Obstetra Shakespeare Novaes é investigado por violência obstétrica

O obstetra é réu por violência obstétrica a 15 mulheres, e a morte de um bebê no Distrito Federal. A denúncia coletiva foi entregue ao Ministério Público, e o processo corre em sigilo.

01 abr, 2023

Cresce todos os dias o número de mulheres que sofreram violência obstétrica no Brasil. Entende-se por violência obstétrica qualquer intervenção, procedimentos desnecessários e/ ou sem evidências cientificas a gestantes e parturientes; violência física, verbal ou sexual e qualquer ato que ofendam mulheres antes, durante e após o parto.

A Fundação Perseu Abramo realizou um estudo em 2010, identificando que 1 a cada 4 mulheres alegou ter sofrido violência obstétrica. Publicada em 2012, pelo Nascer no Brasil, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em pesquisa mais recente, 30% das mulheres atendidas em hospitais privados foram vítimas de violência obstétrica, enquanto no SUS, a taxa é de 45%.


Vácuo extrator, utilizado para expulsão do bebê em partos normais. (Foto:Reprodução/ Metropoles)


O assunto vem ganhando mais visibilidade nos últimos tempos devido o caso do menino Bernardo. Em outubro de 2021, Shakespeare Novaes Cavalcante de Melo, médico obstetra, foi denunciado ao Ministério Público Federal pela morte de um bebê após o parto. Segundo a família, o bebê teria sofrido um trauma na cabeça após o médico utilizar uma ferramenta chamada “vácuo extrator”, para conseguir retirá-la do útero da mãe, além da manobra de Kristeller realizada por uma enfermeira.

As denúncias só foram aceitas pelo MP um ano após o caso. Atualmente, outras 28 mulheres apresentaram denúncia coletiva contra médicos por violência obstétrica no Distrito Federal. O obstetra foi citado em 15 casos, e um relatório de 11 páginas foi entregue ao ministério.

Relatos das vítimas e acompanhantes reclamam do atendimento do obstetra no pré-natal, parto e pós-parto. As denúncias incluem sequelas para os bebês como: paralisia cerebral, convulsões, desconforto respiratório. E sequelas para as mães como: hemorragias, edemas e infecções.


Alguns exemplos de violência obstétrica. (Foto:Reprodução/ Senado Federal/ Facebook)


Algumas das outras reclamações incluem:

– Diagnósticos inadequados ou negligenciados,

– Falta de contato com o obstetra durante o trabalho de parto,

– Ausência de visitas e consultas pós-parto,

– Realização de procedimentos sem autorização da parturiente,

– Recusa a pedidos da gestante sobre o próprio parto,

O médico segue sendo investigado, a direção da Maternidade Brasília, no Sudoeste, onde ele trabalhava, o afastou. 


Segundo exemplo de violência obstétrica (Foto:Reprodução/ Migalhas)


Se você for vítima de qualquer violência obstétrica, denuncie e exija seu direto a acompanhante. 

Foto Destaque: Obstetra Shakespeare Novaes e Maternidade Brasília são alvo de investigação por violência obstétrica
Reprodução/ Uol.

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