Trump acusa Harvard de permitir assédio antissemita no campus e ameça suspender financiamento

Em novo ataque à Harvard Governo Trump acusa instituição de permitir violação de direitos civis no campus e ameaça cortar verba federal; universidade contesta

30 jun, 2025
Presidente Donald Trump / Biblioteca Widener no Campus de Harvard em Cambridge, Massachusetts, EUA, em 4 de junho de 2025 | Foto/reprodução: Justin Lane / Cassandra Klos / Getty Images Embed
Presidente Donald Trump / Biblioteca Widener no Campus de Harvard em Cambridge, Massachusetts, EUA, em 4 de junho de 2025 | Foto/reprodução: Justin Lane / Cassandra Klos / Getty Images Embed

O governo de Donald Trump, em seu segundo mandato iniciado em 2025, intensificou a pressão sobre a Universidade de Harvard, acusando-a de violar a Lei de Direitos Civis de 1964. A instituição, uma das mais prestigiadas do mundo, enfrenta a ameaça de corte total de verbas federais, que somam bilhões de dólares anuais, essenciais para pesquisas, bolsas e programas acadêmicos.

Investigação aponta assédio antissemita

 

Segundo reportagem divulgada hoje (30) pelo jornal “The Wall Street Journal”, o Departamento de Educação dos EUA conduziu uma investigação que concluiu que Harvard falhou em proteger estudantes, professores e funcionários judeus e israelenses de assédio antissemita no campus. A acusação, formalizada em uma carta enviada ao presidente interino de Harvard, Alan Garber, detalha incidentes como ataques físicos e verbais, considerados violações do Título VI da Lei de Direitos Civis, que proíbe discriminação em instituições que recebem recursos federais.

Nesta carta, o governo exige mudanças imediatas, sob risco de suspender completamente o financiamento federal. Em abril de 2025, mais de US$2 bilhões já haviam sido congelados, aumentando a pressão sobre a instituição, que depende desses recursos para manter sua liderança global em ensino e pesquisa.


Campus de Harvard em Cambridge, Massachusetts, EUA, em 4 de junho de 2025 (Foto/reprodução: Cassandra Klos / Getty Images Embed)

Harvard resiste e acusa politização

 

Harvard reagiu com veemência, entrando com um processo contra o governo Trump em abril de 2025, alegando que as ameaças são uma tentativa de controle político sobre a academia. A universidade argumenta que as acusações são exageradas e motivadas por uma agenda ideológica contra instituições de elite, frequentemente criticadas por Trump como “viveiros do liberalismo”.

Em maio, a justiça derrubou uma tentativa do governo de proibir matrículas de estudantes estrangeiros, definindo limites legais às medidas mais extremas de Trump. A opinião pública está dividida: enquanto alguns apoiam a responsabilização de Harvard por supostas falhas na proteção de estudantes, outros veem as ações como uma chantagem para impor controle político.

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