O principal membro do gabinete de guerra de Israel, Benny Gantz, renunciou ao seu cargo no gabinete de guerra de Israel neste domingo (09). Ele também deixa o gabinete de emergência criado após os ataques do grupo Hamas em outubro de 2023.
Benny anunciou sua saída um dia após a operação do exército israelense que salvou quatro reféns, mas acabou matando outros três, incluindo um cidadão dos Estados Unidos. Ele era o maior opositor do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que enfrenta forte pressão para o fim da guerra.
O que disse Benny Gantz
O anúncio ocorreu em uma coletiva de imprensa transmitida ao vivo pelos veículos de informação de Israel e Benny iniciou afirmando que deixa o cargo, pois "Netanyahu está nos impedindo de avançar rumo a uma verdadeira vitória”, e que a decisão de deixar o governo de emergência está sendo bastante difícil.
Gantz fez duras críticas a Benjamin Netanyahu, no qual o acusou de cometer diversos erros na condução da guerra contra o Hamas. Ele aproveitou para pedir que as eleições para o cargo de primeiro-ministro sejam antecipadas para que o povo tenha novamente confiança em um governo forte e que seja capaz de enfrentar os desafios do conflito.
Junto de Benny Gantz também renunciou ao seu cargo no gabinete de guerra, o ministro da Defesa, Yoav Gallant. No sábado (08) os comandantes haviam convocado uma entrevista coletiva para anunciar suas saídas, porém uma operação para salvar reféns estava em curso e foram obrigados a cancelar.
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O Ministro da Defesa Yoav Gallant também deixou o gabinete de guerra (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Anna Moneymaker)
Resposta de Netanyahu
A resposta de Benjamin Netanyahu veio logo em seguida e o primeiro-ministro de Israel voltou a pedir que todos se unam para continuar a luta, pedindo para que Benny não abandonasse o governo. O pedido foi em vão e Gantz renunciou ao cargo.
A saída de Gantz pressiona ainda mais para que Benjamin Netanyahu convoque a antecipação das eleições, porém segundo analistas é improvável que essa saída provoque qualquer reação neste sentido vindo do atual governo.
Pressão interna e externa
O governo Benjamin Netanyahu tem sofrido duras críticas internas e externas pela forma como conduz o conflito contra o Hamas. Todos os dias ocorrem protestos em massa em Israel pedindo antecipação das eleições e a libertação dos reféns que continuam sob domínio do grupo armado palestino.
A oposição a Netanyahu o acusa de prolongar seu governo à frente de Israel ao não convocar eleições e ficar a frente indefinidamente no poder. O primeiro-ministro tentará reeleição, mas sofre de baixa popularidade neste momento.
Além da pressão interna, vários países pressionam Netanyahu a aceitar um acordo de cessar-fogo com o Hamas. Em 24 de maio, a Corte Internacional de Justiça da Organização das Nações Unidas (ONU), se reuniu e ordenou que Israel parasse todas as operações militares em Gaza, após matar milhares de civis inocentes.
Foto Destaque: Benny Gantz renunciou a seu cargo no gabinete de guerra de Israel (Reprodução/Getty Images Embed/Amir Levy)