USS Gerald R. Ford: maior porta-aviões do mundo chega na costa da Venezuela

Nesta terça, mediante um comunicado oficial da Marinha dos EUA, o USS Gerald R. Ford, também conhecido como o maior porta-aviões do mundo, entrou na “área de operações” da América Latina. Ele fará parte da operação ordenada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para combater o narcotráfico na região do Caribe.

A presença da embarcação também é uma forma de mostrar a pressão contra o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, o que aumenta o alerta de que tenha operações militares estadunidenses no país da América do Sul.

O USS Gerald Ford

Batizado em homenagem ao ex-presidente Gerald Ford, abriu uma nova classe de porta-aviões da indústria militar americana. Também é considerado o maior, mais letal e adaptável porta-aviões do mundo e o mais moderno e tecnologicamente avançado dos EUA.

Foi incluído no arsenal americano em 2017, o que é considerado recente no mundo militar. Seu comprimento total é de 332,85 m, sendo sua pista de pouso e decolagem de 76,8 m e com a capacidade de abrigar até 90 caças e helicópteros. Pesa em torno de 100 mil toneladas com a capacidade de lançar mísseis e metralhadoras. Abrigando até 5000 tripulantes.

Sua localização exata não foi informada. Após ele cruzar o Estreito de Gibraltar, o USS Gerald Ford teve seu transponder desligado. Essa medida é muito comum em operações militares visando manter a localização do navio em sigilo.

A Marinha americana em nota afirmou que: “A chegada das forças marítimas ocorre após o Secretário de Guerra, Pete Hegseth, ter ordenado que o Grupo de Ataque de Porta-Aviões apoiasse a diretiva do Presidente para desmantelar Organizações Criminosas Transnacionais e combater o narco terrorismo em defesa da Pátria.”


A embarcação USS Gerald Ford (Foto: Reprodução / U.S. Navy / Getty Images Embed)


Embarcações no Caribe

A presença militar dos EUA no mar do Caribe é vista pela imprensa americana como um sinal da “grande expansão” da campanha americana e a pressão que o governo de Trump e suas tropas militares estão fazendo contra o governo de Maduro só aumenta. A relação entre os dois países deixa toda a região com alerta para a possibilidade de operações militares de tropas americanas na Venezuela.

O Governo Trump nomeou os cartéis de drogas da América do Sul como organizações terroristas, além de ordenar operações militares contra eles com a justificativa de parar o fluxo de drogas que entra nos Estados Unidos. O governo americano também acusa Maduro de ser o chefe do Cartel de Los Soles e o presidente Trump já falou que os dias de Maduro como presidente da Venezuela estão contados.

Nicolás Maduro está preparando seu país para lutar em esquema de guerra caso haja uma invasão militar dos Estados Unidos por terra. O exército venezuelano estaria instruído a se dispersar e se esconder em caso de ataque, já que seu arsenal militar é defasado e será usado de forma estratégica.

Pai cria time de futebol para a filha ter oportunidade de jogar e disputa Libertadores

Após a frustração de ver sua filha de 12 anos sem lugar para treinar durante a pandemia da Covid-19, Freddy Da Rocha criou o time de futebol feminino ADIFFEM (Academia Integral de Fútbol Femenino) em 2021. Hoje o time é bicampeão nacional da Venezuela e disputou a Libertadores 2025 pelo grupo B.

O desejo do pai de ver sua filha brilhando no esporte e crescendo na carreira já transformou, em menos de cinco anos de existência do clube, a vida de mais de 80 garotas. Na Libertadores 2025, as jogadoras do ADIFFEM disputaram partidas contra os times Ferroviária, Boca Juniors e Alianza Lima.

De pai a presidente de time

Em janeiro de 2021, Freddy Da Rocha começou a sua trajetória no futebol feminino. Ao contrário do que muito se vê, Freddy não é um ex-atleta, ele não chegou ao esporte como profissional, mas como pai. Naquele momento em que o time estava começando, eram apenas 15 meninas jogando nas quadras de La Guacamaya, sem muita estrutura, mas com muita vontade.

Ele não fez tudo sozinho, ao seu lado tem a María Gisela Núñez, jogadora experiente, que bastante agregou no projeto com conhecimento técnico. Além disso, María Gisela é uma figura feminina, a qual traz inspiração e sensibilidade, conhecendo as necessidades que as meninas precisam para vencer os desafios diários.


Freddy da Rocha segurando o troféu de campeão venezuelano (Foto: reprodução/Instagram/@adiffem)

Desafios do futebol feminino na Venezuela

Apesar dos grandes resultados já alcançados pelo time em poucos anos, Rocha falou um pouco sobre as dificuldades ainda encontradas para o futebol feminino na Venezuela. A liga nacional não conta com jogadoras estrangeiras e falta confiabilidade nos dados sobre transferências e contratações das jogadoras.

Contudo, ainda há abertura para as jogadoras treinarem em outros países, como o Brasil. Segundo dados do jornal Lance!, no Brasileirão Feminino 2025, cerca de 40 jogadoras estrangeiras participaram da competição.


Time do ADIFFEM com equipe técnica em um dos palcos da Libertadores feminina 2025 (Foto: reprodução/Instagram/@adiffem)

Orgulhoso, Freddy conta: “De ser um pai buscando uma solução para que minha filha pudesse continuar jogando, me tornei presidente de um clube bicampeão nacional”. Futebol segue sendo o esporte da inclusão, igualdade e transformação social, o ADIFFEM é prova disto.

Maduro faz apelo em inglês: “No crazy war, please” e pede que EUA evitem escalada militar

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, usou uma expressão em inglês — “No crazy war, please” (“Não à guerra maluca, por favor”) — para fazer um apelo à administração dos Estados Unidos em meio a um aumento da mobilização militar americana em águas próximas à costa venezuelana. O discurso, marcado por tom de conciliação, ocorre em meio à tensão crescente entre os dois países, que observam manobras navais, bombardeios de embarcações suspeitas e acusações mútuas de provocação.

Contexto e motivos do apelo

Em pronunciamento feito no evento de juramentação de uma comissão sindical chavista, Maduro direcionou diretamente o recado à Casa Branca, dizendo que a Venezuela rejeita uma escalada descontrolada: “Yes peace, yes peace, forever, peace forever” (“Sim à paz, para sempre”). Em seguida brincou com sua própria pronúncia improvisada do inglês, afirmando tratar-se de “linguagem tarzaneada”.

O apelo surge após episódios em que forças americanas teriam atacado embarcações próximas à costa venezuelana, supostamente envolvidas com narcotráfico, o que Caracas interpreta como parte de uma estratégia de cerco e “mudança de regime”.


Presidente Nicolás Maduro (Foto: reprodução/FEDERICO PARRA/Getty Images Embed)

Tensão militar e reação venezuelana

A Venezuela, por sua vez, responde incrementando exercícios militares em sua costa, com o presidente agradecendo publicamente a aliados como Rússia e China por equipamentos de defesa que, segundo ele, visam evitar qualquer “agressão externa”. Maduro reforçou que o país está pronto para defender sua soberania, porém buscou transmitir uma mensagem de que a guerra não está nos planos e que a diplomacia ainda deve prevalecer.

Especialistas em relações internacionais apontam que o recado em inglês tem duplo objetivo: amenizar a imagem venezuelana perante a comunidade internacional ao mesmo tempo em que fortalece o discurso interno de resistência ao que o regime considera pressão dos EUA.

Impactos para a diplomacia e o Caribe

O uso desse tipo de linguagem — misturando inglês e espanhol, com declarações públicas de apelo — evidencia uma tentativa de Maduro de posicionar a Venezuela como um ator que prefere o diálogo, mas que se coloca preparado para o embate.

Para os Estados Unidos, essas declarações representam um desafio diplomático em um momento em que o foco se expande do Oriente Médio ao Caribe em questões de segurança e narcotráfico. A região se mantém sob alerta, já que qualquer erro de cálculo pode desencadear uma crise maior entre superpotência e país latino-americano aliado a poderes como a Rússia e a China.

Maduro critica autorização de Trump a operações secretas na Venezuela

Na noite desta quarta-feira(15), o presidente da Venezuela Nicolás Maduro fez duras críticas a autorização do presidente dos Estados Unidos Donald Trump a CIA para operações secretas no país sulamericano.

As críticas foram feitas em um discurso realizado na Venezuela, mas sem mencionar diretamente a outorga de Trump, a qual chamou de golpe de Estado da CIA.

Maduro criticou oposição fora do país

Durante o discurso, Maduro criticou a oposição, a qual chamou de covarde por não estar no país e por segundo ele pedir os Estados Unidos para bombardear ou atacar militarmente um país onde reside uma população nobre cujo objetivo é trabalhar e viver em paz.

Maduro ainda relembrou campanhas militares da CIA no Afeganistão, Iraque e Líbia, chamando de guerras eternas e fracassadas. Além disso, classificou as ameaças dos Estados Unidos como guerra psicológica.


Trecho do discurso de Nicolás Maduro (Vídeo: Reprodução/X/@somoscorta)

Outro agente do governo venezuelano que se pronunciou sobre a autorização de Trump foi o Ministério de Relações Exteriores, que classificou a declaração do presidente estadunidense como belicista e extravagante e que as políticas adotadas são de ameaça, assédio e agressão. Na nota, o governo venezuelano afirma que os EUA querem tirar Maduro do poder e também admite pela primeira vez que o objetivo da operação é os Estados Unidos se apropriarem das reservas petrolíferas venezuelanas, de onde os EUA compram petróleo desde o início da guerra russo-ucraniana.

Operação já era analisada desde setembro

De acordo com a imprensa estadunidense, uma operação que incluia ataques na Venezuela já eram discutidas pela Casa Branca desde setembro em busca de tirar Nicolás Maduro da presidência da Venezuela e combater cartéis de drogas que supostamente estariam presentes no país.

O próprio Maduro é acusado pelos Estados Unidos de liderar um cartel de drogas chamado Cartel de los Soles, o que o presidente venezuelano nega veementemente, mas o torna alvo legítimo para o governo estadunidense que considera o cartel como organização terrorista.

Em agosto, Trump já tinha anunciado o envio de embarcações e aeronaves militares para o Caribe em uma área próxima à Costa venezuelana. Além disso, foi anunciada uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações que levem à prisão do presidente venezuelano.

EUA tem bombardeado navios no Caribe

Os Estados Unidos estão desde setembro bombardeando embarcações no Mar do Caribe com a alegação de serem embarcações pertencentes ao tráfico de drogas. No ataque mais recente, seis pessoas foram mortas em Águas Internacionais, o que é considerada uma violação dos direitos internacionais.

O governo da Venezuela pede investigação a órgãos internacionais e países estrangeiros, afirmando que os EUA estão bombardeando pescadores na Costa venezuelana.

Órgãos internacionais criticam a operação, afirmando que vai contra as leis nacionais tanto por se tratarem de execuções sumárias como pelos ataques serem feitos em Águas Internacionais.

A pauta é discutida no Conselho de Segurança da ONU, que vê com preocupação um novo conflito no Mundo, desta vez na América Latina, que é um continente que tem registrado poucos conflitos nos últimos anos.

Trump autoriza ações secretas da CIA contra Venezuela

O jornal americano “The New York Times” divulgou nesta quarta (15) que o governo de Donald Trump autorizou que a Agência Central de Inteligência (CIA) faça operações secretas contra a Venezuela visando tirar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, do poder.  No mês passado, a imprensa americana também havia informado que o governo americano estava avaliando uma operação militar com alvo a possíveis estruturas ligadas a cartéis de drogas, podendo resultar em ataques à Venezuela.

Essa ação da Cia representa mais uma investida contra o presidente venezuelano, acusado pelos EUA de liderar o Cartel de los Soles, grupo que recentemente o governo americano classificou como organização terrorista internacional envolvida no tráfico de drogas. 

A carta-branca de Trump

Segundo o “The New York Times” essas ações podem incluir operações letais. O alvo seria o governo venezuelano, principalmente Maduro, porém, não está claro se a CIA já planejou ou quando essa operação pode ocorrer. 

Trump confirmou que autorizou as operações porque a Venezuela tem enviado drogas e criminosos para os Estados Unidos. Mas preferiu não responder quando jornalistas perguntaram se ele tinha conferido autoridade aos agentes da CIA para eliminar o presidente venezuelano. 

A relação entre EUA e Venezuela nos últimos meses tem ficado cada vez mais tensa e preocupante. Em agosto, o Departamento de Justiça dos EUA ofereceu uma recompensa de US$50 milhões para informações que levem à prisão de Nicolás Maduro, quem eles consideram um fugitivo. E logo após, o governo americano enviou navios e aeronaves militares para uma área próxima à costa da Venezuela, no Caribe. 

O jornal também afirmou que dificilmente se tornam públicas as ações secretas da CIA, que alguns integrantes do Congresso podem ser informados, mas são proibidos de dar qualquer detalhe. Uma das exceções mais conhecidas foi a operação que ocasionou a morte do terrorista Osama Bin Laden, responsável pelo ataque do 11 de setembro. No entanto, só foi anunciada após a conclusão da ação. 


Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (Foto: reprodução/Pedro Mattey/Getty Images Embed)

Os ataques

Desde setembro, os Estados Unidos bombardeiam barcos que eles dizem ser de organizações narco terroristas envolvidas com o transporte de drogas para o país norte-americano. 27 pessoas morreram. O mais recente foi na última terça (14), militares atingiram, em águas internacionais, um barco próximo à costa da Venezuela, o ataque matou 6 pessoas, segundo Trump. 

Especialistas dizem que o aparato militar levado ao Caribe pelos EUA é incompatível com uma operação militar contra o tráfico de drogas. Pelo menos 7 navios foram enviados, incluindo um esquadrão anfíbio, um submarino nuclear e aviões espiões P-8 sobrevoam a região, em águas internacionais, além de 4.500 militares. 

A Casa Branca não comenta claramente quais são os objetivos militares dessa operação, mas Trump, apesar de recusar a falar se ordenará ou não um ataque contra Venezuela, deixou claro que autorizou aos militares irem contra caças venezuelanos que ofereçam risco aos Estados Unidos. 

Já na Venezuela, está sendo criada uma mobilização com militares e milicianos para defender o país caso haja um ataque. Civis também estão sendo treinados. 

A comunidade internacional tem criticado fortemente as operações. A Human Rights Watch afirmou que os bombardeios violam a lei internacional por ser um caso de “execuções extrajudiciais ilegais”. Já o Conselho de Segurança da ONU, em uma reunião na última sexta (10), levantou preocupações sobre a execução de civis sem julgamento e com a possível escalada militar. 

O governo venezuelano pediu para a comunidade internacional investigar os ataques e afirmou, contrariam as falas do governo americano, que as vítimas eram pescadores.

María Corina Machado ganha Prêmio Nobel da Paz 2025

O Prêmio Nobel da Paz 2025 foi entregue para María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela, nesta sexta-feira (10). A ganhadora foi reconhecida pela liderança e sua luta a favor da democracia e direitos humanos da Venezuela. Além disso, é recebido uma premiação em dinheiro de 11 milhões de coroas suecas (R$ 6,2 milhões na cotação atual). María se tornou a 20ª mulher a ganhar o Nobel.

A luta de María Corina

A líder da oposição está nessa luta desde as eleições no país, em 2024, onde ela havia contestado duramente os resultados que fizeram o atual presidente, Nicolás Maduro, ser reeleito, alegando que não houve transparência e que a vitória de Maduro nunca foi reconhecido na área internacional até hoje. Vale destacar que ela havia sido impedida de eleger naquele ano e sofre muita repressão do regime atual. Corina havia sido presa ano passado e vive escondida na Venezuela enquanto luta pelos direitos do povo venezuelano.


María Corina Machado discursando para o povo da Venezuela (Foto: reprodução/Jesus Vargas/Getty Images Embed)

Motivações por trás da escolha

A escolha atendeu critérios de efeito duradouro, alcance internacional e risco pessoal enfrentado pelo vencedor ou vencedora. Entre as justificativas estão avanços em processos de mediação entre partes rivais, participação na reconstrução pós-conflito e promoção de direitos humanos fundamentais, inclusive para grupos vulneráveis. O comitê pontuou que o prêmio também serve para inspirar outras iniciativas semelhantes no mundo inteiro.

Reações internacionais

A notícia foi saudada por governos, organizações humanitárias e especialistas em política internacional. Em países diretamente envolvidos nos contextos de atuação do laureado, houve manifestações de apoio e comemoração. Alguns críticos questionaram se a escolha é simbólica ou se terá respaldo político real para provocar mudanças concretas sobre o terreno.

O legado e os desafios

Receber o Nobel da Paz implica responsabilidade. A expectativa é que o ganhador use o prêmio como plataforma para ampliar sua voz global, garantir segurança às suas iniciativas e consolidar acordos que já mostram sinais de fragilidade. Ao mesmo tempo, haverá pressão para que os resultados tangíveis se confirmem nos próximos anos.

Maduro envia carta aos EUA para desmentir boatos sobre ligação com tráfico de drogas

Em carta divulgada pelo governo venezuelano aos EUA no último domingo (21), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, desmentiu ser um traficante de drogas, como o governo americano o acusava. A correspondência é datada em 6 de setembro, dias após um ataque dos norte-americanos a uma embarcação, que, segundo o presidente americano Donald Trump, transportava pessoas ligadas ao tráfico de drogas.

Ainda na carta, Maduro se coloca à disposição para um diálogo com o Trump, mencionando o diplomata Richard Grenell como uma pessoa fundamental nesse trabalho.

Desmentindo boatos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, contatou os EUA para desmentir boatos acerca da ligação do país sul-americano ao tráfico de drogas, como Trump acusou. Maduro usa o espaço para afirmar que apenas 5% das drogas produzidas na Colômbia são enviadas ao território americano por meio da Venezuela. 70% dessas substâncias, segundo o líder venezuelano, são destruídas e neutralizadas pelas autoridades do país.

Maduro ainda escreveu que deseja derrotar as falsidades que vêm desmanchando o relacionamento entre ele e o governo Trump, que espera ser histórico e pacífico. Para isso, o líder da Venezuela conta com Richard Grenell, diplomata norte-americano, que resolveu o contratempo sobre as alegações de que a Venezuela não estaria recebendo pessoas naturais do país que foram deportadas dos EUA.

Mesmo sob protestos, os voos que transportam imigrantes venezuelanos ilegais nos EUA continuam funcionando, segundo autoridades ligadas ao tema.


Após ordem de Trump, frota naval dos EUA aumenta a presença nos mares caribenhos (Foto: reprodução/Daniel Gonzalez/Anadolu via Getty Images Embed)

Guerra contra os cartéis

No último dia 2 de setembro, quatro dias antes da carta escrita por Maduro, os EUA atacaram um navio venezuelano, matando 11 pessoas, que, segundo Donald Trump, pertenciam à gangue Tren de Aragua e estavam ligadas ao tráfico de drogas.

Nas últimas semanas, Trump tem priorizado a pauta do combate aos cartéis venezuelanos através do reforço naval no Mar do Caribe. Membros do governo americano disseram que o reforço naval pretende interromper a entrada de substâncias ilícitas aos EUA.

Trump tem “subido o tom” contra a Venezuela. No último dia 15, por exemplo, o líder norte-americano escreveu na Truth Social que ordenou um ataque contra “narco terroristas venezuelanos”, que deixou 3 mortos.

Já no último sábado (20), Trump exigiu que o governo venezuelano receba os deportados que anteriormente foram enviadas de maneira forçada aos EUA, segundo palavras do republicano.

Maduro anuncia uso de armas de fogo como treinamento para a população

Devido a tensão se aumentando com os Estados Unidos, com o envio dos navios americanos ao Caribe, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (18) que enviará militares paras as comunidades para ensinar a população sobre como utilizar armas de fogo. A medida contempla pessoas que já se alistaram voluntariamente, tanto homens quanto mulheres, com o objetivo declarado de torná-los capazes de lidar com esse tipo de armamento. O treinamento irá acontecer neste sábado (20).

Mobilização e ações concretas

Segundo o anúncio, a Força Armada Nacional Bolivariana conduzirá atividades diretamente nas comunidades, nos bairros, com uso de instalações militares. As ações vão englobar instruções práticas, manuseio de armas e orientações operacionais. Essa será a primeira vez que os quartéis se deslocam para ministrar treinamento além de seus limites militares tradicionais.

O anúncio repercute com preocupação dentro e fora da Venezuela. Grupos de defesa dos direitos humanos questionam os riscos de conflitos armados internos, uso indevido de armas por civis e aumento de violência. Especialistas em segurança alertam para a necessidade de clara regulamentação, supervisão e limites firmes, para que esses treinamentos não se transformem em incentivos à militarização do cidadão comum.


Maduro falando com a mídia (Foto: reprodução/Jesus Vargas/Getty Images Embed)

Escalada das tensões

A iniciativa vem em um clima de tensão que está escalando muito com os Estados Unidos, que recentemente mobilizou navios e aeronaves no Caribe e o seu motivo de realizarem tal ação, é devido ao combate ao narcotráfico. O governo Maduro aponta que essas medidas, são tomadas em função dessas ações externas percebidas como ameaças, e em defesa da soberania venezuelana. Apesar do tom bélico, o presidente afirma que não se trata de um preparo ofensivo, mas sim de uma autoproteção em cenário de pressões políticas externas. O presidente também acusou Washington, que já destruiu embarcações na região sob alegação de estarem transportando drogas, de planejar uma invasão ao seu país. Já o governo de Donald Trump, acusa Maduro de ser afiliado ao narcotráfico, chegando a oferecer 50 milhões de dólares pela sua captura e além disso, ele não é reconhecido pelo país americano e pelas principais democracias da Europa, como presidente da Venezuela.

Trump faz mistério sobre possível ação contra cartéis na Venezuela

Vocês vão descobrir.” Foi com essa resposta enigmática que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu neste domingo (7) à pergunta de um jornalista sobre a possibilidade de autorizar ataques contra cartéis atuantes na Venezuela. O comentário foi feito de forma breve, enquanto Trump deixava a Casa Branca, e acontece em meio a discussões internas no governo americano sobre ações militares direcionadas a organizações criminosas, incluindo operações em solo venezuelano.

De acordo com múltiplas fontes próximas ao assunto, essas ofensivas fazem parte de uma possível estratégia mais ampla da Casa Branca para aumentar a pressão sobre o presidente Nicolás Maduro e desestabilizar seu governo.

EUA aumenta pressão com recompensa milionária

No último dia 7 de agosto, os Estados Unidos elevaram o tom contra o governo venezuelano. A secretária de Justiça americana, Pam Bondi, anunciou uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, acusado desde 2020 de envolvimento com o narcotráfico internacional. Bondi não poupou palavras e classificou Maduro como “uma das maiores figuras do tráfico de drogas no mundo”, além de afirmar que ele representa uma ameaça direta à segurança dos EUA.

As acusações incluem supostos laços com o grupo Tren de Aragua, rotulado como terrorista por Washington, e com o Cartel de Sinaloa, do México. Ele também é apontado como líder do Cartel de Los Soles, cuja existência é contestada por alguns analistas.

Maduro, por sua parte, nega todas as acusações. Paralelamente, em uma demonstração de força, os EUA deslocaram para o sul do Caribe sete navios de guerra e um submarino de propulsão nuclear, somando mais de 4.500 militares, entre marinheiros e fuzileiros. De acordo com Donald Trump, essa mobilização faz parte de uma ofensiva mais ampla contra organizações criminosas ligadas ao tráfico, com possível alcance dentro da Venezuela.


Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (Foto: reprodução/Jesus Vargas/Getty Images Embed)

Embarcação suspeita de tráfico

Na terça-feira (2), Donald Trump divulgou um vídeo que mostra uma ação militar dos Estados Unidos contra uma embarcação suspeita de envolvimento com o narcotráfico, supostamente operada por criminosos venezuelanos. Segundo Trump, a ofensiva resultou na morte de 11 indivíduos identificados como “terroristas”, e nenhum soldado americano ficou ferido durante a operação.

Ele afirmou ainda que o ataque foi direcionado a membros da gangue venezuelana Tren de Aragua, e que a embarcação estava operando dentro da jurisdição do Comando Sul dos EUA, responsável por ações militares na região do Caribe e América do Sul.

EUA prometem intensificar operações contra cartéis de drogas na Venezuela

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou nesta quarta-feira (3) que as operações contra o narcotráfico internacional não apenas continuarão, como também devem se intensificar nas próximas semanas, sob comando de Donald Trump. A declaração foi feita após um ataque militar norte-americano, realizado na terça-feira (2), que deixou 11 mortos a bordo de uma embarcação venezuelana suspeita de transportar drogas.

Apesar da repercussão global, detalhes sobre a operação permanecem obscuros. As autoridades norte-americanas não informaram quais substâncias ilícitas estavam no barco nem qual base legal foi usada para justificar a ofensiva em águas internacionais. O Pentágono, até agora, mantém silêncio sobre os métodos empregados. O que se sabe é que a embarcação foi totalmente destruída e não houve sobreviventes.

Declarações oficiais

A ofensiva representa a primeira ação pública desde o envio de navios de guerra ao sul do Caribe pelo governo Trump, em uma escalada contra cartéis de drogas na América do Sul, com foco no regime de Nicolás Maduro.

Em entrevista à Fox News, Hegseth classificou a missão como “extremamente séria” e advertiu que qualquer embarcação vinculada a grupos narcoterroristas terá o mesmo destino. “Temos recursos no ar, no mar e em navios. Esta missão não vai parar aqui”, disse. Trump reforçou o discurso, acusando os tripulantes de integrarem a gangue venezuelana Tren de Aragua, considerada organização terrorista pelos EUA desde fevereiro. Segundo ele — sem apresentar provas — o grupo transportava “quantidades massivas de drogas”.

O secretário de Estado, Marco Rubio, em visita à Cidade do México, endossou a narrativa, afirmando que “ações similares já estão sendo preparadas” e que os EUA “não pedirão permissão para defender seu povo”. Hegseth, por sua vez, declarou que “a única pessoa que deveria estar preocupada é Nicolás Maduro, chefe de um narcoestado”. Além disso, Washington dobrou a recompensa por informações que levem à captura do presidente venezuelano, agora fixada em US$ 50 milhões.


Publicação referente a ofensiva dos EUA no mar do Caribe (Vídeo: reprodução/X/@WhiteHouse)

Críticas e questionamentos

Apesar do tom firme do governo Trump, a operação levantou fortes críticas dentro e fora dos EUA. Especialistas contestam a legalidade da ação, mesmo que tenha ocorrido em alto-mar. A justificativa de Rubio, de que se tratava de “um barco cheio de cocaína ou fentanil”, não foi considerada suficiente.

Na Venezuela, tanto autoridades do governo quanto setores da oposição levantaram dúvidas sobre a veracidade do vídeo divulgado por Trump, que mostra o suposto momento do ataque. Alegam que as imagens podem ter sido manipuladas digitalmente, hipótese ainda investigada por agências internacionais de verificação.

Controvérsias na região

Enquanto Washington insiste que a ofensiva íntegra a guerra contra o narcotráfico, críticos a veem como pretexto para uma eventual intervenção militar na Venezuela. A líder opositora María Corina Machado, no entanto, apoiou a ação, afirmando que ela salva-vidas “em ambos os lados do continente”. Já Henrique Capriles questionou os números divulgados: “Como sabiam que eram venezuelanos? Como contaram exatamente 11 mortos? Alguém recuperou documentos no mar?”.

O episódio é interpretado por parte da comunidade internacional como o início de uma nova e controversa fase da política externa de Trump na América do Sul. Nos últimos dias, a presença militar norte-americana no Caribe aumentou, com o envio de cerca de 4.500 fuzileiros e marinheiros, além de navios de guerra, em operações contra o cartel Tren de Aragua, que, segundo autoridades dos EUA, mantém ramificações em vários países da região e até mesmo na Flórida. Para o alto escalão do governo Trump, trata-se apenas do primeiro capítulo de uma guerra direta contra o narcotráfico na América do Sul.

Matéria por Neci Valencosta (In Magazine)