Neste domingo (28), o povo venezuelano foi às urnas para decidir o próximo presidente e, com 80% das urnas apuradas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela decretou que o atual presidente, Nicolás Maduro, venceu as eleições com 51% dos votos válidos. Com esse resultado, o atual mandatário irá governar por mais seis anos, entre janeiro de 2025 e janeiro de 2031.
A chapa da oposição liderada por Edmundo González Urrutia teria obtido 44% dos votos válidos, segundo o órgão. A diferença teria sido de 704 mil votos entre os candidatos. Como ainda são dados parciais, esses números poderão mudar ao longo do dia.
Maduro discursa
Logo após a confirmação do resultado pelo CNE, o presidente reeleito Nicolás Maduro fez um discurso em frente ao Palácio Miraflores, sede do governo, e afirmou que sua vitória significa paz e estabilidade para a Venezuela e que ele era o coração do povo.
Oposição contesta resultado
Logo após o anúncio da vitória de Maduro pelo CNE, a chapa da oposição contestou o resultado e afirmou que, pelas suas contas, tiveram 70% dos votos válidos contra 30% de Maduro, via pesquisas de boca de urna divulgadas pela agência Reuters.
Esses números foram divulgados por María Corina Machado, impedida de se candidatar nas eleições. Ela fez um discurso após o anúncio do CNE onde afirma que irá continuar a denunciar o que chamou de fraude eleitoral, combatendo com a verdade o resultado divulgado, pois, baseada nas atas dos locais de votação, a oposição tem certeza de que venceu as eleições.
Edmundo González, o cabeça da chapa escolhido para concorrer à eleição, afirmou brevemente que ele e seu partido não descansarão até que a vontade do povo seja respeitada.
Edmundo González e María Corina contestaram o resultado (Foto: reprodução/Gaby Oraa/Bloomberg/Getty Images Embed)
Questionamento internacional
Logo após a divulgação do resultado pelo CNE, diversas autoridades internacionais que acompanhavam a apuração questionaram o anúncio da vitória de Nicolás Maduro e pediram para uma recontagem de votos.
Segundo a repórter da CNN, Luciana Taddeo que está acompanhando o pleito eleitoral na Venezuela e teve acesso exclusivo às atas de votação das centrais eleitorais específicas, mostravam que Edmundo González levava vantagem sobre Nicolás Maduro. Em uma delas, a oposição venceu por 326 votos a apenas 17 do governo.
Chile, Estados Unidos e Peru foram alguns dos países que, logo após a divulgação do resultado, contestaram os dados oficiais. Já Rússia, Cuba e Nicarágua parabenizaram o presidente reeleito, Nicolás Maduro.
Cenário parecido em 2013
Durante as últimas eleições presidenciais na Venezuela em 2013, aconteceu algo parecido. O então candidato da oposição Henrique Capriles afirmou após sua derrota que o processo eleitoral tinha sido fraudado e não reconheceu o resultado.
Foram dias de protestos violentos nas ruas de Caracas, mesmo os dois candidatos tendo entrado em acordo. A situação na Venezuela à época demorou para se estabilizar.
O presidente reeleito iniciará seu novo mandato em janeiro de 2025 para mais seis anos de governo, até 2031. Com isso, maduro se torna o presidente por mais tempo no cargo, superando Hugo Chávez, que ficou por 13 anos até sua morte em 2013.
Foto Destaque: Nicolás Maduro é declarado vencedor na Venezuela (Reprodução/Jesus Vargas/Getty Images Embed)