María Corina Machado afirma que transição de poder chegou na Venezuela

María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, deu uma entrevista ao “The Economist” e afirmou que já foi iniciada a transição de poder no país e o regime já está sentindo medo da mudança. Ela declarou apoio à ação militar dos Estados Unidos para capturar Nicolás Maduro.

Ela ainda reafirmou que as acusações do governo americano sobre a ligação do presidente venezuelano com cartéis de narcotráfico são verdadeiras e elogiou o deslocamento das tropas americanas e as sanções financeiras aplicadas.

Mudança no poder venezuelano

María ficou conhecida internacionalmente nas últimas eleições presidenciais da Venezuela, em 2024, quando fez uma denúncia de uma suposta fraude na apuração das urnas. Ela convocou a população a ir às ruas em manifestações e buscou apoio em órgãos internacionais. Ela, com Edmundo González, candidato escolhido pela oposição após ter sido impedida de concorrer às eleições, recebeu 67% dos votos e assim, González seria legitimamente o novo presidente da Venezuela. Vários países declaram apoio à dupla, mas Maduro acabou tomando posse e se mantendo no poder.

Ela afirmou que a Venezuela está mais próxima de uma transição política nos últimos 25 anos. E que finalmente a comunidade internacional reconheceu a natureza criminosa do regime de Maduro e está respondendo de acordo. Ela afirmou a revista que: “Pela primeira vez, essa pressão está fragilizando o sistema por dentro: seus operadores não confiam mais uns nos outros; as facções se culpam mutuamente pelas perdas; e o medo no regime é palpável. A ameaça que antes projetavam para o exterior agora os consome.”

A mobilização militar começou em agosto, quando os Estados Unidos começaram a enviar um forte aparato militar para o mar do Caribe. A Casa Branca afirma que a missão é voltada ao combate internacional de drogas. E pouco tempo depois, o governo americano dobrou a recompensa para quem der informações que auxiliem na prisão de Nicolás Maduro, além de deixarem bem claro que o objetivo da ação é tirar Maduro do poder.


Nicolás Maduro canta “Imagine” de John Lennon em um comício (Foto: Reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)


Possibilidade do diálogo

Recentemente, os presidentes Nicolás Maduro e Donald Trump sinalizaram que existe uma possibilidade de diálogo no meio de toda a tensão que cresce entre os dois países. Essa mudança aconteceu após a chegada do USS Gerald Ford, o maior porta-aviões do mundo, no mar do Caribe.

Apesar de Maduro afirmar que a ação no mar do Caribe tem o objetivo de tirá-lo do poder e pegar as reservas de petróleo da Venezuela, o presidente venezuelano está misturando seu discurso entre a soberania venezuelana e apelos pela paz. Em suas últimas aparições públicas, Maduro chegou a falar algumas frases em inglês. No último domingo (16), ele chegou a cantar uma parte da música “Imagine” de John Lennon, conhecida como o hino da paz.

O governo americano afirma que a operação é para combater o tráfico de drogas, e que planeja classificar o Cartel de los Soles, que o país norte-americano afirma que Maduro é o líder, como uma organização terrorista. Trump falou no início do mês, que os dias do presidente venezuelano no poder estão contados e que, apesar de ele estar considerando a possibilidade do diálogo com Maduro, ele reafirma que a operação militar na Venezuela não está descartada.

Governo dos EUA anuncia operação contra o narcotráfico

Nesta quinta-feira (13), em conjunto com o Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos (Southcom), a operação “Lança do Sul” foi ordenada pelo presidente americano Donald Trump.  Segundo o anuncio feito pelo secretário de defesa Pete Hegseth, o operação tem como objetivo “remover narcoterroristas” e proteger o país das drogas.

Até o momento não foi informado o local da operação, mas o aumento da presença de navios e aviões militares próximos da costa da Venezuela acendeu um sinal de alerta no governo de Nicolás Maduro, que interpreta como um possível preparo para uma invasão.

A operação “Lança do Sul”

Através de uma postagem na rede social X, Pete Hegseth anunciou a operação “Lança do Sul”, afirmando que a missão é combater os narcoterroristas do hemisfério ocidental e proteger o país das drogas, que segundo Hegseth, “estão matando o nosso povo”.


EUA anuncia a operação Lança do Sul (Foto: reprodução/X/@SecWar)


Nesta semana, a Marina dos EUA anunciou que o USS Gerald R.Ford, o maior porta-aviões do mundo, havia chegado em área de operação da América Latina para dar apoio ao combate das grandes organizações criminosas internacionais.

O Comando Sul já havia anunciado uma operação em janeiro (2025) com o nome Lança do Sul em seu site. Na ocasião, foi comunicado o uso de “sistemas robóticos autônomos para apoiar a detecção e o monitoramento do tráfico ilícito”.

Governo americano acusa Maduro

Nos últimos meses, os EUA atacaram diversas embarcações no Caribe e no Pacífico. Segundo o governo americano, estas embarcações faziam parte de organizações narcoterroristas. Ao todo, foram atacadas mais de 20 embarcações, deixando mais de 70 mortos.

Os ataques começaram em setembro, logo após os EUA anunciarem a recompensa de US$ 50 milhões por informações que levassem a prisão ou condenação do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusado pelo governo americano de liderar o Cartel de Los Soles, grupo classificado como organização terrorista internacional.

O governo venezuelano anunciou, nesta semana, que vai mobilizar suas forças armadas em todo o país para dar resposta à presença de navios de guerra dos EUA próximo ao seu território, no mar do Caribe.

Trump autoriza ações secretas da CIA contra Venezuela

O jornal americano “The New York Times” divulgou nesta quarta (15) que o governo de Donald Trump autorizou que a Agência Central de Inteligência (CIA) faça operações secretas contra a Venezuela visando tirar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, do poder.  No mês passado, a imprensa americana também havia informado que o governo americano estava avaliando uma operação militar com alvo a possíveis estruturas ligadas a cartéis de drogas, podendo resultar em ataques à Venezuela.

Essa ação da Cia representa mais uma investida contra o presidente venezuelano, acusado pelos EUA de liderar o Cartel de los Soles, grupo que recentemente o governo americano classificou como organização terrorista internacional envolvida no tráfico de drogas. 

A carta-branca de Trump

Segundo o “The New York Times” essas ações podem incluir operações letais. O alvo seria o governo venezuelano, principalmente Maduro, porém, não está claro se a CIA já planejou ou quando essa operação pode ocorrer. 

Trump confirmou que autorizou as operações porque a Venezuela tem enviado drogas e criminosos para os Estados Unidos. Mas preferiu não responder quando jornalistas perguntaram se ele tinha conferido autoridade aos agentes da CIA para eliminar o presidente venezuelano. 

A relação entre EUA e Venezuela nos últimos meses tem ficado cada vez mais tensa e preocupante. Em agosto, o Departamento de Justiça dos EUA ofereceu uma recompensa de US$50 milhões para informações que levem à prisão de Nicolás Maduro, quem eles consideram um fugitivo. E logo após, o governo americano enviou navios e aeronaves militares para uma área próxima à costa da Venezuela, no Caribe. 

O jornal também afirmou que dificilmente se tornam públicas as ações secretas da CIA, que alguns integrantes do Congresso podem ser informados, mas são proibidos de dar qualquer detalhe. Uma das exceções mais conhecidas foi a operação que ocasionou a morte do terrorista Osama Bin Laden, responsável pelo ataque do 11 de setembro. No entanto, só foi anunciada após a conclusão da ação. 


Nicolás Maduro, presidente da Venezuela (Foto: reprodução/Pedro Mattey/Getty Images Embed)

Os ataques

Desde setembro, os Estados Unidos bombardeiam barcos que eles dizem ser de organizações narco terroristas envolvidas com o transporte de drogas para o país norte-americano. 27 pessoas morreram. O mais recente foi na última terça (14), militares atingiram, em águas internacionais, um barco próximo à costa da Venezuela, o ataque matou 6 pessoas, segundo Trump. 

Especialistas dizem que o aparato militar levado ao Caribe pelos EUA é incompatível com uma operação militar contra o tráfico de drogas. Pelo menos 7 navios foram enviados, incluindo um esquadrão anfíbio, um submarino nuclear e aviões espiões P-8 sobrevoam a região, em águas internacionais, além de 4.500 militares. 

A Casa Branca não comenta claramente quais são os objetivos militares dessa operação, mas Trump, apesar de recusar a falar se ordenará ou não um ataque contra Venezuela, deixou claro que autorizou aos militares irem contra caças venezuelanos que ofereçam risco aos Estados Unidos. 

Já na Venezuela, está sendo criada uma mobilização com militares e milicianos para defender o país caso haja um ataque. Civis também estão sendo treinados. 

A comunidade internacional tem criticado fortemente as operações. A Human Rights Watch afirmou que os bombardeios violam a lei internacional por ser um caso de “execuções extrajudiciais ilegais”. Já o Conselho de Segurança da ONU, em uma reunião na última sexta (10), levantou preocupações sobre a execução de civis sem julgamento e com a possível escalada militar. 

O governo venezuelano pediu para a comunidade internacional investigar os ataques e afirmou, contrariam as falas do governo americano, que as vítimas eram pescadores.

Maduro anuncia uso de armas de fogo como treinamento para a população

Devido a tensão se aumentando com os Estados Unidos, com o envio dos navios americanos ao Caribe, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (18) que enviará militares paras as comunidades para ensinar a população sobre como utilizar armas de fogo. A medida contempla pessoas que já se alistaram voluntariamente, tanto homens quanto mulheres, com o objetivo declarado de torná-los capazes de lidar com esse tipo de armamento. O treinamento irá acontecer neste sábado (20).

Mobilização e ações concretas

Segundo o anúncio, a Força Armada Nacional Bolivariana conduzirá atividades diretamente nas comunidades, nos bairros, com uso de instalações militares. As ações vão englobar instruções práticas, manuseio de armas e orientações operacionais. Essa será a primeira vez que os quartéis se deslocam para ministrar treinamento além de seus limites militares tradicionais.

O anúncio repercute com preocupação dentro e fora da Venezuela. Grupos de defesa dos direitos humanos questionam os riscos de conflitos armados internos, uso indevido de armas por civis e aumento de violência. Especialistas em segurança alertam para a necessidade de clara regulamentação, supervisão e limites firmes, para que esses treinamentos não se transformem em incentivos à militarização do cidadão comum.


Maduro falando com a mídia (Foto: reprodução/Jesus Vargas/Getty Images Embed)

Escalada das tensões

A iniciativa vem em um clima de tensão que está escalando muito com os Estados Unidos, que recentemente mobilizou navios e aeronaves no Caribe e o seu motivo de realizarem tal ação, é devido ao combate ao narcotráfico. O governo Maduro aponta que essas medidas, são tomadas em função dessas ações externas percebidas como ameaças, e em defesa da soberania venezuelana. Apesar do tom bélico, o presidente afirma que não se trata de um preparo ofensivo, mas sim de uma autoproteção em cenário de pressões políticas externas. O presidente também acusou Washington, que já destruiu embarcações na região sob alegação de estarem transportando drogas, de planejar uma invasão ao seu país. Já o governo de Donald Trump, acusa Maduro de ser afiliado ao narcotráfico, chegando a oferecer 50 milhões de dólares pela sua captura e além disso, ele não é reconhecido pelo país americano e pelas principais democracias da Europa, como presidente da Venezuela.

Países sulamericanos se alinham aos EUA em meio a tensão com a Venezuela

Em meio a crescente das tensões entre Estados Unidos e Venezuela, países sulamericanos começam a se posicionar na tensão entre os presidentes Donald Trump e Nicolás Maduro.

A informação deste posicionamento partiu de Marco Rubio, secretário de estado do governo Trump, que classificou o apoio internacional como incrível.

Apoio vem contra cartel de drogas

O apoio internacional vem após os Estados Unidos, um suposto grupo criminoso que trafica drogas internacionalmente chamado Cartel de los Soles é liderado pelo presidente venezuelano Nicolás Maduro estaria em franca atuação no continente.

O Equador foi o primeiro país a se posicionar a favor dos EUA, classificando o Cartel de los Soles como uma organização terrorista e uma ameaça a segurança nacional. Com isso, o serviço de inteligência equatoriano investiga a influência desse grupo sobre as gangues do crime organizado identificadas e classificá-las.

A Argentina também classificou o cartel como organização terrorista e afirmou que sua decisão é baseada em relatórios sólidos sobre o grupo e que os países devem fortalecer a cooperação entre si para combater o cartel.

Além desses, o Paraguai também classificou como organização terrorista, mas diferente dos outros classificou como uma organização internacional e também defendeu a cooperação entre os países para combater o crime transnacional.

Venezuela e Colômbia afirmam que cartel não existe

Para Maduro, a acusação é infundada e o tal cartel se quer existe e afirma que o objetivo dos EUA é atacar a soberania venezuelana. Além disso, o ministro do interior da Venezuela também questionou a decisão dos países.

A Colômbia seguiu o posicionamento da Venezuela afirmando que o cartel não existe e questionando o interesse de Trump em combater o tráfico de drogas na América do Sul, afirmando que este posicionamento é uma estratégia da extrema-direita quando um líder não a obedece.


Venezuela busca apoio contra medidas dos EUA no Brasil (Foto: Reprodução/Instagram/@cancilleria.ve)

O Brasil até o momento não se posicionou, mas na quarta-feira(27) os ministros das Relações Exteriores dos dois países conversaram por ligação telefônica para discutir a situação do continente e das Zonas de Paz proclamadas pela CELAC em 2014 e das disposições do Tratado de Tletaco de 1967.

Oposição a Maduro comemora

As medidas de combate ao Cartel de los Soles e as declarações anti Maduro feita pelos países nos últimos dias foram comemoradas pela oposição ao presidente Nicolás Maduro.

A líder da oposição Maria Corina Machado saudou a iniciativa dos países sulamericanos e agradeceu principalmente aos presidentes Santiago Peña do Paraguai e Javier Millei da Argentina, afirmando que as medidas ajudam a desmantelar o sistema de governo da Venezuela.

Trump eleva tensão com Maduro e ameaça ação militar na Venezuela

Em uma das maiores demonstrações militares recentes na América Latina, os Estados Unidos deslocaram para o sul do Caribe uma força composta por navios de guerra, aeronaves, um submarino e cerca de 4 mil soldados, posicionando-se estrategicamente nas proximidades da Venezuela.

A operação, oficialmente voltada ao combate aos cartéis de drogas, ocorre em meio a tensões diplomáticas e levanta especulações sobre possíveis recados ao governo de Nicolás Maduro, segundo informações das agências Reuters e Associated Press.

A movimentação ocorre dias após Washington anunciar que passará a tratar cartéis de drogas como organizações terroristas, o que amplia o escopo legal para ações militares fora do território norte-americano.

Embora o governo dos EUA afirme que a operação tem foco no narcotráfico, analistas apontam que a presença militar tão próxima à Venezuela também envia um recado direto ao presidente venezuelano, em meio a tensões diplomáticas e sanções econômicas.

Presença militar dos EUA gera tensão no Caribe

Movimentação oficial mira cartéis de drogas, mas analistas veem recado direto a Maduro, embora o governo dos Estados Unidos afirme que a operação militar no sul do Caribe tenha como alvo os cartéis de drogas que atuam na rota entre a América do Sul e o território norte-americano.

Para o cientista político Carlos Gustavo Poggio, o arsenal mobilizado representa mais do que uma ação contra o crime organizado, é um sinal claro de que Donald Trump estaria disposto a considerar uma intervenção militar na Venezuela.

A medida amplia o isolamento diplomático de Maduro e reforça a narrativa de combate ao narcotráfico como justificativa para ações militares no Caribe.

Maduro se torna foco estratégico da política externa dos EUA

A ofensiva ganhou tom político após declarações da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que classificou Maduro como “fugitivo”, “chefe de cartel narcoterrorista” e “presidente ilegítimo”. Ela afirmou que os EUA estão dispostos a usar “toda a força” contra o regime venezuelano.

A acusação de “fugitivo” se refere à recompensa de US$ 50 milhões oferecida pelo governo americano em agosto por informações que levem à prisão ou condenação de Maduro.

O Departamento de Justiça dos EUA o acusa de envolvimento em narcoterrorismo, tráfico internacional de drogas e uso de armas em apoio a crimes ligados ao tráfico.

Segundo Washington, o presidente venezuelano lideraria o chamado Cartel de los Soles, recentemente classificado como organização terrorista internacional.

Cartel de los Soles

Donald Trump intensificou as acusações contra Nicolás Maduro, apontando-o como líder do Cartel de los Soles, organização supostamente comandada por militares venezuelanos e envolvida no tráfico internacional de drogas.

Segundo veículos latino-americanos, o grupo atua como elo logístico entre produtores sul-americanos e cartéis como o mexicano Sinaloa e o venezuelano Tren de Aragua, que abastecem o mercado norte-americano.

A ofensiva política ganhou apoio regional: Equador, Paraguai e Guiana seguiram a decisão de Washington e passaram a classificar o Cartel de los Soles como organização terrorista.

Segundo o cientista político Carlos Gustavo Poggio, essa movimentação reflete uma combinação de interesses estratégicos. Ele aponta que os países envolvidos mantêm uma postura crítica em relação ao governo venezuelano e ao chavismo, e veem na aproximação com Trump uma oportunidade de projetar seus próprios objetivos políticos e regionais.


Postagem do Instagram de Nicolás Maduro (Foto: reprodução/Instagram/@nicolasmaduro)

Maduro convoca milhões em resposta ao avanço dos EUA

Em reação ao aumento da presença militar norte-americana no Caribe, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos em todo o país.

De acordo com autoridades venezuelanas, a iniciativa pretende fortalecer a proteção do território nacional frente ao que o governo considera uma ameaça explícita à sua soberania.

Conforme análise de Poggio, os meios militares deslocados pelos Estados Unidos para a região têm elevado poder de ataque e foram desenvolvidos para executar missões ofensivas, incluindo ações táticas em território estrangeiro e operações de intervenção com alto grau de precisão.

Militares em ação

O cientista político Carlos Gustavo Poggio observa que Donald Trump tem adotado uma abordagem fortemente militarizada no enfrentamento ao crime, tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos. Ele recorda momentos em que o Trump acionou a Guarda Nacional em centros urbanos como Los Angeles e Washington, para controlar manifestações e intensificar as medidas de segurança.

Essa postura militarizada também se reflete na decisão do governo norte-americano de enquadrar os cartéis de drogas como grupos terroristas. Com essa classificação, Washington amplia sua margem legal para empregar forças armadas diretamente contra essas organizações, inclusive fora do território dos Estados Unidos.

Maduro anuncia mobilização de milhões de milicianos em resposta aos navios de guerra enviados por Trump

O governo americano, sob a gestão de Donald Trump, intensificou as ações e a retórica contra o regime de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, acusando-o de ser um “cartel narcoterrorista” e um dos maiores traficantes de drogas do mundo. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que os Estados Unidos estão prontos para usar “todos os elementos do poder americano” para combater o tráfico de drogas. A declaração de Leavitt faz uma clara referência à Venezuela.

Em resposta às “ameaças bizarras” dos Estados Unidos, como o presidente venezuelano Nicolás Maduro as chamou, ele anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos armados em todo o país, com o objetivo de defender a soberania nacional. O ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello, por sua vez, declarou que as forças do país estão preparadas para responder a qualquer provocação em suas águas.

Deslocamento militar americano

Em agosto de 2025, o governo americano enviou três destróieres de mísseis guiados para a costa da Venezuela, incluindo o USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson. A operação, que conta com cerca de 4.000 marinheiros e fuzileiros navais, aviões de vigilância e um submarino, tem como objetivo oficial combater o narcotráfico. No entanto, analistas veem a ação como uma demonstração de força contra o regime venezuelano.


Presidente Trump faz discurso à comunidade venezuelano-americana em Miami (Foto: reprodução/Alicia Vera/Bloomberg/Getty Images Embed)

Recompensa milionária

Simultaneamente, o governo dos EUA aumentou a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro de US$15 milhões para US$50 milhões. O Departamento de Justiça também confiscou mais de US$700 milhões em ativos ligados a Maduro, incluindo jatos e veículos de luxo.

Em fevereiro de 2025, o governo americano designou o grupo criminoso conhecido como “Tren de Aragua”, entre outras gangues, como organizações terroristas estrangeiras. Essa medida veio para reforçar as acusações de narcoterrorismo contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Resposta de Maduro

O anúncio de Maduro de mobilizar 4,5 milhões de milicianos é a resposta mais forte do líder venezuelano à escalada das tensões. Essas milícias, criadas por seu antecessor, Hugo Chávez, são uma força civil de apoio ao regime. Maduro promete armá-las para a defesa territorial.

Os países vivem tensões desde o primeiro mandato de Trump. A política americana tem sido marcada por sanções econômicas e diplomáticas para pressionar a saída de Maduro. Em 2020, o governo Trump já havia indiciado o líder venezuelano por narcoterrorismo e enviado navios de guerra para o Caribe em uma operação antidrogas. A Venezuela, por sua vez, enfrenta uma grave crise econômica e fortalece sua base militar recorrendo à retórica de “ameaça externa”.