Pai cria time de futebol para a filha ter oportunidade de jogar e disputa Libertadores

Clube criado durante a pandemia como um espaço seguro para garotas praticarem o esporte, se tornou bicampeão Venezuelano e chega a campeonato continental

29 out, 2025
ADIFFEM em jogo da Libertadores 2025 | Reprodução/Instagram/@adifem
ADIFFEM em jogo da Libertadores 2025 | Reprodução/Instagram/@adifem

Após a frustração de ver sua filha de 12 anos sem lugar para treinar durante a pandemia da Covid-19, Freddy Da Rocha criou o time de futebol feminino ADIFFEM (Academia Integral de Fútbol Femenino) em 2021. Hoje o time é bicampeão nacional da Venezuela e disputou a Libertadores 2025 pelo grupo B.

O desejo do pai de ver sua filha brilhando no esporte e crescendo na carreira já transformou, em menos de cinco anos de existência do clube, a vida de mais de 80 garotas. Na Libertadores 2025, as jogadoras do ADIFFEM disputaram partidas contra os times Ferroviária, Boca Juniors e Alianza Lima.

De pai a presidente de time

Em janeiro de 2021, Freddy Da Rocha começou a sua trajetória no futebol feminino. Ao contrário do que muito se vê, Freddy não é um ex-atleta, ele não chegou ao esporte como profissional, mas como pai. Naquele momento em que o time estava começando, eram apenas 15 meninas jogando nas quadras de La Guacamaya, sem muita estrutura, mas com muita vontade.

Ele não fez tudo sozinho, ao seu lado tem a María Gisela Núñez, jogadora experiente, que bastante agregou no projeto com conhecimento técnico. Além disso, María Gisela é uma figura feminina, a qual traz inspiração e sensibilidade, conhecendo as necessidades que as meninas precisam para vencer os desafios diários.


Freddy da Rocha segurando o troféu de campeão venezuelano (Foto: reprodução/Instagram/@adiffem)

Desafios do futebol feminino na Venezuela

Apesar dos grandes resultados já alcançados pelo time em poucos anos, Rocha falou um pouco sobre as dificuldades ainda encontradas para o futebol feminino na Venezuela. A liga nacional não conta com jogadoras estrangeiras e falta confiabilidade nos dados sobre transferências e contratações das jogadoras.

Contudo, ainda há abertura para as jogadoras treinarem em outros países, como o Brasil. Segundo dados do jornal Lance!, no Brasileirão Feminino 2025, cerca de 40 jogadoras estrangeiras participaram da competição.


Time do ADIFFEM com equipe técnica em um dos palcos da Libertadores feminina 2025 (Foto: reprodução/Instagram/@adiffem)

Orgulhoso, Freddy conta: “De ser um pai buscando uma solução para que minha filha pudesse continuar jogando, me tornei presidente de um clube bicampeão nacional”. Futebol segue sendo o esporte da inclusão, igualdade e transformação social, o ADIFFEM é prova disto.

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