Os estudos genéticos têm disponibilizado avanços na busca da origem do autismo e o diagnóstico precoce. Os estudos comportamentais são essenciais para ajudar na relação familiar, na educação e na inclusão social de crianças e adolescentes diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Recente pesquisa realizada pela Rede Latino-Americana pelo Autismo notou a falta de assistência às famílias de pessoas com TEA.
Em relação à falta de assistência, a professora da pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento da Universidade Presbiteriana Mackenzie e pesquisadora do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) afirmou: “Das 3 mil famílias pesquisadas, -37% não recebiam nenhum tipo de atenção. Isso é bastante preocupante, pois essa população merece e requer assistência abrangente nos diferentes setores do seu desenvolvimento, que vão além de saúde e educação [...]”.
Avançam estudos para vacinas contra gripe com RNA mensageiro
Brasil possui mais de 150 milhões de pessoas vacinadas contra a covid-19
Veja o que fazer ao ser vítima de gordofobia
Para o neuropsicólogo Ramilson Martins, o recomendado para a inclusão social é que as crianças diagnosticadas com TEA levem a vida de acordo com a idade e, como exemplo, o neuropsicólogo afirmou que o ideal para crianças que estão em fase de alfabetização, o correto é que ela esteja frequentando a escola, com mediações e projetos pedagógicos adequados.
“A criança precisa estar inserida dentro da sala de aula, junto com as outras crianças, isso é inclusão. É ela participar da educação e das atividades. [...] É preciso mantê-la em atividades sociais, em círculos sociais com outras pessoas. Retirando a criança do convívio social e a deixando em um grupo seleto, dificulta o desenvolvimento da criança como um todo. Porque o autismo é uma tríade: comunicação, interação e comportamento. É a deficiência nesse ‘tripé’. Então, quanto mais incluída, melhor o desenvolvimento da criança, do adolescente e um melhor adulto, mais independente possível a pessoa será”, completa Ramilson.
Laço que simboliza o autismo (Foto: Reprodução/ IStock)
No que se refere à predisposição genética do autismo, a professora do IB-USP e pesquisadora do CEGH-CEL, Maria Rita Passos Bueno, afirma que há mais de 800 genes candidatos para o TEA. Porém, as formas monogênicas não são comuns. “Geralmente, os casos de autismo se encaixam em um modelo em que os pais têm fatores de risco que se acumulam nas crianças e, quando é ultrapassado o que os pesquisadores chamam de ‘limiar’, manifesta-se o quadro de autismo”.
Foto Destaque: Simbolismo do autismo. Reprodução/ IStock