Israel e Hamas anunciam acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA

Israel e o grupo Hamas formalizaram na última quarta-feira (8) um acordo de trégua intermediado pelos Estados Unidos, segundo informações divulgadas pelo presidente Donald Trump em suas redes sociais e confirmadas por mediadores envolvidos nas negociações. O presidente norte-americano declarou que a primeira etapa do plano de paz foi aceita por ambas as partes e que todos os reféns detidos pelo Hamas desde 7 de outubro de 2023 em Gaza serão libertos.

De acordo com autoridades israelenses, ainda permanecem 48 reféns sob custódia do Hamas, sendo 20 deles vivos. A proposta da Casa Branca, apresentada em setembro, estipulava um prazo de 72 horas para a liberação completa das vítimas. Um porta-voz do governo de Israel afirmou que espera iniciar a libertação dos reféns a partir de sábado (11). Em contrapartida, o Hamas solicitou mais tempo para a devolução dos corpos daqueles que faleceram durante o conflito. Israel, por sua vez, deve soltar prisioneiros palestinos e reduzir gradualmente suas tropas na Faixa de Gaza, embora a posição exata das forças militares ainda não tenha sido definida. Segundo Trump, a assinatura do tratado representa o primeiro passo em direção a uma paz duradoura.

Este é um dia histórico para o mundo árabe, muçulmano, Israel, países vizinhos e para os Estados Unidos da América“, escreveu o presidente americano em suas redes sociais, destacando a justiça como princípio do acordo.

Majed Al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, afirmou que o acordo contempla todos os mecanismos necessários para implementar a primeira fase do cessar-fogo, permitindo o fim imediato das hostilidades e a chegada de ajuda humanitária a Gaza. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, celebrou a assinatura do tratado, ressaltando a importância da libertação dos reféns e anunciando reunião com sua equipe de governo na quinta-feira (9) para validação interna do acordo.

Um dia significativo para Israel, um triunfo diplomático e moral“, declarou Netanyahu. “Agradeço aos corajosos soldados das Forças de Defesa de Israel e a todas as equipes de segurança. Graças à dedicação e ao sacrifício deles, conseguimos alcançar este momento. Com a ajuda de Deus, seguiremos avançando em direção à paz e ao cumprimento de nossos objetivos.”

O Hamas, em nota oficial, elogiou o papel de Catar, Egito e Turquia na mediação do cessar-fogo e agradeceu os esforços de Trump para encerrar o conflito. O grupo reforçou a exigência de que os países garantidores assegurem o cumprimento integral do tratado por Israel, sem atrasos na implementação dos acordos.

As concessões e sacrifícios do nosso povo não serão desperdiçados. Permaneceremos firmes em nossas promessas, defendendo os direitos nacionais até conquistar liberdade, independência e autodeterminação“, afirmou o grupo.

O conflito teve início em 7 de outubro de 2023, quando ataques do Hamas resultaram na morte de mais de 1.200 pessoas e no sequestro de 251 reféns. Desde então, mais de 60 mil palestinos morreram em Gaza, segundo dados divulgados por autoridades ligadas ao Hamas. Ao longo do embate, dois acordos de trégua anteriores foram firmados, um no final de 2023 e outro no início deste ano, ambos de curta duração, sem encerrar efetivamente os combates.

Estrutura e detalhes do plano de paz

O plano de 20 pontos divulgados pela Casa Branca em setembro prevê a Faixa de Gaza como área livre de milícias e grupos armados. A primeira fase do acordo ainda carece de detalhes oficiais, incluindo se todos os itens da proposta foram aceitos. Segundo o documento, membros do Hamas poderiam receber anistia desde que entregassem armas e se comprometessem com a convivência pacífica, sem participar do governo local.

Gaza seria administrada temporariamente por um comitê palestino técnico e neutro, supervisionado pelo “Conselho da Paz”, liderado por Trump, responsável pela gestão dos serviços públicos e pela reconstrução da região. O Hamas e demais facções ficariam impedidos de ocupar cargos no governo, direta ou indiretamente, e a administração futura seria transferida para a Autoridade Palestina, condicionada a reformas internas.


Palestinos celebram anúncio do cessar-fogo entre Israel e Hamas, marcando o início de uma trégua mediada pelos Estados Unidos (Foto: Reprodução/Moiz Salhi/Anadolu/Getty Images Embed)

O plano ainda inclui pacotes econômicos e de desenvolvimento, supervisionados por especialistas internacionais que já trabalharam na construção de cidades no Oriente Médio. Em relação à segurança, Gaza passaria por desmilitarização completa, com destruição de toda infraestrutura bélica, criação de perímetro de segurança e supervisão de monitores independentes. A Força Internacional de Estabilização (ISF) seria responsável por treinar a nova polícia Palestina, enquanto as Forças de Defesa de Israel se retirariam gradualmente.

Possibilidade de Estado palestino

Embora o tratado seja vago quanto à criação imediata de um Estado palestino, a proposta norte-americana indica que isso poderia ocorrer futuramente, dependendo da reconstrução de Gaza e de reformas na Autoridade Palestina. Reconhecimentos recentes do Estado palestino por aliados dos EUA foram criticados por Trump e pelo governo israelense, que os consideram uma recompensa ao terrorismo.

A solução de dois Estados, com Israel e Palestina coexistindo pacificamente, é considerada pela comunidade internacional como a única alternativa para uma paz duradoura, embora setores do governo de Netanyahu ainda rejeitem a proposta.

Dois anos de guerra em Gaza, protestos marcam o mundo

Completam-se dois anos desde o início da guerra entre Israel e Hamas, e manifestações pelo mundo ganham força para lembrar as vítimas, denunciar a violência e exigir responsabilidade. De Sydney a Londres, passando pelo Rio de Janeiro, ativistas, estudantes e organizações civis saíram às ruas para protestar contra a situação na Faixa de Gaza, reforçando que o conflito não pode ser esquecido ou relativizado.

Protestos globais reacendem memória e indignação

Em Londres, estudantes organizaram marchas universitárias com bandeiras palestinas, clamando que o massacre iniciado em 7 de outubro de 2023 não seja ignorado nem naturalizado pela comunidade internacional. Na Austrália, Sydney sediou protestos com discursos pungentes de advogados e ativistas, que traçam um histórico de oprimidos “cercados e desumanizados” antes do estopim do conflito. Na Indonésia, frente à embaixada norte-americana, manifestantes exibiram cartazes com mensagens fortes como “Ninguém é livre até que a Palestina seja livre”, protestando contra luz baixa dos governos para a crise humanitária.

Em muitas dessas manifestações, o tom é de luto e lembrança: sirenes ecoam em Israel, acampamentos são montados por familiares de reféns, fotos de vítimas são expostas, como na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, onde uma ONG fez homenagem com bandeiras e retratos. Esses atos mantêm viva a memória das vítimas e exigem que o mundo não apenas veja, mas aja.


Uma manifestação em apoio à Flotilha Global Sumud (Foto: reprodução/Alessandro Bremec/ Getty Images Embed)

Reações políticas e exige-se não esquecer

Autoridades governamentais reagiram com críticas e discursos contrários em alguns países, apontando que protestos pró-Palestina em datas simbólicas nem sempre são bem recebidos. No Reino Unido, o primeiro-ministro qualificou certas manifestações como “antibritânicas” por associarem o país a debates internacionais. Já em países muçulmanos, como a Indonésia, há forte apoio popular às causas palestinas, com protestos calorosos e presença marcante da sociedade civil.

Esses protestos coincidem com cerimônias de memória em Israel, onde sirenes foram acionadas em locais simbólicos — como praças próximas a residências oficiais — e onde famílias fazem homenagens aos reféns. O ritmo crescente dessas manifestações sugere que, apesar de guerras e tratados, a paz ainda depende muito mais do reconhecimento humano do que de negociações diplomáticas.

Israel e Hamas avançam em negociações, Casa Branca exige rapidez

As negociações entre Israel e o grupo Hamas registraram avanços significativos nas últimas horas, segundo diplomatas que acompanham o processo no Egito. Mediadas por representantes do Catar e dos Estados Unidos, as conversas buscam estabelecer um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza, além de um plano concreto para reconstrução do território devastado. A Casa Branca, por sua vez, tem pressionado por agilidade nas tratativas, afirmando que cada dia sem acordo representa novas perdas humanas e o agravamento da crise humanitária.

Discussões avançam, mas impasses persistem

Fontes ligadas às negociações afirmam que os diálogos se concentram em pontos considerados sensíveis, como a retirada gradual das tropas israelenses, a entrada irrestrita de ajuda humanitária e o retorno das famílias palestinas deslocadas. O Hamas insiste em garantias internacionais de que o cessar-fogo seja definitivo, e não apenas uma trégua temporária. Já o governo israelense quer assegurar mecanismos de segurança que impeçam novos ataques vindos da Faixa de Gaza.

A proposta em análise também inclui a criação de corredores humanitários monitorados pela ONU, além do acesso a suprimentos médicos e energia elétrica para hospitais locais. Especialistas em política internacional avaliam que, embora o clima seja mais favorável do que em meses anteriores, o avanço depende de concessões mútuas.


Bandeira israelense perto de prédios destruídos dentro da Faixa de Gaza (Foto: reprodução/JACK GUEZ/Getty Images Embed)

Pressão global e expectativas crescentes

O governo dos Estados Unidos tem atuado de forma direta, tanto nos bastidores quanto publicamente. O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, reforçou que “a paciência da comunidade internacional está se esgotando” e que a prioridade deve ser a proteção de civis. A secretária de Estado também sinalizou que Washington pretende manter contato diário com as delegações até o fechamento do texto final.

Enquanto isso, o Egito tenta garantir que o acordo contemple medidas práticas de reconstrução, incluindo investimentos internacionais e fiscalização contínua. A expectativa é que um anúncio oficial possa ser feito nos próximos dias, mas diplomatas evitam confirmar prazos. Caso o acordo seja firmado, representará o passo mais concreto rumo à paz desde o início do conflito em 2023.

Consequências de uma guerra prolongada

O conflito entre Israel e Hamas já ultrapassa dois anos, deixando milhares de mortos e milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade extrema. Grande parte da infraestrutura da Faixa de Gaza — como escolas, hospitais e sistemas de energia — foi destruída, tornando a vida na região praticamente insustentável. Organizações humanitárias alertam que uma nova escalada pode levar o sistema de saúde ao colapso total.

Por outro lado, analistas ressaltam que um cessar-fogo duradouro exigirá mais do que diplomacia: será preciso reconstruir a confiança entre os lados e garantir compromissos verificáveis de ambas as partes. A comunidade internacional acompanha de perto, com a esperança de que o Cairo seja o ponto de virada em um dos conflitos mais prolongados e devastadores do século.

Israel e Hamas negociam acordo de paz sob pressão de Trump

Israel e Hamas retomaram nesta terça-feira (07), as negociações para um acordo de paz na faixa de Gaza sob pressão do governo Trump.

Hoje aconteceu no Egito diversas homenagens prestadas no Estado judeu aos mortos no atentado de 7 de outubro, representantes do governo egípcio afirmaram que as equipes trabalham atualmente para estabelecer um mecanismo de segurança que o plano seja executado pelos dois países envolvidos no conflito na faixa de Gaza.

Intervenção americana

O plano para a pacificação foi sugerido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e aceito pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

O acordo inclui termos e obrigações para o fim da guerra entre Israel e o Hamas, a liberação dos reféns e a retirada das tropas do local.

A decisão sobre o que vai acontecer em um pós-guerra nessa região seria a institucionalização da faixa de Gaza em um território palestino, ou seja, o governo americano daria autonomia para a Palestina se tornar um país independente, mas com a supervisão de um “conselho da paz” comandado por Trump para evitar novos confrontos.

Hamas disse em comunicado que aceitou o acordo americano e que libertará todos os reféns vivos da faixa de Gaza, inclusive os corpos dos mortos, mas disse que gostaria de participar das discussões e debates do que aconteceria com a faixa de Gaza após a guerra.



As negociações indiretas começaram na segunda-feira, na cidade de Sharm el-Sheikh, no Golfo de Aqba. Autoridades do Egito e Catar atuam para ajudar no diálogo entre as partes rivais, enquanto esperam a chegada da delegação de Trump na quarta-feira (8).

Entre os principais pontos discutidos pelas delegações são: A ajuda humanitária por meio dos canais da ONU; a distribuição de itens essenciais; o mecanismo de segurança para retirada das tropas israelenses; e a liberação dos reféns israelenses.

Conflito se aproxima do fim

O porta-voz do grupo Hamas, Fawzi Barhum, afirmou que: “tenta superar todos os obstáculos para alcançar um acordo que atenda às aspirações do nosso povo em Gaza”. O povo palestino teme que o grupo aja em benefício próprio e esqueça principalmente dos desejos do povo ao tomar frente das negociações.

Segundo fontes ligadas a BBC, o fim da guerra e das negociações está próximo, os mediadores do conflito entraram em um consenso e o resultado irá surpreender o mundo positivamente.

O conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza começou em outubro de 2023, após o ataque terrorista do grupo palestino em território israelense deixar mais de 1.200 mortos e cerca aproximadamente de 250 serem levados como reféns.

A guerra já deixou mais de 67 mil mortos e quase 170 mil feridos e tirou milhares de palestinos forçados de seus lares.

Trump intensifica pressão por acordo de paz em Gaza

Nesta segunda-feira (6), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçou os esforços diplomáticos para avançar nas conversações de paz em Gaza. Enquanto equipes internacionais se encontram no Egito, a Casa Branca acredita que a rápida liberação dos reféns pode facilitar a implementação do plano de paz de 20 pontos sugerido por Washington e favorecer um cessar-fogo duradouro na área.

A secretária de imprensa Karoline Leavitt declarou que a administração americana considera fundamental a liberação imediata dos reféns, visando criar um ambiente político que beneficie o progresso das negociações. “Desejamos agir rapidamente, e o presidente está ansioso para ver os reféns libertados o mais rápido possível”, comentou.

Negociações em andamento no Egito

As conversas estão ocorrendo no Cairo, contando com a presença do enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e do conselheiro Jared Kushner, que é genro de Trump. As equipes técnicas estão focadas em esclarecer os aspectos logísticos da troca de reféns e prisioneiros políticos, além de analisar listas de detidos e as condições de segurança necessárias para as operações.

A Casa Branca informou que Trump está constantemente atualizado sobre o progresso das negociações e acompanha de perto as decisões tomadas. A expectativa é que a libertação dos reféns ofereça o ímpeto necessário para o progresso do acordo, que é considerado essencial para estabilizar Gaza e diminuir as tensões entre Israel e os grupos palestinos.

EUA reforçam seu papel diplomático no Oriente Médio


Reféns em Gaza (Foto: reprodução/Ahmad Gharabli/Getty Images Embed)

Com o novo plano, Washington busca reafirmar seu papel de liderança diplomática no Oriente Médio. O governo americano acredita que a consolidação de um cessar-fogo e a libertação dos reféns podem fortalecer sua influência regional e demonstrar a capacidade dos Estados Unidos de intermediar soluções políticas em áreas de conflito.

Além da questão humanitária, o plano de Trump inclui medidas de reconstrução em Gaza, o fortalecimento da segurança israelense e o compromisso de longo prazo com a estabilidade regional. A Casa Branca avalia que um acordo bem-sucedido poderia marcar um ponto de virada nas relações entre israelenses e palestinos e reduzir o risco de novas escaladas de violência.

Israel deporta Greta Thunberg e outros 170 ativistas participantes de flotilha

Nesta segunda-feira (6), o governo de Israel deportou a ativista Greta Thunberg e outros 170 ativistas depois de uma flotilha com mais de 40 barcos que estavam indo rumo  à Faixa de Gaza ter sido redita por tropas israelenses.

O Ministério das Relações Exteriores israelense emitiu um comunicado sobre o ocorrido: “Mais 171 provocadores da flotilha Hamas–Sumud, incluindo Greta Thunberg, foram deportados hoje de Israel para a Grécia e a Eslováquia. (…) Todos os direitos legais dos participantes deste espetáculo de relações públicas foram e continuarão sendo plenamente respeitados“.

Há 13 brasileiros que participaram da ação ainda detidos em Israel, segundo o Itamaraty.

Posicionamentos de Greta

Foi compartilhada uma foto de Greta com outros ativistas no aeroporto antes do voo de deportação. Horas depois, Thunberg chegou à Grécia e discursou para apoiadores, que foram a receber no aeroporto de Atenas.

Greta Thunberg fez um pronunciamento forte e necessário após ser libertada de sua prisão ilegal por Israel.


  Discurso de Greta Thunberg no Aeroporto de Atentas (reprodução/X/@fernandapsol)

Sem comentar sobre a denúncia de que teria sofrido maus tratos pelo governo de Israel durante sua detenção, Greta afirmou que utilizou a flotilha para ir à Gaza pois “ninguém foi acudir o povo palestino“. Ela também fez apelos para líderes mundiais e pessoas poderosas aplicarem seus privilégios e plataformas para “deixarem de ser coniventes” e se posicionarem.

Sobre a deportação

O governo de Benjamin Netanyahu é responsável por realizar um bloqueio terrestre, marítimo e aéreo na área de Gaza, e interceptou na semana passada todos os barcos da flotilha que navegava rumo ao território palestino.

Segundo o governo israelense, os ativistas que foram deportados nesta segunda-feira são de múltiplas nacionalidades europeias e dos Estados Unidos. Além claro, dos brasileiros envolvidos.

Ao menos 340s ativistas já foram deportados por Israel, entre quase 450 detidos, e o desejo do governo israelense é finalizar as deportações o mais rápido possível“, mesmo em meio a tentativas de obstrução, segundo o Ministério das Relações Exteriores. Agora estão sendo realizado os trâmites para a deportação dos ativistas, que chama de ”provocadores”. Israel afirma que Greta e outros detidos haviam se recusado “a agilizar sua deportação e insistiram em prolongar sua permanência sob custódia“.

Denúncias

No domingo (5), o governo de Israel negou a denúncia realizada por dois ativistas de que que estaria maltratando Greta enquanto a mantinha detida e preparava sua transferência, os responsáveis pela denúncia também participaram da flotilha e já haviam sido deportados.

A interceptação dos barcos da flotilha gerou um impacto negativo e uma condenação internacional a Israel, tanto que nesta sexta-feira (3), o governo Lula denunciou Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU por conta da ação.

A flotilha tinha como único objetivo levar ajuda humanitária aos palestinos em Gaza e dar evidência sobre o impacto e o sofrimento causado pela guerra entre Israel e Hamas no território, conflito que irá completar dois anos na terça (7) e se iniciou após o ataque terroristas de membros do grupo palestino em território israelense, responsável por e 1.200 mortes e cerca de 250 foram levados como reféns.

Desde então, a guerra gerou uma grave crise humanitária entre os palestinos e a situação de fome generalizada e deixou mais de 67 mil mortos e quase 170 mil feridos, segundo dados  do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, tendo também a contagem chancelada pela ONU.

Brasileiros detidos

Segundo o Itamaraty e também a assessoria das embarcações, 15 brasileiros estavam na flotilha Sumud. Desses, 14 foram detidos e um já foi deportado. 13 ainda estão detidos em Israel, e receberam visita do governo brasileiro nesta segunda-feira, entre eles está a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).

Segundo informações dada ao GloboNews e pelo g1, os brasileiros se encontram no centro de detenção em Ketziot, no deserto de Negev, sendo este o maior centro de detenção de Israel em termos de área territorial. Todos se encontram em boas condições de saúde, segundo fontes diplomáticas.

Um brasileiro não foi detido por se encontrar em um barco diferente dos demais, a embarcação não estava prevista para passar da zona de alto risco determinada por Israel.

O integrante já deportado é um italo-argentino residente no Brasil e chegará ao Rio de Janeiro nesta segunda-feira à noite.

Itamaraty reconhece avanço em tratativas entre Hamas, Israel e Trump

Neste sábado (4), o Itamaraty se pronunciou sobre o plano dos Estados Unidos para Gaza, ressaltando que acompanha de perto as negociações e reafirmando que a solução para o conflito depende da criação de dois Estados.

Conflito em Gaza ganha novo capítulo

Na última quarta-feira (1º), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou que o governo brasileiro avalia positivamente o plano de paz proposto pelos Estados Unidos para pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza. A declaração foi feita durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, em resposta a uma pergunta do deputado Luiz Carlos Hauly.

Na ocasião, comentou o anúncio feito por Israel nesta sexta-feira (3), sobre os preparativos para iniciar imediatamente a primeira etapa do plano de paz para a Faixa de Gaza, proposto pelos Estados Unidos. A decisão foi divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.


Chefe do Itamaraty, ministro Mauro Vieira (Foto: reprodução/globo/Evaristo Sa)

O governo de Israel anunciou que seguirá cooperando com os Estados Unidos para encerrar o conflito na Faixa de Gaza, com base em princípios alinhados à visão do presidente Donald Trump. Nesta quarta-feira, o Hamas sinalizou disposição para discutir o plano proposto, incluindo a possibilidade de libertar reféns israelenses como parte das negociações.

Brasil apoia plano de paz

O governo brasileiro afirmou que, se o plano de paz dos EUA for implementado, espera o fim dos ataques a Gaza, a libertação dos reféns, entrada livre de ajuda humanitária, reconstrução sob liderança Palestina, retirada das tropas israelenses e restauração da unidade territorial da Palestina.

Sobre a proposta dos EUA que prevê uma autoridade de transição e o envio de uma força internacional para Gaza, o governo brasileiro pediu cautela. Segundo o Itamaraty, qualquer missão desse tipo precisa ter um mandato bem definido e aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, nada de improviso ou ações sem respaldo internacional.

Brasil cobra Israel por libertação imediata de brasileiros

Israel foi condenado pelo governo brasileiro, nesta quarta-feira (01), devido as forças israelenses terem interceptado as embarcações da Flotilha Global Sumud, na madrugada. Nessa interceptação, foram detidos 15 brasileiros, entre eles, a deputada federal, Luizianne Lins, do PT. Itamaraty ordenou para que os cidadãos pegos pelas forças de Israel sejam libertados de imediato e cobra garantias.

Nota oficial do governo

O governo brasileiro reagiu de forma dura após a detenção de cidadãos nacionais por Israel em uma flotilha humanitária que navegava rumo à Faixa de Gaza. Em comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores classificou a operação como “ilegal e arbitrária”, afirmando que houve desrespeito às normas do direito internacional e violação da proteção a missões de caráter humanitário.

Exigência de libertação imediata

A nota do Itamaraty pede a libertação imediata dos brasileiros e exige que Israel apresente explicações sobre os motivos da detenção. Além disso, cobra que sejam garantidas condições adequadas de tratamento aos detidos e que seja assegurado o retorno seguro deles ao Brasil.


Publicação sobre a Flotilha (Foto: reprodução/Instagram/@canalgov)

Apoio diplomático e pressão internacional

Segundo o comunicado, todas as representações diplomáticas brasileiras estão mobilizadas para acompanhar a situação e oferecer apoio consular. O governo também destacou que levará o caso a fóruns internacionais, como a ONU, reforçando a posição de que ações contra missões humanitárias não podem ser toleradas. A equipe da Embaixada do Brasil fará uma visita consular nesta sexta-feira (03), para verificar as condições de saúde e segurança que os cidadãos brasileiros estão tendo, além de darem orientação e assistência.

Contexto da flotilha

A embarcação fazia parte de uma flotilha organizada por grupos civis com o objetivo de levar suprimentos e apoio humanitário à população de Gaza, duramente afetada pela guerra. O governo brasileiro ressaltou que iniciativas desse tipo têm amparo em tratados internacionais e não deveriam sofrer intervenções militares.

Putin se mostra otimista com o plano de paz de Trump para Gaza

Na quinta-feira (02), em um resort em Sochi, no Mar Negro, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que a Rússia está “preparada para apoiar” ao plano de encerrar a guerra entre Israel e Hamas, proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Conhecido como “plano de 20 pontos”, é a proposta dos Estados Unidos para em fim, dar fim a guerra que dura praticamente dois anos. Os pontos vão além de cessar-fogo e da negociação da liberação de reféns, mas também da entrega do território de Gaza, conquistado por Israel, à uma segurança internacional.

Como funciona o plano de 20 pontos

O plano é de Gaza ter um governo internacional temporário, tendo o presidente americano como o principal nome, além de contar com outros chefes de Estado, que devem ser anunciados, como Tony Balir, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, chamando de “Conselho da Paz”. Posteriormente, o controle de Gaza seria entregue à Palestina.

A proposta conta também com dois possíveis caminhos: O recuo de Israel, para áreas que já foram acordadas, se o Hamas libertar os reféns dentro de 72 horas e se for recusado pelo grupo palestino, as forças israelenses continuarão com o ataque em Gaza e posteriormente, entregar o território para a autoridade de transição.


Plano de Donald Trump para fim da guerra em Gaza (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Sobre a Guerra entre Israel x Hamas

A guerra teve início em outubro de 2023, quando o Hamas atacou civis israelenses, fazendo vários de reféns. Até então, Israel vem realizando diversos ataques à Gaza, afirmando parar somente quando os restantes dos aprisionados forem liberados.

Desde então, foram realizadas algumas propostas de cessar-fogo, sendo a última com a grande esperança e por um fim na guerra, visto que foi a primeira vez em que Israel concordou em deixar gradualmente o território de Gaza. O grupo palestino afirmou que deve dar uma resposta em breve, sobre a proposta de Trump em cessar-fogo, mas disse que não vai agir como se estivessem com uma “faca no pescoço”.

Trump classifica qualquer ataque ao Catar como ameaça aos EUA

Na última segunda-feira (29), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva determinando que qualquer ataque contra o Catar será considerado uma ameaça direta à paz e à segurança nacional americana. A medida foi oficializada pouco antes de seu encontro em Washington com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

O contexto desta decisão remonta ao mês anterior, quando Israel realizou um ataque aéreo direcionado a lideranças do grupo palestino Hamas em Doha, capital do Catar. A cidade tem sido usada pelo Hamas como centro de comando fora da Faixa de Gaza. Logo após o ataque, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o bombardeio contra lideranças do Hamas em Doha foi conduzido de maneira independente, sem participação ou coordenação externa.

Tentativa de assassinato

O episódio mais grave ocorreu em 9 de setembro, quando Israel tentou eliminar figuras políticas do Hamas em território catariano. A ação foi vista por autoridades norte-americanas como uma escalada perigosa e unilateral, sem benefícios concretos para os interesses dos Estados Unidos ou mesmo para o povo israelense.

O governo do Catar classificou o ataque como covarde e anunciou a abertura de uma investigação de alto nível para apurar o episódio. No dia 8 de setembro, o negociador-chefe do Hamas, Khalil Al-Hayya, reuniu-se em Doha com o primeiro-ministro catariano, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani. Caso a ofensiva seja confirmada, marcará a primeira vez que Israel realiza uma operação militar em território do Catar.

Trump e Netanyahu

Durante o encontro em Washington, Netanyahu fez uma ligação ao primeiro-ministro do Catar, Mohammed Bin Abdulrahman bin Jassim Al-Thani, para expressar solidariedade pelo ataque ocorrido em seu país.


 

  Declaração de Netanyahu (Vídeo: reprodução/Instagram/@bbcbrasil)

Na conversa, o líder israelense afirmou lamentar profundamente os acontecimentos e assegurou que não estão previstos novos ataques em território catariano. O primeiro-ministro israelense também manifestou pesar pelo ocorrido e ressaltou que o país não pretende realizar novos ataques em território catariano.