A Venezuela vive momento de instabilidade política e após as eleições de 28 de julho se acentuou a tensão interna por conta do processo eleitoral e, durante esse processo, várias manifestações ocorreram antes, durante e depois das eleições.
E de acordo com a ONG Foro Penal, nesta quarta-feira (28), conforme a Agência France-Presse (AFP), foram 1780 pessoas presas, o maior número em 25 anos no país sul-americano.
Após a proclamação da reeleição do presidente Nicolás Maduro, onde existem denúncias de fraude, foram contabilizadas cerca de 1581 prisões.
Resultado da eleição é fator principal para a tensão
No mês passado, a Corte Nacional Eleitoral proclamou o resultado da eleição com reeleição do presidente Nicolás Maduro com 52% dos votos para exercer seu terceiro mandato que dura seis anos, mas o resultado foi publicado sem os dados desagregados da apuração seção por seção como está na lei eleitoral venezuelana.
Nicolás Maduro foi declarado vencedor pelo CNE, mas resultado é contestado (Foto: reprodução/Federico Parra/AFP)
Seu adversário Edmundo González Urrutia, que ficou com 43% dos votos, questiona o resultado das eleições alegando que houve fraude e que ele seria de fato o vencedor do pleito. O candidato opositor apresentou números dizendo que teria vencido com 60% dos votos. Após as declarações do candidato, eclodiram manifestações onde foram registradas 27 mortes, 192 feridos e 2400 detidos, segundo números oficiais.
Comissão de direitos humanos denuncia repressão violenta
A Comissão Internacional de Direitos Humanos(CIDH) fez uma denúncia durante uma sessão da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a repressão violenta, prisões arbitrárias e perseguição política no período pós-eleição na Venezuela. Além disso, também é citada na denúncia uma possível estratégia de cancelamento de passaportes de cerca de 30 pessoas, fechamento de veículos de comunicação e incentivo ao uso de aplicativos para “dedurar” outros cidadãos.
Após a apresentação da denúncia, diversos países presentes exigiram a publicação das atas eleitorais, como faz parte do rito eleitoral venezuelano.
Foto destaque: oposição denuncia escalada repressiva do governo venezuelano à oposição (Reprodução/Jacinto Oliveros/AP Photo)