O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pretende impor mais uma taxação contra os chineses, desta vez, no setor de construção naval. Se a medida for adiante, o governo cobrará até US$ 1,5 milhão a cada vez que um navio fabricado na China ancorar em águas norte-americanas.
Segundo a Casa Branca, o valor dos impostos seria utilizado para financiar o setor de construção naval do país, visando aumentar o domínio do comércio marítimo. Trump alegou que pretende acabar com a “dominação chinesa do sistema de construção naval e logística.”
Consequências na taxação
Quase 30 grupos de representantes dos setores de importação e exportação, varejistas, agricultores ferroviários e outros, elaboraram um relatório, divulgado na última segunda-feira (24), onde expõem as consequências devastadoras para economia americana caso este projeto seja aprovado.
Os pequenos portos seriam preteridos pelos grandes, como os da Califórnia, Nova York e Nova Jersey, e estes competem com portos dos vizinhos Canadá e México. Caso as tarifas americanas se mostrem superiores, as transportadoras poderão desviar o curso, obrigando os clientes a solicitar serviço de frete para os Estados Unidos.
O setor agrícola já encontra dificuldade com reserva de navios para exportação após o mês de maio. Representantes disseram terem sido “pegos de surpresa” com o anúncio da medida e teme que isso torne o mercado menos lucrativo.
Donald Trump e o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Win McNamee)
A favor e contra
O setor siderúrgico dos Estados Unidos se mostrou favorável à medida, alegando que isso impulsionará a indústria no país e abriria a possibilidade para novas parcerias comerciais no setor.
Segundo o Escritório do Representante Comercial (USTR, em inglês), a produção naval chinesa aumentou mais de 50%, enquanto a americana produz menos de 10 navios por ano. Com a medida em vigor, os Estados Unidos contariam com a ajuda do Japão e da Coreia para suprir a necessidade de construção dessas embarcações.
Por outro lado, o CEO da Seaboard Marine, Edward Gonzalez, teme que a medida, ao invés de impulsionar a economia, destrua as transportadoras americanas. A empresa de Gonzalez possui 16 dos 24 navios fabricados na China.
Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Johannes Simon)
Importação de petróleo
Outra medida que afeta a China é a taxação, em 25%, de países que importam petróleo da Venezuela. O imposto começará a ser cobrado a partir de 2 de abril. A terra de Xi Jinping é a maior importadora do produto.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China se manifestou contra a taxação, alegando que os Estados Unidos estão interferindo em assuntos internos da Venezuela e criticando as sanções impostas sobre o regime de Nicolas Maduro.
Foto destaque: Porto de Oakland, na Califórnia, em 2024 (Reprodução/Justin Sullivan/Getty Images Embed)