Nesta ultima quarta-feira (30), veio a público declarações de defensores de vítimas de abuso sexual dentro da igreja católica, solicitando que o próximo que for eleito sucessor do Papa Francisco insira o assunto como de extrema importância, e com abordagem de zero tolerância a abusadores: “Consideramos que essa deve ser a questão central do conclave”, comenta Peter Isely, crítica aos últimos três Papas e a sua forma de lidar com situações de abusos dentro da igreja católica.
Peter Isely
Peter Isely é um dos criadores do grupo que reuni pessoas que sobreviveram a abusos sexuais SNAP (The Survivors Network of those Abused by Priests, nome em inglês), e frequentemente noticia sobre casos de encobrimento de abusos por parte de autoridades dentro da igreja católica.
Peter Isely (Foto: reprodução/Vincenzo Pinto/Getty Images Embed)
O encobrimento de casos de abusos
Os escândalos envolvendo casos de abusos sexuais dentro da igreja, e o encobrimento dos crimes de abusadores, vem abalando a igreja católica nas últimas três décadas, afetando a sua confiabilidade e gerando perdas de acordos milionários.
O Papa Francisco, que faleceu no dia 21 de abril, afirmou que promessas de “tolerância zero” executada pelo seu antecessor Bento XVI, destinada a abusadores continuará em vigor, e iniciou diversas mudanças para lidar com o assunto, mas defensores da causa acreditam que a sua execução vem sendo de forma irresponsável.
Papa Francisco (Foto: reprodução/Vatican Pool/Getty Images Embed)
Francisco, Bento e João Paulo II, sofreram comentários em críticas relacionadas as suas atitudes sobre o ex-cardeal Theodore McCarrick, que foi denunciado por abuso sexual, em julho de 2018, sendo declarado culpado e expulso do seu cargo de sacerdócio em 2019, faleceu em 3 de abril de 2025, e Francisco se manteve em silêncio sobre os delitos de Theodore McCarrick.
João Paulo, que esteve liderando a igreja católica de 1978 a 2005, estava envolvido em escândalos, que envolvem o sacerdote mexicano Marcial Maciel, que faleceu em (30) de janeiro de 2008. Ele foi denunciado por casos de pedofilia e abuso sexual, “Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance (…) para desafiar a organização e aprovar alguém que não tenha os mesmos antecedentes que Francisco teve, que Bento teve, que João Paulo teve”, comentou Sarah Pearson, uma das fundadoras do grupo SNAP.
A votação do conclave para a escolha do novo sucessor do Papa Francisco está prevista para começar no dia 7 de maio.
Foto Destaque: cardeais reunidos em Roma, Itália (Reprodução/Antonio Masiello/Getty Images Embed)