Israel bloqueia ajuda humanitária em Gaza após Hamas não cumprir acordo

O governo de Israel avisou a Organização das Nações Unidas (ONU), que decidiu suspender uma parte da ajuda humanitária na faixa de Gaza. A decisão ocorreu após o grupo terrorista Hamas não devolver os corpos de todos os 28 reféns mortos após o ataque de 7 de outubro de 2023.

Hamas devolveu nesta segunda-feira (13), quatro corpos de reféns, e na terça-feira (14), foram devolvidos mais quatro corpos de reféns envolvidos na guerra. O grupo se comprometeu a libertar todos os 48 reféns que estavam em Gaza, incluindo os corpos de 28 vítimas.

Ajuda humanitária é ‘bloqueada’ por Israel

Segundo informações divulgadas pela agência de notícias internacionais Reuters nesta terça-feira (14), o governo israelense permitirá apenas a entrada de 300 caminhões de ajuda humanitária, metade do que foi previamente acordado no acordo de paz proposto por Trump.

Israel também não autorizou a entrada de nenhum combustível ou gás no território de Gaza, exceto para necessidades específicas relacionadas à infraestrutura humanitária. Hamas justificou que não entregou o restante dos corpos porque não encontrou os restos mortais dos outros reféns mortos em combate.

A Turquia se comprometeu a ajudar Israel e os Estados Unidos em uma força tarefa para localizar os restos mortais que ainda faltam.



Cruz Vermelha e ONU pedem abertura de passagem

A ONU e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediram a abertura de todas as passagens para a fronteira da Faixa de Gaza para o envio de mais ajuda humanitária. O porta-voz da Cruz Vermelha, Christian Cardon destacou em uma coletiva de imprensa que ações precisam ser tomadas em caráter de urgência para salvar vidas.

O porta-voz do Escritório da ONU, Jens Laerke, destacou que a organização possui 190 mil toneladas de ajuda humanitária pronta para ser entregue, mas que precisa do aval das autoridades israelenses para chegar ao local e fazer a distribuição necessária.

Autoridades israelenses confirmaram que o país vai manter fechada a passagem de Rafah. A região é a principal porta de entrada de ajuda humanitária no sul do território palestino. A Reuters informou que essa passagem vai permanecer fechada até quarta-feira (15). As autoridades israelenses não informaram por quanto tempo essa medida vai durar.

Brasil elogia cessar fogo entre Israel e Hamas e destaca atuação dos EUA

Por meio de uma nota do Itamaraty, o governo federal brasileiro saudou nesta quinta-feira (09), o anúncio de um cessar-fogo entre Israel e Hamas, e destacou os esforços dos EUA e de países mediadores que atuaram em conjunto para um acordo de paz para acabar com a guerra.

Em comunicado, o governo disse: “O governo brasileiro saúda o anúncio de acordo entre Israel e o Hamas para novo cessar-fogo na Faixa de Gaza, no Estado da Palestina, por meio da implementação da primeira fase de plano para pôr fim ao conflito, transcorridos dois anos de seu início”.

Anúncio de cessar fogo

A confirmação de um  cessar-fogo foi anunciado por Israel e o grupo Hamas na última quarta-feira (08), um acordo de paz, intermediado pelos EUA.

O governo americano exigiu que o grupo Hamas liberte todos os reféns detidos desde 7 de outubro de 2023 e que todos os armamentos sejam retirados da faixa de Gaza.

O acordo de paz proposto pelo presidente Donald Trump pressionou Israel e o grupo Hamas a aceitar os termos de uma guerra que já deixou 67 mil mortos e quase 170 mil feridos e tirou milhares de palestinos de seus lares.



Reação brasileira

O governo brasileiro destacou que a medida deverá garantir a liberação de todos os reféns, a troca de prisioneiros palestinos, a entrada de ajuda humanitária para os mais necessitados e a retirada das tropas israelenses na faixa de Gaza.

Em nota, o governo ainda destacou que o acordo traz esperança para criar condições políticas e pacíficas para a reconstrução imediata de Gaza, e com o apoio da comunidade internacional, e futuramente a formalização do Estado da Palestina, com o apoio da comunidade internacional.

O governo ainda finalizou destacando a importância de todas as partes cumprirem todos os termos do acordo e agirem de boa-fé para que as negociações sejam cumpridas.

Putin se mostra otimista com o plano de paz de Trump para Gaza

Na quinta-feira (02), em um resort em Sochi, no Mar Negro, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que a Rússia está “preparada para apoiar” ao plano de encerrar a guerra entre Israel e Hamas, proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Conhecido como “plano de 20 pontos”, é a proposta dos Estados Unidos para em fim, dar fim a guerra que dura praticamente dois anos. Os pontos vão além de cessar-fogo e da negociação da liberação de reféns, mas também da entrega do território de Gaza, conquistado por Israel, à uma segurança internacional.

Como funciona o plano de 20 pontos

O plano é de Gaza ter um governo internacional temporário, tendo o presidente americano como o principal nome, além de contar com outros chefes de Estado, que devem ser anunciados, como Tony Balir, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, chamando de “Conselho da Paz”. Posteriormente, o controle de Gaza seria entregue à Palestina.

A proposta conta também com dois possíveis caminhos: O recuo de Israel, para áreas que já foram acordadas, se o Hamas libertar os reféns dentro de 72 horas e se for recusado pelo grupo palestino, as forças israelenses continuarão com o ataque em Gaza e posteriormente, entregar o território para a autoridade de transição.


Plano de Donald Trump para fim da guerra em Gaza (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Sobre a Guerra entre Israel x Hamas

A guerra teve início em outubro de 2023, quando o Hamas atacou civis israelenses, fazendo vários de reféns. Até então, Israel vem realizando diversos ataques à Gaza, afirmando parar somente quando os restantes dos aprisionados forem liberados.

Desde então, foram realizadas algumas propostas de cessar-fogo, sendo a última com a grande esperança e por um fim na guerra, visto que foi a primeira vez em que Israel concordou em deixar gradualmente o território de Gaza. O grupo palestino afirmou que deve dar uma resposta em breve, sobre a proposta de Trump em cessar-fogo, mas disse que não vai agir como se estivessem com uma “faca no pescoço”.

Trump faz ultimato a Putin: 10 dias para dar fim à guerra ou tarifas de 100%

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom das ameaças ao dar um ultimato de 10 dias para o presidente russo, Vladimir Putin, encerrar a guerra na Ucrânia. Segundo a declaração de Trump, feita nesta terça (29) durante uma visita à Escócia, caso a Rússia não cumpra a exigência, os EUA imporá “tarifas severas” de 100% sobre produtos russos e, potencialmente, sobre países que continuem a fazer negócios com Moscou.

Mudança de rota

A postura atual de Donald Trump em relação à guerra na Ucrânia contrasta drasticamente com suas declarações no início do segundo mandato. No início de 2025, Trump buscou aproximação com Putin e propôs negociações de paz, inclusive sem a presença da Ucrânia. Ele chegou a chamar Putin de “líder forte” e “homem corajoso“, enquanto criticava o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Essa guinada para um tom de ameaça reflete a frustração de Trump com o que ele percebe como uma estratégia de Putin para “enrolar” e fingir interesse em um cessar-fogo. A intensificação dos ataques russos, como o maior ataque aéreo contra a Ucrânia em julho de 2025, parece ter sido um fator decisivo.


Andriy Yermak, chefe de gabinete de Zelenskiy, agradece a Trump (Foto: reprodução/X/@AndriyYermak)

Um prazo inicial de 50 dias já havia sido anunciado em 14 de julho, e foi reduzido para apenas 10, com Trump afirmando: “Não estou mais tão interessado em conversar com Putin“. A Ucrânia, por sua vez, elogiou a decisão de reduzir o prazo, vendo isso como um sinal de apoio de Washington.

Riscos da nova estratégia

Mesmo que os Estados Unidos não comprem muito da Rússia (apenas US$ 3,5 bilhões em produtos como fertilizantes e combustível nuclear em 2024), a grande dor de cabeça está nas “tarifas secundárias”. Se países como China e Índia continuarem a importar petróleo e outros produtos russos, os EUA podem aplicar taxas altíssimas (de 100%!) sobre o que esses países vendem para os próprios Estados Unidos. Isso geraria um grande abalo no mercado global, especialmente no de petróleo, pois a oferta mundial ficaria comprometida e os preços poderiam disparar. Apesar desse alerta dos especialistas, Trump não se mostra preocupado, afirmando que os EUA podem simplesmente aumentar a própria produção de petróleo para compensar.


 Vice-chefe do Conselho de Segurança de Putin, Dmitry Medvedev, dá recado a Trump (Foto: reprodução: X/@MedvedevRussiaE)

A Rússia, por outro lado, reagiu com cautela e um tom de desafio. O Kremlin “tomou nota” da declaração de Trump, mas o vice-chefe do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, alertou para não “jogar o jogo do ultimato com a Rússia“, classificando as ameaças de Trump como “passos em direção à guerra. Não entre a Rússia e a Ucrânia, mas com seu próprio país. Fontes próximas a Putin indicam que ele não se abalou e pretende continuar a guerra até que suas exigências sejam atendidas.