Câmara aprova projeto para bagagem de mão gratuita em voos

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (21) a tramitação em regime de urgência de um projeto que proíbe as companhias aéreas de cobrarem pela bagagem de mão. A proposta assegura ao passageiro o direito de levar gratuitamente uma mala de cabine e um item pessoal, como bolsa ou mochila, respeitando os limites de peso e dimensões definidos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com a urgência aprovada, o texto poderá ser votado diretamente no plenário nos próximos dias.

Abuso nas alturas

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), classificou a cobrança pela mala de mão como um exagero das companhias aéreas.

Querer cobrar também pela bagagem de mão é algo que esta Casa não irá concordar, e esse projeto garante que cada passageiro tem o direito de levar sua bagagem de mão”, afirmou.


Presidente da Câmera dos Deputados envia recado para companhias aéreas (Foto: reprodução/Instagram/@hugomottapb)

A medida foi apresentada após empresas como Gol e Latam anunciarem novas tarifas que restringem o transporte gratuito de bagagens de cabine, sob o argumento de oferecer passagens mais baratas. Deputados, no entanto, afirmam que a promessa de redução nos preços não se concretizou desde 2017, quando começou a cobrança pelo despacho de malas. A companhia aérea, Azul, não fez nenhum tipo de alteração em seus voos, mantendo incluída a bagagem de mão, tanto nos voos domésticos como nos internacionais.

Equilíbrio entre regras e direitos

A Anac informou que elabora estudos técnicos para propor uma “regulação equilibrada, preservando tanto o direito dos passageiros quanto a competitividade das companhias aéreas”, segundo o presidente da agência, Tiago Faierstein.


Câmara dos Deputados divulga pautas do Plenário para esta quarta-feira (Foto: reprodução/Instagram/@camaradeputados)

Já a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) notificou as companhias que criaram tarifas sem bagagem de mão e pediu esclarecimentos sobre a transparência dessas ofertas. O governo e o Congresso defendem que o transporte de itens básicos sem custo adicional é um direito essencial do passageiro. Se o projeto for aprovado no plenário, as empresas que operam no Brasil — nacionais e estrangeiras — terão que retomar a gratuidade da bagagem de mão, reforçando a proteção ao consumidor contra cobranças consideradas abusivas.

STF reabre investigação contra Valdemar Costa Neto no caso da tentativa de golpe de Estado

Nesta terça-feira (21) o Supremo Tribunal Federal reabriu a investigação contra Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), por suposta participação na tentativa de golpe de Estado de 2022.

O responsável pela decisão foi o ministro Alexandre de Moraes, que durante seu voto, defendeu o retorno das apurações sobre o papel do presidente nos crimes ligados a organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Acusações contra Valdemar

As acusações contra Valdemar são:

Sua participação em organização criminosa armada: que consiste em liderar um grupo de quatro ou mais pessoas, organizado e com divisão de funções, utilizando armas para cometer crimes. A pena varia de 3 a 8 anos, podendo chegar a 17 anos quando há agravantes, como uso de arma de fogo ou participação de agentes públicos.

Tentativa de abolição violenta do Estado de Direito: ocorre quando se tenta, mediante violência ou grave ameaça, eliminar o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o funcionamento dos poderes constitucionais. A pena vai de 4 a 8 anos.


STF reabre investigação contra Valdemar Costa Neto (Vídeo: reprodução/Youtube/@opovo)

Núcleo da desinformação

Durante o julgamento do núcleo 4 da chamada trama golpista, o ministro decidiu pela reabertura do caso. O julgamento mencionado é responsável por disseminar desinformação e realizar ataques ao sistema eleitoral. O núcleo é acusado de tentar desacreditar as eleições de 2022 e gerarem noticias falsas sobre as urnas, todos os réus envolvidos foram condenados

A Polícia Federal (PF) já havia indiciado Valdemar Costa Neto, mas ele não chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo a PF, o presidente do PL financiou e incentivou questionamentos sem provas sobre a integridade das urnas eletrônicas e desempenhou papel central na propagação de dúvidas sobre o sistema.


Moraes vota por reabertura de Investigação (Vídeo: reprodução/Youtube/@SBTbrasil)

Durante o julgamento, o ministro Alexandre de Moraes mencionou Valdemar Costa Neto durante à análise do caso de Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL) e réu do núcleo 4. Segundo Moraes, Rocha produziu relatórios falsos sobre o funcionamento das urnas eletrônicas, utilizados pelo PL para justificar um pedido de verificação extraordinária dos votos, ação que resultou em multa aplicada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao partido.

O ministro considerou parcialmente procedente a denúncia da PGR contra Rocha e defendeu sua condenação por organização criminosa e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Com a decisão, o Supremo determinou que a investigação sobre Valdemar Costa Neto seja retomada para apurar se ele cometeu os mesmos crimes.

Presidente do Peru impõe estado de emergência e promete ações contra crime

O presidente do Peru, José Jerí, anunciou nesta terça-feira (21) o decreto de estado de emergência em Lima e Callao, com duração inicial de 30 dias. A decisão, aprovada pelo Conselho de Ministros, foi apresentada como uma resposta direta ao avanço da criminalidade nas principais cidades do país. Segundo Jerí, a medida marca uma “mudança de postura” do governo na luta contra o crime, passando de uma atuação defensiva para uma ofensiva.

Em pronunciamento televisionado, o presidente afirmou que o objetivo é “recuperar a paz e a confiança dos peruanos”. O decreto autoriza ações conjuntas das Forças Armadas e da Polícia Nacional, incluindo patrulhamentos reforçados, bloqueios em áreas de risco e operações especiais contra organizações criminosas. “Guerras se vencem com ações, não com palavras. Viva o Peru!”, declarou Jerí em tom patriótico.

Desde que assumiu o cargo, no início de outubro, após a destituição da ex-presidente Dina Boluarte, Jerí tem reiterado que o combate à criminalidade será a principal prioridade de seu governo. Seu gabinete foi empossado na semana passada com a missão de enfrentar o aumento da violência e reorganizar as forças de segurança, que enfrentam críticas pela falta de eficiência.

Protestos e tensão nas ruas de Lima

A decisão do presidente ocorre em meio a uma onda de manifestações convocadas por grupos civis e por jovens da chamada “Geração Z”, que exigem políticas mais eficazes contra o crime. Na última quarta-feira (15), milhares de manifestantes marcharam em direção ao centro histórico de Lima, concentrando-se na Plaza San Martín antes de seguir para o Congresso, fortemente protegido por tropas policiais


Confira detalhes da onda de protestos no Peru (Vídeo: Reprodução/Instagram/@globonews)

Os protestos resultaram em confrontos violentos entre manifestantes e forças de segurança. De acordo com a Defensoria do Povo, uma pessoa morreu por ferimento a bala, 78 policiais ficaram feridos e 24 manifestantes precisaram de atendimento médico. A Autoridade de Transporte Urbano de Lima e Callao (ATU) anunciou a suspensão temporária de rotas de transporte público durante a mobilização.

O governo lamentou a morte de Ruiz, uma das participantes da manifestação, e prometeu investigação transparente. “Esperamos que as investigações determinem objetivamente os fatos e as responsabilidades”, declarou Jerí. O episódio aumentou a tensão política no país, que enfrenta um cenário de instabilidade institucional desde 2018.

Histórico de instabilidade política e medidas repetidas

Esta não é a primeira vez que o Peru adota o estado de emergência como tentativa de conter a violência. Durante o governo de Dina Boluarte, uma medida semelhante foi aplicada em março, mas, segundo analistas, teve pouco efeito prático sobre os índices de criminalidade. Especialistas afirmam que, sem políticas públicas estruturais, as ações emergenciais tendem a ter impacto limitado e temporário.

O país tem vivido uma sucessão de crises políticas: em apenas sete anos, o Peru teve seis presidentes, o que dificultou a implementação de reformas consistentes. Essa instabilidade contribuiu para o enfraquecimento das instituições e para o aumento da desconfiança popular no sistema político.

Com a nova medida, José Jerí tenta se diferenciar de seus antecessores ao propor uma “estratégia de segurança integrada”, que incluiria investimentos em tecnologia policial e maior controle nas fronteiras. No entanto, críticos alertam que sem diálogo com a sociedade e sem transparência, o estado de emergência pode apenas aprofundar o clima de repressão e instabilidade que marca o país.

STF abre prazo de recurso após publicar acórdão do julgamento de Bolsonaro

Nesta sexta-feira (22) o Supremo Tribunal Federal (STF) publicou o acordão sobre o julgamento do núcleo 1 do ex-presidente Jair Bolsonaro. Estão inclusos oito réus no acordão, além do ex-presidente, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão

O documento é o local onde se formaliza os votos dos ministros presentes para julgar o caso em questão e precisa ser emitido em até 60 dias, contando a partir do dia de encerramento do julgamento, cujo ultimo dia foi 11 de setembro. O cordão do caso tem 1.991 páginas.

Réus do núcleo

Jair Bolsonaro é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como o líder do grupo responsável por articular um plano para se manter no poder após a derrota nas urnas. Além do ex-presidente, que está com maior tempo de condenação, Alexandre Ramagem é acusado de disseminar informações falsas sobre supostas fraudes eleitorais, enquanto o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, teria colocado tropas à disposição da articulação golpista durante reunião com militares. Já o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, guardava em casa uma minuta de decreto que previa a anulação das eleições. Augusto Heleno, ex-ministro do GSI, participou de transmissões ao vivo em que colocava em dúvida a segurança das urnas eletrônicas.


STF pública decisão sobre julgamento de Bolsonaro (vídeo: reprodução/Youtube/@CNNbrasil)

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso, admitiu ter participado de reuniões e trocas de mensagens sobre o plano. O ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, teria apresentado a comandantes militares um decreto de intervenção redigido pelo próprio Bolsonaro. O único preso, até o momento, é Walter Braga Netto, acusado de financiar acampamentos golpistas e de planejar um atentado contra o ministro Alexandre de Moraes.

Decisão da Primeira Turma do STF

A Primeira Turma do STF condenou o grupo por 4 votos a 1. Entre os crimes estão organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União — este último não se aplica a Alexandre Ramagem. Também foram condenados por deterioração de patrimônio tombado, novamente com exceção do ex-diretor da Abin.


Trump defende Bolsonaro após condenação (Vídeo: reprodução/ Youtube/@SBTNews)

Com a publicação do acórdão, o tribunal abriu o prazo de até cinco dias para que as defesas dos réus possam entrar com recurso. Os advogados poderão fazer uso dos embargos de declaração, um tipo de recurso utilizado quando os advogados alegam erros, omissões ou contradições na decisão. Embora não mude o resultado do julgamento, o embargo pode adiar a execução das penas.

O réu com maior pena foi o ex-presidente Jair Bolsonaro, tendo 27 anos e 3 meses de prisão, os demais receberam entre 2 e 26 anos de prisão. Por realizado o acordo de colaboração premiada com a Justiça, o tenente-coronel Mauro Cid foi o que recebeu a pena mais branda, de apenas dois anos. Já a pena de 26 anos foi aplicada ao ex-ministro da defesa de Bolsonaro, general Braga Netto, estabelecida em 26 anos.

Governo endurece penas e propõe até 30 anos de prisão para líderes de facções

O governo federal deu um novo passo no enfrentamento às facções criminosas com o envio do Projeto de Lei Antifacção ao Palácio do Planalto nesta quarta-feira (22). A proposta, idealizada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, endurece penas para integrantes e financiadores de organizações criminosas, além de criar a modalidade “qualificada” desse tipo de crime.

Pela nova redação, a pena para quem integra, promove ou financia uma organização criminosa passará de 3 a 8 anos para 5 a 10 anos de prisão. Em casos de domínio territorial, quando o grupo controla regiões, atividades econômicas ou exerce influência por meio da violência, a pena sobe para 8 a 15 anos, sendo considerada hedionda, o que a torna inafiançável e impede benefícios como indulto ou anistia.

O projeto ainda prevê punições mais severas em casos de homicídios praticados sob ordens de facções, com possibilidade de até 30 anos de prisão, uma das maiores penas da legislação brasileira. Segundo o Ministério da Justiça, a proposta busca enfraquecer as bases financeiras e operacionais de grupos que atuam com alto poder de intimidação social, como o PCC e as milícias.

Novas medidas de investigação e controle

Além do aumento de penas, o projeto propõe mecanismos de investigação mais efetivos. Uma das novidades é a possibilidade de infiltração de policiais e colaboradores em organizações criminosas, inclusive com o uso de empresas de fachada para simular transações e desarticular esquemas de lavagem de dinheiro. Essas ações deverão ocorrer sob sigilo judicial, garantindo a integridade das operações.


Ministério Público de São Paulo e Polícia Civil investigam PCC em esquema de lavagem de dinheiro (Vídeo: Reprodução/Instagram/@globonews)

No sistema prisional, a proposta regula a gravação de conversas entre presos e advogados, mediante autorização judicial. A medida poderá ser aplicada em situações onde houver indícios de que as comunicações estão sendo usadas para comandos criminosos vindos de dentro dos presídios. Essa mudança, no entanto, deve gerar debate jurídico, já que toca em um princípio fundamental do sigilo profissional na advocacia.

O projeto também cria instrumentos para intervenção judicial em empresas associadas ao crime organizado. Caso sejam identificadas como parte de esquemas ilícitos, poderão ter seus contratos públicos suspensos e um gestor externo nomeado pela Justiça. Segundo o Ministério da Justiça, o objetivo é cortar o fluxo financeiro que mantém o poder dessas facções.

Punições ampliadas e temas que ficaram de fora

Ainda são estabelecidos agravantes que podem aumentar as penas de dois terços até o dobro, como o uso de armas de fogo ou explosivos, a morte de agentes de segurança, o envolvimento de menores e a infiltração de servidores públicos em atividades criminosas. Casos de atuação transnacional e remessa de valores ao exterior também entram na lista de circunstâncias que tornam a punição mais rigorosa.

Apesar do avanço, algumas propostas foram deixadas de fora da versão final. O Ministério da Justiça desistiu da criação de uma agência nacional de combate ao crime organizado, ideia que havia sido defendida por integrantes do Ministério Público e da Polícia Federal. Segundo a pasta, o modelo poderia gerar conflitos constitucionais com as competências já atribuídas às forças de segurança.

Também ficaram de fora mudanças nas penas para crimes eleitorais ligados ao crime organizado, como compra de votos e caixa dois. O tema deverá ser discutido em outros projetos que já tramitam no Congresso Nacional. Ainda assim, a proposta do Projeto Antifacção marca um endurecimento significativo da política penal brasileira e reforça a prioridade do governo em enfrentar o avanço das facções em todo o território nacional.

Trump exige que governo dos EUA o indenize em US$ 2,4 bilhões por investigação

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump entrou com uma demanda para que o governo federal lhe pague cerca de US$ 2,4 bilhões em indenização (equivalente a cerca de R$ 12 bilhões) sob o argumento de ter sido alvo de investigação “injusta e motivada politicamente”. A ação representa um novo capítulo da longa batalha judicial e política em que Trump se vê envolvido, ampliando o confronto entre ele e órgãos de Estado.

Motivos da reivindicação

Trump afirma que a investigação em seu desfavor ultrapassou os limites legais e violou seus direitos, contribuindo para prejuízos financeiros e danos à sua imagem pública. Ele sustenta que os processos foram impulsionados por motivações partidárias e não apenas por critérios jurídicos. A exigência de indenização se baseia em cálculos que incluem perdas diretas, lucro cessante e danos morais, segundo advogados que trabalham com o caso.


Donald Trump ( Reprodução / Pool / Getty Images Embed)

Repercussão político-judicial

A ação provocou reação entre autoridades e observadores jurídicos nos EUA. Críticos argumentam que o pedido de Trump visa pressionar e deslegitimar as investigações em curso, enquanto apoiadores do ex-presidente interpretam a medida como estratégia para reforçar sua narrativa de vítima de perseguição. O debate reflete a polarização política profunda que marca o país, especialmente em torno da figura de Trump e seu legado.

Próximos passos do litígio

O processo deverá passar por uma análise preliminar sobre a admissibilidade e os possíveis fundamentos legais de uma causa de ação civil contra o governo. Caso seja aceito, o julgamento pode se estender por meses ou até anos, devido à complexidade institucional do caso e ao alto valor reclamado. A medida abre precedentes significativos quanto à responsabilização do Estado em investigações envolvendo figuras públicas e levanta questionamentos sobre os limites entre o interesse público e a proteção de direitos individuais. Especialistas em direito constitucional e processo americano acompanham de perto a situação, destacando que a decisão poderá influenciar futuras disputas jurídicas semelhantes e definir novos parâmetros para a relação entre poder político e justiça nos Estados Unidos.

Céu brasileiro pode testemunhar chuva de meteoros Orionídeas

Nesta terça-feira (21), a chuva de meteoros Oriônidas irá iluminar o céu brasileiro, prometendo um espetáculo astronômico que poderá ser observado a olho nu. O fenômeno ocorre todos os anos, quando a Terra cruza a trilha de detritos deixada pelo cometa Halley. Os meteoros recebem esse nome por parecerem surgir do famoso “Cinturão de Órion”. O pico de atividade está previsto, especialmente, para as madrugadas de quarta-feira (22) e quinta-feira (23), o que possibilita a observação a olho nu.

Segundo a NASA, a intensidade pode ser até 20 vezes maior que o normal, com meteoros cortando o céu a uma velocidade média de 66 quilômetros por segundo. Nas regiões com céu limpo e pouca iluminação artificial, será possível ver até 20 meteoros por hora. Já nas grandes cidades, como São Paulo, a poluição luminosa deve reduzir esse número para cerca de 5 a 10 meteoros por hora.

A explicação por trás desse fenômeno

Segundo o meteorologista César Soares, as Oriônidas, como também são chamadas, surgem dos fragmentos deixados pelo cometa Halley em sua trajetória ao redor do Sol. Embora o cometa só volte a passar pela Terra em 2061, seus pequenos detritos cruzam nossa órbita todos os anos. Esse evento cria rastros luminosos — meteoros geralmente longos e brilhantes — e, em seu pico, é possível observar entre 15 e 25 meteoros por hora.


Chuva de meteoros (Foto: reprodução/Pineterest)

Como será noite de Lua Nova, o céu estará em condições ideais para testemunhar o fenômeno. Em locais escuros e com pouca poluição luminosa, sua presença se torna mais perceptível.


Postagem sobre meteoros Oriônidas (Vídeo: reprodução/Instagram/@suzanoagora_oficial)

Como assistir o fenômeno

Além de procurar um local aberto e afastado de luzes artificiais, outras medidas ajudam a acompanhar o fenômeno: chegar com antecedência de cerca de 20 minutos ao local escolhido, para permitir que os olhos se adaptem à escuridão, e lembrar que os meteoros podem surgir em intervalos irregulares. Outra recomendação é olhar para o leste, onde a constelação de Órion está localizada e de onde os meteoros podem surgir. O ideal é que a observação seja feita a olho nu, sem o uso de telescópios.

Em algumas regiões, o evento será mais perceptível, como nos seguintes locais: interior de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, oeste e sul de Minas Gerais, interior do Paraná, oeste de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Fux declara que cometeu injustiças em julgamento do 8 de janeiro

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que cometeu equívocos nos julgamentos do 8 janeiro, durante a ação penal que ocorreu nesta terca-feira (21) contra os réus do núcleo 4 da trama golpista. Em alguns dos casos, nos julgamentos de réus relacionados aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, Fux havia votado para condenar os acusados. 

O ministro, o qual foi o terceiro a votar e o primeiro a discordar do relator, Alexandre de Moraes, defendeu que os episódios de difusão de fake news sobre as urnas eletrônicas para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro narrados na denúncia não eram tão graves e entendeu não haver provas suficientes para enquadrar os réus nos crimes denunciados.


Julgamento dos réus do Núcleo 4 no STF (Foto: reprodução/STF/Gustavo Moreno)

O 8 de janeiro e o núcleo 4

“Meu entendimento anterior, julgamos muitos casos, embora amparado pela lógica da urgência, incorreu injustiças que o tempo e a consciência já não me permitiam sustentar”, começou na declaração o ministro durante o voto sobre o núcleo 4. O julgamento da Ação Penal 2694 ou núcleo 4 como é conhecida, é composto pelos acusados que fazem parte do chamado núcleo da desinformação. Segundo a acusação, o grupo propagava fake news contra opositores e o sistema eletrônico de votação em 2022, que manteria o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

De acordo com Fux, a condenação de Bolsonaro, em setembro, por golpe abriria um precedente perigoso e o ministro argumentou que o plano Punhal Verde e Amarelo e os ataques ao sistema eleitoral e o 8 de janeiro não podem ser colocados no mesmo contexto por serem atos isolados. Ele, então, foi o único a votar para anular a ação penal envolvendo seis réus, incluindo Bolsonaro, por tentativa de golpe e a defender a absolvição do ex-presidente.


Primeira Turma julga as denúncias sobre o Núcleo 4 (Foto: reprodução/STF/Rosinei Coutinho)

Das decisões às críticas

Em setembro, o Núcleo 1, formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais seis réus, foi condenado. Entre as decisões, a do Ministro Fux foi a que se destacou por ser a única a absolver os sete réus e isso gerou críticas de alguns colegas. Na semana passada, o ministro teve uma discussão com o colega Gilmar Mendes referente ao voto de Fux no julgamento de Bolsonaro.

Fux afirmou que “não é a imobilidade que sustenta a autoridade moral” dos juízes, mas sim “a capacidade de reparar erros, reconciliar a sociedade”. A sessão será aberta com o voto do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal do Núcleo 4. O ministro vai decidir se condena ou absolve os acusados. Em caso de condenação, Moraes também vai anunciar a pena dos réus.

Além do Núcleo 4, serão julgados ainda neste ano os núcleos 2 e 3. O julgamento do Núcleo 3 está marcado para 11 de novembro. O grupo 2 será julgado em dezembro.

Tornado raro atinge cidade próxima de Paris e causa destruição

Na última segunda-feira (20), uma comuna (a menor e mais antiga subdivisão administrativa da França) chamada Ermont, situada aproximadamente 20 km ao norte de Paris, foi atingida por um tornado de rara intensidade, resultando em uma fatalidade, ferimentos graves e danos significativos à infraestrutura civil e de construção.

As autoridades locais relataram que guindastes de construção foram derrubados, telhados foram arrancados e dezenas de casas ficaram sem energia elétrica. A região não está habituada a tornados dessa grandeza, e o fenômeno a surpreendeu pela rapidez e intensidade.

Impactos imediatos e atendimento de emergência

Após a passagem do tornado, equipes de resgate da região de Val-d’Oise foram acionadas para atender a várias áreas afetadas. De acordo com uma reportagem internacional, os serviços de emergência registraram mais de 700 chamadas. U

m dos incidentes mais graves ocorreu quando três guindastes caíram sobre um canteiro de obras, resultando na morte de um trabalhador de 23 anos e deixando ao menos nove pessoas feridas, sendo quatro delas em estado crítico. Diversas famílias foram forçadas a abandonar suas residências, e um ginásio da região foi usado como abrigo provisório para os desabrigados.


Momento em que telespectador filma a força do tornado Ermont (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Raridade do fenômeno e desafios meteorológicos

Especialistas indicam que tornados dessa magnitude são raros na França, principalmente em áreas próximas à capital e fora do período habitual de tempestades intensas. De acordo com análises meteorológicas internacionais, uma combinação de ventos intensos em altitude e instabilidade localizada favoreceu o desenvolvimento do fenômeno.


@accuweather

A rare tornado ripped through a town just north of Paris on Monday, killing at least one person. It’s France’s first deadly tornado since 2008.

♬ original sound – AccuWeather

Um raro tornado atinge a região de Val-d'Oise, próximo a Paris, na França (Vídeo: reprodução/Instagram/@accuweather)

As autoridades do país descreveram o fenômeno como “inesperado e de intensidade extrema”. O impacto foi evidente devido à intensidade dos ventos, que causaram destelhamentos, queda de árvores e interrupções no fornecimento de energia para centenas de residências.

Enquanto prossegue o trabalho de reconstrução e assistência às vítimas em Ermont e cidades vizinhas, o incidente levanta dúvidas sobre a prontidão para desastres meteorológicos incomuns e a urgência de revisar os protocolos de segurança em áreas urbanas densamente povoadas.

A tragédia serve como um aviso para as autoridades da França e da Europa: até mesmo áreas que historicamente foram menos atingidas por tornados devem levar em conta os riscos e a necessidade de adaptação às mudanças climáticas.

Joias roubadas do Museu do Louvre estão avaliadas em US$ 102milhões

Em entrevista à rádio francesa RTL, a promotora de Paris, Laure Beccuau, falou sobre o assalto que ocorreu no último domingo no Museu do Louvre. Ela ainda ressaltou que o valor material, apesar de exorbitante, não é nada comparado ao dano histórico que esse roubo causou.

Ela comentou que cerca de 100 investigadores estão trabalhando no caso e em busca dos criminosos. O museu segue fechado para visitações, mas com a previsão de abertura nesta quarta (22), porém a Galeria Apolo, lugar onde o roubo ocorreu, permanecerá fechada.

Lauren afirmou que o valor das peças roubadas do museu foi estimado pela curadoria do próprio museu e ela ainda completou: “Essa quantia é de fato espetacular, mas devemos lembrar que esse dano econômico não tem nada de paralelo comparável ao dano histórico causado”.

Ela ainda alertou que caso os ladrões tenham a ideia de desmontar as peças para revender ou derreter os metais será uma péssima ideia, pois ainda que somadas, jamais conseguirão obter o valor estimado das peças inteiras.

O roubo

O roubo aconteceu no domingo (19) por volta das 9h30, horário local, e cerca de 30 minutos após a abertura do museu. Cerca de 4 pessoas participaram do roubo que durou por volta de 7 minutos.

Eles invadiram o museu pela fachada usando um guindaste acoplado a um caminhão e arrombaram uma janela que dava para a Galeria Apolo, onde fica um acervo de relíquias e tesouros da realeza francesa. Depois eles fugiram de moto. A ação foi muito bem calculada, não houve tiros nem feridos.

Foram roubados nove artefatos da era Napoleônica, incluindo peças usadas pela rainha Maria Amélia e a rainha Hortência. Mas logo após o roubo uma das peças foi recuperada em uma rua próxima ao museu. O Ministério Público da França acredita que os ladrões tenham deixado cair na fuga.

Entre as joias roubadas estão uma coroa com safiras e quase 2.000 diamantes, um colar com 8 safiras e mais de 600 diamantes da rainha Maria Amélia, um conjunto de colar e brincos da segunda esposa de Napoleão, com 23 esmeraldas e 1.138 diamantes e um broche com 2.634 diamantes que foi da imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III.


Colar de esmeraldas do conjunto de Marie Louise (Foto: reprodução/Frederic SOULOY/Getty Images Embed)

O que se sabe até agora

Até agora ninguém foi preso ou identificado. Os investigadores estão analisando as imagens de câmeras de segurança e interrogando funcionários.

Todas as hipóteses estão sendo consideradas. Segundo Laure Beccuau, uma das linhas de investigações é que o roubo tenha sido encomendado por um colecionador. Também estão buscando saber se teve o envolvimento de algum trabalhador do museu que facilitou a entrada dos ladrões.

Beccuau também afirmou que não está descartada a participação do crime organizado, já que as jóias poderiam ser usadas em transações de lavagem de dinheiro.