Em decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, vídeos e áudios da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram divulgados. O material, exposto nesta quinta-feira (20), antes do sigilo da Polícia Federal (PF), reúne trechos de pressão e questionamentos sobre a segurança das urnas eletrônicas e obstinação na ideia de um golpe de Estado.
Nesta terça-feira (18), antes do acesso público às mídias, a Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou Bolsonaro de crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, liderança de organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da união, golpe de estado e regiões de patrimônio tombado.
Contradições
Durante as declarações, Moraes questionou Cid sobre as inconsistências de suas afirmações. Através do relatório enviado pela Polícia Federal, o ministro apresentou omissões e informações falsas. As alegações apresentadas podem gerar danos ao ex-ajudante de ordens e sua família, afirmou.
Moraes ainda afirma que a PGR já havia solicitado a prisão preventiva de Mauro Cid por sua suposta ligação ao atentado golpista contra autoridades do Executivo e do Judiciário.
Mauro Cid faz declaração ao STF (Foto: reprodução Getty Images Embed/Anadolu)
Principais pontos do depoimento
No material, Cid diz que Bolsonaro articulou para influenciar o Ministério da Defesa em um relatório oficial para atestar fraude nas urnas eletrônicas. A tentativa tinha o objetivo de fomentar a narrativa utilizada pelo governo na época para desacreditar a segurança e confiabilidade do processo eleitoral brasileiro.
A “chama” manteve acessa o discurso de apoiadores e seguidores. Mauro Cid chegou a confirmar que Bolsonaro nutria uma expectativa para uma possível reviravolta pós-eleições. Caso, até o último momento, aparecesse uma prova de fraude, segundo ele, o povo iria para rua e ainda se mobilizaria como Forças Armadas.
Foto destaque: Alexandre de Moraes torna públicos áudios de Mauro Cid (reprodução Getty Images Embed/Bloomberg)