Trump impõe prazo de 50 dias para Rússia fechar trégua na Ucrânia ou enfrentará tarifa de 100%

Além das sanções secundárias, a proposta inclui o envio de mísseis Patriot à Ucrânia com o objetivo de forçar Moscou a firmar um cessar‑fogo

15 jul, 2025
Donald Trump | Reprodução/Win McNamee/Getty Images Embed
Donald Trump | Reprodução/Win McNamee/Getty Images Embed

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgou nesta segunda-feira (14) um ultimato à Rússia: o país deve fechar um acordo de paz na Ucrânia em até 50 dias ou será alvo de tarifas de 100%, aplicadas de forma direta às exportações russas e de maneira secundária a países que continuarem a comercializar com Moscou.

Ao lado do secretário‑geral da OTAN, Mark Rutte, na Casa Branca, Trump também anunciou o envio de sistemas de defesa antiaérea Patriot à Ucrânia, equipamentos que serão comprados pelos aliados europeus e repassados ao governo de Volodymyr Zelenskiy.


Mark Rutte e Donald Trump (Foto: reprodução/Kevin Dietsch/Getty Images Embed)

Autoridades russas reagiram imediatamente ao ultimato. O vice‑ministro Serguéi Riabkov classificou a estratégia dos EUA como “inaceitável” e afirmou que Moscou não vai negociar sob coerção, mantendo sua operação militar caso Kiev não ofereça estímulos concretos. Já o ex-presidente Dmitri Medvedev ridicularizou o anúncio, chamando-o de “ultimato teatral”, e enfatizou que a Rússia não se importa com ameaças de terceiros.

Detalhes da ameaça tarifária

As tarifas secundárias de 100%, além de incidirem diretamente sobre os produtos russos, essas sanções também atingirão quem mantiver comércio com a Rússia, incluindo compradores de petróleo, fertilizantes e tecnologia. Embora o comércio bilateral entre EUA e Rússia seja restrito, o risco recai sobre parceiros comerciais de Moscou, como China, Índia, Turquia e até o Brasil.

Trump anunciou a entrega de mísseis antiaéreos Patriot à Ucrânia, com financiamento dos aliados europeus da OTAN, após acordos firmados na visita oficial de Rutte. A medida, junto a sanções econômicas rigorosas e apoio militar defensivo, tem como objetivo forçar Moscou a firmar um cessar‑fogo antes do prazo estipulado.

Reação Russa

A postura de Trump sinaliza uma guinada mais contundente em relação à Rússia, indo, em contrapartida, do discurso anterior de aproximação com Putin. Nas últimas semanas, Trump pressionou por resultados concretos, dizendo que depois de repetidas conversas telefônicas, seguidas de novos ataques russos, ficou claro que “fala não significa nada”. Já do lado russo, o Kremlin afirmou que analisará a ameaça com “seriedade”, mas não revelou resposta oficial, enquanto Riabkov deixou claro que não vai ceder sob pressão

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