Bolsonaro deixa prisão domiciliar escoltado para exames em Brasília

Ex-presidente foi autorizado por Moraes a realizar procedimento dermatológico no Hospital DF Star e sai pela primeira vez após condenação

15 set, 2025
Jair Bolsonaro | Reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed
Jair Bolsonaro | Reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed

O ex-presidente Jair Bolsonaro saiu pela primeira vez de sua residência no último domingo (14) desde que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes. Em regime de prisão domiciliar, Bolsonaro recebeu autorização do ministro Alexandre de Moraes para realizar um procedimento dermatológico no Hospital DF Star, em Brasília.

A ida ao hospital mobilizou um esquema especial de segurança, com escolta da Polícia Penal do Distrito Federal, reforço da Polícia Militar e vistoria prévia no veículo que transportou o ex-presidente. Ele também permaneceu com tornozeleira eletrônica durante todo o deslocamento.

Segurança reforçada e manifestação de apoiadores

O trajeto até o hospital foi planejado para evitar áreas diplomáticas, uma vez que Moraes proibiu Bolsonaro de se aproximar de embaixadas. A chegada ocorreu por volta das 8h, acompanhada pelos filhos Carlos e Renan Bolsonaro.


Bolsonaro deixa hospital sob escolta (Foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)

Na entrada da unidade, cerca de 20 apoiadores aguardavam com bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos. O ex-presidente não discursou, mas acenou discretamente antes de entrar. A Secretaria de Segurança Pública do DF manteve detalhes do esquema sob sigilo, alegando risco operacional.

Essa foi a primeira aparição pública de Bolsonaro desde que a Primeira Turma do STF confirmou sua condenação, na quinta-feira (11), por crimes que incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano qualificado pela violência e grave ameaça.

Procedimento médico e relatório ao STF

No hospital, Bolsonaro passou por dois procedimentos: a retirada de um nevo melanocítico — uma pinta benigna localizada no tronco — e a coleta de material de uma lesão ainda desconhecida, que será analisado em biópsia. Após a alta, o boletim médico informou que o ex-presidente apresentava anemia, e a tomografia revelou vestígios de uma pneumonia recente.


Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)

De acordo com determinação do Supremo, a defesa deve apresentar em até 48 horas um atestado médico com os detalhes da intervenção.

Condenação e quadro de saúde

A condenação de 27 anos marca a primeira vez que um ex-presidente brasileiro é sentenciado por tentar derrubar o governo eleito. Apesar de o regime fechado ter sido fixado, os advogados de Bolsonaro já sinalizam que devem insistir na manutenção da prisão domiciliar, alegando quadro de saúde frágil.

Nos últimos anos, Bolsonaro passou por várias internações, incluindo uma cirurgia abdominal de 12 horas em abril. Mais recentemente, exames apontaram esofagite, gastrite e sequelas pulmonares.

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