Nas últimas semanas, os Estados Unidos e a Rússia realizaram consultas para reatar o Tratado Start, Tratado de Redução de Armas Estratégicas, cuja função é conter o avanço de armas nucleares em todo o mundo. Em fevereiro, a Rússia havia dito que sairia do tratado por discordar de alguns termos recentes. A informação foi divulgada primeiramente pela agência de notícias estatais russa, a Tass.
O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Ryabkov, disse à agência que “várias rodadas de consultas ocorreram nas últimas semanas e meses, incluindo as diretas, sem que houvesse pronunciamentos públicos.”
O diplomata russo ainda disse na entrevista que a suspensão do tratado, pedido pela Rússia em fevereiro segue em vigor, porém Ryabkov afirmou que “Esta decisão pode ser revogada ou reconsiderada apenas se os EUA demonstrarem disposição de abandonar sua política fundamentalmente hostil em relação à Federação Russa”.
Mesmo havendo discordâncias, Estados Unidos e Rússia concordam em um ponto específico e crucial, que é o de que se deve cumprir todas as limitações que foram citadas no acordo inicial, assinado em 1988, em relação a mísseis balísticos intercontinentais terrestres, lançados de bases navais, aviões ou do continente.
Bomba sendo lançada de uma base terrestre russa - (Foto/reprodução/Twitter/@RT_com)
A notificação com antecedência sobre exercícios militares também continuará a ser feita por ambas as partes, para que se mantenha, segundo palavras de Ryabkov, uma “previsibilidade e relativa estabilidade neste momento. Isso é importante por si só nestes tempos turbulentos e conturbados.”
Os Estados Unidos, através de seu conselheiro de segurança nacional, Jack Sullivan, afirma que “seu país está se preparando para negociações com a Rússia sobre controle de armas.” Sullivan continua dizendo que não apresentou pré-condições para a discussão e que foram consultas de forma direta, ou seja, de diplomata para diplomata.
O assunto retoma a pauta internacional no momento em que a Ucrânia diz que está preparando uma contraofensiva na guerra contra a Rússia e existe, por partes dos russos, uma ameaça de utilizar armas nucleares e também armas feitas com urânio empobrecido, que são armas tão letais quanto as armas atômicas.
Foto destaque: Míssil atômico russo – Foto reprodução/Twitter/ @camaradamachado
