Nesta segunda-feira (14), a polícia do estado do Rio de Janeiro prendeu duas pessoas suspeitas de terem envolvimento no caso dos transplantes de órgãos que culminaram na infecção de seis pacientes pelo vírus HIV, entre os presos está um dos sócios do Lab Saleme que atestou a qualidade dos órgãos e o técnico responsável pelos testes de amostras da central de transplantes.
Depoimento
Um jornal da rede de televisão aberta, teve acesso ao depoimento dado pelo técnico do laboratório, Ivanilson Fernandes dos Santos, sendo preso nesta segunda-feira (14). No depoimento, o técnico conta que houve mudança no controle de qualidade, que antes era diariamente e passou a ser semanalmente e que essa atitude está sujeita a risco, uma vez que o reagente a ser utilizado passa muito tempo na máquina analítica, gerando uma degradação do mesmo, ele afirma que o controle precisa ser diário para da a certeza do resultado; o técnico acredita que a ordem foi dada para economizar os kits reagentes, pois os mesmos são caros.
“Quando houve mudança do controle de qualidade, Adriana Vargas disse que a ordem era para economizar porque estava tendo muitos gastos”. Disse Ivanilson em depoimento.
Walter Vieira é ginecologista e sócio do PCS Lab Saleme (Foto: reprodução/TV Globo)
O médico, Walter Vieira, também foi preso nesta segunda-feira, o médico foi o responsável por assinar um dos laudos negativos de HIV, e assim liberou para transplante os órgãos infectados; entretanto em depoimento o médico culpou o coordenador de biologia do laboratório, Cleber de Oliveira Santos, que era responsável por chegar o equipamento onde os teste foram feitos, o coordenado também teve a prisão decretada e até o momento encontra-se foragido; quanto aos laudos falso negativo o médico culpou o técnico Ivanilson, de ter digitado o resultado errado que a funcionária Jaqueline Bacellar, não teria conferido e acabou assinando; Jacqueline também teve a prisão decretada e pretende se apresentar a polícia hoje, terça-feira (15).
Erros do PCS Saleme
Além dos erros que culminaram na infecção de seis paciente pelo HIV, o laboratório também errou no caso de Tatiane Andrade, que recebeu um resultado positivo em 2023, logo após o parto prematuro de sua filha, na época Tatiane não pode amamentar a filha, foi lhe dada medicação para secar o leite e precisou ficar internada um mês, fazendo tratamento com protocolo anti-HIV.
Foto destaque: fachada do Lab Saleme (Reprodução/Google Maps)