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A Oportunidade da Década?

O mercado se reinventa o tempo inteiro em busca de novas soluções. E para que haja uma solução, é necessário um problema.

04 Ago 2022 - 12h00 | Atualizado em 04 Ago 2022 - 12h00
A Oportunidade da Década? Lorena Bueri

O mercado se reinventa o tempo inteiro em busca de novas soluções. E para que haja uma solução, é necessário um problema. Talvez você não concorde, mas em 2008 em uma das maiores crises financeiras mundial, um desconhecido chamado Satoshi Nakamoto achou que as moedas fiduciárias eram um problema, devido ao total controle monetário do governo sobre elas, então criou uma “moeda digital” para que nenhum governo, possuísse controle algum sobre este ativo.

Hoje, após 14 anos de sua aparição no mundo, as criptomoedas vêm sofrendo as consequências do péssimo cenário macroeconômico, com alta inflação, encolhimento do PIB e aumento das taxas de juros. Outro fator que impactou o mercado de criptomoedas, foi o colapso da criptomoeda Terra Luna e sua moeda estável UST, onde cerca de mais R$ 300 bilhões evaporaram em um único dia. Tal colapso teve várias consequências sistêmicas em todo o mercado de criptomoedas, onde algumas grandes empresas se tornaram insolventes e não conseguiram pagar seus credores. Em contrapartida, há profissionais e especialistas na área que sabem como lidar com os imprevistos, e já apontam um futuro muito promissor, como Hernandes Nogueira, que atualmente é uma das referências nacionais no setor de criptomoedas.

O pior já passou?

Segundo o especialista Hernandes Nogueira, o pior momento já pode ter passado, “As consequências sistêmicas do colapso de Terra Luna, já ocorreram, o cenário macroeconômico ainda é ruim, mas acredito que já esteja precificado”, explica.

O grande problema do colapso da Terra Luna, foi que, com a queda repentina nos preços um grande fundo de investimento o 3AC que havia investido nesta criptomoeda estava alavancado, ou seja, havia pego muito dinheiro emprestado para investir no setor e acabou perdendo o dinheiro e se tronando incapaz de com as obrigações dos empréstimos. Então veio um efeito em cascata, onde as empresas que emprestaram dinheiro para este fundo, também, se tornaram insolventes e começou várias liquidações de empréstimos, quando as empresas são obrigadas a vender seus ativos, para repagar os seus credores e isso causou muita pressão de venda no mercado, mas esse problema já se amenizou, muito por conta da corretora FTX, que disponibilizou vários empréstimos para essas empresas e ate mesmo comprou uma delas”.

Já o cenário macroeconômico, ainda não é dos melhores, atingimos a maior inflação dos últimos 40 anos nos EUA. Para conter a inflação, eles elevaram a taxa de juros em 0,75 ponto percentual, com isso, ela passa do intervalo de 1,5% a 1,75% ao ano para 2,25% a 2,5%. Para nós brasileiros parece um baixo, mas para os americanos é um patamar bastante elevado. Outro problema foi a recessão técnica confirmada na quinta feira(28) com o segundo trimestre com o PIB negativo”.

Mas na minha opinião nós atingimos o pico da inflação, pois com o encolhimento econômico vem a queda na demanda e isso tende a arrefecer a alta nos preços, tanto é que já começamos a ver uma queda nos preços das commodities, outro ponto é que com a recessão técnica confirmada o Federal Reserve não poderá elevar tanto as taxas de juros, pois um aumento muito severo poderia afetar ainda mais a economia e consequentemente o mercado laboral, que possui uma das menores taxas de desemprego da história”.

Os que os indicadores mostram?

O especialista Hernandes Nogueira destaca que os indicadores direcionam para uma boa janela de investimento, “todos os indicadores cíclicos apontam que estamos em um fundo, isso não significa que não poderá cair mais ou que irá começar a subir agora, mas sim que é um bom momento para se investir neste mercado”.

Hernandes mostra o indicador Reserve Risk, que mede o risco retorno com relação entre confiança e convicção dos investidores de longo prazo ao preço do ativo, “O indicador atingiu o menor patamar desde 2015, mostrando que o risco retorno atual do ativo é muito positivo”.


Gráfico de Bitcoin (Foto: Reprodução/Divulgação)


Outro indicador que ele destaca é o MVRV (valor de mercado por valor realizado), como o próprio nome sugere, o indicador é uma divisão entre o valor de mercado do Bitcoin dividido pelo seu valor realizado, “O MVRV é um indicador muito utilizado para se identificar ótimas zonas de compra, quando o indicador está abaixo de 1, na zona verde, indica que ele esta sob valorizado, uma vez que está sendo negociado abaixo do seu valor realizado”.


Gráfico de Bitcoin (Foto: Reprodução/Divulgação)


Por último Hernandes destaca o indicador Puell Mutiple, que mede a remuneração atual dos minerados em comparação com a média do ultimo ano, “este indicador é muito utilizado para entender os ciclos de mercados, normalmente quando Puell Mutiple está muito baixo, os mineradores estão com a margem apertada, e para que eles mantenham a sua lucratividade se faz necessário um aumento no preço do ativo, e é ai que os traders entram para aproveitar a oprtunidade”.


Gráfico de Bitcoin (Foto: Reprodução/Divulgação)


Conclusão: Oportunidade da Década!

Para o especialista, podemos estar sim na oportunidade desta década para o mercado de criptoativos, para quem investe a longo prazo, pode ser sim a oportunidade da década. Acredito que nós iremos ficar um tempo em zona de acumulação até que o preço volte a atingir patamares mais altos, isso faz com que os investidores tenham tempo para se posicionar nos criptoativos, e a longo prazo ter um retorno excepcional sobre o seu investimento.

 

Foto destaque: Hernandes Nogueira. Reprodução/Divulgação

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