Trump anuncia demissão de diretora do Fed; Cook diz que presidente não tem autoridade legal

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na segunda-feira (25) a demissão de Lisa Cook, diretora do Federal Reserve, alegando conduta irregular em assuntos financeiros como justificativa para a medida.

Cook respondeu afirmando que Trump não possui autoridade legal para retirá-la do cargo, que seu mandato vai até 2038 e que não pretende renunciar, indicando que pretende recorrer judicialmente para permanecer na posição. A ação gerou repercussão imediata nos meios políticos e jurídicos, por se tratar de uma tentativa inédita de remover um diretor do Fed antes do fim de seu mandato previsto por lei.

Lisa Cook é economista formada pela Spelman College e pela Universidade da Califórnia em Berkeley. Antes de integrar o Federal Reserve, atuou como professora na Michigan State University e como conselheira econômica na administração Obama. Ela se tornou a primeira mulher negra a ocupar um cargo na cúpula do Fed, além de defender a inclusão de mulheres negras na economia por meio de programas de mentoria e iniciativas de diversidade na American Economic Association.


Lisa Cook (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Independência do Fed

A disputa sobre a demissão se concentra na independência do Federal Reserve. Especialistas indicam que os governadores do Fed só podem ser demitidos “por justa causa”, conceito ainda não totalmente definido legalmente, e que a ação de Trump pode provocar um litígio na Justiça.

A equipe de Cook, por meio de seu advogado Abbe Lowell, informou que tomará todas as medidas legais para impedir a demissão, alegando que a iniciativa não segue o devido processo.

A questão da autoridade legal e da independência do Fed se tornou o foco central do debate. Cook foi nomeada para o cargo com mandato definido até 2038, e a legislação do Fed limita a possibilidade de remoção sem causa justificada. A medida anunciada por Trump levantou dúvidas sobre os critérios legais para demissão e o impacto sobre a autonomia da instituição na condução da política monetária.

Impactos no mercado

A reação política e do mercado também foi imediata. Parlamentares democratas, como Elizabeth Warren e Hakeem Jeffries, criticaram publicamente a tentativa de remoção. Nos mercados financeiros, os rendimentos de títulos públicos subiram e Wall Street abriu em queda, refletindo a apreensão sobre os efeitos da intervenção na liderança do Fed.

Lula convoca segunda reunião ministerial de 2025 e critica tarifaço dos EUA: “Somos um país soberano”

Na manhã desta terça-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comandou no Palácio do Planalto a segunda reunião ministerial de 2025. O encontro teve como objetivo avaliar as ações do governo e alinhar pautas estratégicas, especialmente diante do cenário internacional marcado pelo anúncio do chamado “tarifaço” pelos Estados Unidos, que prevê sobretaxas de até 50% sobre exportações brasileiras.

O presidente também fez críticas diretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao deputado Eduardo Bolsonaro, a quem acusou de atuar contra os interesses do país no exterior. Durante a abertura, Lula destacou que ministros como Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Mauro Vieira estão “24 horas por dia à disposição” para negociações, mas ressaltou que o Brasil não aceitará ser tratado como subordinado em acordos comerciais.

Somos um país soberano, temos uma Constituição, temos uma legislação, quem quiser entrar nesses 8,5 milhões de quilômetros quadrados, no nosso espaço aéreo, no nosso espaço marítimo, nas nossas florestas, têm que prestar contas à nossa Constituição e à nossa legislação“, disse o presidente.

Lula reforçou que o governo está aberto ao diálogo, desde que em condições de igualdade, e citou o impacto econômico que as medidas tarifárias americanas podem trazer ao Brasil.


Ministro Fernando Haddad com o boné "O Brasil é dos brasileiros" (Foto: reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Pautas prioritárias

A discussão sobre comércio exterior dominou a reunião, com foco nas sobretaxas impostas pelos Estados Unidos e na resposta do governo brasileiro. Lula reiterou que sua equipe econômica e diplomática está pronta para defender os interesses nacionais em negociações. A orientação dada aos ministros foi de manter firmeza nas tratativas e garantir que o país seja respeitado em qualquer mesa de negociação.

O presidente ainda mencionou conflitos internacionais, como a guerra na Ucrânia e a situação em Gaza, e defendeu que o Brasil mantenha posição clara de defesa da paz e da dignidade humana, afirmando que o conflito na Faixa de Gaza segue resultando em mortes diárias e acusou as forças israelenses de tratarem crianças famintas como se fossem integrantes do Hamas, caracterizando a situação como um genocídio em curso.

Discurso político

O evento também teve forte caráter político. Lula criticou Eduardo Bolsonaro, acusando o deputado de trabalhar contra o Brasil nos Estados Unidos, o que classificou como “uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus”.

Além do discurso, símbolos foram utilizados para reforçar a mensagem de soberania: ministros compareceram usando bonés azuis com a frase “O Brasil é dos brasileiros”. No mesmo contexto, Lula direcionou críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e relacionou sua postura à tentativa de enfraquecer a imagem do país.

Índia mantém negociações comerciais com EUA, mas defende interesses nacionais

O ministro das Relações Exteriores da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, afirmou no último sábado (23) que as negociações comerciais com os Estados Unidos seguem em andamento. A declaração ocorre poucos dias antes da entrada em vigor de tarifas adicionais de até 50% sobre produtos indianos, adotadas por Washington em resposta ao aumento das compras de petróleo russo pelo país asiático.

Até o momento, 25% das tarifas já estão em vigor, enquanto os outros  25% restantes entram em ação a partir de 27 de agosto. Uma visita de negociadores comerciais dos EUA a Nova Délhi, entre os dias 25 e 29 de agosto, foi cancelada, frustrando as expectativas de um possível adiamento ou redução das taxas.

Temos alguns limites nas negociações, que devem ser mantidos e defendidos”, disse Jaishankar durante evento do Economic Times, destacando a proteção aos agricultores e pequenos produtores do país. Ele também criticou as decisões do governo Trump, definindo-as como “incomuns”, e apontou que preocupações sobre compras de petróleo russo não estão sendo aplicadas a outros grandes consumidores, como China e União Europeia.

Tarifas impactam crescimento econômico e comércio bilateral

O comércio bilateral entre Índia e EUA supera US$ 190 bilhões e já enfrentou tensões no início do ano, quando negociações anteriores fracassaram devido à recusa indiana em abrir setores estratégicos como agricultura e laticínios.

Analistas da Capital Economics avaliam que, caso as tarifas adicionais sejam mantidas, o impacto no crescimento econômico da Índia será de 0,8 ponto percentual neste ano e no próximo. A medida também pode reduzir a atratividade da Índia como centro global de manufatura, afetando investimentos estrangeiros de longo prazo.

Jaishankar ressaltou que a Índia tem o direito de tomar decisões em seu interesse nacional e destacou que a questão do petróleo russo não havia sido levantada em negociações anteriores. Segundo o ministro, o comércio entre Rússia e Europa é maior do que entre Índia e Rússia, o que levanta questionamentos sobre a seletividade das tarifas aplicadas.


Governo Trump dobrou tarifas aos produtos da Índia (Vídeo: reprodução/YouTube/@cnnbrasil)

Repercussões para investidores e empresas

O aumento das tarifas tem gerado preocupação entre empresários e investidores internacionais, que agora reavaliam contratos de exportação e estratégias de entrada no mercado norte-americano. Setores como tecnologia, produtos manufaturados e agronegócio podem enfrentar custos mais elevados, margens reduzidas e atrasos logísticos. A incerteza sobre a continuidade das negociações aumenta a volatilidade nos preços de commodities e pode influenciar decisões de investimento direto estrangeiro, enquanto empresas indianas buscam alternativas de mercado para minimizar os impactos das tarifas impostas pelos EUA.

Enquanto as negociações continuam, empresas indianas e investidores internacionais observam atentamente o desenrolar do conflito tarifário, avaliando seus impactos sobre custos, competitividade e estratégias de exportação em um cenário de crescente tensão comercial global.

X denuncia restrições digitais no Brasil e ações do STF

O X (ex-Twitter) enviou comentários ao Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), acusando o Brasil de adotar regras que ameaçam a liberdade de expressão e prejudicam o comércio digital. O documento foi publicado nesta terça-feira (19), em resposta à investigação sobre supostas práticas desleais no comércio internacional.

O órgão realiza uma investigação sob a Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974, analisando  as práticas comerciais do Brasil a pedido do presidente Donald Trump.

Reclamações da plataforma

Nos documentos enviados ao USTR, a empresa expressa “sérias preocupações” sobre a proteção da liberdade de expressão e a aplicação justa das regras no Brasil, afirmando que tais práticas impactam diretamente os provedores de serviços digitais dos EUA.

“O ambiente regulatório brasileiro tem se deteriorado de forma significativa, com medidas que extrapolam os limites da jurisdição nacional e criam incertezas jurídicas para provedores de serviços digitais sediados nos EUA”, escreveu a rede social de Elon Musk.

O X afirma que decisões do Judiciário brasileiro enfraquecem as garantias do Marco Civil da Internet. A empresa cita, por exemplo, a decisão do STF em junho, que alterou o artigo 19 e permite a responsabilização de plataformas em alguns casos mesmo sem ordem judicial prévia. 

Segundo eles, a medida aumenta a incerteza jurídica e os custos de conformidade, estimula ações judiciais contra empresas norte-americanas de aplicativos e “cria fortes incentivos para que as plataformas removam conteúdos preventivamente, o que pode afetar discursos legais, inclusive de cidadãos dos Estados Unidos”.

A plataforma acusa diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de adotar medidas sem base legal, incluindo a suspensão da rede social no país, a apreensão de recursos de empresas sem relação com os processos e a desativação de contas, inclusive de políticos e jornalistas. A empresa afirma que grande parte dessas decisões ocorreram sob sigilo, impedindo a defesa nos processos.


Governo Lula solicita aos EUA reavaliação de investigação sobre o Brasil (Reprodução/YouTube/Metrópoles)

O que é Seção 301

A Seção 301 é uma ferramenta da legislação comercial dos EUA que permite ao governo investigar práticas de outros países consideradas prejudiciais ao comércio americano. O processo exige que o país investigado apresente sua defesa e geralmente dura cerca de 12 meses.

Se as práticas forem confirmadas, o USTR (Representante Comercial dos EUA) pode recomendar sanções, como tarifas extras ou restrições de mercado. Além da investigação, Trump aplicou sobretaxa de 50% a diversos produtos brasileiros e sancionou financeiramente o ministro Alexandre de Moraes.

Cidade de Kharkiv, na Ucrânia, sofre ataque da Rússia e deixam cinco mortos e 18 feridos

Ataque de drones russos aconteceram na cidade de Kharkiv, cidade ao leste da Ucrânia, na última sexta-feira (15), causando ao menos cinco mortes, logo após o encontro do presidente da Rússia, Vladimir Putin e o Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.

O bombardeio russo aconteceu um dia antes da reunião entre Trump e Zelensky. Dentre as vítimas está uma criança de três anos.

O ataque russo à Ucrânia

Na noite de domingo (17), a Rússia lançou um drone balístico contra uma área residencial de Kharkiv, deixando 5 mortos e 18 feridos, segundo informações de autoridades locais, divulgadas nesta segunda-feira (18).


Vídeo compartilhado por Volodymyr Zelensky (Vídeo: reprodução/Instagram/@zalenskyy_official)

“Mais um ataque balístico russo à nossa cidade. É exatamente por isso que Putin não quer um cessar-fogo…”, denunciou o chefe da administração presidencial, Andrii Yermak, no X.

Kharkiv é a segunda maior cidade da Ucrânia, localizada ao leste, perto da fronteira com a Rússia. O local já havia sofrido um ataque russo de uma hora, em abril deste ano.q

O encontro de Putin e Trump

Na sexta-feira (15), os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia tiveram uma reunião na base militar de Anchorage, no Alasca, para discutir o fim da guerra entre Rússia x Ucrânia. O encontro que não contou com a presença do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.


Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu Vladimir Putin, no Alasca. (Foto: reprodução/X/@FoxNews)


Encontro do presidente ucraniano com Trump

Nesta Segunda-feira, o Zelensky, presidente da Ucrânia, se reúne com o Trump, por volta de 14h (horário de brasília), em Whashington, dois dias após o encontro com o presidente russo, Vladimir Putin.

Além do Zelensky, foi confirmado a presença do presidente francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, o chanceler alemão Friedrich Merz, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o presidente finlandês, Alexander Stubb.

Esposa de Trump envia carta para Putin sobre sequestro de crianças

No encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin em Anchorage, Alasca, para discutir o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia, Melania Trump, esposa do presidente e primeira-dama dos Estados Unidos, aproveitou essa conversa em particular para enviar uma carta para o presidente da Rússia para discutir à respeito dos sequestros de crianças durante a guerra que está ocorrendo desde 2022. Melania não pôde estar presente na reunião, por isso foi dado em mãos pelo próprio marido. Trump e Putin se reuniram para discutir tal assunto nesta sexta-feira (15).


Trump e Putin se encontrando nesta sexta-feira (15) (Foto:  reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)


Mensagem na carta e agradecimento

A carta, no momento, não teve seu conteúdo revelado, mas a mensagem expôs a preocupação com os impactos duradouros do conflito sobre os menores, especialmente aqueles que foram retirados de suas casas. A linguagem escolhida, ao mesmo tempo sensível e evocativa, ressoou não só no lado humanitário, mas também político, ao colocar essas crianças no centro da urgência por um desfecho pacífico. Ao saber disso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, enviou agradecimentos a primeira-dama em uma ligação com o Trump que ocorreu no sábado (16), lembrando que o mesmo não foi convidado para a reunião de ambos.


Donald e Melania Trump juntos em discurso (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Acusação de Putin

Após a notícia de Putin deportar crianças ilegalmente de áreas ocupadas da Ucrânia para a Rússia, o presidente foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional, e os juízes haviam enviado um mandado de prisão contra ele em março de 2023 por crimes de guerra, no caso, os sequestros de crianças nas áreas ocupadas pelo país rival. A Rússia afirmou ter levado os menores para o seu território, porém, segundo eles, são apresentados como uma campanha humanitária para proteger orfãos abandonados durante o conflito longíguo.

Um enorme apelo

A carta de Melania Trump virou um símbolo de que, mesmo em cenários políticos tensos, gestos humanitários ainda podem atravessar barreiras. Ao focar nas crianças, o documento reforçou que, além dos interesses geopolíticos, há vidas em jogo e que proteger a infância transcende disputas e ideologias. Vale lembrar que após a reunião, Trump afirmou que não houve um avanço no acordo pelo fim da guerra.

Moraes afirma que não vai “recuar nem um milímetro” em julgamento de Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em entrevista ao jornal norte-americano The Washington Post que não pretende alterar sua condução do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo após as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos. A entrevista foi divulgada nesta segunda-feira (18).

Segundo Moraes, não há possibilidade de recuar em relação ao caso, que será analisado pela Primeira Turma do STF em setembro. O ministro ressaltou que o julgamento seguirá dentro da legalidade e que caberá à Corte decidir, com base nas provas, quem deve ser condenado ou absolvido.

Sanções e críticas internacionais

Moraes foi incluído na lista de sanções da chamada Lei Magnitsky, mecanismo utilizado pelos Estados Unidos para punir autoridades estrangeiras acusadas de abusos de poder. A Casa Branca alegou que o ministro estaria promovendo uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, argumento reforçado por membros do governo do presidente dos EUA, Donald Trump.


Ministro do STF Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Nurphoto/Getty Images Embed)

Com a medida, eventuais bens do ministro nos Estados Unidos foram bloqueados, e ele ficou impedido de realizar transações financeiras no país ou por meio de bancos e cartões ligados a instituições norte-americanas. O governo norte-americano também anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados, o que intensificou a tensão diplomática.

Moraes avaliou que a relação entre Brasil e Estados Unidos foi prejudicada por “narrativas falsas” e desinformação, disseminadas, segundo ele, por aliados de Bolsonaro em território norte-americano. Para o ministro, essas acusações criaram um ambiente hostil que acabou “envenenando” o diálogo entre os dois países.

Julgamento no STF

A Primeira Turma do Supremo marcou para setembro o julgamento do chamado núcleo central da trama golpista, que inclui Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Eles respondem por tentativa de golpe de Estado com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.


Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Joe Raedle/Getty Images Embed)

As sessões estão previstas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, em formato presencial, com convocações extraordinárias e ordinárias. Outros três grupos também são investigados no âmbito da mesma ação penal, mas ainda não há data definida para análise desses núcleos.

Na entrevista ao The Washington Post, Moraes também destacou que a democracia brasileira é mais vulnerável do que a norte-americana, devido ao histórico de golpes e ditaduras. 

Putin pede regiões de Donetsk e Lugansk a Trump como troca para cessar guerra

De acordo com a agência de notícias britânica Reuters e o jornal “The New York Times”, durante o encontro entre Vladimir Putin e Donald Trump, que aconteceu no Alaska na última sexta-feira (15), o presidente russo disse estar disposto a terminar a guerra com a Ucrânia se puder ficar com territórios das cidades de Donetsk e Lugansk. A oferta feita ao Presidente dos Estados Unidos e foi a primeira ação concreta da reunião entre os dois líderes. O encontro terminou sem que houvesse propostas oficiais ou um acordo de cessar-fogo.

A oferta

Segundo reportagens, a Rússia estaria inclinada a abrir mão de regiões na Ucrânia, atualmente ocupadas por suas tropas, se o governo de Kiev estiver de acordo em ceder os distritos de Donetsk e Lugansk para o país. As duas cidades fazem parte da região de Donbass, localizada a leste da Ucrânia e fazendo fronteira com o sudoeste russo. É nesta região onde fica o mais importante movimento separatista pró-Rússia.


Reunião entre Putin e Trump (Vídeo: reprodução/youtube/@bandjornalismo)

Vladimir Putin já exigia a região de Donbass anteriormente à guerra, alegando que a área é originalmente do território russo. Diante disso, três dias antes de iniciar a guerra com a Ucrânia, em 2022, Putin assinou um decreto onde reconhece Donbass como territórios independentes.

De acordo com o presidente russo, o diálogo com Trump foi “sincero e substancial”. Ele também afirmou que respeita a postura dos Estados Unidos e que pretende encerrar o conflito de forma pacífica.

O que disse Trump

Neste sábado (16), o presidente dos Estados Unidos falou que o encontro com Putin foi “ótimo e bem-sucedido”, porém um acordo de cessar-fogo, que era o foco de Trump antes do encontro, não foi atingido. Trump afirmou que agora o foco está em um acordo de paz.

Donald Trump falou nesta manhã em sua rede social Truth Social, que esteve em ligação na noite anterior com Zelensky e vários líderes europeus, entre eles, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, e segundo ele, todos estão de acordo que para a guerra entre Rússia e Ucrânia terminar é preciso que haja um acordo de paz e não apenas um cessar-fogo.

Na mesma publicação na rede social, Trump confirmou que haverá uma reunião com Zelensky na próxima segunda-feira (18), na Casa Branca, para falar sobre as próximas medidas na tentativa de cessar a guerra entre os dois países, já que a reunião com Putin terminou sem um denominador comum.

Trump e Putin se encontram para um cessar-fogo entre Rússia x Ucrânia

Pela primeira vez desde 2022, os presidentes dos Estados Unidos e da Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, irão se reunir pessoalmente a sós em uma base militar, em Anchorage, no Alasca. O motivo do encontro é para discutir o fim da guerra entre a Rússia x Ucrânia, um fato curioso, é que não haverá a presença de Zelensky, presidente da Ucrânia, nessa conversa. Para Putin, a reunião teria um potencial de, segundo ele, selar a paz mundial. A primeira vez em que se encontraram em particular, foi em 2018, tratando sobre a interferência russa nas eleições dos EUA. A conversa ocorre nesta sexta-feira (15) às 16h.


Trump e Putin em um encontro aberto em 2018 (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Partida de Xadrez

Trump comparou o encontro a uma partida de xadrez, um primeiro movimento calculado, com possibilidade de disputa de poder velado. Ele descreveu a reunião como fase inicial de um processo que pode incluir uma rodada futura mais abrangente, com a presença do presidente ucraniano. “Será como uma partida de xadrez”, disse o atual presidente americano. Nos últimos meses, ele e Putin haviam feito críticas e ameaças entre eles, porém ambos avisaram que este seria um encontro cara a cara amigável.


Trump e Putin conversando (Foto: reprodução/JORGE SILVA/Getty Images Embed)

Ucrânia Ausente

A ausência de Zelensky, cujo país está diretamente afetado pela guerra, gerou forte reação de aliados europeus e líderes ucranianos, que acusam Trump de excluir o principal interessado da mesa de negociações. Muitos observadores alertam para o risco desse diálogo bilateral reduzir a pressão sobre Putin sem avançar em direção à paz. Vale lembrar que foi a ideia, por parte do presidente da Rússia, de realizar essa reunião com o Trump, de acordo com a porta-voz da Casa Branca.

Movimento seguinte

Embora não tenha sido anunciada nenhuma decisão concreta no momento, o encontro pode ter um tom de uma abertura diplomática. Se houver avanço, um segundo encontro com a presença de Zelensky e líderes europeus poderá estabelecer um caminho real de paz, ou consolidar ainda mais o impasse atual.

Trump declara que Bolsonaro está sendo executado politicamente

Nesta quinta-feira (14), Donald Trump atual presidente dos Estados Unidos, fez uma declaração polemica onde afirma que o Brasil busca realizar uma “execução política” contra o antigo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (PL).

O republicano também levantou algumas críticas referentes a situação comercial entre os países que passa por um momento tenso.

Preocupação

A declaração foi direcionada a jornalistas. “Eu sou muito bom com pessoas, ele [Jair Bolsonaro] é um homem honrado, acho que o que eles cometeram… essa é uma execução política, o que eles estão buscando fazer com Bolsonaro. Acho que isso é horrível”, disse Trump durante um comunicado na casa branca em Washington.

O assunto entrou em destaque, após alguns repórteres perguntarem ao presidente dos Estados Unidos se ele não sente receio em relação às novas parcerias entre a China e o Brasil, aumentando a proximidade dos dois países, que já têm uma relação amigável por participarem do BRICS.


Presidente Donald Trump(Foto:reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

Donald Trump garantiu para os ouvintes que não se sente preocupado com a circunstância, e esclarece que tanto a China quanto o Brasil podem agir como desejarem, e ainda afirmou que a economia americana segue melhorando e impressionado todos os outros países, na ocasião Trump também argumentou que Brasil não é considerado um, pais, bom para se ter uma relação comercial.

Relação entre os países

Finalizando, ele declarou que o Brasil cobra taxas caríssimas sobre produtos e impõe uma dificuldade para resolver alguns assuntos, e sobre como os Estados Unidos seguem sendo maltratados mesmo com o passar dos anos e garantiu que a relação nunca melhorou.


Ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto:reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)


Houve críticas por parte autoridades dos EUA, contando com Donald Trump que assumiu a presidência no primeiro trimestre de 2025, que nunca escondeu a sua opinião referente as investigações direcionadas ao ex-presidente Bolsonaro por golpe de estado, chegando a nomear como “caça as bruxas” e afirmando estar ao lado de Jair. Uma das situações que fizeram o atual governo dos Estados Unidos impor taxas de 50% contra o Brasil.