A ministra da agricultura, Tereza Cristina, afirmou, em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (2), que terá uma alta nos preços dos alimentos no Brasil conforme o andamento da guerra no leste europeu.
“Se o (preço do) pãozinho vai subir? Hoje o preço do trigo disparou. Não é o mais alto dos últimos anos, mas o valor foi às alturas na Bolsa de Chicago. Preço [quem faz] é o mercado. O trigo subiu nas alturas porque a Ucrânia é um grande produtor. A soja também já subiu e agora está caindo, o milho também. Hoje o mundo é globalizado. Nos preços [dos alimentos] a gente acha que terá uma alta. Vai depender do momento”, disse Tereza Cristina.
Em todo o mundo, os valores dos alimentos estão aumentando porque a Rússia e a Ucrânia são grandes fornecedores globais de grãos.
O impacto negativo da guerra no custo de produção agrícola, consequentemente, afeta também os preços dos alimentos para o consumidor. (Foto: Reprodução/Pixabay)
“Se a guerra durar mais tempo, as consequências serão maiores. Esperamos bom senso e que essa guerra acabe rapidamente”, afirmou a ministra da agricultura.
A escalada da tensão geopolítica também já afeta o preço dos fertilizantes no agronegócio brasileiro, por ser um produto forte na região. Segundo as afirmações da ministra, o setor privado confirmou "estoque de passagem para chegar até a próxima safra, em outubro". Para evitar a escassez do produto, o governo brasileiro tem discutido sobre aumentar a importação de países como Canadá e Irã.
Contudo, Tereza Cristina afirma que ainda é muito cedo para “pregar catástrofe, ou dificuldade ou facilidade”. E diz que o que deve ser feito são ações imediatas para ter o “mínimo de dano possível. Não só no preço, mas também no abastecimento”. E continuou sua fala afirmando que o Brasil não terá problemas, em relação ao abastecimento, pelo tamanho da agricultura brasileira e por suas novas tecnologias.
"Existe uma série de tecnologias, menos fertilizantes, tudo isso vai ser colocado, temos que ter calma, equilíbrio, a agricultura brasileira é forte, vai continuar forte, mas temos que dar alternativas e condições para continuar trabalhando", afirmou a ministra.
Foto Destaque: Tereza Cristina. Reprodução/Pablo Jacob/Agência O Globo.