Nesta quarta-feira (3) uma operação prendeu seis pessoas e começou a cumprir 16 mandados de busca e apreensão relacionados ao caso de suspeita de fraude. A Polícia Federal (PF) investiga ajudantes e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro por suspeita de fraude em dados vacinais.
Segundo a Polícia Federal, a tv Globo apurou que houve fraude na carteira de vacinação de Jair Bolsonaro. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa onde o ex-presidente reside, no Jardim Botânico, em Brasília.
Mas afinal, como funcionava o esquema?
De acordo com a PF, os suspeitos inseriram dados vacinais falsos sobre Covid-19 em dois sistemas exclusivos do Ministério da Saúde, sendo eles, a Rede Nacional de Dados em Saúde e o Programa Nacional de Imunizações.
O objetivo era emitir certificados falsos de vacinação para pessoas que não tinham sido imunizadas e, assim, permitir acesso a locais onde a vacinação contra a Covid-19 era obrigatória, afirma a corporação.
Bolsonaro nesta quarta (3) em entrevista a jornalistas. (Foto: Reprodução/DW)
A apuração aponta que os documentos fraudados teriam sido usados para a entrada de comitivas do ex-presidente no EUA, onde Bolsonaro permaneceu entre janeiro e março deste ano.
Segundo uma apuração da GloboNews e tv Globo, além de Bolsonaro, outros documentos teriam sidos forjados, a documentação de sua filha casula e seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid Barbosa, do qual incluiu a espora e filha do ajudante.
Mauro Cid teria determinado que um sargento da Ajudância de Ordens da presidência da República , Luís Marcos dos Reis, incluísses os dados forjados nos sistemas do Ministério da Saúde, segundo a Globo.
Na primeira tentativa, o grupo inseriu lotes no sistema que tinham ido para outras cidades (e não para Brasília como a fraude tentava apontar). Por esse motivo, a inserção de informações falsas teve de ser refeita. Já na segunda tentativa, Os envolvidos deixaram rastros que facilitaram a apuração dos supostos crimes.
A investigação obteve trocas de mensagens entre os envolvidos que confirmaram a fraude (a quebra de sigilo foi autorizada pela justiça). Além dos indícios no sistema do Ministério da Saúde.
A fraude no cartão do ex-presidente teria ocorrido em dezembro do ano passado, para viagem aos Estados Unidos, Após a operação, Bolsonaro voltou a dizer que não tomou a vacina contra a Covid-19
As informações teriam sido inseridas no dia 21 de dezembro e seis dias depois os dados teriam sido excluídos pela servidora Claudia Helena Acosta Rodrigues Da Silva, por "erro".
“Não existe adulteração da minha parte, eu não tomei a vacina”, disse Bolsonaro a jornalistas.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, existem dois registros de aplicação da vacina da Pfizer em nome do ex-presidente datadas de agosto a outubro do ano passado.
Foto destaque: Ex-presidente Jair Bolsonaro. Reprodução/Metrópoles.