Congresso dos EUA libera milhares de páginas sobre caso Jeffrey Epstein

Divulgação de 33 mil páginas e arquivos de imagem expõe processos do financista condenado por crimes sexuais, que era amigo de Trump

03 set, 2025
Mulher segura cartaz com foto de Jeffrey Epstein | Reprodução/Instagram/@steffikeith
Mulher segura cartaz com foto de Jeffrey Epstein | Reprodução/Instagram/@steffikeith

Na última terça-feira (02), o Comitê de Supervisão e Reforma do Governo da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos revelou 33 mil páginas de processos judiciais e centenas de arquivos de imagem ligados a Jeffrey Epstein, que foi condenado por tráfico sexual de menores e que morreu em 2019, enquanto ainda aguardava julgamento.

Os documentos, que também envolvem a ex-namorada do bilionário, Ghislaine Maxwell, incluem processos judiciais, entrevistas com vítimas e registros visuais de investigações.

Documentos e investigações

Os arquivos que contêm evidências relacionadas a Epstein e sua ex-companheira foram liberados após uma intimação ao Departamento de Justiça, enquanto parte do Congresso busca maior transparência sobre as investigações, alegando que a maioria das informações já era de conhecimento público e continuam solicitando a liberação de outros arquivos do caso.


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Jeffrey Epstein foi acusado de comandar uma rede de tráfico sexual envolvendo menores de idade
(Foto: reprodução/Stephanie Keith/Getty Images Embed)

A iniciativa também gera debate sobre a proteção das vítimas, sendo exigido por democratas e republicanos, a partir de uma petição para um projeto de lei, a divulgação de todas as informações dos documentos, menos as informações sensíveis das vítimas. Com a crescente pressão dentro do Congresso, o presidente da Câmara, Mike Johnson, afirmou que a petição é desnecessária visto a divulgação feita pelo comitê que contém as 33 mil páginas.

Relação de Trump e Epstein

Durante 15 anos, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, e Jeffrey Epstein cultivaram uma amizade, especialmente entre as décadas de 1990 e 2000, período em que ambos viviam em Palm Beach, na Flórida. Eles chegaram a dividir espaços em festas, jantares e até viagens nos jatos particulares do financista. 

Trump já elogiou o bilionário publicamente, descrevendo-o como um “cara incrível” mas o vínculo se rompeu por volta de 2004, após disputa por uma propriedade e episódios de comportamento considerados inapropriados por parte de Epstein. 

O presidente afirma ter cortado relações quando as denúncias de abuso surgiram e nunca foi formalmente investigado no caso. Entretanto, sua proximidade anterior com o bilionário manteve o nome de Trump constantemente associado às especulações que cercam os arquivos de Epstein.


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Durante sua campanha eleitoral, Trump prometeu tornar público os arquivos de Epstein 
(Foto: reprodução/Adam Gray/Getty Images Embed)

Na campanha de 2024, o atual presidente dos Estados Unidos prometeu tornar público os arquivos secretos sobre as investigações de Epstein, inclusive a lista de clientes do financiador – que supostamente envolvia nomes de pessoas que participaram do escândalo sexual.

Entretanto, em junho deste ano, após uma briga pública entre o bilionário Elon Musk e Donald Trump, Musk acabou publicando no X que o presidente aparecia nos arquivos da investigação. A postagem logo foi apagada do perfil, seguido por um pedido de desculpas do empresário.

Um mês após a confusão, o Departamento de Justiça dos EUA divulgou que o FBI não achou provas sobre a existência da “Lista de Epstein”.

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