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Ceia de Natal: Perua (não peru) e frango geneticamente selecionado; entenda

O peru tem desenvolvimento maior do que a fêmea, que é criado para outros tipos de alimentos. Já os frangos têm características ideais reproduzidas pelos produtores.

23 Dez 2021 - 19h30 | Atualizado em 23 Dez 2021 - 19h30
Ceia de Natal: Perua (não peru) e frango geneticamente selecionado; entenda Lorena Bueri

Apesar de considerados como uma tradição familiar que pode variar bastante de acordo com os costumes dos lares, as ceias de Natal trazem alguns ingredientes básicos que reforçam a ideia de um jantar especial. Rabanada, panetone, frutas secas e, claro, o peru natalino,itens que raramente faltam em uma reunião.

Mas afinal, por que o peru é considerado um dos pratos principais do Natal no Brasil? A resposta está na tradição de um outros países como os Estados Unidos, que consome a ave no feriado de Ação de Graças. E por mais que o peru de Natal seja considerado um símbolo da ceia, na verdade, apesar de o macho levar a fama, é a fêmea quem é preparada para as festas.

O motivo dela ser quem acaba indo para o forno na véspera do Natal (24) é que as peruas tem crescimento menor que os machos, sendo mais vantajoso para o produtor comercializá-los no mercado de pedaços, explica o pesquisador Elsio Figueiredo, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Suínos e Aves.


Fêmea de peru em produção do natal e não peru (Foto: Reprodução:g1.globo.com)


Já para o frango atingir o tamanho ideal para a ceia, o produtor deve fazer uma seleção genética, priorizando as características desejadas sendo o principal produto que é o macho por razão deles crescerem mais, então a fêmea acaba sendo vendida como um produto para o dia a dia. Pelo desenvolvimento em ritmos diferentes, os perus e as peruas são criados separadados, pois caso o contrário, quando o macho fica maior do que a fêmea, corre o risco dele acabar pegando toda a comida para si, deixando ela sem nada, sendo que o abate das peruas ocorre por volta de 10 semanas de idade, época em que ultrapassam os 5 kg de peso, obtendo uma carcaça de 4 kg, ideal para o Natal.

Mas, fugir da ceia não significa que os perus escapem de serem abatidos. Eles vivem até 20 semanas, chegando a 25 kg, o potencial máximo de crescimento,sua carne é usada no setor de pedaços, para fazer peito de peru, salsicha, defumados, entre outros.

“Não vale a pena para o produtor matar o peru antes (de 20 semanas) porque ele deixa de ganhar dinheiro. Imagina tu vender um macho que vai poder vender com 25 kg, por R$ 150, e tu vai matar ele com 10 semanas, com metade do peso que rende menos. Então, está na economia da produção”, explica Elsio Figueiredo pesquisador da Embrapa.

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Quanto a variedade, 4 são escolhidas para a reprodução, cada uma denominada com uma letra (A, B, C e D). Cada linha possue um traço de interesse, como exemplos: o peito maior, melhor rendimento de peso em relação à ração, capacidade de colocar mais ovos, entre outros.

A partir daí, as linhas são cruzadas entre si até nascer a geração ABCD, que é o frango vendido para as festas e ceias natalinas.

 

Foto de destaque: frango em ceia de natal. Reprodução/vix.com

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