Décima terceira potência econômica mundial e classificada como a maior exportadora de minérios valiosos como chumbo, diamantes, alumínio e de carvão do mundo, Austrália decide não firmar pacto proposto durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP26), realizada em Glasgow, Escócia, para a extinção da produção de carvão e a substituição por energias renováveis, que tem como meta impedir que a temperatura suba mais 1,5 graus Celsius, e afirma que não fechará usinas de carvão. O evento que começou em 31 de outubro ocorre até o dia 12 deste mês.
Segundo matéria publicada no site da Nature, em agosto deste ano: “A temperatura da superfície global da Terra aumentou cerca de 1,1 ° C em comparação com a média em 1850–1900 - um nível que não era testemunhado desde 125.000 anos atrás, antes da era do gelo mais recente. Este é apenas um dos fatos contundentes que aparecem em um resumo divulgado com o relatório do IPCC destinado aos formuladores de políticas”.
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O acordo tem como principal meta, a redução de emissões de gases poluentes que causam o efeito estufa e provoca uma série de efeitos nocivos à saúde do planeta como um todo, como, por exemplo, o aumento da temperatura, o que leva a alterações do estado normal do clima, culminado em catástrofes ambientais que vão desde seca dos rios, enchentes e até problemas sociais, como o aumento da fome mundial. Seguindo os passos da Austrália, estão Estados Unidos da América e China. Na contramão deles, um bloco com 40 os países que assinaram o acordo e se comprometeram a não produzir carvão.
Usina à carvão ( Foto: John W Banagan/ Getty Images)
Neste sentido, a mesma publicação da Nature afirma que: “a contínua dependência da sociedade moderna de combustíveis fósseis está aquecendo o mundo em um ritmo sem precedentes nos últimos 2.000 anos - e seus efeitos já são aparentes, com secas recordes, incêndios florestais e inundações devastando comunidades em todo o mundo”.
Nessa perpectiva, a Austrália vivencia uma realidade de deserto, segundo o site Juntos pela Água, o país vivencia uma crise hídrica por que: “35% do território nacional é classificado como deserto e grande dependência da chuva para atender às demandas por água da população”.
É importante citar que, o país que já enfrentou um período difícil de baixa pluviosidade, por 10 anos consecutivos, no qual ficou conhecido como “A Seca do Milênio” e, embora o governo do país, à época, tenha administrado muito bem o problema hídrico, com elaboração de políticas de combate ao fenômeno, ainda assim a Austrália enfrenta problemas por conta das alterações climáticas.
Usina de carvão ( Foto: Reuters/David Gray)
Em entrevista a BBC, o Membro do Parlamento australiano, Keith Pitt, deixou evidente que o faturamento é a prioridade no momento, e afirmou que o país seguirá produzindo carvão enquanto houver quem compre, “continuaremos tendo mercados nas próximas décadas, e se eles comprarem, nós venderemos", afirmou.
A estimativa para o setor carvoeiro australiano é de crescimento no país pelos próximos 10 anos. Diante disso, o ministro australiano foi contundente: “dtemos dito muito claramente que não fecharemos as minas de carvão e não fecharemos as centrais elétricas movidas a carvão", assegurou.
Foto Destaque: Usina à carvão. Reprodução/Pixabay