Neste domingo (17) foi realizado o plebiscito que decidiria se a nova Constituição chilena, Carta Magna, com texto criado pela direita do país, seria aprovada ou não. E, 55,6% da população optou por não aprová-la. Cerca de 15 milhões de cidadãos chilenos deveriam ter ido às urnas, porém, nem todos compareceram, mesmo sendo o voto obrigatório.
Constituição chilena
A Constituição vigente no Chile foi criada em 1981, durante a ditadura de Augusto Pinochet, considerada uma das mais violentas da história das Américas e também pela maior parte da população, a responsável pelas desigualdades sociais do país. A redemocratização do Chile teve início nos anos de 1990, porém, não foi mexido na constituição de Pinochet.
Desde então, esta é a segunda vez que a população tenta substituí-la, sem sucesso - a primeira vez foi em 2022 que, na verdade, deveria ter ocorrido em 2020, mas teve que o ter o plebiscito adiado por conta da pandemia. O primeiro texto, criado por legisladores da esquerda, teve 62% de rejeição da população apta a votar.
Proposta de nova Constituição é novamente rejeitada no chile (Foto: reprodução/Correio do Brasil)
Nova proposta rejeitada
A nova proposta de Constituição para o Chile, apresentada pelo atual presidente, Gabriel Boric e, elaborada por um Conselho Constitucional, formado com a maioria de políticos da direita, foi considerada ainda mais conservadora que a votada em 2022, que tinha a intenção de extinguir o Senado, mas reforçava a responsabilidade do Estado no setor da educação e saúde.
Para a maioria dos críticos, a nova proposta não passa de uma reescrita da Constituição de Augusto Pinochet, principalmente no que se refere ao sistema político chileno, que não teria mudanças significativas, e continuaria voltada para o liberalismo.
Neste texto, já rejeitado, o setor privado continuaria a frente da prestação dos direitos sociais e dividiria com o setor privado a responsabilidade pela educação, saúde e previdência; assim como, incluía a comunidade indígena como parte integrante da Nação Chilena. O que foi constatado com a votação, é que nem direita e nem esquerda agradam à população, ou seja, não conseguem definir o que é melhor para a população chilena.
Foto destaque: plebiscito chileno para substituição da Constituição vigente (Reprodução/YouTube/Perfil Brasil)