Nesta sexta-feira (10), Nicolás Maduro foi proclamado presidente da Venezuela de terceiro mandato na sede da Assembleia Nacional em Caracas. A vitória, bastante criticada e apontada como fraude desde janeiro de 2024, foi transmitida pela tarde nas redes venezuelanas.
A controvérsia eleitoral e as críticas ao governo de Maduro começaram com o final da votação em julho, quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atrasou a publicação do resultado eleitoral e justificou o caso na madrugada seguinte, onde foi explicado que hackers invadiram o sistema de transmissão de dados. Logo após o fato, o CNE declarou Maduro como o vencedor e alegou que o candidato possuía um pouco mais de 50% dos votos, mesmo com 80% de apuração ignorados pelos resultados apresentarem uma “tendência irreversível”.
Desde o momento do anúncio de sua vitória, a oposição contrariou a decisão do CNE com a afirmação de que haviam feito uma contagem própria das atas eleitorais e o vitorioso seria Edmundo González Urrutia, candidato surpresa que se tornou um grande competidor contra Maduro. A oposição teria coletado informações com a ajuda de eleitores, fiscais partidários e militantes e postaram os documentos da coleta em um site que mostram mais de 70% de votos a favor de González. Várias organizações internacionais analisaram os documentos e os atestam como verídicos.
O CNE anunciou na época que os documentos seriam enviados para a análise da Suprema Corte, os dois órgãos são direcionados ou possuem aliados de Maduro. Logo em agosto, a Suprema Corte afirmou que os resultados a favor de Maduro eram os corretos e “inapeláveis”, além de se recusaram a divulgar as atas eleitorais oficiais.
Nicolás Maduro e sua esposa Cilia Flores juntos em sua cerimônia de juramento no palácio Federal Legislativo (Foto: reprodução/Jesus Vargas/Getty Images Embed)
O regime de Nicolás Maduro dificultou a participação de sua oposição nas eleições venezuelanas de 2024 e foi bastante controverso em sua imagem mundial. Algumas práticas polêmicas foram feitas contra María Corina Machado, a principal rival eleitoral de Maduro que teve sua participação impedida por autoridades eleitorais, o governo Maduro também recusou convites de observadores internacionais antes das eleições começarem e por fim, fiscais de votos da oposição de Maduro foram também barrados do serviço.
O povo também se indignou com os resultados eleitorais e vários protestos foram formados por alguns meses, porém onze mortes e 700 presos foram registrados apenas no primeiro dia de protesto e registros da ONU até o mês de dezembro afirmam 28 mortes e 2.400 presos. Edmundo González e María Corina Machado foram acusados como formadores dos protestos por Maduro e o Ministério Público da Venezuela.
Edmundo anunciou que com certeza tomaria posse de presidente nesta sexta-feira (10), ele se encontra exilado na Espanha e María Corina, até onde se sabe, se encontra escondida na Venezuela, com o procurador-geral chamado de Tarek William Saab afirmando que ela deveria ser presa pelas mortes causadas nos protestos e que Edmundo seria preso imediatamente, caso voltasse à Venezuela.
Foi esperado que cerimônia de posse de Maduro não seja frequentada por muitos chefes de Estado. Aliados antigos como os de Nicarágua e Cuba foram ditos que compareceriam, porém, no caso do Brasil ainda há discussão sobre se a embaixadora, Gilvânia Maria de Oliveira, irá comparecer.
Foto Destaque: Nicolás Maduro em plena cerimônia de juramento (reprodução/Instagram/@nicolasmaduro)