Segundo especialistas, o Sistema Interligado Nacional foi desestabilizado devido a manutenção de uma linha de transmissão somado a um corte na energia eólica no Nordeste antes do apagão, ocorrido na última terça-feira (15). A hipótese explica que o sistema não havia resistido a estas adversidades, somado ao fato do desligamento da linha da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), subsidiária da Eletrobras.
Investigação da ONS
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o começo do apagão ocorreu devido a um desligamento de uma linha de transmissão no Ceará. O órgão, que identificou a falha da linha Quixadá-Fortaleza II, afirma que esta causa individual não teria sido capaz de gerar o apagão nacional. As investigações estão em andamento e os agentes ainda apuram as causas do efeito “cascata” da falta de energia no país.
Logo do Operador Nacional de Sistema Elétrico (Foto: reprodução/ONS)
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O professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), José Filho, explicou sobre as possíveis causas do apagão. “Essa restrição teve como consequência a redução da geração sincronizada. Então, levou o sistema a estar operando num patamar de geração um pouco menor. O sistema estava operando com pouca reserva de geração e aí, infelizmente, houve um outro evento que foi a saída da linha de Quixadá para Fortaleza”, detalhou o professor.
Outra possibilidade foi levantada por Glauco Taranto, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que explica que a perda de geração eólica levou à separação do sistema elétrico nacional em três, após o desligamento da linha de transmissão da Chesf.
Logo da Eletrobras Chesf (Foto: reprodução/Eletrobras Chesf)
Os moradores de Fortaleza e cidades metropolitanas sofreram novamente com um novo apagão, ocorrido esta manhã de sábado (19). A falta de energia afetou alguns bairros dos municípios da região.
Foto destaque: Torres de transmissão elétrica. Reprodução/iStockphoto