente iniciou a chamada “guerra comercial” alegando práticas desleais vindas de Pequim. Ao longo dos anos, foram impostas tarifas pesadas sobre setores como aço, alumínio, produtos eletrônicos e agrícolas.

Mas por diversas vezes, Trump anunciou aumentos drásticos, só que recuou às vésperas da implementação. Essa estratégia muitos dos críticos chamam de “jogo de pressão” e seus apoiadores consideram uma forma de manter a China na mesa de negociação, já analistas descrevem essa tática como um “efeito ioiô”: uma alternância entre ameaças e adiamentos, que muitas vezes mantém incertezas no comércio internacional.

Reação dos mercados

A notícia do adiamento foi recebida com otimismo imediato nas principais bolsas do mundo, como o índice japonês Nikkei 225 subiu 2,2%, O britânico FTSE 100 avançou 0,3%, além dos mercados europeus que tiveram leves altas e os S&P 500 e o Dow Jones que abriram a semana com margens positivas.

Especialistas ressaltam que a decisão ajuda a conter estabilidade no curto prazo, mas não elimina o risco de um colapso nas negociações. Além disso, dados divulgados nos EUA mostram inflação de 2,8% em julho, o que mantém a pressão e já avalia se novos aumentos de juros serão necessários.

Impacto para consumidores e empresas

O congelamento das tarifas é particularmente relevante para setores que dependem de insumos chineses, como tecnologia, têxtil, eletrodomésticos e automotivo.

Para consumidores, a medida evita aumentos imediatos nos preços de produtos importados, desde smartphones até peças de carros que poderiam ser repassados ao varejo nos próximos meses.

Empresas exportadoras dos EUA também respiram aliviadas com a manutenção do status para evitar as retaliações adicionais por parte da China, especialmente no setor agrícola, que já foi duramente atingido em anos anteriores.

Próximos passos

Nos bastidores, fontes diplomáticas indicam que há expectativa de um encontro entre Donald Trump e Xi Jinping antes do fim do ano, possivelmente em território neutro. Esse encontro poderia resultar em um acordo ou ao menos em novas medidas para reduzir tarifas gradualmente.

Enquanto isso, analistas alertam que o adiamento é apenas um alívio temporário, sem nenhum avanços concretos, a possibilidade das tarifas recordes em 2026 continuam bem próximas.

Termina prazo de Trump para fim da guerra na Ucrânia

O prazo dado por Donald Trump para a Rússia encerrar a guerra na Ucrânia chegou ao fim nesta sexta-feira (8), sem avanços nas negociações. O presidente dos Estados Unidos havia ameaçado impor sanções econômicas mais severas e tarifas de até 100% sobre produtos russos caso não fosse alcançado um acordo de paz até a data, mas ainda não está claro como pretende agir diante do impasse.

Impasse diplomático

Embora tenha anunciado no início da semana a intenção de impor novas sanções à Rússia e aos países que continuem comprando sua energia, o presidente adotou um tom mais cauteloso ao avançar nas tratativas para um possível encontro com Vladimir Putin, afirmando que a manutenção do prazo e a aplicação das medidas dependeriam do líder russo.

A tentativa de equilibrar pressão econômica e abertura para negociações diretas evidenciou a incerteza sobre os rumos da guerra na Ucrânia. Embora cada vez mais frustrado com Putin, a quem acusa de agir com duplicidade, Trump busca um acordo de paz e demonstra disposição para ouvi-lo pessoalmente. Até o momento, autoridades americanas afirmam que não há definição sobre formato, data ou local para a possível reunião.

Trump autorizou sua equipe a avançar nos preparativos para uma possível cúpula entre os líderes, que pode ocorrer já na próxima semana, segundo informações da Casa Branca e do Kremlin. A proposta do encontro surgiu durante a reunião entre Putin e Steve Witkoff, enviado especial do presidente dos EUA, na última quarta-feira (6), embora existam divergências sobre quem sugeriu a ideia.


Análise sobre Putin e Trump na crise da Ucrânia (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Trump manifestou o desejo de se encontrar com Putin e chegou a propor um encontro trilateral com Zelensky, mas no dia seguinte deixou claro que não condicionaria a realização da cúpula ao encontro prévio entre os dois líderes.

Sanções secundárias

O presidente norte-americano tem evitado impor novas sanções à Rússia para não afastar Putin das negociações, mas recentemente ameaçou punir tanto Moscou quanto os países que compram sua energia. Na quarta-feira (6), ele anunciou uma tarifa extra de 25% sobre a Índia, segunda maior importadora de energia russa.

Negociações comerciais delicadas continuam com a China, maior importadora de energia russa. Apesar dos avanços, Trump não descartou a possibilidade de aplicar sanções secundárias ao país, mesmo com o risco de afetar o comércio.

Nesta sexta-feira (8), o líder chinês Xi Jinping conversou por telefone com Putin e disse que está feliz em ver a Rússia e os Estados Unidos mantendo diálogo, melhorando suas relações e progredindo na busca de uma solução para a crise na Ucrânia. A ligação foi realizada a pedido do presidente russo.

 

China quer trabalhar Brasil para superar tarifaço dos Estados Unidos

Em nota oficial divulgada pela Embaixada da China no Brasil nesta quarta-feira(06), o país afirmou estar disposto a fazer um trabalho conjunto com o Brasil para se protegerem das incertezas externas por meio de uma cooperação bilateral e estável.

A declaração foi feita logo depois de uma conversa telefônica entre o chefe do Gabinete de Assuntos Internacionais do Partido Comunista Chinês e assessor de Xi Jinping, Wang Yi, e Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Acordo é visto como demonstração de apoio internacional

O objetivo chinês, além de proteger seus investimentos e sua relação com aliados, tem como objetivo demonstrar apoio como aliada e fortalecer a atuação dos países no cenário internacional na defesa da multipolaridade econômica mundial, da ordem internacional e da justiça global.

Para Wang Yi, os países devem defender juntos seus interesses legítimos junto com os dos países do sul global para conseguirem ter uma relação mais equilibrada onde todos saem ganhando.

O assessor de Xi Jinping ainda completa afirmando que China e Brasil sempre se apoiaram mutuamente e tiveram cooperação estreita e que além do BRICS+ trabalham para a construção de uma comunidade de futuro compartilhado por um mundo mais justo e um planeta mais sustentável.

Relação entre os países vive momento impar

A relação comercial entre Brasil e China completou 50 anos em 2024 e além dos laços comerciais, também tem cooperação em vários setores, seja por meio de acordos bilaterais ou através do BRICS+ junto com os membros originais Rússia, Índia e África do Sul.

Contudo, a partir de visita feita no segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva é que o país asiático se consolidou como o maior parceiro comercial do Brasil, posição que ocupa até os dias atuais.


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Brasil e China estreitaram relações comerciais nos últimos anos (Foto: Reprodução/Luoman/Getty Images Embed)

Apesar de tensões durante o mandato de Jair Bolsonaro, que mantinha um posicionamento anti chinês e pró Estados Unidos, algo que é visto inclusive nas manifestações de apoiadores, os países voltaram a ter uma relação de amizade após a volta de Lula ao poder na vitória da eleição de 2022.

Os países hoje, além das relações comerciais, também tem cooperação em diversas áreas como ciência e tecnologia, educação, cultura, turismo e na promoção de intercâmbios e parcerias entre os países.

Empresas chinesas inclusive tem participado de licitações públicas em setores importantes da economia brasileira como energia, agricultura, telecomunicações, transportes, projetos de infraestrutura no país, como na construção de ferrovias.

Apoio vem em meio a sanções dos Estados Unidos

O apoio da China ao Brasil, que deve ter movimentos confirmados em breve, vem em um momento delicado para ambos os países por conta do tarifaço imposto pelos Estados Unidos através do presidente Donald Trump.

O Brasil desde ontem(06) tem seus produtos importados aos EUA taxados em 50%. A taxação atinge um pouco mais de 40% das exportações brasileiras ao país da América do Norte. Já os chineses têm suas exportações taxadas em 30% dos EUA desde maio de 2025.

Com isso, os dois países buscam de forma conjunta não só se defender do tarifaço como garantir novos mercados para seus produtos, fugindo de um comércio desfavorável com os Estados Unidos.

Os países, por exemplo, já usam moeda local para fazer negócio livre de taxas através do Brics Pay. O mesmo acontece com outros países do BRICS+ exatamente para fugir das tarifações do dólar.

Exportações brasileiras de café ganham reforço com acordo com a China

A China liberou 183 empresas brasileiras para exportação de café, concedendo licenças válidas por cinco anos. A decisão foi anunciada pela embaixada chinesa no Brasil em resposta ao aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros imposto pelos Estados Unidos, que entrou em vigor no início de agosto. A medida abre uma alternativa importante para os exportadores nacionais, que enfrentam dificuldades diante do novo cenário tarifário imposto pelo governo americano.

Tarifas dos EUA afetam café do Brasil

A tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre o café brasileiro entrou em vigor em 6 de agosto e representa um grande obstáculo para os exportadores nacionais. Esse aumento tarifário impacta diretamente o fluxo comercial entre Brasil e EUA, que historicamente é expressivo: o país norte-americano é um dos principais destinos do café produzido no Brasil, recebendo cerca de 8 milhões de sacas anualmente. Em junho deste ano, o volume exportado para os EUA foi de aproximadamente 440 mil sacas o que demonstra a importância desse mercado para os produtores brasileiros.

Esse número é quase oito vezes maior que o volume enviado para a China no mesmo período, que foi de 56 mil sacas. Diante desse cenário, os exportadores brasileiros enfrentam o desafio de buscar novos mercados e estratégias comerciais para reduzir a dependência do mercado americano. A abertura da China para a exportação de café aparece, portanto, como uma alternativa relevante para amenizar os efeitos da alta tarifária dos EUA e diversificar os destinos das exportações brasileiras.


PT anunciando acordo com a China (Foto:reprodução/instagram/@ptbrasil)

Parceria com China favorece exportadores

A recente autorização concedida pela China para que 183 empresas brasileiras possam exportar café ao país é vista como uma oportunidade estratégica para os produtores brasileiros. A China, que já é o maior parceiro comercial do Brasil em várias áreas, pode se tornar um mercado ainda mais relevante para o setor cafeeiro, contribuindo para a ampliação e diversificação das exportações. Com licenças válidas por cinco anos, essa medida garante estabilidade e segurança para as empresas brasileiras planejarem suas vendas e investimentos no mercado chinês.

Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Brasil detém atualmente cerca de um terço do mercado de café dos Estados Unidos, um setor que movimenta cerca de US$ 4,4 bilhões em um ano, evidenciando a dimensão e importância desse comércio. No entanto, com o aumento das tarifas americanas, a China surge como um parceiro estratégico para mitigar os impactos econômicos causados pelas barreiras tarifárias, oferecendo um canal alternativo para a comercialização e possibilitando que o Brasil mantenha sua posição como um dos principais fornecedores globais de café.

Panorama das exportações do agro

O Brasil se destaca mundialmente como líder na exportação de vários produtos agrícolas, especialmente café, suco de laranja e carne bovina, três setores diretamente impactados pelas recentes tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Café: Com uma produção anual de 41,75 milhões de sacas de 60 kg, o Brasil domina o mercado global de café, muito à frente de países como Vietnã (27,9 milhões de sacas) e Colômbia (11,9 milhões). Cerca de 77% dessa produção é destinada ao mercado externo, tendo os Estados Unidos como principal comprador, absorvendo 16% do total exportado, seguidos por Alemanha (14%) e Itália (9,3%). O restante das exportações é distribuído por diversos outros países, que juntos representam 60,4% das compras.

Suco de laranja: O Brasil também lidera com folga o mercado mundial de suco de laranja, com exportações anuais de 954 mil toneladas, superando com larga vantagem México (182 mil toneladas) e União Europeia (111 mil toneladas). Aproximadamente 93% do suco produzido é vendido para o exterior, tendo a União Europeia como principal destino (51,4%), seguida pelos Estados Unidos (41,7%) e China (2,6%).

Carne bovina: Na exportação de carne bovina, o Brasil figura como o maior fornecedor global, com 3,75 milhões de toneladas anuais, quase o dobro da Austrália (1,96 milhão) e da Índia (1,56 milhão). Embora a maior parte da carne consumida no Brasil (78%) fique no mercado interno, 22% é exportada, com a China respondendo por quase metade dessa fatia (48,8%), enquanto os Estados Unidos representam 12,1% e o Chile 4,76%.

Este panorama revela a diversidade e a força do agronegócio brasileiro nos mercados internacionais, ressaltando a importância de buscar alternativas diante das recentes barreiras comerciais, especialmente no setor de café.

Trump suspende decisão que limitava exportações de tecnológicos à China

Conforme o Financial Times (FT) informou, em reportagem publicada nesta segunda-feira (28), os EUA suspenderam as restrições para exportação de produtos de tecnologia para a China. A medida tem o intuito de fortalecer um possível acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo.

A reportagem também confirmou que a decisão busca fazer com que o presidente norte-americano, Donald Trump, tenha um encontro com o líder chinês, Xi Jinping, ainda em 2025.

Decisão revista

Segundo o FT, o Departamento de Comércio, responsável pelo controle de exportação dos EUA, foi ordenado nos últimos meses a diminuir as medidas de forma rígida contra os chineses.

Anteriormente, Donald Trump, após assumir à Casa Branca pela segunda vez, limitou as exportações de produtos da área da tecnologia para os asiáticos. O governo até chegou a afirmar que bloquearia a exportação do chipH20 da Nvidia, empresa multinacional sediada na Califórnia, EUA, projetado para o mercado da China, após o ex-presidente norte-americano, Joe Biden, ter restringido chips mais avançados.

Neste mês, após conversas com o CEO e co-fundador da Nvidia, Jensen Huang, Trump reviu sua decisão e a gigante da tecnologia anunciou que as vendas de H20 para a China seriam retomadas.


Sede da Nvidia em Santa Clara, Califórnia, EUA (Foto: reprodução/Tayfun Coskun/Anadolu/Getty Images Embed)

Bandeira branca por três meses

EUA e China irão estender a trégua na chamada “guerra tarifária” por mais 90 dias. Conforme a reportagem publicada pelo jornal chinês “South China Morning Post” no último domingo (27), essa é a expectativa que se tem a respeito da terceira rodada de negociações entre os dois países detentores das maiores economias do mundo.

O primeiro dia do novo ciclo de conversas entre americanos e chineses ocorreu nesta segunda-feira em Estocolmo, capital sueca. O encontro ocorre às vésperas do dia 1º de agosto, data limite estabelecida por Trump para que aumentos de tarifas em exportações ocorra.

As conversas desse primeiro dia se encerraram por volta de 14h30, horário de Brasília. Representantes chineses afirmaram à imprensa que desejam que hajam respeito mútuo e reciprocidade entre as duas nações. Líderes dos dois governos voltam à se encontrar na próxima terça-feira (29), para um novo diálogo.

Copa do mundo de robótica pauta avanço de IA e destaca protagonismo brasileiro

O Campeonato Mundial de Robótica e Inteligência Artificial, a RoboCup, aconteceu entre os dias 15 a 21 de julho, em Salvador. Robôs em times de futebol ou como socorristas em operações de resgate foram alguns dos modelos que integraram as modalidades desse ano na competição. 

A disputa divide-se em duas ligas, uma entre maiores e outra entre menores de 18 anos, nas quais os competidores testam seus robôs construídos para competir em 15 modalidades diferentes, entre elas: atividades industriais, realização de tarefas domésticas, resgate de vítimas de acidentes, e drones que trabalham de forma própria. 

Destaque para o Brasil 

Segundo dados do evento, os brasileiros compuseram 45 equipes e se consolidaram como o maior número de ligas de um país em 2025. Nesta RoboCup, o número de competidores do Brasil foi 20% maior do que o registrado na edição passada, em 2024, na Holanda. 

Apesar de não ter o número de profissionais das potências da tecnologia, como China e Estados Unidos, o Brasil tem uma posição de destaque no cenário mundial da robótica. Na edição deste ano, uma nova modalidade foi proposta pelo país sede: a de robôs voadores, mais conhecidos como drones. 

O desafio é feito com drones que não são operados por humanos, sendo necessário o uso de Inteligência Artificial (IA) para realizar as tarefas de forma autônoma. A equipe BahiaRT, da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), conquistou o primeiro lugar nessa modalidade.


Vídeo de divulgação do último dia da RoboCup 2025 (Vídeo: reprodução/Instagram/@robocup2025)

Inovação e Inteligência Artificial

Uma das principais atrações do evento é o futebol robótico, que tem as mesmas regras do esporte tradicional, como escanteios, faltas e pênaltis. Dentro dessa modalidade, os robôs são separados entre humanoides (aqueles que têm partes semelhantes às humanas) e não-humanoides (aqueles que não se assemelham a humanos, correm com rodas). 

A edição de 2025 trouxe notáveis melhorias na coordenação e visão computacional dos robôs, com um desenvolvimento no processo de tomada de decisão, que se tornou muito mais rápido. 

Em entrevista ao portal G1, o responsável local por essa modalidade, Thiago Pedro, detalhou como é feito o treinamento desses robôs e como é utilizado a IA para dar autonomia a eles. “Cada robô tem um computador, ele toma sozinho a decisão de partir em direção à bola, parar próximo a ela e executar o chute quando entender que deve. Cada estudante se ocupa de uma parte do processo de treinamento e deixa a máquina pronta para entregar 100% no dia das competições“, contou Thiago.


Competição de futebol robótico na RoboCup 2025 (Foto: reprodução/Instagram/@robocup2025) 

A China, destaque na RoboCup 2025, tem ganhado visibilidade como potência tecnológica por tornar a tecnologia de robôs mais acessível economicamente. Os custos de produção vêm sendo significativamente reduzidos, permitindo a inserção desse aparato no cotidiano.