Palestinos retornam ao norte de Gaza após cessar-fogo

Acordo mediado por Donald Trump prevê libertação de reféns e retirada gradual de Israel; ajuda humanitária deve chegar nas próximas horas

10 out, 2025
Palestinos voltam para casa em Gaza | Reprodução/Ali Jadallah/Anadolu/Getty Images Embed
Palestinos voltam para casa em Gaza | Reprodução/Ali Jadallah/Anadolu/Getty Images Embed

Milhares de palestinos começaram a voltar para o norte da Faixa de Gaza nesta sexta-feira (10), após a entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o grupo Hamas. A trégua foi ratificada durante a madrugada pelo governo israelense e marca o início da retirada parcial das tropas do território, encerrando dois anos de conflito.

Um grande número de pessoas foi visto caminhando em meio à poeira em direção à Cidade de Gaza, principal centro urbano da região, que sofreu fortes bombardeios nos últimos dias. A maior parte da população havia se deslocado para o sul durante as ofensivas militares israelenses. 

Cessar-fogo e libertação de reféns

O Exército israelense confirmou que o cessar-fogo começou ao meio-dia, no horário local, e que as tropas estão se posicionando ao longo das novas linhas de implantação. O acordo prevê a libertação dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas em até 72 horas, em troca da soltura de centenas de prisioneiros palestinos.

Na primeira fase do plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está prevista a retirada das tropas israelenses de regiões urbanas estratégicas da Faixa de Gaza, ainda que mais da metade do território permaneça sob domínio de Israel.

Com o início da implementação do acordo, comboios com alimentos e suprimentos médicos devem entrar na região para atender a população civil, que em grande parte vive em tendas após a destruição de cidades inteiras pelos bombardeios israelenses.



Retirada e tensões persistentes

As tropas israelenses recuaram e agora ocupam cerca de 53% do território palestino, uma redução em relação aos 75% controlados antes do cessar-fogo. Cidades como Khan Younis e a própria Cidade de Gaza foram desocupadas, mas continuam sob vigilância militar.

Em pronunciamento, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que as forças permanecerão prontas para agir e reafirmou o compromisso de “cercar e desarmar o Hamas”, ainda que “pela maneira difícil”.

Apesar do anúncio de trégua, a agência Reuters registrou bombardeios na faixa central de Gaza cerca de uma hora após o início do cessar-fogo. Vídeos mostram colunas de fumaça no céu, mas ainda não há informações sobre vítimas. Até o momento, o governo de Israel não se pronunciou sobre o assunto.

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