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Funeral do ex-presidente do Irã se inicia após acidente de helicóptero

De acordo com a mídia estatal, o helicóptero se acidentou devido ao clima. O corpo de Ebrahim Raisi será velado em várias cidades iranianas entre terça e quinta-feira

21 Mai 2024 - 18h14 | Atualizado em 21 Mai 2024 - 18h14
Funeral do ex-presidente do Irã se inicia após acidente de helicóptero Lorena Bueri

No domingo (19), ocorreu o falecimento de Ebrahim Raisi após o helicóptero em que ele estava cair próximo à fronteira com o Azerbaijão. De acordo com a imprensa estatal, a queda foi atribuída às adversas condições climáticas do local e a uma possível "falha técnica". Ainda há questões a serem esclarecidas sobre a morte do presidente iraniano.

História de Ebrahim Raisi

Ebrahim Raisi, nascido em 14 de dezembro de 1960 em Mashhad, é o atual presidente do Irã, tendo assumido o cargo em agosto de 2021. Ele começou sua carreira no sistema judicial iraniano após a Revolução Islâmica de 1979 e rapidamente ascendeu em posições de destaque, incluindo procurador-geral e chefe do Departamento de Inspeção Geral. Raisi também foi membro do Conselho dos Guardiões e do Conselho de Discernimento. Conhecido por suas políticas rigorosas e sua campanha contra a corrupção, ele enfrentou críticas severas por seu envolvimento em execuções em massa de prisioneiros políticos em 1988. Antes de sua presidência, ele chefiou o Poder Judiciário do Irã de 2019 a 2021.

Em 2021, Raisi venceu a eleição presidencial com promessas de justiça social, combate à corrupção e fortalecimento econômico, após uma tentativa fracassada em 2017. Desde que assumiu o cargo, ele se concentrou em melhorar a economia iraniana, atraindo investimentos estrangeiros e tentando mitigar o impacto das sanções internacionais. Ele mantém uma postura firme nas negociações nucleares e nas relações com o Ocidente, enfatizando a soberania e a independência política do Irã. Raisi é uma figura divisiva, admirada por sua firmeza e compromisso com reformas, mas criticada por seu histórico de direitos humanos e sua associação com o establishment conservador.

O funeral

Os serviços fúnebres do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, tiveram início nesta terça-feira (21). Conforme relatado pela mídia local, seu corpo será velado ao longo de três dias em Tabriz, Qom, a capital Teerã e Birjand. O sepultamento está programado para acontecer na quinta-feira (23) no Santuário do Imam Reza, situado na cidade de Mashhad.

Foi declarado nessa segunda pelo líder supremo do Irã, Aiatolá Khamenei, cinco dias de luto após a morte do presidente. Raisi era considerado um dos favoritos para ficar no lugar de Khamenei por ser ultraconservador. Ele estava no poder há três anos

Eleito em 2021 com final de mandato previsto para 2025, Raisi era a segunda pessoa mais importante do país, sua morte fez abrir um ar de incerteza na política do país devido a guerra entre Israel e Hamas, grupo aliado ao Teerã. Sua morte pode desencadear uma briga em torno de quem será seu sucessor. Diz Sandra Cohen.

Mohammad Mokheber, assumiu nesta segunda (21) de forma interina. O parlamento e justiça iraniana já definiu que as novas eleições ocorrerão em 28 de julho.

Vários líderes mundiais como Vladimir Putin, Kim Jong Un e o governo americano prestaram seus sentimentos ao Irã após a notícia da morte de Ebrahim repercurtir em todo mundo.


Ebrahim Raisi, presidente iraniano morto em acidente aéreo (Foto: reprodução/EFEX)


Sua eleição

Ebrahim Raisi foi eleito em primeiro turno em 2021 para um mandato de quatro anos, numa eleição marcada por uma abstenção recorde e pela exclusão de vários adversários pelo Conselho de Guardiães da Constituição.

Entre os excluídos estavam o ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad, o ex-presidente do Parlamento Ali Larijani, o atual vice-presidente Es-Hagh Jahanguiri e o reformista Mostafa Tajzadeh.

Nos anos 1980, Raisi fez parte das chamadas "comissões da morte", responsáveis pela execução de cerca de 5 mil militantes opositores ao regime dos aiatolás. Em 2019, os Estados Unidos impuseram sanções a Raisi devido a seu envolvimento nessas execuções.

Em 2022, durante o governo de Raisi, o Irã respondeu com violência a uma onda de protestos que exigiam justiça por Mahsa Amini, uma jovem que morreu três dias após ser presa por usar o véu inadequadamente em público. Segundo a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana), mais de 500 manifestantes foram mortos nos protestos.

Na época, Raisi declarou que o Irã deveria "lidar de forma decisiva com aqueles que se opõem à segurança e à tranquilidade do país".

No cenário internacional, o Irã enfrentou uma escalada de tensões com Israel. Em 1º de abril, sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana foram mortos em um ataque à embaixada iraniana na Síria. Em retaliação, em 13 de abril, o Irã lançou um ataque contra Israel, que respondeu em 18 de abril.

Ebrahim Raisi foi eleito em 2021 no primeiro turno para um mandato de quatro anos, em uma eleição marcada por abstenção recorde e pela exclusão de vários candidatos pelo Conselho de Guardiães da Constituição.

Entre os excluídos estavam o ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad, o ex-presidente do Parlamento Ali Larijani, o vice-presidente Es-Hagh Jahanguiri e o reformista Mostafa Tajzadeh.

Nos anos 1980, Raisi participou das "comissões da morte", responsáveis pela execução de cerca de 5 mil opositores ao regime dos aiatolás. Em 2019, os Estados Unidos impuseram sanções a Raisi devido ao seu envolvimento nessas execuções.

Em 2022, sob o governo de Raisi, o Irã respondeu com violência a protestos que exigiam justiça por Mahsa Amini, uma jovem que morreu três dias após ser presa por usar o véu inadequadamente em público. Segundo a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana), mais de 500 manifestantes foram mortos nos protestos.

Na época, Raisi declarou que o Irã deveria "lidar de forma decisiva com aqueles que se opõem à segurança e à tranquilidade do país".

No cenário internacional, o Irã viu uma escalada de tensões com Israel. Em 1º de abril, sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana foram mortos em um ataque à embaixada iraniana na Síria. Em retaliação, em 13 de abril, o Irã lançou um ataque contra Israel, que respondeu em 18 de abril.

Foto destaque: velório do ex-presidente iraniano Ebrahim Raisi (Reprodução/REUTERS)

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