Entre os dias 10 e 15 de novembro, algumas cidades do Brasil enfrentam um aumento de 5ºC acima da média, de acordo com o aviso meteorológico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), fazendo com que o país vivencie uma forte onda de calor. Mas o que muita gente não sabe é que a sensação térmica, ou seja, o que o corpo humano sente nas condições de um lugar em um determinado momento, pode ser muito diferente da temperatura medida pelos termômetros.
Brasil enfrenta onda de calor que pode ser prejudicial a saúde (Foto: reprodução/Gerson Oliveira/Correio do Estado)
Sensação térmica
Esta situação é afetada por muitos fatores, como umidade do ar, vento, radiação solar e roupas. Quando a umidade do ar é alta e a temperatura é alta, a sensação de calor é maior porque o suor eventualmente não consegue evaporar e diminui a temperatura corporal, fazendo com que as pessoas sintam mais calor.
Existem diversos índices que tentam calcular a sensação térmica, levando em conta as características médias da população. Nos Estados Unidos, por exemplo, é usado o Heat Index, que combina a temperatura do ar e a umidade relativa do ar. No Canadá, é usado o Humidex, que considera a temperatura do ar e o ponto de orvalho, que é a temperatura na qual o ar fica saturado de vapor de água.
No entanto, a sensação térmica é algo subjetivo, que varia de pessoa para pessoa, dependendo de fatores como idade, metabolismo, hábitos alimentares, condicionamento físico e região em que vive ou para onde se deslocou. Por isso, não é possível ter um termômetro para cada pessoa.
Calor excessivo
O calor excessivo pode trazer riscos para a saúde, especialmente quando a temperatura corporal medida na axila está acima de 40 ºC. Nesse caso, o corpo tende a se estressar tentando baixar a temperatura, o que pode causar sintomas como vermelhidão da pele, transpiração excessiva, câimbras, desidratação, fraqueza, diminuição do raciocínio, desmaio ou convulsão.
Quando a temperatura média corporal está alta, o ser humano corre alguns riscos:
- Os vasos sanguíneos se dilatam (abrem) para tentar trocar o calor interno com o ambiente externo, podendo resultar em fraqueza;
- Há maior transpiração para tentar perder calor com a evaporação do suor;
- Com o aumento do suor, há perda de minerais e o corpo pode sentir câimbras;
- Pode haver desidratação; o feito é a diminuição do raciocínio e o tempo de reação.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam uma série de cuidados para os dias de ondas de calor. Entre as principais orientações estão: evitar a exposição direta ao sol, especialmente entre 10h e 16h; usar protetor solar, chapéus e óculos escuros; vestir roupas leves e que não retenham calor; diminuir os esforços físicos e repousar frequentemente em locais à sombra, frescos e arejados; aumentar a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, mesmo sem ter sede; fazer refeições leves e pouco condimentadas; e evitar a entrada do calor em casa, fechando cortinas e/ou janelas mais expostas ao calor. Essas medidas são especialmente importantes para grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com problemas de saúde.
Foto Destaque: umidade do ar e radiação solar são alguns fatores que aumentam a sensação de calor (Reprodução/Rovena Rosa/Agência Brasil)