Lula sanciona lei contra o crime organizado no Brasil

A Lei 15.245/2025, que tem o senador Sergio Moro, do União Brasil, define novos crimes que buscam enrijecer o combate do crime organizado, como a conspiração para obstrução de ações contra o crime organizado, com pena de quatro a doze anos de prisão e multa.

Além do combate ao crime organizado, a lei aumenta a proteção e agentes de segurança pública (como juízes, promotores, policiais, incluindo os já aposentados, e seus familiares) e prevê a pena de um a três anos para quem tentar ou planejar ataques contra os agentes públicos, à mando do crime organizado, ou contratar membros de facções criminosas para cometer crimes, mesmos que não seja praticado.

A declaração de Lula e do ministro Lewandowsky

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em postagem nas redes sociais, afirmou que o Governo não tolera e atua para combater as organizações criminosas com mais vigor.


Lula anuncia a lei sancionada para aumentar a proteção de agentes públicos (Foto: reprodução/X/@LulaOficial)


Ricardo Lewandowsky, ministro da justiça, comentou e concordou com a nova lei, onde afirmou que “é um avanço importante”, por proteger os agentes públicos e seu familiares.

O Governo ainda está concluindo um projeto de “Lei Antifacção”, que classifica as organizações criminosas como crime hediondo e aumenta as penas para seus membros e financiadores. O projeto depende da aprovação do presidente Lula para ser levado ao Congresso.

O que muda com a nova lei

A lei que foi sancionada logo após a megaoperação no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, mirando a facção criminosa Comando Vermelho (CV), que atua no local e deixou mais de 120 mortos, incluindo quatro policiais.

O efeito da nova lei busca ampliar as punições para casos como o da megaoperação, em que os traficantes usaram a violência para resistir a prisão de integrantes do Comando Vermelho.

Especialistas em direito penal dizem que a nova lei elimina brechas que permitia o mandante do crime contratar membros de facções criminosas, sem ser punido.

Senado dos EUA desafia Trump e aprova fim de tarifas contra Brasil

O Senado dos Estados Unidos aprovou, nesta terça-feira (28), um projeto de lei que revoga as tarifas impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros como café, petróleo e suco de laranja. A proposta, apresentada pelo senador democrata Tim Kaine, da Virgínia, foi aprovada por 52 votos a 48 e ainda precisa passar pela Câmara dos Deputados, dominada por republicanos.

Mesmo com baixa chance de avançar, o texto é visto como um gesto político que expõe o descontentamento de parte do Congresso com a política comercial de Trump e busca pressionar o governo norte-americano a rever as medidas que elevaram tarifas de importação em até 50%.

Sinal de resistência

Entre os votos favoráveis, cinco senadores republicanos se juntaram aos democratas, indicando fissuras dentro do próprio partido do presidente. Mitch McConnell, Rand Paul, Thom Tillis, Lisa Murkowski e Susan Collins contrariaram a liderança republicana e apoiaram o projeto. Segundo Kaine, a votação serve para provocar um debate sobre os efeitos econômicos negativos das tarifas, que, segundo o Escritório de Orçamento do Congresso, têm contribuído para o aumento da inflação e do desemprego nos Estados Unidos.


Presidente Lula se pronuncia sobre relações econômicas entre Brasil e Estados Unidos (Vídeo: reprodução/Instagram/@lulaoficial)


Diplomacia e expectativa

A aprovação no Senado aconteceu dois dias após o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). Os líderes conversaram por cerca de 45 minutos e decidiram iniciar negociações bilaterais para reduzir as barreiras comerciais. Lula afirmou que “o que importa em uma negociação é olhar para o futuro” e defendeu a suspensão temporária das tarifas enquanto durarem as tratativas.

Trump, por sua vez, classificou o encontro como “muito bom” e disse que foi “uma grande honra conversar com Lula”, destacando que ambos pretendem manter o diálogo aberto para buscar soluções que beneficiem os dois países. O que se percebe é que o estabelecimento do diálogo tem levado a resoluções de movimentos positivos em torno da onda de tarifas.

Lula reúne ministros e cobra respostas após tragédia em megaoperação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião de emergência com ministros e assessores de primeiro escalão nesta quarta-feira (29) para discutir a crise provocada pela megaoperação policial no Rio de Janeiro. O encontro ocorre no Palácio da Alvorada, em Brasília, e foi convocado poucas horas após a confirmação de que 132 pessoas morreram durante a ação contra o Comando Vermelho (CV), nas comunidades do Alemão e da Penha.

Segundo fontes do governo, o clima entre os ministros é de preocupação e cobrança por medidas concretas. A operação, considerada a mais letal da história da capital fluminense, gerou forte repercussão nacional e internacional, com críticas sobre o uso desproporcional da força e possíveis violações de direitos humanos. Lula teria pedido “respostas rápidas e coordenadas” para conter o impacto político e social do episódio.

Entre os participantes da reunião estão o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, além da ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo. A presença desses nomes indica que o debate vai além da segurança pública, incluindo também aspectos sociais e de direitos fundamentais.

Megaoperação deixa rastro de mortes e indignação

A operação, realizada na terça-feira (28), teve como alvo o Comando Vermelho e mobilizou mais de 400 agentes das forças de segurança. O balanço da Defensoria Pública do Rio aponta 132 mortos, número que pode aumentar conforme novas vítimas são identificadas. Trata-se do maior número de mortes em uma única ação policial no estado.


Secretário da Polícia Militar compartilha detalhes das operações (Vídeo: Reprodução/Instagram/@portalg1)

De acordo com relatos de moradores, a operação começou nas primeiras horas da manhã e se estendeu até a noite, com intensos tiroteios e helicópteros sobrevoando as comunidades. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram cenas de desespero, com famílias tentando se proteger em meio aos disparos. A Defensoria Pública e organizações de direitos humanos cobram uma investigação independente e transparente.

Autoridades locais afirmam que a ação foi necessária para desarticular um dos principais núcleos do tráfico de drogas no Rio. No entanto, o alto número de mortos levantou questionamentos sobre a falta de planejamento e o respeito aos protocolos de segurança. A operação reacendeu o debate sobre a política de enfrentamento ao crime nas favelas e a ausência de políticas públicas de longo prazo para a população dessas áreas.

Governo estuda medidas e reforço institucional

Durante a reunião no Alvorada, o presidente Lula solicitou que os ministros apresentem um diagnóstico completo da situação e proponham medidas urgentes para evitar novos episódios de violência. Ricardo Lewandowski deve apresentar um relatório preliminar com informações da Polícia Federal e da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

Fontes próximas ao Planalto afirmam que o governo estuda enviar uma comitiva ao Rio de Janeiro ainda nesta semana, com representantes dos ministérios da Justiça, dos Direitos Humanos e da Igualdade Racial. A ideia é acompanhar de perto as investigações e demonstrar apoio às famílias das vítimas.

Lula também determinou que o governo federal atue em parceria com o estado e a prefeitura do Rio para fortalecer políticas sociais e ampliar a presença do Estado nas comunidades afetadas. “Não basta reagir com armas; é preciso reconstruir a confiança e garantir dignidade às pessoas”, teria dito o presidente, segundo relatos de participantes da reunião.

Trump parabeniza Lula por seu aniversário e elogia reunião com o presidente do Brasil

O presidente dos EUA, Donald Trump, parabenizou o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo seu aniversário de 80 anos, completados nesta segunda-feira (27). Os dois presidentes se reuniram em Kuala Lumpur, capital da Malásia, no último domingo (26).

Durante conversa com repórteres, Trump afirmou que Lula é um homem “vigoroso” e considerou uma “boa reunião” o encontro com o petista, mas mostrou incerteza em relação a um acordo comercial com o Brasil.

Lula é parabenizado

Durante voo a caminho do Japão, nesta segunda-feira, Trump comentou sobre a reunião com Lula, que ocorreu no dia anterior, na 47ª reunião da cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático), na Malásia. O republicano aproveitou para desejar feliz aniversário ao presidente brasileiro: “E feliz aniversário. Quero desejar feliz aniversário ao presidente, ok? Hoje é o aniversário dele. Ele é um cara muito vigoroso”, além de mostrar certa incerteza a respeito de um possível acordo com o Brasil.  “Não sei se algo vai acontecer, mas veremos”, afirmou Trump.

O encontro entre os líderes de Brasil e EUA ocorreu após semanas de negociação entre representantes dos governos dos dois países desde quando ambos os presidentes estiveram na Assembleia Geral da ONU, em setembro, em Nova York. A aproximação entre Lula e Trump era vista como improvável, uma vez que o líder norte-americano impôs uma tarifa de 50% a produtos brasileiros como forma de reprovação à atuação da justiça brasileira em relação à investigação contra o ex-presidente, e principal adversário político de Lula, Jair Bolsonaro.


Lula discursa na reunião da Asean, em Kuala Lumpur, capital da Malásia (Foto: reprodução/Arif Kartono/AFP/Getty Images Embed)

Acordo garantido

Em coletiva de imprensa realizada na Malásia, Lula afirmou que o acordo entre Brasil e EUA está garantido, e que ele poderá ser fechado “mais rápido do que qualquer um pensa”.

O presidente brasileiro se mostrou otimista em relação ao acordo de redução da tarifa de 50% imposta ao Brasil por Trump no mês passado, completando que isso será resolvido nos próximos dias.

Em reunião, Trump pergunta sobre prisão e elogia Lula

Neste domingo (26), os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva estiveram em uma reunião para discutir temas como a questão das tarifas, o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Lei Magnitsky, comércio bilateral e comentaram também sobre a crise na Venezuela e a guerra da Ucrânia.

Durante o encontro, o presidente americano perguntou sobre o tempo em que Lula ficou preso até ter o processo anulado e elogiou a volta por cima, vencendo as eleições de 2022.

Trump comentou sobre Lula

Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores, disse que o presidente americano elogiou “o perfil da carreira política do presidente Lula”, por ter se recuperado após ser “perseguido no Brasil” e “provado sua inocência para voltar a se apresentar e conquistar seu terceiro mandato à Presidência”. Trump também comentou sobre os processos que respondeu, após a reeleição em 2024, afirmando perseguição política contra ele.

O presidente americano mostrou estar bem informado sobre a história e o perfil político de Lula, onde já havia dito na Assembleia Geral da ONU, em setembro, que havia gostado do presidente brasileiro.

Nesta segunda-feira (27), o líder americano classificou a reunião com Lula como “muito boa”, afirmando que um acordo comercial entre EUA e Brasil deve ser fechado futuramente. Aproveitou para elogiar Lula, ao chamar de “muito vigoroso” e parabenizou pelo seu aniversário de 80 anos.


A reunião entre os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, na Malásia (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Os presidentes também falaram sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Eu disse para ele que o julgamento (de Bolsonaro) foi muito sério e com provas muito contundentes”, afirmou Lula, que disse também que Trmp sabe que o ex-presidente Bolsonaro “faz parte do passado da política brasileira”.

Outros pontos da reunião

Lula também comentou sobre a questão da tensão entre EUA e Venezuela e se colocou à disposição para ajudar em futuras negociações, sendo um mediador na relação entre os dois países, pela sua experiência como potência na América do Sul.

Segundo o ministro Mauro Vieira, Trump teria agradecido e concordado com a proposta de Lula, em servir como um intermediador no diálogo ente os EUA e Venezuela.

Além da interlocução com a Venezuela, os dois presidentes devem iniciar negócios comerciais e a suspensão de tarifas e também é esperado uma futura visita de Trump ao Brasil e de Lula aos EUA.

Donald Trump diz que pode fazer bons acordos com o Brasil após encontro com o presidente Lula

Na tarde deste domingo(26), os presidentes Donald Trump e Lula se encontraram na Malásia, fuso horário local e madrugada no horário de Brasília.  No primeiro momento da reunião, os dois conversaram com jornalistas durante 10 minutos. O governante dos EUA informou que é uma honra estar com o presidente do Brasil. Disse, ainda, que se sente mal pelo que o ocorreu com Jair Bolsonaro, porém afirmou que não sabia se isso entraria em pauta de discussão, apenas se ateve ao foco da conversa.

Donald Trump carreira

O atual presidente dos Estados Unidos, nasceu em Nova York e estudou na Universidade da Pensilvânia no ano de 1971, e recebeu do seu pai, Fred, o controle da empresa, a The Trump Organization. Ao londo da sua trajetória, ele construiu empreendimentos utilizando a sua marca. Fez breves participações em filmes e series de televisão apresentando e coproduzido o reality show The Apprentice. Em junho de 2015 resolveu se candidatar para a presidência para as eleições de 2016, em que acabou derrotando Hillary Clinton.

Em 1968, ele foi empregado na Trump Management, que na época possui moradias por aluguel de classe média, segregadas racialmente, localizado nos bairros periféricos de Nova York. No ano de 1992, ele, seus irmãos Maryanne, Elizabeth e Robert, e seu primo John W.Walter, cada um com 20% de participação, formaram a All County Building Supply e Mainteance Corp, empresa que não tinha sede física e havia sido acusado de servir como fachada para pagar os fornecedores de serviços e suprimentos.


Donald Trump e Lula em conversa na Malásia no dia 26 de outubro(Foto: reprodução/Andrew harnick/Getty Images Embed)

Presidente Lula trajetória

Nascido em 27 de outubro de 1945, em Caetés, o então presidente do Brasil atual migrou com sua família para o litoral do estado de São Paulo como o objetivo de encontrar com o seu pai, Aristides, ao chegarem, porém, perceberam que, na verdade, descobriram que Jaime tinha mandado a carta, pedindo que fossem para São Paulo. Após a separação dos pais, Lula perdeu o contato com seu pai e só soube da morte dele, que ocorrerá em 1978, alguns dias após ter sido enterrado como indigente.

Sua carreira política se iniciou nos anos 80. Ele disputou a presidência em 1989, derrotado por Fernando Collor, após isso em 1998, tentou novamente para o mesmo cargo, agora contra Fernando Henrique Cardoso em 1998, porém foi derrotado novamente, ele conseguiu se tornar presidente nas eleições de 2002, conseguindo ainda ficar 2 mandatos até 2010 quando saiu do cargo, em 2022 derrotou Jair Bolsonaro e hoje é o presidente do Brasil.

Matéria por Lucas da Silva Fiuza (In Magazine)

Em tom pragmático, Lula e Trump indicam avanço em negociações comerciais na Malásia

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump se reuniram neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia, durante a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). O encontro, o primeiro formal entre os dois líderes desde o início do governo do republicano, marcou uma reaproximação cautelosa entre Brasília e Washington, após meses de tensões provocadas pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras.

A conversa, que durou cerca de 50 minutos, ocorreu em clima cordial. Ambos evitaram polêmicas e adotaram um tom pragmático. Trump afirmou acreditar em um ótimo relacionamento com o Brasil e sugeriu que a redução das tarifas pode ocorrer nas circunstâncias certas. Lula, por sua vez, declarou esperar boas notícias e afirmou que não há motivos para desavenças entre os dois países.

Discussões sobre tarifaço e sanções

Segundo o chanceler Mauro Vieira, a reunião abriu caminho para negociações imediatas entre as equipes de ambos os governos. Ainda neste domingo, Vieira se reuniu com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, para discutir a possível suspensão ou redução das taxas em setores estratégicos.

O encontro também tratou de outros temas sensíveis, como as sanções impostas a autoridades brasileiras e a pressão americana sobre a Venezuela. Lula se ofereceu para atuar como interlocutor entre Washington e Caracas, destacando que a América do Sul é uma região de paz.


Reunião completa de Lula e Trump na Malásia (Vídeo: reprodução/Youtube/@diarioas)

Durante a conversa, Trump chegou a elogiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando sentir-se mal com o que ocorreu com ele, mas descartou qualquer relação do tema com as negociações comerciais. Lula reagiu com um sorriso e manteve o foco nas pautas econômicas.

Sinais de reaproximação

A reunião em território neutro na Ásia foi articulada após um breve contato entre os dois presidentes durante a Assembleia Geral da ONU, em setembro. Desde então, as equipes técnicas de ambos os países vinham negociando uma agenda de diálogo.

O gesto é visto como um possível ponto de inflexão nas relações bilaterais, abaladas desde julho. Para o governo brasileiro, o encontro pode indicar disposição de Washington em revisar medidas consideradas mais políticas do que comerciais.

Ao final, Lula classificou a conversa como ótima e reiterou o desejo de ampliar a cooperação econômica com os Estados Unidos. Trump, por sua vez, afirmou que os dois países saberão chegar a um acordo.

Novas indicações de Lula no STM julgarão Bolsonaro

A aposentadoria do general Marco Antônio de Farias, que completou 75 anos na última terça-feira (21), abriu mais uma vaga no Superior Tribunal Militar (STM). Com isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está autorizado a indicar um novo ministro para a Corte. O nome mais cotado é o do general Anísio David de Oliveira Junior, atual comandante do Departamento de Engenharia e Construção do Exército.

Mais uma vaga no STM para Lula

Em novembro, o STM abrirá mais uma vaga devido à aposentadoria do general Odilson Sampaio Benzi. O favorito para assumir a vaga é o general Flávio Marcus Lancia Barbosa, atual vice-chefe do Estado-Maior do Exército, segundo a CNN. Com a nova indicação, Lula terá nomeado quatro ministros ao STM: Guido Amin Naves, Verônica Sterman, Anísio David e Flávio Marcus Lancia, mas todos ainda precisam ser aprovados pelo Senado.


O prédio do STM em Brasília (Foto: reprodução/Hugo Barreto/Metrópoles)

A nova indicação de Lula acontece em meio à expectativa pelo julgamento que pode levar à perda das patentes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), capitão da reserva, e de outros militares já condenados pelo STF por envolvimento na tentativa de golpe de Estado.

Como a maioria dos envolvidos recebeu penas superiores a dois anos, o processo deve ser encaminhado ao STM. Nesses casos, os réus passam a responder por “indignidade ou incompatibilidade com o oficialato” — o que pode resultar na perda da patente.

Antes disso, no entanto, é preciso que o julgamento no STF seja concluído em definitivo. Isso só ocorre após a apresentação e análise de todos os recursos cabíveis.

Estrutura do STM

O STM tem 15 ministros nomeados pelo presidente da República. São quatro oficiais do Exército, três da Marinha e três da Aeronáutica — todos da ativa e no mais alto posto de suas carreiras. Além dos militares, o colegiado inclui cinco ministros civis: três advogados com reconhecida experiência jurídica e reputação ilibada, com no mínimo dez anos de atuação profissional, e dois membros oriundos do Ministério Público da Justiça Militar.

A expectativa é que essas decisões reforcem o papel da Corte na responsabilização de oficiais por atitudes contrárias às normas da carreira militar.

Lula declara que os traficantes também são vítimas

Em uma coletiva de imprensa em Jacarta, na Indonésia, feito nesta sexta-feira (24), o presidente do Brasil, Lula, acabou fazendo uma declaração polêmica ao discursar sobre o combate às drogas. Segundo ele, com suas palavras, os traficantes de drogas “são vítimas dos usuários”, que são “responsáveis por eles”, e que também o jeito “mais fácil e viável”, para o Brasil e Estados Unidos, seria “combater os viciados”. Segundo Luiz Inácio, acrescentou também que os países precisam ter muito cuidado no combate às drogas, trazendo muitas repercussões negativas. A declaração foi feita nesta madrugada.

Motivo da declaração

A razão pela qual acabou levando Lula a essa frase, se deve ao fato das declarações recentes do presidente Donald Trump, onde o americano disse que não há necessidade de uma declaração de guerra para matar os traficantes. Vale lembrar que ambos os presidentes irão se encontrar neste domingo (26).


Declaração polêmica de Lula, sobre as drogas (Vídeo: reprodução/YouTube/@veja)

Reações e repercussão política

A oposição reagiu rapidamente à declaração. Parlamentares afirmaram que o governo relativizou o crime organizado e invertendo “vítimas” e “culpados”. Um deles disse que “para ele, o bandido é vítima e o cidadão de bem é o culpado”. O comentário ganhou destaque nas redes sociais e foi interpretado como enfraquecimento da política de segurança.

Impacto no debate sobre drogas

A declaração relança o debate sobre como o Brasil encara o tráfico e o consumo de drogas. Embora Lula tenha defendido o tratamento de usuários como prioridade, a frase sobre traficantes como vítimas foi vista como redirecionamento de responsabilidades. Especialistas esperam que o governo detalhe como pretende equilibrar repressão ao crime organizado e políticas públicas de saúde.

Pragmatismo e críticas simultâneas

Apesar da polêmica, o presidente reiterou que o Estado brasileiro está empenhado em reduzir o consumo e oferecer acolhimento aos dependentes. No entanto, a escolha das palavras abriu caminho para quem considera que foi uma espécie de retratação da política de combate ao narcotráfico vigente  e reforça o risco de que a mensagem seja interpretada como leniente com facções criminosas.

Lula confirma candidatura à presidência em 2026 durante visita à Indonésia

Durante uma viagem oficial à Indonésia, nesta quinta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que pretende concorrer a um quarto mandato nas eleições brasileiras de 2026. O anúncio foi feito ao lado do presidente indonésio, Prabowo Subianto, no palácio presidencial do país asiático. Lula ressaltou que, ao completar 80 anos, ainda manterá a mesma disposição que tinha aos 30. A declaração aconteceu durante comentários sobre o fortalecimento das relações bilaterais entre os dois países.

Lula confirma quarta candidatura e fala sobre saúde e energia

“Vou disputar um quarto mandato no Brasil. Digo isso porque ainda teremos muitas oportunidades de diálogo. Este meu atual mandato se encerra apenas no final de 2026, mas estou preparado para futuras eleições, buscando tornar a parceria entre Indonésia e Brasil ainda mais estratégica, atraindo mais investidores brasileiros ao país de vocês”, afirmou o presidente.


Lula se encontra com o presidente indonésio Prabowo Subianto para fortalecer relações bilaterais (Video: reprodução/Instagram/@lulaoficial)

Nos últimos meses, Lula havia sinalizado o desejo de participar do pleito de 2026, embora tenha deixado margem a dúvidas devido a questões de saúde. Em 2022, antes de assumir o mandato atual, declarou que não pensava em reeleição imediata, mas sim em “deixar o Brasil pronto para o futuro”.

Comércio, multilateralismo e oportunidades bilaterais

Durante o encontro em Jacarta, o chefe do Executivo brasileiro defendeu políticas de multilateralismo e criticou barreiras comerciais. “Buscamos um comércio aberto e, mais do que isso, tanto o Brasil quanto a Indonésia têm interesse em explorar negociações diretas, inclusive usando nossas moedas. Precisamos revisar velhos hábitos. O século 21 exige ousadia que o século 20 não nos permitiu. Precisamos evoluir nas relações comerciais, sem dependência de terceiros. Queremos multilateralismo, democracia econômica e não protecionismo. Nosso objetivo é crescer, gerar empregos e oferecer oportunidades de qualidade”, declarou.

Ainda nesta quinta, Lula participa de um fórum econômico que reúne aproximadamente 200 empresários dos dois países. A pauta principal envolve a expansão das exportações de proteína animal do Brasil para a Indonésia, que, com a quarta maior população do planeta, se tornou membro pleno do Brics em janeiro deste ano.