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Relembre a história de Theranos e Elizabeth Holmes

Elizabeth Holmes deve se entregar até o dia 27 de maio para cumprir a sua sentença, relembre fraude bilionária envolvendo ela e a sua empresa Theranos.

20 Mai 2023 - 20h57 | Atualizado em 20 Mai 2023 - 20h57
Relembre a história de Theranos e Elizabeth Holmes Lorena Bueri

Elizabeth Holmes foi condenada a 11 anos de prisão por frauda investidores em um esquema de testes de sangue. Sua pena começará a ser cumprida no dia 27 de maio, relembre o caso.

A jornada de Holmes começou em 2003, quando ela, aos 19 anos, abandonou o seu curso de química na faculdade de Stanford e abre a sua empresa Theranos em seguida. O principal atrativo de negócio da Theranos era um suposto teste de sangue rápido e preciso feito com uma pequena quantidade de sangue coletada da ponta do dedo.


Elizabeth Holmes e Ramesh "Sunny" Balwani. Reprodução/Vogue Korea


Com a abundância de investidores apostando na Theranos, a empresa logo passou a valer milhões. Em 2009, Theranos anuncia outro ponto importante em sua jornada, a adição de Ramesh “Sunny” Balwani como diretor operacional e presidente da empresa, mais tarde foi descoberto que Sunny e Holmes também estavam envolvidos romanticamente.

Theranos começa a ganhar visibilidade na mídia em 2013, quando é anunciado uma grande parceria da empresa com a rede farmacêutica Walgreens, com o seu primeiro centro de bem-estar na unidade de Walgreens em Palo Alto, California.


Elizabeth Holmes chegou a ser capa da FORBES como uma das mulheres mais ricas da América. Reprodução/FORBES


Holmes também começou a ganhar mídia, ela começou a aparecer em revistas, entrevistas e redes sociais, em muitas vezes com os cabelos presos para cima e usando uma camisa de manga longa de gola alta, algo semelhante ao que Steve Jobs usava, o que a consagrou ainda mais como “a nova Steve Jobs” e “a revelação do Vale do Silício” – considerado um polo da indústria da tecnologia. Em 2014, ela virou capa da revista Forbes, nomeada como uma das mulheres mais ricas da América, com uma fortuna avaliada em US$4.5 bilhões (cerca de R$22.4 bilhões), e 50% das ações da Theranos.

2015 foi o ano que marcou o começo do fim para a Theranos. O ano começou ótimo a empresa, a FDA (órgão governamental que controla alimentos, suplementos, medicamentos, cosméticos, equipamentos médicos, materiais biológicos e produtos relacionados ao sangue humano) permitiu que Theranos faça teste para o vírus da Herpes simples 1. Porém, o jornalista John Carreyrou, do jornal americano Wall Street, começou a publicar uma série de artigos investigando a empresa.

O primeiro foi um alegando que apenas 240 dos testes eram feitos por máquinas da Theranos, os outros testes eram feitos por máquinas comerciais comuns. Outra alegação era de que os exames usavam sangue do braço retirados de forma tradicional, e não as poucas gotas que Theranos dizia precisar. A empresa negou as acusações do Wall Street, alegando que eles usavam a forma tradicional de coletar sangue devido à pressão da FDA.

Holmes aumentou a sua série de entrevistas para limpar o nome da Theranos, mas no mesmo ano: a FDA publicou dois relatórios que apontavam diferentes preocupações referentes a empresa, entre elas o frasco que foi colocado como “dispositivo médico não esclarecido”; Henry Kissinger e George Shultz são transferidos da diretoria e realocados para uma nova área de conselheiros, enquanto também é criado um conselho médico separado; a empresa Safeway interrompe a parceria de US$350 milhões (cerca de 1.7 bilhão).

Em janeiro de 2016, os federais começaram a sua movimentação, com o envio de uma carta advertindo que o laboratório da California não tinha atingido os padrões esperados, e com isto colocando os seus pacientes em “perigo imediato; Theranos teria 10 dias para responder a carta – as preocupações não foram atendidas, posteriormente, os federais ameaçaram fechar os laboratórios da empresa. Isto foi o suficiente para fazer o Walgreens acabar com a parceria entre eles.

Em maio de 2016, Sunny da empresa. Em seu lugar entram Fabrizio Bonanni, William Foege e Richard Kovacevich.

Em junho de 2016, Forbes volta atrás, e publica um artigo dizendo que Holmes não tem fortuna nenhuma, e que Theranos vale mesmo por volta de US$800 milhões (por volta de R$3.9 milhões). Em uma parte do artigo, Forbes publicou:

“[...] Hoje, FORBES está diminuindo nossa estimativa da riqueza dela [Elizabeth Holmes] para nada. Theranos não tem comentários. Nossa estimava para a riqueza de Holmes é baseada inteiramente nos 50% das ações da Theranos dela”.

Em julho de 2016, os federais tiram a licença para funcionamento do laboratório da California e Holmes é banida por dois anos de comandar laboratórios para exames de sangue. Isto não impediu Holmes de tentar burlar a decisão, ao tentar investir na pesquisa e desenvolvimento de teste com o miniLab, um mini laboratório de teste.

Em outubro de 2016, as séries de processos começam, tanto pelos investidores quanto pelo Walgreens. E com isto, a demissão dos funcionários da empresa; em janeiro de 2017, 50% dos funcionários já tinham sido demitidos. Os funcionários começaram a dar entrevistas sobre as suas situações de trabalho.

Em 2017, Theranos começa a fazer acordos sobre os processos, além de concordar em pagar indenização para os federais e para o estado do Arizona – pelo marketing enganoso do exame de sangue para os consumidores do estado.

Em março de 2018, Holmes e Sunny são acusados formalmente por fraude, e a série de julgamentos começa.

Theranos ainda tentou continuar a funcionar, com Holmes saindo do cargo de CEO para que David Taylor assumisse, mas ela logo foi dissolvida.


Elizabeth chegava nos seus julgamentos de mãos dadas com os seus pais e seu namorado. Justin Sullivan/Getty Images


Em 2020, documentos indicavam que a defesa de Holmes poderia usar “doença mental” ou “relacionamento abusivo com Sunny” como defesa. O julgamento de Holmes é atraso diversas vezes, seja por conta da pandemia da Covid-19, quanto das gravidezes de Holmes – com Billy Evans, herdeiro de uma rede de hotéis na Califórnia.


Ramesh Balwani chegando para o seu julgamento. Jeff Chiu/AFP


Em janeiro de 2022, Holmes é condenada por 11 acusações. Meses depois, Sunny também é condenada.

Holmes tenta algumas vezes ter outro julgamento, com a argumentação que uma das testemunhas queria mudar o seu testemunho. Em fevereiro de 2023, ela tentou ficar longe da prisão, alegando que ela não é um risco, assim como também é mãe de duas crianças pequenas.

Sunny foi condenado a 13 anos, e está na prisão desde dezembro de 2022; Holmes tem até 27 de maio para começar a sua pena. Os dois também foram condenados a pagar US$ 452 milhões (cerca de R$ 2,2 bilhões) as vítimas da fraude.

 

Foto destaque: Condenada por fraude, Elizabeth Holmes. Ethan Pines/FORBES

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