O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou o Twitter no sábado (22) para se desculpar sobre ter dito há alguns dias que pessoas com algum tipo de deficiência intelectual têm “desequilíbrio de parafuso”. A fala aconteceu no encontro do presidente com os Três Poderes, dedicado a promover ações de segurança nas escolas do Brasil, após os últimos casos de violência. O episódio teve repercussão negativa.
Durante visita à Portugal, o líder do Executivo recorreu a uma sequência de tuítes, onde primeiramente ele destacou um dos acordos assinados em Lisboa, no qual Brasil e Portugal atuariam em função de garantir mais direitos para população de Pessoas com Deficiência (PcD) nos respectivos países. Na sequência, ele aproveitou para se retratar sobre o que disse na última terça (18), onde cometeu o erro de relacionar os transtornos mentais aos ataques criminosos que ocorreram nas escolas.
Tuítes com o pedido de desculpas do presidente Lula (Foto: Reprodução/Twitter/@LulaOficial)
Após reconhecer sua falha, o presidente diz estar "disposto a aprender e fazer o possível para que todos se sintam incluídos e respeitados. É assim que avançamos enquanto pessoas, país e sociedade.", conforme o último tuíte.
Repercussão Negativa
Na ocasião da fala, Lula disse que "na humanidade deve haver 15% de pessoas com algum problema de deficiência mental.", informação creditada pelo presidente à Organização Mundial da Saúde (OMS). Após sinalizar a incerteza dos números, ele afirma que o Brasil teria em torno de 30 milhões de pessoas com "desequilíbrio de parafuso" e devido a isso não descartaria a possibilidade de em algum momento acontecer uma desgraça.
O apresentador Marcos Mion publicou um vídeo sobre o assunto em seu Instagram em tom de inconformidade ao mesmo tempo que esclarece o porquê da fala de Lula ser tão problemática. Mion é pai de Romeu, um adolescente autista, e pontua em vídeo que o uso do termo "deficiência mental" — utilizado pelo presidente — já não é mais aceito por especialistas e ativistas das causas PcDs. Ele afirma que o certo é "deficiência intelectual", alertando as pessoas para que se adequem a essa mudança.
Ao longo do vídeo, o atual aprentador do programa Caldeirão também classifica como pejorativa a frase "desequilíbrio de parafuso", além de ter considerado irresponsável o fato do presidente associar uma condição mental debilitada a causas de atitudes criminosas. Alguns artistas apoiaram a atitude do apresentador enquanto alguns veículos informativos também noticiavam o infeliz episódio.
Foto Destaque: Presidente Luis Ignácio Lula da Silva - Foto: Divulgação/Instagram