Trump afunila escolha para comando do Fed nos EUA
Presidente avalia quatro nomes para substituir Powell no Fed em 2026, com Warsh e Hassett entre os cotados e uma vaga no conselho podendo antecipar a sucessão

De olho em um possível retorno à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump já se movimenta para moldar o futuro da política econômica do país. Com o mandato do atual presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, se encerrando em maio de 2026, Trump revelou que tem quatro nomes em avaliação para sucedê-lo no comando do banco central norte-americano.
Disputa antecipada pelo Fed
Embora a nomeação só deva ocorrer oficialmente no próximo ano, a movimentação nos bastidores já começou. Segundo o próprio Trump, dois dos nomes cotados são Kevin Warsh, ex-diretor do Fed com passagens marcantes durante a crise de 2008, e Kevin Hassett, ex-assessor econômico da Casa Branca durante sua primeira gestão.
Ambos têm perfil pró-mercado e histórico alinhado às ideias de Trump, especialmente no que se refere à redução de juros e estímulo ao crescimento. Outros dois nomes completam a lista, embora apenas um deles tenha sido parcialmente ventilado: Christopher Waller, atual integrante do conselho do Fed e defensor de uma abordagem mais flexível da política monetária.
Jerome Powell (Foto: reprodução/Jamie Kelter Davis/Bloomberg/Getty Images Embed)
Estratégia gradual
A saída recente da economista Adriana Kugler do conselho do Fed criou uma janela de oportunidade para Trump indicar, ainda este ano, um novo membro para o cargo. Caso consiga emplacar um aliado, ele poderá preparar terreno para uma transição mais suave em 2026, caso seja reeleito.
A ideia, segundo fontes próximas, seria nomear agora um conselheiro que pudesse vir a ser escolhido presidente do Fed no futuro, uma espécie de presidente “em espera” já dentro da instituição.
Resistência técnica
Apesar dos planos, a possibilidade de mudanças bruscas na política monetária enfrenta obstáculos. Isso porque os principais cargos do conselho do Fed são ocupados por nomes indicados por Joe Biden, com mandatos que se estendem por vários anos. Qualquer tentativa de reorientar a atuação do banco exigirá negociação e maioria nas votações do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).
Além disso, as decisões do Fed dependem de equilíbrio institucional e são blindadas contra interferências políticas diretas, algo que poderá testar os limites da administração Trump 2.0.
O que está em jogo
A indicação do próximo presidente do Fed deve ser um dos movimentos mais estratégicos da política econômica dos EUA nos próximos anos. Diante de um cenário global de juros elevados, inflação controlada e crescimento moderado, o novo líder do banco central será determinante para definir a rota dos EUA, seja rumo a um afrouxamento monetário, seja à manutenção de uma postura mais conservadora.