Papa Leão XIV alerta para agravamento da fome em Gaza e cobra cessar-fogo imediato

O Papa Leão XIV voltou a se manifestar neste domingo (27), sobre a escalada da crise humanitária na Faixa de Gaza. Durante sua participação no Angelus deste domingo, o Papa Leão XIV manifestou intensa inquietação diante da crise enfrentada pelos civis na Faixa de Gaza. Ele descreveu a população local como vítima de uma fome devastadora e de uma rotina marcada por violência e perda de vidas.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, ao menos 133 pessoas, entre elas 87 crianças, já morreram de desnutrição desde o início do conflito entre Israel e Hamas. A maioria das mortes foi registrada nas últimas semanas, sinalizando o agravamento das condições no território, onde vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas.

Organizações humanitárias alertaram na última semana para uma fome generalizada em Gaza. O Papa, ao citar a gravidade do contexto, renovou seu apelo por um cessar-fogo imediato, pela libertação de todos os reféns e pelo respeito pleno às normas do direito humanitário internacional. Ele também pediu que os envolvidos no conflito reconheçam a dignidade de cada pessoa e priorizem o diálogo em busca de um futuro pacífico para todos os povos.

Pausas limitadas e impasse nas negociações

No mesmo domingo em que o Papa fez seu apelo pela paz, o governo israelense anunciou que irá suspender temporariamente suas ofensivas militares por 10 horas diárias em áreas específicas da Faixa de Gaza, para permitir o envio de ajuda humanitária. A medida, entretanto, foi recebida com reservas pela ONU, que criticou a ausência de rotas alternativas eficazes para os comboios de socorro. A organização alertou que as restrições de acesso continuam dificultando significativamente a chegada de insumos vitais à população palestina, comprometendo os esforços de assistência humanitária no território.


Conflito israelo-palestino (Foto:reprodução/AFP/Getty Images Embed)

A chegada de auxílio internacional à Faixa de Gaza sofreu uma queda expressiva a partir de março, retomada somente em maio sob condições mais rigorosas, impostas como parte de novos protocolos de segurança. As autoridades israelenses afirmam estar comprometidas com o envio de suprimentos, mas defendem a necessidade de monitorar rigidamente a distribuição para evitar que alimentos e medicamentos sejam desviados pelo Hamas.

Israel e Estados Unidos abandonaram as negociações com o grupo palestino na última sexta-feira (25), alegando que o Hamas não demonstrou disposição para alcançar um acordo. O impasse agrava ainda mais a situação no território, onde a escassez de comida, água potável e remédios já coloca milhares de vidas em risco.

Pontífice estende solidariedade a outras regiões em conflito

Além de Gaza, o Papa Leão XIV também expressou solidariedade às vítimas de conflitos armados no sul da Síria e às populações deslocadas pelos recentes confrontos entre Camboja e Tailândia, no Sudeste Asiático. Ele pediu que os líderes das nações envolvidas se inspirem na paz e busquem soluções baseadas na reconciliação.


Papa Leão XIV (Foto:reprodução/Ernesto Ruscio/Getty Images Embed)

O pontífice reforçou a necessidade de que todos os esforços diplomáticos estejam voltados para a preservação da vida e da dignidade humana, especialmente de crianças e famílias que enfrentam o deslocamento forçado e a escassez de recursos essenciais.

Israel anuncia pausa humanitária em Gaza, mas ataques continuam

No último sábado (26), as Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram uma pausa humanitária nos bombardeios em determinadas áreas da Faixa de Gaza, especialmente nas regiões mais povoadas. A interrupção iniciou-se neste domingo (27), conforme o horário local de Israel.

Segundo o comunicado oficial, embora os ataques cessem temporariamente em algumas localidades, as operações militares continuarão em outras áreas consideradas estratégicas e com menor densidade populacional.

Contexto do anúncio

O que para muitos aparenta ser um alívio momentâneo para a população de Gaza, na verdade, é resultado da intensa pressão internacional sobre as ações israelenses, amplamente criticadas pela alta taxa de mortes por fome no território. As IDF reconheceram que a decisão pela pausa foi motivada por essas pressões, mas enfatizaram que os objetivos seguem a todo vapor e sem chance de cessar: resgatar todos os reféns sequestrados e exterminar o grupo armado Hamas, classificado por Israel e outros países como organização terrorista.

Ação humanitária

Com a suspensão parcial dos bombardeios, Israel também anunciou a abertura de corredores para a entrada de ajuda humanitária coordenada pelas Nações Unidas, além da autorização para lançamentos aéreos de suprimentos destinados à população civil.


Pressionado, Israel pausa combate e deixa ajuda humanitária entrar no território de Gaza (Vídeo: reprodução/Instagram/@cidade_de_guarulhos)

Apesar da medida, o cenário em Gaza permanece crítico. Desde o início do conflito, em outubro de 2023, ao menos 127 pessoas morreram por fome ou desnutrição, incluindo crianças e idosos. Entre os casos mais recentes está o de um bebê de cinco meses que faleceu nos braços da mãe na última sexta-feira (25). Hospitais enfrentam superlotação, falta de insumos e profissionais de saúde exaustos; há relatos de médicos que chegam a desmaiar de fome enquanto tentam salvar pacientes.

Novas provisões prometem apaziguar a situação da região, enquanto novos acordos de paz não são firmados entre as nações envolvidas.

Israel libera envio de ajuda aérea a Faixa de Gaza

Israel dá acesso livre a países que desejarem enviar ajuda a população na Faixa de Gaza. A informação é de uma autoridade da área de segurança de Israel e, ainda segundo ele, Israel também está planejando mandar ajuda aérea, ação organizada pelas Forças armadas e pelo Coordenador de Atividades Governamentais nos Territórios. Os Emirados Árabes Unidos e a Jordânia também farão lançamentos em breve para ajudar os que estão na região.

Fome na Faixa de Gaza

Na última quarta-feira (23), Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) chamou atenção mundial para a fome enfrentada na parte Palestina da Faixa de Gaza. Segundo o diretor, os núcleos de distribuição de alimentos se tornaram locais inseguros para a população palestina, declaração atestada pela morte de 34 pessoas que estavam indo para um destes postos de distribuição, assassinadas por soldados israelenses. Tedros Adhanom também afirmou que a fome em massa é culpa pelo bloqueio promovido por Israel, que impedia a entrada de ajuda na região.


Palestinos em núcleos de distribuição de comida (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)

Recentemente, emissoras também fizeram um apelo a Israel pelos profissionais que estão cobrindo o conflito. No apelo, BBC, Reuters e outras agências de notícia pedem que o governo israelense acabe com o bloqueio e autorize a chegada de comida a população e aos jornalistas na Faixa de Gaza.

Ameaça de Trump a Hamas

Em meio a situação alarmante em Gaza, Donald Trump afirmou nesta sexta-feira (25), que a não adesão de um plano de cessar-fogo da parte do Hamas é um sinal para que o grupo terrorista palestino seja aniquilado. “Eu acho que eles querem morrer, e isso é muito, muito ruim”, declarou o presidente americano.


Presidente americano Donald Trump (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)

Se as Forças Armadas israelenses seguirem a ideia de Trump, o conflito constante na região será intensificado e agravará ainda mais as condições de vida dos que estão em Gaza, sofrendo com deslocamentos forçados e fome desde outubro de 2023, ano em que o conflito entre Israel e Palestina começou.

Médicos e funcionários passam fome em assistência aos refugiados em Gaza

O chefe da agência para refugiados palestinos da ONU, Philippe Lazzarine, afirmou na última terça-feira (22), que funcionários da equipe humanitária estão desmaiando devido ao cansaço e a fome.
Ele também critica o esquema de distribuição de amparo aos funcionários, que tem apoio dos EUA, operado pela Gaza Humanitarian Foundation.

Agência da ONU recebeu mensagens de emergências

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) confirmou que mensagens enviadas pelos prestadores, sinalizavam o estado de emergência que enfrentavam e foram enviadas dezenas de vezes. Os funcionários da Agência descreviam condições graves e exaustão durante os serviços em Gaza, onde Israel trava uma guerra desde outubro de 2023 contra o Hamas. Lazzarini disse que ninguém está sendo poupado, e que os cuidadores em Gaza necessitam de cuidados. Ele ainda afirma que médicos, jornalistas, enfermeiros e trabalhadores humanitários também estão com carência de alimentos.
O chefe da Agência para refugiados também desaprovou o sistema de distribuição de ajuda aos funcionários, apoiado pelos Estados Unidos.
A organização, com finalidade de oferecer amparo aos trabalhadores, atuava desde o fim do mês de maio, mas autoridades de Israel, responsáveis pelo controle dos suprimentos que entram em Gaza, interrompeu um fechamento de 11 semanas.


Palestinos indo para região de Zakim em busca de alimento (Foto:reprodução/Hamza Z. H. Qraiqea/Anadolu/ Getty Images Embed)

Consequências

O número de pessoas atingidas foram mais de mil, que morreram tentando buscar ajuda alimentar desde o fim de maio. O porta-voz do escritório humanitário da ONU, Jens Laerke, contou aos jornalistas que as suposições de que a ONU teria cessado as atuações são “manifestamente incorretas”.
Além disso, o representante da OMS, Tarick Jasarevic, afirmou em uma coletiva que aconteceu em Genebra, que Israel atacou a moradia onde funcionários da OMS residiam, e que também fez ataques ao principal armazém da organização localizado na cidade de Deir al-Balah, em Gaza. Essa ação teria comprometido as operações da OMS no local.

Preocupações com jornalistas

A emissora Britânica BBC se uniu com as agências de notícias AFP, AP e Reuters nesta quinta-feira, para fazer um apelo pelos jornalistas que estão presos. A petição é para autorizarem a entrada e saída dos jornalistas em Gaza.
Segundo um comunicado em conjunto da Agence France-Presse, a americana Associated Press, a canadense-britânica Reuters e a BBC News, os jornalistas enfrentavam privações e dificuldades em zona de guerra, e que também eles eram motivo de preocupação por sofrerem ameaça a sobrevivência por estarem passando fome.

ONU e União Europeia pressionam Israel em meio à fome e crise humanitária em Gaza

As Nações Unidas e a União Europeia reforçaram o apelo para que Israel facilite a entrada de alimentos e ajuda humanitária na Faixa de Gaza, diante de relatos de mortes por desnutrição. Segundo informações do Hamas, que administra o território, cerca de 20 pessoas morreram de fome nas últimas 48 horas.

O governo israelense nega que a população esteja sofrendo com escassez de alimentos e acusa o Hamas de desviar parte da ajuda destinada aos civis.

Jornalistas em situação crítica

A agência de notícias France Presse (AFP) relatou que seus jornalistas em Gaza enfrentam dificuldades extremas para cobrir o conflito devido à falta de comida e água. Em comunicado divulgado nesta terça-feira (22), a AFP pediu a Israel que autorize a evacuação de seus profissionais e familiares.

“Estamos sem forças devido à fome”, afirmou um dos colaboradores.


Cerca de 1.054 pessoas foram mortas pelo exército de Israel (Vídeo: reprodução/Youtube/@CNNBrasil)

Crise alimentar e aumento de preços

Com a guerra, muitas famílias perderam suas fontes de renda, e os preços dos alimentos básicos dispararam. A farinha, item essencial para a sobrevivência, aumentou cerca de 3 mil vezes, tornando-se inacessível para grande parte da população.

A AFP reforça que a situação de fome em Gaza é crítica, marcada por bloqueios na entrada de mantimentos e pelo colapso do mercado local. “O cenário é o mais grave que já presenciei”, declarou Carl Skow, diretor-executivo adjunto de operações do Programa Mundial de Alimentos (PMA), após visitar o território no início deste mês.

Somente nas últimas 24 horas, 19 palestinos — incluindo crianças — morreram de desnutrição, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Entre as vítimas está Yehia, um bebê de três meses, que faleceu no Hospital Nasser, em Khan Younis. Desde o início do conflito, o número de mortos na Faixa de Gaza ultrapassa 59 mil pessoas, com cerca de 142 mil feridos.


Distribuição de alimentos para os Palestinos em Gaza (Foto: reprodução/Getty Imagens Embed/Anadolu)

Tiroteio durante entrega de ajuda

No domingo (20), uma multidão aguardava caminhões da ONU com suprimentos no norte de Gaza. Um dos veículos foi interceptado por moradores, que levaram sacos de farinha.

Testemunhas relataram que civis levantaram as mãos quando soldados israelenses começaram a atirar, mas os disparos continuaram, segundo a correspondente da BBC em Jerusalém, Yolande Knell. O PMA informou que houve ação de franco-atiradores e disparos de tanques, resultando na morte de ao menos 67 pessoas.

O exército israelense nega essa versão e afirma que suas tropas reagiram a uma “ameaça imediata”, efetuando tiros de advertência. A corporação divulgou imagens mostrando soldados de pé enquanto uma multidão cercava um caminhão de ajuda já vazio.

Papa Leão XIV pede o fim da “barbárie da guerra” após ataque a igreja católica em Gaza

O Papa Leão XIV fez neste domingo (20) um apelo contundente pelo fim da guerra em Gaza, ao comentar o ataque israelense que atingiu a única igreja católica da Faixa, a Paróquia da Sagrada Família, na Cidade de Gaza. Durante a oração do Angelus, o pontífice classificou a ofensiva como uma “barbárie” e pediu respeito ao direito humanitário, especialmente à proteção de civis e locais de culto.

O bombardeio ocorreu na última quinta-feira (17) e resultou na morte de três civis cristãos, além de deixar dez pessoas feridas, entre elas o padre Gabriele Romanelli, pároco da igreja. A estrutura do templo foi parcialmente destruída, o telhado foi atingido nas proximidades da cruz principal, janelas foram quebradas e a fachada ficou queimada.

O papa demonstrou solidariedade às famílias das vítimas e aos membros da comunidade cristã da região, afirmando que acompanha com preocupação os contínuos ataques militares contra civis e locais religiosos. Segundo o Vaticano, ele destacou o sofrimento dos cristãos no Oriente Médio, dizendo compreender o sentimento de impotência diante da escalada do conflito.


Pronunciamento do Papa Leão XIV em português (Foto:reprodução/X/@Pontifex_pt)

Bombardeio atinge igreja católica e causa mortes entre civis em Gaza

A igreja Sagrada Família vinha sendo usada como abrigo por famílias que perderam suas casas desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023. Segundo autoridades palestinas, as vítimas foram levadas ao Hospital Al-Ahli, na mesma cidade. Os mortos foram identificados como Saad Issa Kostandi Salameh, Foumia Issa Latif Ayyad e Najwa Ibrahim Latif Abu Daoud.


Torre da Igreja Sagrada Família em Gaza após ataque que deixou 3 mortos (Foto:reprodução/OMAR AL-QATTAA/AFP/Getty Images Embed)

Israel lamentou o episódio e alegou, por meio do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que uma munição “perdida” teria atingido o local. O Ministério das Relações Exteriores israelense afirmou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) abriram uma investigação para apurar o ocorrido e que o país não tem como política atacar igrejas ou qualquer tipo de templo religioso.

Crescente número de civis mortos

No mesmo dia do pronunciamento do pontífice, a Defesa Civil local de Gaza informou que tropas israelenses teriam disparado contra palestinos que aguardavam ajuda humanitária, matando ao menos 93 pessoas. O episódio foi considerado um dos ataques mais letais contra civis que buscavam assistência desde o início da ofensiva militar.

Desde o início do conflito, acredita-se que cerca de mil cristãos viviam na Faixa de Gaza, uma região de maioria muçulmana. A paróquia atacada tinha forte ligação com o falecido papa Francisco, com quem mantinha contato frequente antes de sua morte.

De acordo com o Vaticano, o Papa Leão XIV deve retornar ao Vaticano nos próximos dias, após passar um período de descanso em Castel Gandolfo. Ele renovou o apelo por uma solução pacífica no Oriente Médio e reforçou a necessidade de interromper ações que, segundo ele, violam normas básicas do direito internacional humanitário.

Israel ataca a Síria com bombardeios

Israel lançou um bombardeio contra o prédio do Ministério da Defesa da Síria, localizado na capital Damasco, nesta quarta-feira (16). O ataque foi registrado ao vivo por um canal de televisão, o Al Jazeera. Segundo informações da AFP, três pessoas morreram e 34 ficaram feridas. O governo sírio afirma que entre as vítimas estão mulheres e crianças.

No vídeo divulgado pela empresa de comunicação, é possível ver uma fumaça escura em volta da estrutura, além de destroços sendo arremessados após as explosões. Já em um programa da “TV Syria” o momento da explosão foi documentado a partir da visão da janela do estúdio.

Motivos

O governo israelense atacou a Síria durante essa semana, motivado pela proteção dos drusos, de acordo com Israel. Os drusos são uma comunidade religiosa árabe que vivem no sul da Síria e em regiões ocupadas por Israel, como as Colinas de Golã. Ambos os países dividem fronteira.

A Síria enxerga o ataque como “uma política sistemática adotada pela entidade israelense para inflamar a tensão, criar caos e minar a segurança na Síria“.


Vídeo da explosão (Vídeo: reprodução/Instagram/TV Syria/@vireijornalista)

O que dizem

O Ministério das Relações Exteriores e Expatriados da Síria publicou uma nota na rede social X (antigo Twitter) repudiando os atos realizados pelo país vizinho. “A República Árabe Síria condena nos termos mais fortes a traiçoeira agressão israelense que teve como alvo instituições governamentais e instalações civis na capital“.

Ainda na carta, o Ministério apela à comunidade internacional para medidas urgentes para pôr fim às agressões ao território israelense.

Já o Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, escreveu também via X: “[o ministro] enfatizou o fenômeno recorrente de massacres e ataques contra minorias na Síria: alauítas, curdos, drusos e cristãos – tanto por forças do regime sírio quanto por gangues jihadistas que o apoiam“, ou seja, que o Ministro Sa’ar conversou com a Alta Representante da União Europeia para Relações Exteriores, assim como de outros países.

Ataques israelenses deixam 20 mortos na Faixa de Gaza

A defesa civil de Gaza informou sobre novos bombardeios de Israel na região durante a noite desta terça-feira (8). Segundo, Mahmud Bassal, porta-voz da defesa civil, em contato com a agência de notícias AFP, um dos bombardeios aéreos atingiu a parte Sul de Gaza, em Khan Yunis, onde acertou uma tenda de pessoas desabrigadas devido ao conflito. Horas depois, um segundo ataque alcançou outro acampamento, mas na região norte de Gaza. Ainda segundo a declaração do informante, vinte pessoas morreram, sendo seis delas crianças.

Tentativa de cessar-fogo

Após duas reuniões com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na última semana, o presidente americano Donald Trump, afirma que trégua entre Hamas e Israel tem chance de acontecer em breve.


Encontro entre Donald Trump e Benjamin Netanyahu, em Washington (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

Nos últimos dias, Hamas respondeu de maneira positiva à possível cessar-fogo e segundo fontes do governo israelense, o grupo está envolvido em negociações para realização do acordo.

Esta é a terceira tentativa de cessar-fogo na região desde o início do conflito em outubro de 2023. As recentes conversas entre Hamas e Israel já duram 4 dias e acontecem de forma indireta em Doha, no Catar, sendo as negociações mediadas por representantes do governo catariano.

Conflito na Faixa de Gaza

Em outubro deste ano, a guerra em Gaza completará dois anos. Desde o início do conflito, mais de 50 mil pessoas morreram, de acordo com dados do Ministério de Saúde da Região. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.

Os ataques que serviram como estopim para a guerra foram uma ação do Hamas contra o território israelense e deixaram mais de mil mortos. Entretanto, o conflito entre palestinos e israelenses não é novidade, a guerra que evidencia a relação complicada entre as nações é consequência de divergências que perduram desde o Século passado.


Comércios e residências destruídos após ataque em Gaza (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

Os danos causados pela guerra são imensuráveis. Os constantes ataques mútuos fazem da região um local inabitável e deixam centenas de pessoas desalojadas, sem auxílio humanitário, sem acesso a alimentos e sem atendimento médico.

Acordo de cessar-fogo em Gaza entra na reta final com apoio de Trump e Netanyahu

Um cessar-fogo temporário entre Israel e Hamas pode ser anunciado até o próximo fim de semana. A expectativa foi revelada por fontes diplomáticas nesta terça-feira (8), após avanços nas negociações indiretas realizadas em Doha e encontros de alto nível entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o premiê israelense Benjamin Netanyahu, na Casa Branca.

Negociações avançam com mediação internacional

A possibilidade de uma trégua em Gaza ganhou força nesta semana após uma série de movimentações diplomáticas nos bastidores. As tratativas entre Hamas e Israel ocorrem por meio de mediadores do Catar, já no terceiro dia consecutivo de reuniões em Doha. Fontes envolvidas nas conversas afirmaram que os principais obstáculos foram reduzidos de quatro para apenas um. O plano prevê um cessar-fogo inicial de 60 dias, com a libertação progressiva de reféns israelenses e a devolução de corpos.


Conflito entre Hamas e Israel (Foto: Reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)

Em troca, Israel concordaria com a liberação de presos palestinos e facilitaria a entrada de ajuda humanitária em Gaza. A principal divergência no momento envolve a logística da ajuda humanitária: Israel quer manter controle direto sobre a distribuição, enquanto o Hamas exige participação das Nações Unidas. Ainda assim, diplomatas indicam que há margem para acordo.

Trump assume protagonismo e pressiona por acordo

Durante a visita de Netanyahu a Washington, o presidente Donald Trump realizou dois encontros com o premiê israelense — um jantar informal e uma reunião no Salão Oval — com foco quase exclusivo na crise em Gaza. “Esperamos resolver isso muito em breve”, declarou Trump, segundo relatos da CNN. O assessor especial da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkoff, disse que há chances reais de que um cessar-fogo seja anunciado até domingo, com a libertação de dez reféns vivos e nove corpos por parte do Hamas. Witkoff indicou que “resta apenas uma questão” para que o acordo seja finalizado.


Apesar do otimismo dos norte-americanos, o Catar adotou postura mais cautelosa, afirmando que as conversas ainda exigem tempo e sensibilidade para avançar de forma duradoura.

Trump e Netanyahu discutem cessar-fogo em Gaza e plano para reassentar civis palestinos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciaram nesta segunda-feira (7) que seus governos estão articulando com nações parceiras uma possível realocação de civis palestinos da Faixa de Gaza. O encontro aconteceu na Casa Branca e também incluiu discussões sobre um novo acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

A iniciativa, segundo Netanyahu, busca aliviar a pressão sobre Gaza e abrir caminho para uma solução política duradoura. Ele também anunciou ter recomendado o presidente dos EUA para receber o Prêmio Nobel da Paz.

EUA e Israel buscam reassentar civis de Gaza

Segundo Netanyahu, o reassentamento de parte da população de Gaza está sendo tratado como uma medida de “caráter humanitário” que também facilitaria as operações de segurança contra o Hamas e discutido em coordenação com os Estados Unidos, que lideram contatos diplomáticos com possíveis países de acolhimento. O premiê afirmou que os dois governos estão “trabalhando de perto” e que já estão “próximos de identificar vários países” dispostos a receber civis palestinos.

Estamos trabalhando em conjunto com os Estados Unidos para identificar nações que possam acolher civis de Gaza, longe da zona de guerra e da influência do Hamas”, declarou Netanyahu. “Não se trata de expulsão, mas de oferecer segurança e dignidade a essas famílias.


Donald Trump e Primeiro Ministro de Israel (Foto: Reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

Grupos de direitos humanos, no entanto, criticaram a proposta, apontando riscos de violação do direito internacional. A Human Rights Watch classificou a iniciativa como uma tentativa de “limpeza demográfica sob pretexto humanitário”, enquanto a Anistia Internacional pediu à comunidade internacional que rejeite qualquer plano de deslocamento forçado.

Trump defende plano e é indicado ao Nobel da Paz

Durante a coletiva após a reunião, Trump reiterou seu apoio a Israel e defendeu o plano como parte de uma solução “forte e sustentável” para a crise. Ele afirmou que um novo cessar-fogo está em estágio avançado de negociação e que os EUA não permitirão que o Hamas continue representando uma ameaça.

Netanyahu, por sua vez, anunciou que indicou formalmente Trump ao Prêmio Nobel da Paz, destacando sua atuação nos Acordos de Abraão e seu “compromisso inabalável com a estabilidade no Oriente Médio”.

Poucos líderes fizeram tanto pela paz regional quanto Donald Trump”, afirmou o premiê israelense. “É hora do mundo reconhecer isso.

Observadores internacionais avaliam que os próximos passos da iniciativa — tanto em relação ao cessar-fogo quanto ao reassentamento de civis — serão cruciais para medir o impacto das decisões da Casa Branca sobre a estabilidade regional e a resposta humanitária.