O Catar se tornou o centro do mundo nos últimos dias, devido à Copa do Mundo, e isso fez com que várias questões polêmicas voltassem ao foco, entre elas está a repressão sofrida por pessoas LGBTQIA+ em países islâmicos.
Em locais com Irã, Iêmen, Arábia Saudita, entre outros países islâmicos, uma pessoa da comunidade LGBTQIA+ pode ser condenada a pena de morte.
Muito dessa repressão está baseada no Alcorão e outros textos sagrados da religião muçulmana, mas será que esses escritos são assim tão categóricos? E a resposta é: não.
De acordo com estudiosos, o Alcorão, por exemplo, é um livro que possibilita a interpretação. Segundo eles, só existem referências nítidas a relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo em um episódio, na passagem sobre a destruição Sodoma e Gomorra.
Apesar de existirem no livro outras alusões desse episódio, os estudiosos afirmam que ele é evasivo e que não tem falas diretas sobre homossexualidade ou sobre castigos a pessoas LGBTQIA+.
Livro sagrado não é categórico sobre a homossexualidade (Reprodução/Pexels/Internet)
Ainda assim, apesar de ser o principal, esse não é o único escrito que os muçulmanos seguem, existe também a sunna que é um conjunto de textos sobre os feitos do profeta Maomé.
Segundo historiadores, na sunna a homossexualidade é equiparada ao adultério, considerado crime e passível de açoitamento ou até pena de morte. Mas alguns especialistas afirmam que os textos em que se apresentam punições severas a esse público não são autênticos.
Ainda dentro do mundo islâmico temos a Sharia, código que rege todos os aspectos da vida de um muçulmano, tirado a partir do Alcorão, dos textos sagrados de Maomé e do consenso da comunidade Islã.
A palavra Sharia significa caminho e nela estão os exemplos de como os muçulmanos devem se comportar e, em caso de descumprimento, como devem ser punidos. Apesar de lá não existir a comparação entre homossexualidade e adultério, essa analogia é entendida como procedente e, por tanto, passiva de condenação. Dessa forma, a pessoa pode sofrer penas que vão do acoitamento até a pena de morte por apedrejamento.
Alguns aspectos da Sharia estão incorporados nas leis da maioria dos países islâmicos, em menores e maiores escalas, como a Arábia Saudita, que aplica praticamente palavra por palavra em seus tribunais.
Foto destaque: Estudiosos afirmam que no Alcorão não existem falas diretas sobre homossexualidade. Reprodução/Pexels/Internet