Benjamin Netanyahu ordena ofensiva imediata das tropas israelenses

Benjamin Netanyahu declarou nesta terça-feira (28) que as Forças de Defesa de Israel devem começar “imediatamente” uma ofensiva na Faixa de Gaza, justificando que a intensificação do conflito requer uma resposta imediata. Em um discurso dirigido aos aliados, o primeiro-ministro advertiu que a situação “mudou de patamar” e que a mobilização das brigadas procura restabelecer a segurança nas áreas de fronteira de forma rápida.

Analistas já consideram que essa ação pode piorar a crise humanitária e provocar uma forte condenação internacional.

Mobilização e objetivos da operação

Netanyahu explica que as tropas serão enviadas para “neutralizar ameaças imediatas” e garantir corredores de segurança para os civis israelenses que vivem nas regiões fronteiriças. A ordem abrange o envio de tropas de elite e a utilização de reservas militares, indicando que o nível de alerta interno foi elevado.


Fontes próximas ao governo destacam que a liderança israelense planeja atacar centros logísticos e infraestruturas estratégicas inimigas, ao mesmo tempo, em que reafirma que não haverá recuo frente a novos ataques. O pronunciamento gerou uma resposta imediata de autoridades palestinas e organizações de direitos humanos, que alertam sobre possíveis consequências graves para a vida civil.

Reações e riscos da intensificação do conflito

A decisão gerou uma resposta rápida da comunidade internacional, com diversos países e entidades manifestando preocupação. A Organização das Nações Unidas pediu a ambas as partes que evitem uma escalada que possa levar a uma “catástrofe humanitária”. Analistas já alertam que o uso de força ampliada pode afetar as zonas de refúgio em Gaza e causar um aumento significativo de vítimas civis, além de intensificar a instabilidade na região.


Jornalista comenta sobre a decisão de Benjamin Netanyahu sobre os novos ataques (Vídeo: reprodução/Youtube/Rádio Bandeirantes)

Internamente, as populações israelenses próximas à fronteira consideram a medida essencial para garantir a segurança, porém questionam o impacto político e humano. Especialistas alertam que cada ofensiva tem consequências diplomáticas e pode mudar as alianças no Oriente Médio.

Ao ordenar uma ofensiva imediata, o governo de Netanyahu indica que considera a fase atual do conflito inaceitável para a passividade. A decisão de agir rapidamente coloca Israel em uma posição sólida, porém sob a vigilância da comunidade internacional, devido ao risco de um aumento no número de vítimas e consequências regionais. A avaliação da eficácia militar, bem como os custos humanitários e diplomáticos dessa nova ação, dependerá do desenrolar da operação nas próximas horas.

Turquia envia socorristas a Gaza em meio a impasse político com Israel

A Turquia enviou mais de 80 socorristas especializados em desastres para Gaza com a missão de localizar corpos soterrados nas ruínas deixadas pelos bombardeios. A operação, coordenada pela Afad, agência turca de gestão de desastres e emergências, busca recuperar vítimas palestinas e reféns israelenses ainda desaparecidos. Embora o governo israelense tenha inicialmente autorizado a entrada da equipe, o avanço da missão enfrenta incertezas por causa das tensões políticas entre os dois países.

Missão humanitária em terreno de guerra

Os profissionais turcos têm ampla experiência em operações complexas, atuando em locais de difícil acesso e em estruturas colapsadas, como as de terremotos. A mesma equipe já participou de missões internacionais em áreas devastadas, demonstrando preparo técnico e agilidade em situações extremas. Agora, o desafio é outro: lidar com a destruição em Gaza, agravada pelos ataques aéreos e pela instabilidade da região. A missão enfrenta riscos adicionais, como a presença de bombas não detonadas e túneis subterrâneos que dificultam o trabalho de busca.


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Palestinos caminham pela área de Saftawi, em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em 19 de janeiro de 2025 (Foto: reprodução/Getty Images Embed/OMAR AL-QATTAA/AFP)

Além do aspecto técnico, a operação tem peso diplomático. A Turquia tenta reforçar sua imagem como mediadora humanitária em crises internacionais, mesmo diante das divergências com Israel. O envio dos socorristas representa um gesto de solidariedade em meio a uma das situações mais delicadas do conflito recente.

Política e ajuda humanitária em conflito

Apesar das tensões, a presença da equipe da Afad é vista como uma ação voltada exclusivamente à assistência humanitária. Nos últimos anos, a Turquia tem enviado ajuda a mais de 50 países, incluindo missões na Somália, no Iêmen e no Nepal. Em Gaza, a atuação da equipe pode se estender por semanas, dada a magnitude da destruição e a dificuldade de localizar corpos entre os escombros. O impasse político, porém, continua sendo o principal obstáculo para a continuidade dos trabalhos e para qualquer avanço nas negociações de cooperação entre os dois países.

A relação entre Turquia e Israel se agravou devido à guerra em Gaza. Ancara apoia a causa palestina, critica duramente as ações israelenses, rompeu laços diplomáticos e comerciais e fechou fronteiras aéreas e marítimas. A interceptação de ajuda humanitária ampliou ainda mais as tensões entre os dois países.

Líderes mundiais assinam cessar-fogo em Gaza após influência de Donald Trump

Líderes de diversos países do mundo se reuniram nesta segunda-feira (13), em Sharm El-Sheik, no Egito, para assinarem o acordo de cessar-fogo do conflito na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

Sugerido pelo presidente norte-americano, Donald Trump, o encontro não contou com representantes das duas partes envolvidas na guerra.

Cúpula da paz em Gaza

O encontro ocorrido nesta segunda-feira, no Egito, teve como objetivo, colher assinaturas de líderes de diversos países ao redor do mundo pelo cessar-fogo da guerra entre Israel e Hamas. Além de Donald Trump, o documento foi assinado pelos presidentes Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, e Abdul al-Sisi, do Egito, além do emir Tamim bin Hamad Al Thani, do Catar, que atuaram mediando as tratativas.

Representantes de outras nações estiveram presentes, como o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas; a Primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; o premier do Reino Unido, Keir Starmer e o presidente francês, Emmanuel Macron.

Apesar do interesse direto na cúpula, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, não participou do encontro. Embora tenha confirmado sua presença anteriormente, o líder de Israel alegou que a data da cúpula era próxima de um feriado judaico.

Antes da cúpula, tanto Netanyahu, quanto Trump discursaram no parlamento israelense. O norte-americano chegou a afirmar que “a era de terror” no Oriente Médio havia chegado ao fim, e que esta segunda-feira é um dia histórico. O líder de Israel, por sua vez, se disse comprometido com a paz.

Trump afirmou que a primeira fase do acordo está concluída.  Na segunda etapa, o republicano pretende discutir a respeito da reconstrução de Gaza.


Donald Trump mostra assinatura de documento por cessar-fogo em Gaza (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed)

Reféns libertados

No mesmo dia da “cúpula da paz em Gaza”, 20 reféns israelenses que estavam presos foram libertos pelo grupo terrorista após mais de dois anos de cativeiro. A ação é parte de um acordo de paz assinado por Israel e Hamas.

O grupo terrorista ainda pediu um tempo para localizar os outros que acabaram morrendo. A Turquia chegou a anunciar uma força tarefa para encontrar as vítimas junto ao Hamas.

Palestinos retornam ao norte de Gaza após cessar-fogo

Milhares de palestinos começaram a voltar para o norte da Faixa de Gaza nesta sexta-feira (10), após a entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas. A trégua foi ratificada durante a madrugada pelo governo israelense e marca o início da retirada parcial das tropas do território, encerrando dois anos de conflito.

Um grande número de pessoas foi visto caminhando em meio à poeira em direção à Cidade de Gaza, principal centro urbano da região, que sofreu fortes bombardeios nos últimos dias. A maior parte da população havia se deslocado para o sul durante as ofensivas militares israelenses. 

Cessar-fogo e libertação de reféns

O Exército israelense confirmou que o cessar-fogo começou ao meio-dia, no horário local, e que as tropas estão se posicionando ao longo das novas linhas de implantação. O acordo prevê a libertação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas em até 72 horas, em troca da soltura de centenas de prisioneiros palestinos.

Na primeira fase do plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está prevista a retirada das tropas israelenses de regiões urbanas estratégicas da Faixa de Gaza, ainda que mais da metade do território permaneça sob domínio de Israel.

Com o início da implementação do acordo, comboios com alimentos e suprimentos médicos devem entrar na região para atender a população civil, que em grande parte vive em tendas após a destruição de cidades inteiras pelos bombardeios israelenses.



Retirada e tensões persistentes

As tropas israelenses recuaram e agora ocupam cerca de 53% do território palestino, uma redução em relação aos 75% controlados antes do cessar-fogo. Cidades como Khan Younis e a própria Cidade de Gaza foram desocupadas, mas continuam sob vigilância militar.

Em pronunciamento, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que as forças permanecerão prontas para agir e reafirmou o compromisso de “cercar e desarmar o Hamas”, ainda que “pela maneira difícil”.

Apesar do anúncio de trégua, a agência Reuters registrou bombardeios na faixa central de Gaza cerca de uma hora após o início do cessar-fogo. Vídeos mostram colunas de fumaça no céu, mas ainda não há informações sobre vítimas. Até o momento, o governo de Israel não se pronunciou sobre o assunto.

Israel e Hamas anunciam acordo de cessar-fogo mediado pelos EUA

Israel e o grupo Hamas formalizaram na última quarta-feira (8) um acordo de trégua intermediado pelos Estados Unidos, segundo informações divulgadas pelo presidente Donald Trump em suas redes sociais e confirmadas por mediadores envolvidos nas negociações. O presidente norte-americano declarou que a primeira etapa do plano de paz foi aceita por ambas as partes e que todos os reféns detidos pelo Hamas desde 7 de outubro de 2023 em Gaza serão libertos.

De acordo com autoridades israelenses, ainda permanecem 48 reféns sob custódia do Hamas, sendo 20 deles vivos. A proposta da Casa Branca, apresentada em setembro, estipulava um prazo de 72 horas para a liberação completa das vítimas. Um porta-voz do governo de Israel afirmou que espera iniciar a libertação dos reféns a partir de sábado (11). Em contrapartida, o Hamas solicitou mais tempo para a devolução dos corpos daqueles que faleceram durante o conflito. Israel, por sua vez, deve soltar prisioneiros palestinos e reduzir gradualmente suas tropas na Faixa de Gaza, embora a posição exata das forças militares ainda não tenha sido definida. Segundo Trump, a assinatura do tratado representa o primeiro passo em direção a uma paz duradoura.

Este é um dia histórico para o mundo árabe, muçulmano, Israel, países vizinhos e para os Estados Unidos da América“, escreveu o presidente americano em suas redes sociais, destacando a justiça como princípio do acordo.

Majed Al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, afirmou que o acordo contempla todos os mecanismos necessários para implementar a primeira fase do cessar-fogo, permitindo o fim imediato das hostilidades e a chegada de ajuda humanitária a Gaza. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, celebrou a assinatura do tratado, ressaltando a importância da libertação dos reféns e anunciando reunião com sua equipe de governo na quinta-feira (9) para validação interna do acordo.

Um dia significativo para Israel, um triunfo diplomático e moral“, declarou Netanyahu. “Agradeço aos corajosos soldados das Forças de Defesa de Israel e a todas as equipes de segurança. Graças à dedicação e ao sacrifício deles, conseguimos alcançar este momento. Com a ajuda de Deus, seguiremos avançando em direção à paz e ao cumprimento de nossos objetivos.”

O Hamas, em nota oficial, elogiou o papel de Catar, Egito e Turquia na mediação do cessar-fogo e agradeceu os esforços de Trump para encerrar o conflito. O grupo reforçou a exigência de que os países garantidores assegurem o cumprimento integral do tratado por Israel, sem atrasos na implementação dos acordos.

As concessões e sacrifícios do nosso povo não serão desperdiçados. Permaneceremos firmes em nossas promessas, defendendo os direitos nacionais até conquistar liberdade, independência e autodeterminação“, afirmou o grupo.

O conflito teve início em 7 de outubro de 2023, quando ataques do Hamas resultaram na morte de mais de 1.200 pessoas e no sequestro de 251 reféns. Desde então, mais de 60 mil palestinos morreram em Gaza, segundo dados divulgados por autoridades ligadas ao Hamas. Ao longo do embate, dois acordos de trégua anteriores foram firmados, um no final de 2023 e outro no início deste ano, ambos de curta duração, sem encerrar efetivamente os combates.

Estrutura e detalhes do plano de paz

O plano de 20 pontos divulgados pela Casa Branca em setembro prevê a Faixa de Gaza como área livre de milícias e grupos armados. A primeira fase do acordo ainda carece de detalhes oficiais, incluindo se todos os itens da proposta foram aceitos. Segundo o documento, membros do Hamas poderiam receber anistia desde que entregassem armas e se comprometessem com a convivência pacífica, sem participar do governo local.

Gaza seria administrada temporariamente por um comitê palestino técnico e neutro, supervisionado pelo “Conselho da Paz”, liderado por Trump, responsável pela gestão dos serviços públicos e pela reconstrução da região. O Hamas e demais facções ficariam impedidos de ocupar cargos no governo, direta ou indiretamente, e a administração futura seria transferida para a Autoridade Palestina, condicionada a reformas internas.


Palestinos celebram anúncio do cessar-fogo entre Israel e Hamas, marcando o início de uma trégua mediada pelos Estados Unidos (Foto: Reprodução/Moiz Salhi/Anadolu/Getty Images Embed)

O plano ainda inclui pacotes econômicos e de desenvolvimento, supervisionados por especialistas internacionais que já trabalharam na construção de cidades no Oriente Médio. Em relação à segurança, Gaza passaria por desmilitarização completa, com destruição de toda infraestrutura bélica, criação de perímetro de segurança e supervisão de monitores independentes. A Força Internacional de Estabilização (ISF) seria responsável por treinar a nova polícia Palestina, enquanto as Forças de Defesa de Israel se retirariam gradualmente.

Possibilidade de Estado palestino

Embora o tratado seja vago quanto à criação imediata de um Estado palestino, a proposta norte-americana indica que isso poderia ocorrer futuramente, dependendo da reconstrução de Gaza e de reformas na Autoridade Palestina. Reconhecimentos recentes do Estado palestino por aliados dos EUA foram criticados por Trump e pelo governo israelense, que os consideram uma recompensa ao terrorismo.

A solução de dois Estados, com Israel e Palestina coexistindo pacificamente, é considerada pela comunidade internacional como a única alternativa para uma paz duradoura, embora setores do governo de Netanyahu ainda rejeitem a proposta.

Dois anos de guerra em Gaza, protestos marcam o mundo

Completam-se dois anos desde o início da guerra entre Israel e Hamas, e manifestações pelo mundo ganham força para lembrar as vítimas, denunciar a violência e exigir responsabilidade. De Sydney a Londres, passando pelo Rio de Janeiro, ativistas, estudantes e organizações civis saíram às ruas para protestar contra a situação na Faixa de Gaza, reforçando que o conflito não pode ser esquecido ou relativizado.

Protestos globais reacendem memória e indignação

Em Londres, estudantes organizaram marchas universitárias com bandeiras palestinas, clamando que o massacre iniciado em 7 de outubro de 2023 não seja ignorado nem naturalizado pela comunidade internacional. Na Austrália, Sydney sediou protestos com discursos pungentes de advogados e ativistas, que traçam um histórico de oprimidos “cercados e desumanizados” antes do estopim do conflito. Na Indonésia, frente à embaixada norte-americana, manifestantes exibiram cartazes com mensagens fortes como “Ninguém é livre até que a Palestina seja livre”, protestando contra luz baixa dos governos para a crise humanitária.

Em muitas dessas manifestações, o tom é de luto e lembrança: sirenes ecoam em Israel, acampamentos são montados por familiares de reféns, fotos de vítimas são expostas, como na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, onde uma ONG fez homenagem com bandeiras e retratos. Esses atos mantêm viva a memória das vítimas e exigem que o mundo não apenas veja, mas aja.


Uma manifestação em apoio à Flotilha Global Sumud (Foto: reprodução/Alessandro Bremec/ Getty Images Embed)

Reações políticas e exige-se não esquecer

Autoridades governamentais reagiram com críticas e discursos contrários em alguns países, apontando que protestos pró-Palestina em datas simbólicas nem sempre são bem recebidos. No Reino Unido, o primeiro-ministro qualificou certas manifestações como “antibritânicas” por associarem o país a debates internacionais. Já em países muçulmanos, como a Indonésia, há forte apoio popular às causas palestinas, com protestos calorosos e presença marcante da sociedade civil.

Esses protestos coincidem com cerimônias de memória em Israel, onde sirenes foram acionadas em locais simbólicos — como praças próximas a residências oficiais — e onde famílias fazem homenagens aos reféns. O ritmo crescente dessas manifestações sugere que, apesar de guerras e tratados, a paz ainda depende muito mais do reconhecimento humano do que de negociações diplomáticas.

Israel e Hamas avançam em negociações, Casa Branca exige rapidez

As negociações entre Israel e o grupo Hamas registraram avanços significativos nas últimas horas, segundo diplomatas que acompanham o processo no Egito. Mediadas por representantes do Catar e dos Estados Unidos, as conversas buscam estabelecer um cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza, além de um plano concreto para reconstrução do território devastado. A Casa Branca, por sua vez, tem pressionado por agilidade nas tratativas, afirmando que cada dia sem acordo representa novas perdas humanas e o agravamento da crise humanitária.

Discussões avançam, mas impasses persistem

Fontes ligadas às negociações afirmam que os diálogos se concentram em pontos considerados sensíveis, como a retirada gradual das tropas israelenses, a entrada irrestrita de ajuda humanitária e o retorno das famílias palestinas deslocadas. O Hamas insiste em garantias internacionais de que o cessar-fogo seja definitivo, e não apenas uma trégua temporária. Já o governo israelense quer assegurar mecanismos de segurança que impeçam novos ataques vindos da Faixa de Gaza.

A proposta em análise também inclui a criação de corredores humanitários monitorados pela ONU, além do acesso a suprimentos médicos e energia elétrica para hospitais locais. Especialistas em política internacional avaliam que, embora o clima seja mais favorável do que em meses anteriores, o avanço depende de concessões mútuas.


Bandeira israelense perto de prédios destruídos dentro da Faixa de Gaza (Foto: reprodução/JACK GUEZ/Getty Images Embed)

Pressão global e expectativas crescentes

O governo dos Estados Unidos tem atuado de forma direta, tanto nos bastidores quanto publicamente. O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, reforçou que “a paciência da comunidade internacional está se esgotando” e que a prioridade deve ser a proteção de civis. A secretária de Estado também sinalizou que Washington pretende manter contato diário com as delegações até o fechamento do texto final.

Enquanto isso, o Egito tenta garantir que o acordo contemple medidas práticas de reconstrução, incluindo investimentos internacionais e fiscalização contínua. A expectativa é que um anúncio oficial possa ser feito nos próximos dias, mas diplomatas evitam confirmar prazos. Caso o acordo seja firmado, representará o passo mais concreto rumo à paz desde o início do conflito em 2023.

Consequências de uma guerra prolongada

O conflito entre Israel e Hamas já ultrapassa dois anos, deixando milhares de mortos e milhões de pessoas em situação de vulnerabilidade extrema. Grande parte da infraestrutura da Faixa de Gaza — como escolas, hospitais e sistemas de energia — foi destruída, tornando a vida na região praticamente insustentável. Organizações humanitárias alertam que uma nova escalada pode levar o sistema de saúde ao colapso total.

Por outro lado, analistas ressaltam que um cessar-fogo duradouro exigirá mais do que diplomacia: será preciso reconstruir a confiança entre os lados e garantir compromissos verificáveis de ambas as partes. A comunidade internacional acompanha de perto, com a esperança de que o Cairo seja o ponto de virada em um dos conflitos mais prolongados e devastadores do século.

Trump intensifica pressão por acordo de paz em Gaza

Nesta segunda-feira (6), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçou os esforços diplomáticos para avançar nas conversações de paz em Gaza. Enquanto equipes internacionais se encontram no Egito, a Casa Branca acredita que a rápida liberação dos reféns pode facilitar a implementação do plano de paz de 20 pontos sugerido por Washington e favorecer um cessar-fogo duradouro na área.

A secretária de imprensa Karoline Leavitt declarou que a administração americana considera fundamental a liberação imediata dos reféns, visando criar um ambiente político que beneficie o progresso das negociações. “Desejamos agir rapidamente, e o presidente está ansioso para ver os reféns libertados o mais rápido possível”, comentou.

Negociações em andamento no Egito

As conversas estão ocorrendo no Cairo, contando com a presença do enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e do conselheiro Jared Kushner, que é genro de Trump. As equipes técnicas estão focadas em esclarecer os aspectos logísticos da troca de reféns e prisioneiros políticos, além de analisar listas de detidos e as condições de segurança necessárias para as operações.

A Casa Branca informou que Trump está constantemente atualizado sobre o progresso das negociações e acompanha de perto as decisões tomadas. A expectativa é que a libertação dos reféns ofereça o ímpeto necessário para o progresso do acordo, que é considerado essencial para estabilizar Gaza e diminuir as tensões entre Israel e os grupos palestinos.

EUA reforçam seu papel diplomático no Oriente Médio


Reféns em Gaza (Foto: reprodução/Ahmad Gharabli/Getty Images Embed)

Com o novo plano, Washington busca reafirmar seu papel de liderança diplomática no Oriente Médio. O governo americano acredita que a consolidação de um cessar-fogo e a libertação dos reféns podem fortalecer sua influência regional e demonstrar a capacidade dos Estados Unidos de intermediar soluções políticas em áreas de conflito.

Além da questão humanitária, o plano de Trump inclui medidas de reconstrução em Gaza, o fortalecimento da segurança israelense e o compromisso de longo prazo com a estabilidade regional. A Casa Branca avalia que um acordo bem-sucedido poderia marcar um ponto de virada nas relações entre israelenses e palestinos e reduzir o risco de novas escaladas de violência.

Hamas diz precisar de mais tempo para avaliar plano de paz de Trump

Nesta sexta-feira (3), o Hamas afirmou que precisa de mais tempo para analisar o plano de paz proposto por Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos deu um ultimato de “três ou quatro dias” para o grupo palestino aceitar o acordo, que pretende acabar com a guerra na Faixa de Gaza.

Um alto comandante do grupo palestino disse à agência AFP, sob condição de anonimato, que o plano ainda está em debate e que essas discussões exigem mais tempo. Segundo uma fonte próxima à liderança, o grupo espera ajustar trechos relacionados ao desarmamento e à expulsão de seus integrantes.

Anteriormente, Mohamad Nazal, integrante do comitê político do grupo, declarou que o plano contém aspectos preocupantes: “Estamos em contato com os mediadores e com as partes árabes e islâmicas, e levamos muito a sério a possibilidade de alcançar um acordo. Em breve anunciaremos nossa posição”.

Trump dá ultimato ao Hamas

O presidente dos Estados Unidos afirmou, em postagem na rede social Truth Social, que o Hamas tem até domingo à noite, às 18h (horário de Washington, DC), para aceitar o acordo. Caso isso não ocorra, alertou que “inferno total” cairá sobre o grupo.

Ele afirmou que seu plano de paz para encerrar o conflito na Faixa de Gaza representa a última chance para os militantes do grupo palestino, que há anos ameaçam o Oriente Médio, e relembrou o ataque a civis israelenses em 7 de outubro de 2023.

“Teremos paz no Oriente Médio de uma forma ou de outra. A violência e o derramamento de sangue cessarão. Liberte os reféns, todos eles, incluindo os corpos daqueles que estão mortos. Todos os países assinaram. Se este acordo de última chance não for firmado, um inferno como ninguém jamais viu antes se abaterá sobre o Hamas. Haverá paz no oriente médio de uma forma ou de outra”, declarou.

Trump ainda pediu que todos os palestinos inocentes deixem imediatamente uma área de alto risco e se desloquem para regiões mais seguras da Faixa de Gaza.


Trump apresentou nesta segunda-feira sua proposta de paz para a Faixa de Gaza (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Entenda o plano de paz

O plano de paz é composto por 20 pontos e prevê a Faixa de Gaza como uma zona livre de grupos armados. Membros do Hamas poderiam receber anistia caso entreguem suas armas e se comprometam em conviver pacificamente.

Se implementado, Gaza seria governada por um comitê de palestinos tecnocratas e especialistas internacionais, sob supervisão de um órgão chamado “Conselho da Paz”, presidido por Trump, embora a participação de Israel nesse conselho não esteja definida.

De acordo com a Casa Branca, após a aceitação do plano, o Hamas teria 72 horas para liberar todos os reféns mantidos desde o início da guerra. A proposta também prevê a liberação de quase 2 mil prisioneiros palestinos por Israel e a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, coordenada pela ONU e pelo Crescente Vermelho.

Enquanto a comunidade internacional recebeu a proposta positivamente, moradores de Gaza expressaram medo e desesperança diante da situação.

Hamas afirma que negará plano de paz de Donald Trump

Um dirigente do Hamas declarou à BBC que o movimento deve rejeitar o plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump para Gaza. Segundo ele, a proposta “serve aos interesses de Israel” e “ignora os do povo palestino”.

O representante afirmou ainda que o grupo dificilmente aceitará desarmar-se e entregar suas armas, uma das condições centrais do projeto. O grupo Hamas também se opõe contra a instalação de uma Força Internacional de Estabilização (ISF) na região, classificada pelo dirigente como “uma nova forma de ocupação”. 

Liderança do Hamas dividida sobre adesão ao plano

Nesta segunda-feira (29), durante o encontro na Casa Branca, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aceitou o plano de paz proposto por Donald Trump. Por outro lado, o Hamas não se pronunciou oficialmente sobre sua decisão. O Ministério das Relações Exteriores do Catar afirmou que o grupo está analisando a proposta da Casa Branca de forma “responsável”.

De acordo com um alto funcionário palestino ouvido pela BBC, as negociações envolvem a liderança do Hamas dentro e fora de Gaza. No entanto, a figura mais influente no processo tem sido o comandante militar no território, Ez al-Din al-Haddad, que estaria inclinado a manter a resistência armada em vez de aceitar os termos apresentados. Já os dirigentes do movimento no exterior perderam espaço, sobretudo pela falta de controle sobre os reféns israelenses.


Anuncio de acordo para encerramento da guerra em Gaza (Vídeo: Reprodução/YouTube/@SBT News)

As conversas do Hamas devem se prolongar por vários dias e contam com a participação de outras facções palestinas. A Jihad Islâmica Palestina (PIJ), organização armada que participou do ataque de 7 de outubro e chegou a manter alguns reféns israelenses, rejeitou a proposta nesta terça-feira (30).

Há desconfiança que Israel retome operações

Para o grupo Hamas, o maior impasse seria a exigência em entregar seus reféns todos de uma só vez, o que significa abdicar da sua “moeda de troca“.

Apesar do apoio de Trump, há o receio que de o Israel intensifique suas operações militares assim que liberarem seus reféns. A desconfiança ganhou força após a tentativa de assassinato contra os líderes do Hamas em Doha, no início deste mês, episódio interpretado como um desafio direto aos Estados Unidos.

Um mapa de Gaza divulgado pelo governo Trump indica a criação de uma possível zona-tampão ao longo da fronteira sul com o Egito. Ainda não há detalhes sobre como essa área seria administrada, mas, caso envolva participação de Israel, tende a se transformar em mais um ponto de tensão nas negociações.