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Por decisão do STF, Testemunhas de Jeová podem recusar transfusão sanguínea

A nova possibilidade agradou a comunidade da religião; há condições para os pacientes rejeitarem a transfusão; um novo método exigirá avaliação médica

25 Set 2024 - 21h59 | Atualizado em 25 Set 2024 - 21h59
Por decisão do STF, Testemunhas de Jeová podem recusar transfusão sanguínea Lorena Bueri

Nesta quarta-feira (25), foi dado às Testemunhas de Jeová, pelo Supremo Tribunal Federal, o direito de se recusarem a realizar transfusão de sangue, por razões religiosas. Com exceção dos pais de filhos menores de idade que, neste caso, só poderão recusar caso a outra alternativa seja realmente eficaz, confirme a avaliação médica. 

Os pacientes ainda podem solicitar ao Poder Público que custeie um procedimento que substitua a transfusão. Se o procedimento existir no Sistema Único de Saúde (SUS) e não gerar gastos excessivos, a solicitação pode ser aceita.

Há condições para que a rejeição da transfusão seja aceita

O Superior Tribunal Federal adicionou algumas condições para que a transfusão seja substituída por outro procedimento: 

  • O paciente deve ser maior de idade e a escolha deve ser livre, informada pelo paciente e expressa; 
  • A opção deve ser dita antes do procedimento médico, o paciente deve deixar previamente estabelecida sua decisão; 
  • A escolha não se estende a terceiros, deve ser feita pelo próprio paciente para ele mesmo. 

Os ministros analisaram recursos que possibilitam um procedimento médico sem aplicação de sangue de outras pessoas e a possibilidade de recusa de terapias por pacientes que fazem parte da religião, caso não exista alternativa.

Este debate discute direitos fundamentais contidos na Constituição, como: saúde, dignidade da pessoa humana, legalidade e liberdade de consciência e de crença, uma vez que a religião das Testemunhas de Jeová não permite doação de sangue de terceiros. 


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Bíblia (foto:reprodução/Win McNamee/Getty Images Embed)


Testemunhas de Jeová agradecem

A Associação de Testemunhas de Jeová Brasil publicou uma nota celebrando o posicionamento do STF: "Essa decisão fornece segurança jurídica aos pacientes, às administrações hospitalares e aos médicos comprometidos em prover o melhor tratamento de saúde, sempre respeitando a vontade do paciente”.

Segundo eles, a mesma decisão do STF foi tomada em países como Reino Unido, Itália, Canadá, Estados Unidos, África do Sul, Argentina, Colômbia e Chile. E afirmaram que a decisão está respaldada pela Corte Europeia de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de Direitos Humanos. 

Foto Destaque: transfusão de sangue (reprodução/Pexels)

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