Maduro anuncia mobilização de milhões de milicianos em resposta aos navios de guerra enviados por Trump
Tensão entre EUA e Venezuela acirra com Trump enviando navios e aumentando a recompensa por informações sobre o venezuelano

O governo americano, sob a gestão de Donald Trump, intensificou as ações e a retórica contra o regime de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, acusando-o de ser um “cartel narcoterrorista” e um dos maiores traficantes de drogas do mundo. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que os Estados Unidos estão prontos para usar “todos os elementos do poder americano” para combater o tráfico de drogas. A declaração de Leavitt faz uma clara referência à Venezuela.
Em resposta às “ameaças bizarras” dos Estados Unidos, como o presidente venezuelano Nicolás Maduro as chamou, ele anunciou a mobilização de 4,5 milhões de milicianos armados em todo o país, com o objetivo de defender a soberania nacional. O ministro do Interior venezuelano, Diosdado Cabello, por sua vez, declarou que as forças do país estão preparadas para responder a qualquer provocação em suas águas.
Deslocamento militar americano
Em agosto de 2025, o governo americano enviou três destróieres de mísseis guiados para a costa da Venezuela, incluindo o USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson. A operação, que conta com cerca de 4.000 marinheiros e fuzileiros navais, aviões de vigilância e um submarino, tem como objetivo oficial combater o narcotráfico. No entanto, analistas veem a ação como uma demonstração de força contra o regime venezuelano.
Presidente Trump faz discurso à comunidade venezuelano-americana em Miami (Foto: reprodução/Alicia Vera/Bloomberg/Getty Images Embed)
Recompensa milionária
Simultaneamente, o governo dos EUA aumentou a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro de US$15 milhões para US$50 milhões. O Departamento de Justiça também confiscou mais de US$700 milhões em ativos ligados a Maduro, incluindo jatos e veículos de luxo.
Em fevereiro de 2025, o governo americano designou o grupo criminoso conhecido como “Tren de Aragua”, entre outras gangues, como organizações terroristas estrangeiras. Essa medida veio para reforçar as acusações de narcoterrorismo contra o presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Resposta de Maduro
O anúncio de Maduro de mobilizar 4,5 milhões de milicianos é a resposta mais forte do líder venezuelano à escalada das tensões. Essas milícias, criadas por seu antecessor, Hugo Chávez, são uma força civil de apoio ao regime. Maduro promete armá-las para a defesa territorial.
Os países vivem tensões desde o primeiro mandato de Trump. A política americana tem sido marcada por sanções econômicas e diplomáticas para pressionar a saída de Maduro. Em 2020, o governo Trump já havia indiciado o líder venezuelano por narcoterrorismo e enviado navios de guerra para o Caribe em uma operação antidrogas. A Venezuela, por sua vez, enfrenta uma grave crise econômica e fortalece sua base militar recorrendo à retórica de “ameaça externa”.