O Egito está erguendo um muro de concreto na fronteira com a Faixa de Gaza, com o intuito de aumentar a segurança entre as regiões. De acordo com imagens de satélite da Maxar Technologies desta terça-feira (24), é possível observar uma parede de concreto.
A construção do muro ainda ocorre em meio a passagens de grupos de caminhões com ajuda para Gaza, que vem sofrendo diversos problemas após ataques de Israel. Vários hospitais não estão funcionando, e segundo informações da ONU, dos 20 caminhões de ajuda que passariam pela região, apenas oito entraram no território palestino.
Pressão na fronteira
Ao que tudo indica e de acordo com imagens da Maxar Technologies, o Egito possui um guindaste, o que é possivelmente uma maneira de erguer e abaixar o muro para controlar a passagem no território.
Entre outras maneiras, essa pode ser considerada uma forma de evitar um êxodo em massa da Faixa de Gaza para a Península do Sinai, pois os bombardeios de Insrael criaram crateras na estrada lateral que atravessa a Gaza, interrompendo travessias no único ponto de saída do enclave palestino.
Egito não quer migração de civis para Sinai. (Foto: reprodução/iStock/200mm
Os ataques também causaram alarmes ao Egito, que fez um pedido ao território vizinho para que houvesse uma passagem para os civis de Gaza, ao invés de incentivar uma fuga para o sudoeste em direção a Sinai. Segundo o Egito, um êxodo em massa de palestinos para Sinai pode ser uma ameaça à segurança.
Construção de muro em 2020
Em 2020, o Egito construiu um muro de separação na Faixa de Gaza com um intuito parecido, supostamente para reforçar a segurança na Península do Sinai, de acordo com informações divulgadas pela imprensa israelense.
Segundo a Channel TV7, emissora israelense, o muro começou a ser construído em janeiro de 2020, e foi terminado em 2021. O muro cobria dois quilômetros de extensão, que ia de Kerem Shalom até a travessia da fronteira de Rafah.
Esse muro foi localizado a apenas dez metros de distância de outra construção, erguida em 2008.
Foto destaque: bombardeio em Rafah, região sul de Gaza. Reprodução/Said Khatib