Após conversa com Trump, Putin lança maior ataque aéreo à Ucrânia desde 2022
Ofensiva aérea russa deixa dezenas de feridos na Ucrânia e provoca condenação internacional após ordem direta de Vladimir Putin

Em um dos episódios mais intensos desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, a Rússia realizou o maior ataque aéreo da guerra nesta semana, apenas algumas horas depois de uma conversa, sem resultados concretos, com o presidente americano Donald Trump. O ataque foi feito na madrugada desta sexta-feira (04). Segundo as Forças Armadas da Ucrânia, foram lançados 539 drones e 11 mísseis contra alvos civis e militares, deixando pelo menos 23 pessoas feridas e danos significativos em infraestrutura urbana. Parte dos artefatos foi interceptada pela defesa aérea ucraniana.
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23 mortos no último conflito entre Rússia e Ucrânia. (Vídeo: Reprodução/Instagram/@kyivindependent_official)
Escalada após conversa diplomática frustrada
De acordo com fontes do governo ucraniano e reportagens da BBC e Reuters, a ofensiva aconteceu menos de 24 horas após uma ligação entre Putin e Trump. Fontes do Kremlin afirmaram que a conversa abordou “a necessidade de negociações de paz”, mas terminou sem qualquer sinal de avanço diplomático. O governo dos Estados Unidos declarou que Trump pressionou por um cessar-fogo imediato, mas que Putin se manteve irredutível quanto às exigências territoriais russas.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky qualificou o ataque como “deliberadamente massivo e cínico”, afirmando que “mais uma vez, a Rússia demonstra que não tem intenção de pôr fim à guerra e ao terror”. Ele destacou que os primeiros alertas de ataque aéreo começaram quase simultaneamente ao término da ligação entre Trump e Putin, exigindo maior apoio internacional à Ucrânia.
Ainda nesta sexta-feira, Trump e Zelensky devem se comunicar por telefone para discutir o ataque russo, segundo autoridades ucranianas. O incidente piora o impasse diplomático e aumenta a pressão internacional sobre Moscou, enquanto o risco de escalada global cresce.
Reação internacional
A reação global foi imediata. Ex-secretária de Estado dos EUA e provável candidata nas eleições, Nikki Haley criticou duramente a ofensiva e declarou que “os Estados Unidos não hesitarão em fortalecer a defesa da Ucrânia contra agressões desumanas” .
Por sua vez, a União Europeia anunciou aceleração nos envios de sistemas antiaéreos para apoiar a Ucrânia, como parte de um esforço coordenado com a Otan, que convocou uma reunião extraordinária para avaliar a escalada .
Especialistas ouvidos pela CNN Internacional apontam que esse aumento na intensidade dos ataques pode enfraquecer as iniciativas diplomáticas em andamento e elevar o risco de uma escalada mais ampla do conflito .
A guerra na Ucrânia já ultrapassou 850 dias e, segundo o The Guardian, estima-se que mais de 500 mil pessoas tenham morrido ou ficado feridas no confronto. Apesar de tentativas diplomáticas, a violência tem se intensificado nos últimos meses, sinalizando um impasse perigoso para a estabilidade global.