Caso Charlie Kirk: Polícia prende Tyler Robinson, suspeito do assassinato

Nesta sexta-feira (12), a polícia de Utah, EUA, prendeu um homem suspeito pelo assassinato de Charlie Kirk, influenciador e ativista americano. A informação foi divulgada pelo próprio governador do Utah, Spencer Cox. O suspeito se chama Tyler Robinson, de 22 anos e a sua captura ocorreu no terceiro dia de busca. Ele estava sendo procurado pela polícia local e pelo FBI, durando 33 horas de procura.

Indícios do suspeito

Kash Patel, diretor-geral do FBI, disse que os policiais estavam fazendo interrogatórios e investigações com o suspeito para ter a confirmação de ser o assassino de Charlie Kirk, também foi dito que eles encontraram provas físicas que comprovam que Tyler Robinson é o autor do crime e pode ser indiciado ainda hoje, além disso, foram encontrados inscrições no fuzil e cartuchos usados na cena do crime, tendo frases com termo fascista, frase de despedida em italiano e uma “trollagem”. Tyler havia sido entregado pela própria família e amigos, segundo Spencer Cox, que agradeceu a eles pela atitude.


Tyler Robinson, suspeito do assassinato de Charlie Kirk (Foto: reprodução/PATRICK T. FALLON/Getty Images Embed)

Tyler Robinson e sua possível punição

O rapaz sabia que o ativista, Charlie Kirk, iria conceder uma palestra para os jovens universitários, dias antes do ato e ele não gostava do influenciador, essa informação foi dada de acordo com os próprios amigos de Tyler, que havia confessado o crime a eles que eram pessoas próximas ao suspeito. Foi confirmado também pelo governador, que Robinson não era um aluno da universidade, onde ocorreu a tragédia. Ele foi para palestra com seu carro e após o ato, mudou de roupa e fugiu a pé. O tiro que atingiu Charlie Kirk foi cerca de 400 km de sua posição até o local onde estava posicionado o apoiador de Donald Trump.

Sua punição ainda é incerta, mas o atual presidente dos Estados Unidos afirmou que defende a punição de morte ao suspeito, assim como o governador de Utah, mas independente da punição, o futuro de Tyler Robinson está em um caminho sem volta.

Repercussão política e social

A notícia da morte e da prisão gerou reação em diversos setores: líderes políticos pediram calma e responsabilização, enquanto organizações civis reforçaram o apelo pela redução da polarização. O episódio reacendeu debates sobre segurança em eventos públicos e o papel das redes na radicalização de atos violentos.

Condenação de Bolsonaro ganha destaque na imprensa internacional

Na quinta-feira (11), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão por participação na trama golpista. A decisão histórica teve ampla repercussão na imprensa internacional, que destacou a condenação e os votos que definiram a maioria no tribunal.

Confira a seguir como o julgamento foi noticiado no exterior e os detalhes da cobertura de cada veículo de imprensa.

The New York Times

O New York Times destacou que a condenação de Jair Bolsonaro por liderar uma conspiração para anular as eleições de 2022 e tentar um golpe de Estado inclui planos para dissolver tribunais, dar poderes às Forças Armadas e até assassinar o presidente eleito.

O jornal também avaliou que a decisão deve intensificar as tensões entre Brasil e Estados Unidos, citando a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo eles, foi um teste para a maior democracia da América Latina e que a decisão levanta incertezas sobre o futuro político do principal líder de direita do Brasil.

“A Casa Branca tentou forçar o Brasil a desistir do caso com tarifas elevadas, uma investigação comercial e sanções severas contra o ministro da Suprema Corte que a liderava. Em vez disso, vários juízes brasileiros criticaram as tentativas dos EUA de intervir ao votarem pela condenação”, escreveu o veículo.

Reuters

A Reuters destacou que Jair Bolsonaro se tornou o primeiro ex-presidente brasileiro condenado por atentado à democracia, sendo julgado por planejar um golpe para permanecer no poder após a derrota nas eleições de 2022.


Reuters repercute condenação de Bolsonaro (Foto: reprodução/Reuters)

A agência também ressaltou que a decisão não foi unânime, com o voto de Luiz Fux pela absolvição trazendo alívio aos apoiadores de Bolsonaro e abrindo espaço para possíveis contestações. De acordo com a Reuters, a decisão se insere em um contexto global de processos envolvendo líderes de extrema-direita, como Marine Le Pen, na França, e Rodrigo Duterte, nas Filipinas.

“A decisão presumida pela maioria de um painel de cinco ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) faz de Bolsonaro o primeiro ex-presidente na história do país a ser condenado por atentado à democracia”, publicou a agência.

The Guardian

O The Guardian destacou que a Suprema Corte brasileira considerou Jair Bolsonaro culpado por planejar um golpe militar para “aniquilar” a democracia, o que pode resultar em uma pena de décadas de prisão.

O jornal britânico também apontou o voto divergente do ministro Luiz Fux, que defendeu a absolvição ao alegar falta de provas de sua participação no complô golpista. Segundo a publicação, a posição de Fux, ao questionar a autoridade dos juízes sobre o caso, pode abrir caminho para contestações legais e até para uma eventual anulação do julgamento.

The Washington Post

O Washington Post destacou que Bolsonaro deve enfrentar uma longa pena de prisão, mas que seus advogados já indicaram a intenção de recorrer da decisão.


The Washignton Post repercute condenação de Bolsonaro (Foto: reprodução/The Washington Post)

O jornal também apontou que o julgamento divide a sociedade brasileira, com manifestações tanto de apoio quanto de oposição ao ex-presidente. O veículo também ressaltou que Bolsonaro continua sendo uma figura política influente, capaz de impactar as eleições de 2026: “Espera-se que ele escolha um herdeiro que provavelmente desafiará Lula no próximo ano. A decisão pode levar os parlamentares aliados de Bolsonaro a buscar alguma anistia para ele no Congresso.”

The Wall Street Journal

O Wall Street Journal afirmou que a condenação de Jair Bolsonaro deve intensificar a disputa entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente Lula (PT). Segundo o jornal, enviar Bolsonaro, de 70 anos, à prisão representa um desafio às tentativas de Trump de interferir em um caso que colocou o Brasil no centro da atenção internacional e na guerra comercial com os EUA.

A reportagem ressaltou que o julgamento marca a queda dramática de Bolsonaro e de seus aliados de direita, que conquistaram a vitória em 2018 prometendo restaurar a lei e a ordem em meio à corrupção e ao caos político.

O jornal também lembrou que Trump aplicou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, classificando as ações contra Bolsonaro como uma “caça às bruxas”, e apontou que o governo brasileiro se prepara para uma reação negativa da Casa Branca.

Trump nega autoria de carta enviada a Epstein

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou nesta terça-feira (9) ter enviado uma carta com o desenho de uma mulher nua a Jeffrey Epstein, afirmando que a assinatura no documento não é dele. O Congresso recebeu uma cópia do texto na segunda-feira, entregue pelos advogados do espólio.

Mensagem aparece em álbum de aniversário

A carta faz parte de um álbum comemorativo, produzido por Ghislaine Maxwell, parceira de Epstein, que reúne mensagens de amigos e familiares em celebração aos 50 anos do bilionário. Questionado sobre o documento, Trump afirmou que o texto não é incompatível com a linguagem que ele usa. 

“Não é a minha assinatura e não é como eu falo. Qualquer pessoa que me acompanha há muito tempo sabe que essa não é a minha linguagem. Isso é um absurdo e, francamente, vocês estão perdendo tempo”,  declarou o presidente.

Após a divulgação da página com a suposta carta, o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Taylor Budowich, afirmou que a assinatura no documento não corresponde à de Trump e questionou sua autenticidade, enquanto a porta-voz Karoline Leavitt declarou que a carta é falsa e que o presidente não a escreveu nem a assinou.

Apesar das negativas da Casa Branca, veículos da imprensa americana encontraram documentos da década de 1990 nos quais a assinatura de Trump se assemelha à que aparece na suposta carta.


Partido Democrata revela possível carta de Donald Trump (Foto: reprodução/X/@OversightDems)

O conteúdo foi divulgado pela primeira vez em julho pelo jornal The Wall Street Journal, que publicou apenas o texto, sem o documento original. Na época, Trump negou ser o autor, processou o veículo e solicitou uma indenização de US$ 10 bilhões.

O texto traz um suposto diálogo entre Trump e Epstein, no qual o presidente chama o ex-financista de “amigo”, deseja feliz aniversário e acrescenta: “Que cada dia seja um novo segredo maravilhoso”.

Leia a tradução da suposta carta abaixo:

Narrador: Deve haver mais na vida do que ter tudo.

Donald: Sim, existe, mas não vou te dizer o que é.

Jeffrey: Nem eu, já que também sei o que é.

Donald: Temos certas coisas em comum, Jeffrey.

Jeffrey: É verdade, pensando bem.

Donald: Enigmas nunca envelhecem, você já notou?

Jeffrey: Na verdade, isso ficou claro para mim da última vez que te vi.

Donald: Um amigo é uma coisa maravilhosa. Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo.

Relação entre Jeffrey Epstein e Trump

Jeffrey Epstein foi condenado por aliciar dezenas de meninas menores de idade para encontros sexuais em suas mansões. Em 2008, firmou um acordo judicial se declarando culpado, mas em 2019 o caso foi reaberto, levando à sua prisão por tráfico sexual; poucos dias depois, ele morreu na cadeia, em um aparente suicídio. O financista mantinha conexões com milionários, artistas e políticos influentes.

Durante a campanha eleitoral de 2024, o então candidato Donald Trump prometeu divulgar uma lista com nomes de pessoas supostamente envolvidas no esquema de exploração sexual liderado por Epstein. Em fevereiro deste ano, parte desses documentos foi publicada pelo governo.

Trump nega envolvimento em ataque israelense ao Catar

O recente bombardeio de Israel contra o Catar, em meio às negociações por um cessar-fogo em Gaza, desencadeou uma onda de reações internacionais e abriu uma nova frente de tensão diplomática. A ofensiva surpreendeu aliados estratégicos e gerou críticas de líderes globais, colocando ainda mais pressão sobre o governo de Benjamin Netanyahu e expondo divergências entre Israel, Estados Unidos e União Europeia quanto aos rumos do conflito.

Trump é informado em cima da hora e nega envolvimento

Autoridades dos EUA confirmaram que Donald Trump só soube da operação pouco antes de sua execução, informado pelo general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto. Logo em seguida, o então presidente solicitou a Steve Witkoff, enviado especial da Casa Branca e interlocutor próximo ao governo do Catar, que alertasse Doha sobre a ofensiva iminente.

Em coletiva, Trump procurou se afastar da responsabilidade pelo ataque e direcionou críticas ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. “Não vejo essa situação como positiva. Queremos os reféns de volta, mas não concordamos com a forma como tudo foi conduzido”, afirmou.

Netanyahu justifica ataque, Hamas fala em sabotagem

Israel alegou que a operação foi uma resposta ao atentado em Jerusalém, ocorrido na véspera, que matou seis israelenses e foi reivindicado pelo Hamas. Netanyahu reforçou que a guerra poderia terminar “imediatamente” caso o grupo aceitasse a proposta de cessar-fogo apresentada por Trump.

O Hamas reagiu com dureza, acusando o governo israelense de inviabilizar a negociação: “Atacar os negociadores justamente quando discutiam a proposta de trégua confirma que Netanyahu não deseja chegar a nenhum acordo e busca deliberadamente fracassar os esforços internacionais, sem se importar com a vida de seus prisioneiros.”, afirmou o grupo em comunicado.


Explosões na capital de Doha, Catar, devido a ataque israelense contra autoridades do Hamas na cidade (Foto: reprodução/Jacqueline Penney/AFP)

Casa Branca e Catar criticam ação unilateral

O Catar, anfitrião de diversas rodadas de diálogo para uma trégua em Gaza, considerou o ataque uma violação de sua soberania. Washington também reagiu de forma contundente. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que “bombardear unilateralmente uma nação soberana e aliada próxima dos EUA, que atua corajosamente na busca da paz, não promove os objetivos de Israel nem dos Estados Unidos.”, disse Karoline.

Repercussão internacional

A resposta de Israel gerou indignação em várias capitais. A Turquia acusou Netanyahu de transformar o terrorismo em política de Estado, enquanto a Rússia classificou a ação como uma séria violação da Carta da ONU. O Reino Unido também se posicionou contra o ataque, destacando o risco de implosão das negociações em andamento.

Na União Europeia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que apresentará uma proposta de sanções contra membros do governo israelense de linha dura e poderá rever parcialmente o acordo de associação com Israel. A iniciativa, motivada pelo agravamento da crise humanitária em Gaza, ainda enfrenta resistência de alguns países, mas reflete uma mudança de postura da UE em relação ao governo Netanyahu.

Trump transforma a presidência em sua maior máquina de riqueza

Donald Trump não apenas voltou à Casa Branca. Voltou também à lista dos bilionários mais ricos do planeta com uma força inédita: em um ano, sua fortuna cresceu US$ 3 bilhões, alcançando a marca de US$ 7,3 bilhões.

O número é recorde até mesmo para os padrões do ex-presidente norte-americano. Desde o retorno ao poder, Trump conseguiu alinhar política, negócios e imagem pública de forma a transformar a presidência em um catalisador para seus empreendimentos privados.

Criptomoedas no centro do império

O motor desse salto patrimonial é a World Liberty Financial, empresa fundada ao lado de seus filhos em 2024. O grupo surfou a onda das memecoins e de tokens próprios, lucrando cifras que antes pareciam ficção. Estima-se que apenas nesse segmento, Trump tenha embolsado mais de US$ 1 bilhão.

Ao mesmo tempo, mudanças regulatórias que abriram espaço para moedas digitais nos EUA foram aprovadas em ritmo acelerado. Analistas apontam que tais medidas criaram um ambiente fértil não só para o mercado, mas sobretudo para os negócios da própria família presidencial.


Imagem de uma das criptomoedas que impulsionaram a riqueza de Trump (foto:reprodução/x/@rgbarbosa)

Se o campo digital foi a locomotiva, o tradicional também voltou a render. Trump retomou acordos de licenciamento imobiliário em países estratégicos como Arábia Saudita, Vietnã e Emirados Árabes Unidos. Só essa frente fez a receita disparar quase 600% em 2024.

Nos Estados Unidos, os clubes de golfe da marca Trump tiveram alta de 30% nos lucros, reforçando a ideia de que até os negócios clássicos foram impulsionados pela nova aura presidencial.

Dívidas pagas, imagem reforçada

Outro movimento importante foi a liquidação de dívidas antigas, que somavam centenas de milhões de dólares em imóveis e propriedades. Esse passo fortaleceu a liquidez do magnata e abriu espaço para uma narrativa ainda mais atraente: a de um presidente que não só governa, mas também multiplica sua própria fortuna.

E isso era inimaginável, sabendo que mesmo antes de presidir o país ele já tinha uma grande fortuna.

Um líder bilionário em campanha permanente

A escalada de Trump para a 201ª posição no ranking Forbes 400 tem peso político. O presidente volta a se apresentar como o homem que enriquece mesmo em tempos de incerteza, um discurso que encontra eco em sua base.

Ao misturar gestão pública com interesses privados, Trump inaugura um capítulo raro na história dos EUA: o de um mandatário que transformou o poder político na maior alavanca para seu patrimônio pessoal.

Lula critica Bolsonaro e afirma que país vive “momento delicado”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (9), durante a cerimônia de implementação do Programa União com Municípios pela Redução do Desmatamento e Incêndios Florestais, que o Brasil vive um “momento delicado” e que o ex-presidente Jair Bolsonaro sabe que cometeu “burrice”.

A fala ocorre em meio ao julgamento no STF que pode condenar Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, no qual a PGR o acusa de liderar uma organização criminosa para impedir a posse de Lula entre o fim de 2022 e o início de 2023.

Lula também mencionou o filho do ex-presidente, deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), criticando sua mudança para os Estados Unidos e a tentativa de pressionar o governo americano contra o Brasil e o STF.

“Nós estamos vivendo um momento delicado no Brasil. Você está vendo brasileiro, que foi candidato eleito pelo povo brasileiro, que cometeu as burrices que cometeu, que sabe que cometeu, que está sendo julgado e que mandou o filho para os Estados Unidos pedir para o governo Trump taxar o Brasil”, afirmou.

Crítica à tentativa de anistia

O presidente condenou a tentativa da oposição de aprovar uma lei de anistia que beneficiaria Bolsonaro e outros réus, afirmando que não cabe perdão nesse caso e lembrando que, quando foi preso, cumpriu a lei em vez de fugir do país.

“Essa gente está sendo julgada pelos desmazelos que fez. Não adianta ficar pedindo anistia, ele nem foi condenado ainda. Em vez de ficar se defendendo, já tá pedindo anistia. Quando me prenderam, eu poderia ter saído do Brasil. Eu preferi ir pra PF”, disse Lula.


Lula durante discurso em Manaus (Vídeo: reprodução/YouTube/UOL)

Até a noite de ontem, os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino foram os primeiros a votar, ambos a favor da condenação dos oito réus.

Defesa da soberania nacional

Lula também aproveitou a ocasião para rebater as ameaças do governo Trump e  afirmou que ninguém vai meter o “bedelho” no Brasil.

“Este país precisa passar por esse momento histórico de cabeça erguida. Esse país é soberano. Esse país já fez sua independência. Esse país tem mulheres, homens e crianças que têm orgulho de ser brasileiro. Não precisamos de ninguém metendo bedelho no nosso país. Cada um cuida do seu nariz. Do nosso terreiro cuidamos nós. Do nosso quintal cuidamos nós”, concluiu.

A declaração de Lula ocorre após a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmar que o governo dos EUA estaria disposto a usar meios militares para defender a liberdade de expressão globalmente, em referência a uma possível condenação de Bolsonaro.

Congresso dos EUA libera milhares de páginas sobre caso Jeffrey Epstein

Na última terça-feira (02), o Comitê de Supervisão e Reforma do Governo da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos revelou 33 mil páginas de processos judiciais e centenas de arquivos de imagem ligados a Jeffrey Epstein, que foi condenado por tráfico sexual de menores e que morreu em 2019, enquanto ainda aguardava julgamento.

Os documentos, que também envolvem a ex-namorada do bilionário, Ghislaine Maxwell, incluem processos judiciais, entrevistas com vítimas e registros visuais de investigações.

Documentos e investigações

Os arquivos que contêm evidências relacionadas a Epstein e sua ex-companheira foram liberados após uma intimação ao Departamento de Justiça, enquanto parte do Congresso busca maior transparência sobre as investigações, alegando que a maioria das informações já era de conhecimento público e continuam solicitando a liberação de outros arquivos do caso.


Embed from Getty Images

Jeffrey Epstein foi acusado de comandar uma rede de tráfico sexual envolvendo menores de idade
(Foto: reprodução/Stephanie Keith/Getty Images Embed)

A iniciativa também gera debate sobre a proteção das vítimas, sendo exigido por democratas e republicanos, a partir de uma petição para um projeto de lei, a divulgação de todas as informações dos documentos, menos as informações sensíveis das vítimas. Com a crescente pressão dentro do Congresso, o presidente da Câmara, Mike Johnson, afirmou que a petição é desnecessária visto a divulgação feita pelo comitê que contém as 33 mil páginas.

Relação de Trump e Epstein

Durante 15 anos, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Jeffrey Epstein cultivaram uma amizade, especialmente entre as décadas de 1990 e 2000, período em que ambos viviam em Palm Beach, na Flórida. Eles chegaram a dividir espaços em festas, jantares e até viagens nos jatos particulares do financista. 

Trump já elogiou o bilionário publicamente, descrevendo-o como um “cara incrível” mas o vínculo se rompeu por volta de 2004, após disputa por uma propriedade e episódios de comportamento considerados inapropriados por parte de Epstein. 

O presidente afirma ter cortado relações quando as denúncias de abuso surgiram e nunca foi formalmente investigado no caso. Entretanto, sua proximidade anterior com o bilionário manteve o nome de Trump constantemente associado às especulações que cercam os arquivos de Epstein.


Embed from Getty Images

Durante sua campanha eleitoral, Trump prometeu tornar público os arquivos de Epstein 
(Foto: reprodução/Adam Gray/Getty Images Embed)

Na campanha de 2024, o atual presidente dos Estados Unidos prometeu tornar público os arquivos secretos sobre as investigações de Epstein, inclusive a lista de clientes do financiador – que supostamente envolvia nomes de pessoas que participaram do escândalo sexual.

Entretanto, em junho deste ano, após uma briga pública entre o bilionário Elon Musk e Donald Trump, Musk acabou publicando no X que o presidente aparecia nos arquivos da investigação. A postagem logo foi apagada do perfil, seguido por um pedido de desculpas do empresário.

Um mês após a confusão, o Departamento de Justiça dos EUA divulgou que o FBI não achou provas sobre a existência da “Lista de Epstein”.

Trump analisa plano pós guerra para Gaza enquanto Israel intensifica ataques

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, presidiu uma reunião na Casa Branca, na última quarta-feira (27), para discutir planos para a Faixa de Gaza quando houver o fim da guerra entre Israel e o Hamas.

Enquanto Trump estava em reunião na Casa Branca, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rúbio e Gideon Sa’ar, chanceler israelense, também estavam reunidos em paralelo no Departamento de Estado, em Washington.

No momento em que ocorriam as reuniões, Forças Armadas do Estado Judeu intensificaram os ataques à Gaza e afirmaram que é inevitável que haja a retirada da população civil.

A reunião na Casa Branca

De acordo com uma fonte anônima da Casa Branca, foi revelado à agência de notícias Reuters que Donald Trump e seus convidados falaram sobre diversos temas ligados diretamente à Gaza como, viabilizar formas para intensificar a entrega de alimentos na região, solucionar a crise dos reféns israelense que ainda estão em cativeiros e os planos para o fim da guerra.


Planos de Trump para Faixa de Gaza (Vídeo: reprodução/youtube/CNNbrasil)

Uma outra fonte ouvida pela Reuters revelou que Trump afirmou que deseja o fim da guerra e que deseja “paz e prosperidade” para toda região. A Casa Branca não emitiu nenhum comunicado oficial após o fim da reunião.

A reunião em Washington

A conversa em Rúbio e Sa’ar durou aproximadamente uma hora e foi considerada positiva por ambos, porém o chanceler israelense negou que haja uma possibilidade solucionar o conflito visto que não há planos para que Israel reconheça a Palestina. As negociações para que aconteça uma trégua nos ataques estão paralisadas.

Egito e Catar propuseram um cessar-fogo, porém Israel segue sem dar uma resposta ao passo que o governo americano não está mais enviando negociadores à região.

Israel por sua vez, intensificou a pressão em Gaza utilizando bombardeios e mantendo a aproximação de tanques. O governo israelense afirma que Gaza é o reduto do Hamas, o que autoridades palestinas negam. Mais de 62 mil palestinos foram mortos desde o início da guerra.

Países sulamericanos se alinham aos EUA em meio a tensão com a Venezuela

Em meio a crescente das tensões entre Estados Unidos e Venezuela, países sulamericanos começam a se posicionar na tensão entre os presidentes Donald Trump e Nicolás Maduro.

A informação deste posicionamento partiu de Marco Rubio, secretário de estado do governo Trump, que classificou o apoio internacional como incrível.

Apoio vem contra cartel de drogas

O apoio internacional vem após os Estados Unidos, um suposto grupo criminoso que trafica drogas internacionalmente chamado Cartel de los Soles é liderado pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro estaria em franca atuação no continente.

O Equador foi o primeiro país a se posicionar a favor dos EUA, classificando o Cartel de los Soles como uma organização terrorista e uma ameaça a segurança nacional. Com isso, o serviço de inteligência equatoriano investiga a influência desse grupo sobre as gangues do crime organizado identificadas e classificá-las.

A Argentina também classificou o cartel como organização terrorista e afirmou que sua decisão é baseada em relatórios sólidos sobre o grupo e que os países devem fortalecer a cooperação entre si para combater o cartel.

Além desses, o Paraguai também classificou como organização terrorista, mas diferente dos outros classificou como uma organização internacional e também defendeu a cooperação entre os países para combater o crime transnacional.

Venezuela e Colômbia afirmam que cartel não existe

Para Maduro, a acusação é infundada e o tal cartel se quer existe e afirma que o objetivo dos EUA é atacar a soberania venezuelana. Além disso, o ministro do interior da Venezuela também questionou a decisão dos países.

A Colômbia seguiu o posicionamento da Venezuela afirmando que o cartel não existe e questionando o interesse de Trump em combater o tráfico de drogas na América do Sul, afirmando que este posicionamento é uma estratégia da extrema-direita quando um líder não a obedece.


Venezuela busca apoio contra medidas dos EUA no Brasil (Foto: Reprodução/Instagram/@cancilleria.ve)

O Brasil até o momento não se posicionou, mas na quarta-feira(27) os ministros das Relações Exteriores dos dois países conversaram por ligação telefônica para discutir a situação do continente e das Zonas de Paz proclamadas pela CELAC em 2014 e das disposições do Tratado de Tletaco de 1967.

Oposição a Maduro comemora

As medidas de combate ao Cartel de los Soles e as declarações anti Maduro feita pelos países nos últimos dias foram comemoradas pela oposição ao presidente Nicolás Maduro.

A líder da oposição Maria Corina Machado saudou a iniciativa dos países sulamericanos e agradeceu principalmente aos presidentes Santiago Peña do Paraguai e Javier Millei da Argentina, afirmando que as medidas ajudam a desmantelar o sistema de governo da Venezuela.

Trump ameaça impor mais tarifas a países que taxarem big techs

Na noite da última segunda-feira (25), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, Truth Social, que irá impor tarifas consideráveis aos países que ataquem as empresas de tecnologia americana.

De acordo com Trump, os mercados digitais tem projetado impostos, legislações e regulamentações que prejudicam ou discriminam a tecnologia americana, além de darem liberdade às empresas de tecnologias chinesas.

Caso os países que possuem este tipo de “ação discriminatória” não removam esta prática, ele irá impor “tarifas adicionais substanciais” às importações e aplicará restrições para a exportação da tecnologia e de chips extremamente protegidos dos EUA.

Ameaça e pressão

A publicação de Donald Trump em tom de ameaça torna a colocar pressão no Reino Unido e na União Europeia, onde ambos possuem regulamentações voltadas para a restrição do poder de grandes empresas de tecnologia como, Google, Meta, Amazon e Apple.

A restrição ao poder destas grandes empresas é feita pela Lei de Serviços Digitais. Recentemente houve um acordo entre estes países e Washington para que houvesse uma piora do tarifaço americano.

O imposto sobre os serviços digitais do Reino Unido é de uma taxa de 2% sobre as receitas da big techs que equivale cerca de 800 milhões de libras anuais, bem semelhante ao aplicado aos outros países da UE como, França, Itália e Espanha.


Trump ameaça mais taxações (Vídeo: reprodução/YouTube/Metropoles)

Já o Brasil está implícito de forma central nessa situação. O governo Lula pretende enviar dois projetos de lei ao Congresso, além de discutir a proposta do deputado Guilherme Boulos ( PSOL-SP) que prevê a criação da Contribuição Social Digital (CSD).

Os projetos de lei são: regulação de conteúdo, onde plataformas que não coibirem crimes, fraudes e golpes sofrerão punições; e de regulação econômica que será voltado para as cinco maiores big techs americanas.

Em resposta a ameaça do presidente americano, Lula se manifestou e disse que “Donald Trump tem agido como se fosse o imperador do mundo” e reafirmou que o Brasil irá seguir com os planos para regulamentar as plataformas digitais visto que empresas estrangeiras devem se adequar à legislação local.

O que isso significa

A comunicação do presidente dos Estados Unidos deixa claro que Washington está pretendendo utilizar os semicondutores tecnológicos e chips como uma espécie de arma para provocar pressão em um momento onde empresas como a Nvidia e a AMD, ambas multinacionais americanas de tecnologia, precisam da liberdade de exportação para se manterem ativas na competitividade mundial.

O tema não surgiu despretensiosamente. A estratégia do governo de Trump faz parte do plano para proteger as grandes empresas americanas na disputas comerciais, como já havia sido aplicadas medidas semelhantes ao Canadá neste ano.