EUA suspendem vistos para moradores de Gaza

Em entrevista concedida no último domingo (17), o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que o Departamento de Estado do país cancelou os vistos de visitante para moradores de Gaza.

O motivo da decisão se deve ao fato de que os EUA tiveram ciência que algumas organizações responsáveis por disponibilizar os vistos para imigrantes palestinos teriam ligações estreitas com o grupo terrorista Hamas.

Ameaça ao país

Em uma publicação realizada na rede social “X” no último sábado (16), o Departamento de Estado dos EUA havia anunciado que suspendeu todos os vistos de visitante para pessoas de Gaza no momento em que revisa o processo que concede a entrada no país de modo temporário. No dia seguinte, Rubio disse, em entrevista a uma emissora local, que vários gabinetes do Congresso americano apresentaram evidências sobre o risco que os EUA corriam ao receber visitantes palestinos.

Laura Loomer, aliada de Trump, solicitou os créditos pela suspensão dos vistos após alegar que as famílias de Gaza que adentram o território americano ameaça a segurança do país. Loomer teceu críticas ao Heal Palestine, organização norte-americana que se dedica a prover ajuda a palestinos, com o transporte de crianças com ferimentos, desnutrição, e traumas psicológicos para serem atendidas nos EUA. De acordo com dados do grupo, 148 pessoas, incluindo 63 crianças, já foram submetidas a cuidados da organização.


Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA (Foto: reprodução/Aaron Schwartz/CNP/Bloomberg/Getty Images Embed)

Críticas ao governo

O Heal Palestine criticou a decisão anunciada pelo Departamento de Estado norte-americano no último fim de semana. Em nota, o grupo afirma que a iniciativa da mesma é tratar de pessoas feridas em Gaza e não um programa de reassentamento de refugiados.

Em contrapartida, Rubio disse que, embora um número pequeno de vistos são concedidos a crianças, as mesmas entram nos EUA acompanhadas por adultos, afirmando ainda que o programa será pausado para avaliar de que maneira os vistos estão sendo aprovados. Os EUA, até 2025, emitiram quase 4 mil vistos para pessoas, de Gaza e demais regiões da Palestina.

Morrem seis jornalistas em Gaza após ataque de Israel

Ocorreu neste domingo (10), um ataque recente em Gaza que deixou seis jornalistas mortos, de acordo com relatos de uma instituição médica local e uma emissora de notícias que acompanhava o conflito. Quatros desses integrantes eram da Al Jazeera. Fontes hospitalares informaram que membros da imprensa foram vítimas diretas do ataque, que teria ocorrido enquanto estavam em missão jornalística no campo. A emissora envolvida confirmou que seus profissionais foram afetados, destacando o risco crescente a que a cobertura jornalística tem sido submetida em áreas de alta tensão.


Um dos bombardeios de Israel em Gaza (Foto: reprodução/Menahem Kahana/AFP)

Motivo do ataque

O ataque aconteceu devido ao Exército israelense acusar o repórter Anas Al-Sharif de liderar uma cédula do Hamas em ataques com foguetes. Então foi feito o ataque contra ele, ocasionando nos falecimentos dos repórteres do canal Al Jazeera em Gaza. Segundo Israel, eles possuíam provas concretas, no qual eram documentos que mostravam os laços do jornalista com o grupo. Al-Sharif já havia sido acusado mês passado de ser um integrante do Hamas, mas desmentiu sobre o assunto e tinha afirmado ser um jornalista sem afiliação política.

Detalhes do incidente

Durante uma cobertura jornalística em frente ao Hospital Al-Shifa, uma tenda montada para a imprensa foi atingida por um ataque aéreo israelense na noite de domingo. No impacto, seis profissionais de comunicação perderam a vida entre eles, o repórter Anas Al-Sharif e outros ficaram feridos. Vários jornalistas trabalhavam juntos no local, registrando os eventos que se desenrolavam no território.


Israel continua atacando Gaza (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

Resposta da emissora

A Al Jazeera, por meio de comunicado, classificou o ocorrido como um “assassinato seletivo”, acusando que o golpe buscava silenciar suas transmissões e impedir que vozes críticas do conflito fossem ouvidas. O episódio elevou o alerta sobre a segurança de profissionais da imprensa em zonas de conflito.

Brasil deixa Aliança Internacional do Holocausto devido ao genocídio na Faixa de Gaza

O governo do presidente Lula oficializou a retirada do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), da qual participava como membro observador desde 2021. A decisão, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel e confirmada por fontes diplomáticas brasileiras, ocorre poucos dias após o anúncio da adesão formal do país à ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), acusando o governo de Tel Aviv de genocídio na Faixa de Gaza.

O Itamaraty argumentou que a permanência na IHRA exigia obrigações financeiras e participativas que não estariam alinhadas à atual política externa brasileira. Em reação, o Ministério das Relações Exteriores de Israel classificou a saída como “profunda falha moral”, afirmando que o Brasil abandonou o consenso internacional no combate ao antissemitismo em um momento em que o Estado judeu enfrenta ameaças à sua própria existência.

Histórico da adesão e justificativas do governo

O Brasil ingressou na IHRA como observador em 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro, sem debate público. Desde então, deveria participar de reuniões plenárias e pagar contribuições anuais à aliança, o que gerava encargos financeiros e compromissos diplomáticos. O Itamaraty justificou que a permanência se mostrava incompatível com o alinhamento à defesa dos direitos humanos, especialmente após a decisão de apoiar a ação sul-africana na CIJ.


Corte Internacional de Justiça (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

A adesão ao processo judicial contra Israel foi baseada na constatação da Corte de medidas cautelares relativas à plausibilidade de genocídio na Faixa de Gaza e da necessidade de não omissão diante de violação de direitos dos palestinos.

Reações de entidades

A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) comemorou a saída da IHRA, qualificando-a como “rompimento necessário” com o uso político da memória histórica e reivindicando o corte total das relações diplomáticas com Israel.

No espectro político interno, parlamentares do Partido Novo apresentaram requerimentos à Câmara dos Deputados pedindo esclarecimentos ao Itamaraty e moções de repúdio à decisão do governo, alegando que a atitude foge da tradição diplomática brasileira de buscar soluções pacíficas.

Trump acusa Irã de atrapalhar negociações de cessar-fogo em Gaza

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o Irã de interferir nas negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Em declaração feita na segunda-feira (28), após encontro com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, Trump afirmou que o Irã “mandou sinais muito ruins” ao grupo palestino, o que, segundo ele, dificultou os esforços diplomáticos para interromper o conflito.

Para um país que acabou de ser aniquilado, eles têm enviado sinais muito ruins, sinais muito desagradáveis. E eles não deveriam estar fazendo isso“, disse Trump.


Primeiro-ministro britânico Keir Starmer e Donald Trump (foto: reprodução/Carl Court/Getty Images Embed)

Trump disse ainda que os recados enviados por Teerã ao Hamas contribuíram para o fracasso das negociações. O presidente norte-americano não deu detalhes sobre o conteúdo das mensagens nem sobre como essas comunicações teriam ocorrido, mas reiterou que o Irã “não deveria ter interferido” no processo de mediação. O encontro com o premiê britânico ocorreu em Washington.

Tensão entre EUA e Irã

As declarações de Trump aumentam a tensão entre Estados Unidos e Irã, países que mantêm uma relação marcada por atritos diplomáticos e econômicos. A Casa Branca já havia expressado anteriormente preocupação com o papel de Teerã no apoio a grupos armados na região, como o Hamas e o Hezbollah. A acusação pública do presidente norte-americano reitera a posição de Washington de que o Irã tem influência direta sobre decisões do grupo palestino, o que, segundo o governo dos EUA, compromete negociações de paz.

Impasse no cessar-fogo e crise humanitária

As negociações para um cessar-fogo entre Israel e Hamas estão paralisadas desde o início de julho. Segundo autoridades internacionais, o bloqueio nas conversas ocorre em meio ao agravamento da crise humanitária na Faixa de Gaza, onde mais de 60 mil pessoas morreram desde o início do conflito. Relatórios da ONU indicam que a fome e a escassez de recursos básicos afetam grande parte da população. Ainda não há previsão para retomada das tratativas mediadas pelo Catar, Egito e Estados Unidos.

Caminhões com comida chegam em Gaza após pausa humanitária

A faixa de Gaza recebeu nesta segunda-feira (28), pelo segundo dia consecutivo, vários caminhões contendo alimentos para a população que sofrem com a guerra, a ajuda humanitária chegou para amenizar a fome dos palestinos. Os alimentos estavam dentro dos caminhões da cruz vermelha e de outras organizações internacionais e tiveram que passar pelo Egito para chegar ao local do destino.

Dentro dos caminhões além de conter alimentos, também tinha itens de higiene pessoal, ao todo foram 135 caminhões com mais ou menos 1.500 toneladas de materiais.

O que diz Israel

O Exército israelense autorizou uma pausa das 10h às 20h no horário local (4h às 14h em Brasília) para que os caminhões com alimentos e remédios pudessem entrar em Gaza pelo norte da cidade, mas que durante a madrugada os caminhos estarão fechados e só abrindo durante o horário estipulado.

Israel decidiu ceder após várias críticas internacionais, pois os civis estavam passando fome. Não havia como as ajudas humanitárias chegarem ao local devido aos bombardeios. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, chegou a negar que Gaza estava passando fome nesta segunda-feira (28) em um comunicado.


Palestinos carregam suprimentos de ajuda humanitária (Foto: reprodução/Dawoud Abu Alkas/Reuters)


Israel anuncia pausa humanitária em Gaza, mas ataques continuam

No último sábado (26), as Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram uma pausa humanitária nos bombardeios em determinadas áreas da Faixa de Gaza, especialmente nas regiões mais povoadas. A interrupção iniciou-se neste domingo (27), conforme o horário local de Israel.

Segundo o comunicado oficial, embora os ataques cessem temporariamente em algumas localidades, as operações militares continuarão em outras áreas consideradas estratégicas e com menor densidade populacional.

Contexto do anúncio

O que para muitos aparenta ser um alívio momentâneo para a população de Gaza, na verdade, é resultado da intensa pressão internacional sobre as ações israelenses, amplamente criticadas pela alta taxa de mortes por fome no território. As IDF reconheceram que a decisão pela pausa foi motivada por essas pressões, mas enfatizaram que os objetivos seguem a todo vapor e sem chance de cessar: resgatar todos os reféns sequestrados e exterminar o grupo armado Hamas, classificado por Israel e outros países como organização terrorista.

Ação humanitária

Com a suspensão parcial dos bombardeios, Israel também anunciou a abertura de corredores para a entrada de ajuda humanitária coordenada pelas Nações Unidas, além da autorização para lançamentos aéreos de suprimentos destinados à população civil.


Pressionado, Israel pausa combate e deixa ajuda humanitária entrar no território de Gaza (Vídeo: reprodução/Instagram/@cidade_de_guarulhos)

Apesar da medida, o cenário em Gaza permanece crítico. Desde o início do conflito, em outubro de 2023, ao menos 127 pessoas morreram por fome ou desnutrição, incluindo crianças e idosos. Entre os casos mais recentes está o de um bebê de cinco meses que faleceu nos braços da mãe na última sexta-feira (25). Hospitais enfrentam superlotação, falta de insumos e profissionais de saúde exaustos; há relatos de médicos que chegam a desmaiar de fome enquanto tentam salvar pacientes.

Novas provisões prometem apaziguar a situação da região, enquanto novos acordos de paz não são firmados entre as nações envolvidas.

Jornalistas estão em risco após corte de entrada de alimentos em Gaza

Foi divulgado pela BBC,  Reuters, Agence France-Press e a Associated Press, um anúncio das emissoras em conjunto, que seus jornalistas estão vulneráveis com a possibilidade de morrerem de fome em Gaza se Israel não liberar a entrada da comida necessária na região.

Principais preocupações

Durante o comunicado, eles relataram os desafios: “Estamos simplesmente apreensivos com nossos jornalistas em Gaza, que estão cada vez mais incapacitados de alimentar a si e às suas famílias. Por vários meses, esses jornalistas independentes têm sido os olhos e ouvidos do mundo em Gaza. Atualmente, eles suportam as mesmas situações horríveis”, compartilhou no anúncio.


Jornalistas em Gaza(Foto:reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

As agências de notícias destacaram que os jornalistas sofrem com diversos problemas em zonas de guerra, mas afirmaram estar intensamente assustados com o fato da fome ser uma possível ameaça. Foi solicitado pelo comunicado para que Israel autorize a passagem de jornalistas em Gaza e proporcione “abastecimento de alimentos apropriados” aos habitantes.

Conflito

Israel e Gaza estão em um conflito tenso. No momento, Israel segue mandando fortes ataques na Faixa de Gaza, que começou no final do ano em 2023, depois do grupo terrorista Hamas ter disparado um ataque terrorista enviado ao país.

Durante o período do conflito entre 7 de outubro de 2023 e 13 de julho de 2025, o Ministério da Saúde de Gaza divulgou que ao menos 58 mil cidadãos palestinos perderam a vida enquanto o número de pessoas feridas ultrapassa 138 mil. Isso contém mais de 7.200 mortos desde que acabou a trégua em 18 de março no primeiro trimestre do ano.


Jornalista Bashar Taleb em Gaza(Foto:reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

O Ministério da Saúde de Gaza não realizou a separação entre civis e soldados do Hamas em sua apuração, mas confirma que a maioria dos que faleceram são crianças e mulheres. Israel alega que no mínimo 20 mil são soldados. A ONU compartilhou em 11 de julho deste ano que 798 pessoas acabaram falecendo enquanto estavam à procura de comida desde o final de maio.

Médicos e funcionários passam fome em assistência aos refugiados em Gaza

O chefe da agência para refugiados palestinos da ONU, Philippe Lazzarine, afirmou na última terça-feira (22), que funcionários da equipe humanitária estão desmaiando devido ao cansaço e a fome.
Ele também critica o esquema de distribuição de amparo aos funcionários, que tem apoio dos EUA, operado pela Gaza Humanitarian Foundation.

Agência da ONU recebeu mensagens de emergências

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) confirmou que mensagens enviadas pelos prestadores, sinalizavam o estado de emergência que enfrentavam e foram enviadas dezenas de vezes. Os funcionários da Agência descreviam condições graves e exaustão durante os serviços em Gaza, onde Israel trava uma guerra desde outubro de 2023 contra o Hamas. Lazzarini disse que ninguém está sendo poupado, e que os cuidadores em Gaza necessitam de cuidados. Ele ainda afirma que médicos, jornalistas, enfermeiros e trabalhadores humanitários também estão com carência de alimentos.
O chefe da Agência para refugiados também desaprovou o sistema de distribuição de ajuda aos funcionários, apoiado pelos Estados Unidos.
A organização, com finalidade de oferecer amparo aos trabalhadores, atuava desde o fim do mês de maio, mas autoridades de Israel, responsáveis pelo controle dos suprimentos que entram em Gaza, interrompeu um fechamento de 11 semanas.


Palestinos indo para região de Zakim em busca de alimento (Foto:reprodução/Hamza Z. H. Qraiqea/Anadolu/ Getty Images Embed)

Consequências

O número de pessoas atingidas foram mais de mil, que morreram tentando buscar ajuda alimentar desde o fim de maio. O porta-voz do escritório humanitário da ONU, Jens Laerke, contou aos jornalistas que as suposições de que a ONU teria cessado as atuações são “manifestamente incorretas”.
Além disso, o representante da OMS, Tarick Jasarevic, afirmou em uma coletiva que aconteceu em Genebra, que Israel atacou a moradia onde funcionários da OMS residiam, e que também fez ataques ao principal armazém da organização localizado na cidade de Deir al-Balah, em Gaza. Essa ação teria comprometido as operações da OMS no local.

Preocupações com jornalistas

A emissora Britânica BBC se uniu com as agências de notícias AFP, AP e Reuters nesta quinta-feira, para fazer um apelo pelos jornalistas que estão presos. A petição é para autorizarem a entrada e saída dos jornalistas em Gaza.
Segundo um comunicado em conjunto da Agence France-Presse, a americana Associated Press, a canadense-britânica Reuters e a BBC News, os jornalistas enfrentavam privações e dificuldades em zona de guerra, e que também eles eram motivo de preocupação por sofrerem ameaça a sobrevivência por estarem passando fome.

Papa Leão XIV pede o fim da “barbárie da guerra” após ataque a igreja católica em Gaza

O Papa Leão XIV fez neste domingo (20) um apelo contundente pelo fim da guerra em Gaza, ao comentar o ataque israelense que atingiu a única igreja católica da Faixa, a Paróquia da Sagrada Família, na Cidade de Gaza. Durante a oração do Angelus, o pontífice classificou a ofensiva como uma “barbárie” e pediu respeito ao direito humanitário, especialmente à proteção de civis e locais de culto.

O bombardeio ocorreu na última quinta-feira (17) e resultou na morte de três civis cristãos, além de deixar dez pessoas feridas, entre elas o padre Gabriele Romanelli, pároco da igreja. A estrutura do templo foi parcialmente destruída, o telhado foi atingido nas proximidades da cruz principal, janelas foram quebradas e a fachada ficou queimada.

O papa demonstrou solidariedade às famílias das vítimas e aos membros da comunidade cristã da região, afirmando que acompanha com preocupação os contínuos ataques militares contra civis e locais religiosos. Segundo o Vaticano, ele destacou o sofrimento dos cristãos no Oriente Médio, dizendo compreender o sentimento de impotência diante da escalada do conflito.


Pronunciamento do Papa Leão XIV em português (Foto:reprodução/X/@Pontifex_pt)

Bombardeio atinge igreja católica e causa mortes entre civis em Gaza

A igreja Sagrada Família vinha sendo usada como abrigo por famílias que perderam suas casas desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023. Segundo autoridades palestinas, as vítimas foram levadas ao Hospital Al-Ahli, na mesma cidade. Os mortos foram identificados como Saad Issa Kostandi Salameh, Foumia Issa Latif Ayyad e Najwa Ibrahim Latif Abu Daoud.


Torre da Igreja Sagrada Família em Gaza após ataque que deixou 3 mortos (Foto:reprodução/OMAR AL-QATTAA/AFP/Getty Images Embed)

Israel lamentou o episódio e alegou, por meio do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que uma munição “perdida” teria atingido o local. O Ministério das Relações Exteriores israelense afirmou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) abriram uma investigação para apurar o ocorrido e que o país não tem como política atacar igrejas ou qualquer tipo de templo religioso.

Crescente número de civis mortos

No mesmo dia do pronunciamento do pontífice, a Defesa Civil local de Gaza informou que tropas israelenses teriam disparado contra palestinos que aguardavam ajuda humanitária, matando ao menos 93 pessoas. O episódio foi considerado um dos ataques mais letais contra civis que buscavam assistência desde o início da ofensiva militar.

Desde o início do conflito, acredita-se que cerca de mil cristãos viviam na Faixa de Gaza, uma região de maioria muçulmana. A paróquia atacada tinha forte ligação com o falecido papa Francisco, com quem mantinha contato frequente antes de sua morte.

De acordo com o Vaticano, o Papa Leão XIV deve retornar ao Vaticano nos próximos dias, após passar um período de descanso em Castel Gandolfo. Ele renovou o apelo por uma solução pacífica no Oriente Médio e reforçou a necessidade de interromper ações que, segundo ele, violam normas básicas do direito internacional humanitário.

Ataques israelenses deixam 20 mortos na Faixa de Gaza

A defesa civil de Gaza informou sobre novos bombardeios de Israel na região durante a noite desta terça-feira (8). Segundo, Mahmud Bassal, porta-voz da defesa civil, em contato com a agência de notícias AFP, um dos bombardeios aéreos atingiu a parte Sul de Gaza, em Khan Yunis, onde acertou uma tenda de pessoas desabrigadas devido ao conflito. Horas depois, um segundo ataque alcançou outro acampamento, mas na região norte de Gaza. Ainda segundo a declaração do informante, vinte pessoas morreram, sendo seis delas crianças.

Tentativa de cessar-fogo

Após duas reuniões com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na última semana, o presidente americano Donald Trump, afirma que trégua entre Hamas e Israel tem chance de acontecer em breve.


Encontro entre Donald Trump e Benjamin Netanyahu, em Washington (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

Nos últimos dias, Hamas respondeu de maneira positiva à possível cessar-fogo e segundo fontes do governo israelense, o grupo está envolvido em negociações para realização do acordo.

Esta é a terceira tentativa de cessar-fogo na região desde o início do conflito em outubro de 2023. As recentes conversas entre Hamas e Israel já duram 4 dias e acontecem de forma indireta em Doha, no Catar, sendo as negociações mediadas por representantes do governo catariano.

Conflito na Faixa de Gaza

Em outubro deste ano, a guerra em Gaza completará dois anos. Desde o início do conflito, mais de 50 mil pessoas morreram, de acordo com dados do Ministério de Saúde da Região. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.

Os ataques que serviram como estopim para a guerra foram uma ação do Hamas contra o território israelense e deixaram mais de mil mortos. Entretanto, o conflito entre palestinos e israelenses não é novidade, a guerra que evidencia a relação complicada entre as nações é consequência de divergências que perduram desde o Século passado.


Comércios e residências destruídos após ataque em Gaza (Foto: reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

Os danos causados pela guerra são imensuráveis. Os constantes ataques mútuos fazem da região um local inabitável e deixam centenas de pessoas desalojadas, sem auxílio humanitário, sem acesso a alimentos e sem atendimento médico.