Bitcoin volta a ultrapassar US$ 100 mil após cessar-fogo no Oriente Médio

O conflito no Oriente Médio envolvendo Irã e Israel fez com que o preço do Bitcoin caísse drasticamente para US$ 90 mil na semana passada. A tensão de que a guerra evoluísse fez com que os investidores recuassem e procurassem ativos seguros.

Porém, após o anúncio do cessar-fogo entre os países envolvidos, o preço da moeda digital voltou a subir, chegando a bater a marca de US$ 107 mil em 48 horas. Aliado a isso, um anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aceca de um grande investimento em ativos de cripto fez com que a expectativa aumentasse em relação à moeda digital.

Instabilidade no conflito

O Bitcoin conseguiu resistir por um tempo em meio ao conflito no Oriente Médio. Contudo, o temor pelo avanço da guerra fez com que o valor por unidade apresentasse uma queda brusca para US$ 90 mil. Além do Bitcoin, outras moedas digitais também entraram em queda, como a Ethereum e a XRP.

Com o cessar-fogo, o valor do Bitcoin voltou a ultrapassar os US$ 100 mil. A maior valor que a moeda digital atingiu foi o de US$ 112 mil por unidade.


Donald Trump na Cúpula de Ativos Digitais da Casa Branca, após estabelecer reserva de bitcoin (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)

Regulação do cripto

Na última terça-feira (24), o Senado americano aprovou por 68 a 30 um projeto que regula o StableCoin, uma das várias criptomoedas existentes no mercado e que é comumente atrelada ao dólar americano. Conhecida como Lei Genius, a legislação visa proteger os investidores da moeda digital.

Segundo o senador republicano Bill Hagerty, o projeto fará com que os Estados Unidos assumam a liderança em relação à criptografia. Ele foi um dos autores do projeto de lei aprovado.

Setor imobiliário

Com o processo de regulação das criptomoedas nos Estados Unidos, o próximo passo de Donald Trump é que os investidores possam realizar transações sem a necessidade de conversão para o dólar. E o primeiro setor a experimentar a novidade será o ramo imobiliário.

A Agência Federal de Financiamento Habitacional (FHFA) emitiu um comunicado para duas empresas que realizam hipotecas de residências pedindo que se ajustem para aceitar criptoativos em suas transações comerciais. De acordo com Adam Reeds, CEO da empresa de empréstimos em criptomoedas Ledn, a nova diretriz “reconhece que a riqueza moderna nem sempre está em contas bancárias tradicionais”.

A condição é que as empresas Fannie Mae e Freddie Mac reconheçam somente investimentos que possam ser fiscalizados por corretoras regulamentadas no país, a exemplo da Coinbase.

Israel e Irã proclamam vitória após fim do conflito e confirmam cessar-fogo

Após 12 dias de conflito, Israel e Irã celebram o desfecho como vitória. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país conquistou uma vitória histórica, mas ressaltou a necessidade de continuar a campanha contra o ‘eixo do Irã’, derrotar o Hamas e assegurar o retorno dos reféns em Gaza. Já o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, afirmou que o resultado representa uma grande vitória para Teerã.

Essas declarações foram feitas em meio à pressão de Donald Trump, poucas horas depois do anúncio desta segunda-feira (23) de um cessar-fogo pelos Estados Unidos, negociado com a mediação do Catar. Irã e Israel demonstraram apoio à trégua.

As Forças Armadas de Israel suspenderam, às 20h no horário local (17h em Brasília), as restrições impostas à circulação no país. Segundo autoridades, o aeroporto Ben Gurion já voltou a operar. Do lado iraniano, a agência Nournews informou que o espaço aéreo do país também voltará a funcionar.

Trump anuncia cessar-fogo

Segundo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o cessar-fogo passou a valer no início da madrugada desta terça-feira (1h, horário de Brasília). Trump anunciou após conversar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Já o Irã concordou com a trégua após uma mediação conduzida pelo primeiro-ministro do Catar, com participação direta de integrantes da Casa Branca, segundo a agência Reuters.

Segundo fonte oficial dos EUA, o Irã indicou que obedeceria ao cessar-fogo desde que Israel não fizesse novos ataques. As negociações envolveram o vice-presidente J.D. Vance, o secretário de Estado Marco Rubio e o enviado especial Steve Witkoff.

O acordo foi fechado poucas horas após o Irã disparar mísseis contra a base americana de Al Udeid, no Catar, em retaliação ao ataque dos EUA a três instalações nucleares iranianas no sábado (21).


Irã e Israel anunciam vitória e aceitam cessar-fogo (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)

Trégua começa sob tensão e incertezas

Apesar do acordo, houve registros de novos ataques em Teerã, e as declarações das partes envolvidas colocaram o acordo como incerto desde o início. Trump afirmou que ambos os países descumpriram os termos da trégua e demonstrou insatisfação com a situação.

Antes de embarcar para a cúpula da Otan, em Haia, Trump declarou que Israel precisa se acalmar. Em publicação nas redes sociais, alertou que, se o país lançar novos ataques, isso representará uma grave violação.

Israel volta a mirar o Hamas

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel, Eyal Zamir, declarou que o país retomará o foco nas operações contra o grupo Hamas e no resgate dos reféns que ainda estão em Gaza.

Israel recomeçou os ataques aéreos na Faixa de Gaza em março, o que encerrou uma trégua que durou pouco mais de dois meses. Embora tenha permitido a entrada de ajuda humanitária, surgiram relatos de longas filas e confrontos armados nos locais de distribuição de alimentos.

Trump diz que conflito de Irã e Israel pode começar de novo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou sobre o cessar-fogo entre o país, Israel e Irã. Ao responder perguntas durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (25) na Cúpula de Haia de 2025, evento da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), na Holanda, Trump afirmou que “Lidei com os dois [Israel e Irã] e ambos estão cansados, exaustos. Pode começar de novo? Acho que um dia, sim. Talvez comece em breve“.

O acordo foi anunciado pelo presidente na segunda-feira (23) e depois reforçado na terça-feira (24), após Irã e Israel trocarem acusações, horas depois do pronunciamento. No dia seguinte, Trump escreveu em uma rede social que os países violaram o cessar-fogo, no entanto, apesar disso, ele seguia em vigor.

Os sistemas de defesa de Israel detectaram o lançamento de mísseis, porém o Irã negou a ação.

Cessar-fogo

Esta é a primeira trégua desde que o conflito começou, em 12 de junho, e prosseguiu por 10 dias de ofensivas. O acordo foi mediado por Donald Trump, que também atacou o governo e o território iraniano.

No sábado (21), o governo americano afirmou ter bombardeado instalações nucleares do país. Já o líder político e religioso do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, fez diversas declarações no X (antigo Twitter), dizendo, por exemplo, “O dano que os EUA sofrerão será definitivamente irreparável se eles entrarem militarmente neste conflito“.


  Em publicação, Trump fala sobre ataque contra o Irã (Foto: reprodução/Instagram/@realdonaldtrump)

O conflito

Os ataques tiveram início na sexta-feira (12), quando Israel bombardeou o centro de programa nuclear do Irã. O Oficiais iranianos e cientistas morreram na investida.

O governo israelense justificou a ação como uma forma de impedir os avanços das atividades nucleares iranianas. Ainda segundo ele, esse estudo seria uma forma do Irã derrubar o estado de Israel.

A capital iraniana enviou drones a Tel Aviv (cidade em Israel) como resposta ao atentado. Os Estados Unidos entrou no conflito contra o Irã e iniciou seus ataques.

Embaixada dos EUA no Brasil reforça regra para visto estudantil

Nesta quarta-feira (25), a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil oficializou a exigência do governo americano que pede aos estudantes candidatos ao visto que mantenham seus perfis em redes sociais abertos. Na semana passada, o Departamento de Estado dos Estados Unidos já tinha divulgado essa exigência.

A emissão de vistos de estudante estava interrompida desde o fim de maio, quando o governo Trump começou avaliar a análise das redes sociais dos candidatos. A paralisação não afetou quem já tinha entrevista marcada, mas impediu novos agendamentos até que as novas exigências fossem definidas.

EUA visam ameaças à segurança com nova regra

A partir de hoje, quarta-feira (25), o Departamento de Estado dos EUA começou a aplicar critérios mais rigorosos na análise de pedidos de visto das categorias F (estudante), J (intercâmbio) e M (técnico/vocacional). Entre as novas exigências, está a obrigatoriedade de que os perfis nas redes sociais dos candidatos estejam com a privacidade configurada como pública.

De acordo com o comunicado, essa imposição busca identificar comportamentos considerados contrários aos interesses dos EUA e barrar a entrada de estrangeiros que possam representar uma potencial ameaça à segurança nacional.

Os novos candidatos que não ajustarem suas contas para o modo público e que impedirem a análise das redes sociais podem ter o visto negado. Isso pode indicar uma tentativa de burlar a regra ou ocultar suas atividades online.


EUA endurecem regras para vistos de estudantes (Vídeo: reprodução/YouTube/SBT News)

Análise de vistos segue criteriosa e individualizada

Segundo o texto oficial, todos os solicitantes devem comprovar sua elegibilidade, como demonstrar que pretendem participar apenas de atividades compatíveis com o tipo de visto. A concessão do visto segue sendo avaliada individualmente.

A embaixada comunicou que os consulados dos EUA no Brasil irão retomar em breve o agendamento dos atendimentos para esses vistos. Os interessados precisam acompanhar os sites oficiais da embaixada e dos consulados para consultar a disponibilidade de datas.

Tesla lança teste do Táxi Robô nos Estados Unidos

Neste domingo (22), a cidade de Austin, no Texas, recebeu um teste de carros sem motoristas da Tesla. Estima-se que entre dez a 20 veículos foram disponibilizados pela empresa, com a possibilidade da presença de um passageiro no banco da frente para atuar como piloto de segurança – embora não tenha sido esclarecido de que forma funcionaria o controle sobre o carro. 

O evento, celebrado por Elon Musk em sua rede social X como o “lançamento do robô táxi” da Tesla, marcou a primeira vez em que carros da empresa, sem pessoas dirigindo, transportaram passageiros pagantes. 

Passeios monitorados 

O uso dos carros é apenas para convidados, com veículos funcionando apenas em áreas selecionadas da cidade norte-americana. A montadora de carros elétricos distribuiu nos últimos dias convites a influenciadores seletos para testarem o robotaxi, com corridas monitoradas em zonas limitadas. 

O CEO Musk compartilhou em seu perfil nas redes que as viagens estão sendo oferecidas a um valor fixo de US$4,20. Para utilizar o serviço, é necessário ter uma conta da Tesla no aplicativo Robotaxi. 

Sawyer Merritt, investidor da montadora e personalidade nas redes, publicou no domingo vídeos do funcionamento do serviço, compartilhando a sua experiência.


Publicação de Sawyer Merritt no X (Vídeo: reprodução/X/@SawyerMerritt)

Segurança nos veículos 

O teste em Austin seguirá algumas restrições, segundo a Tesla, para buscar a segurança máxima dos passageiros. Além de operar em áreas restritas, evitando aeroportos e vias expressas, por exemplo, a montadora planeja não transportar pessoas menores de 18 anos e evitar ameaças climáticas, como chuvas fortes. 

Além da Tesla, outras empresas também estão desenvolvendo veículos autônomos, como a Waymo, empresa subsidiária da Alphabet, dona do Google, e a Zoox, da Amazon. 

Contrariando a prática padrão utilizada no setor, a montadora de Musk utiliza somente câmeras e inteligência artificial para a leitura da estrada – que segundo o empresário, será mais seguro e barato dessa forma. Os recursos utilizados pelas empresas rivais envolvem sensores radar e LiDAR nos carros, tecnologias que utilizam diferentes tipos de sinais para detectar e mapear objetos. 

O que pode acontecer caso Estreito de Ormuz seja fechado pelo Irã

Neste domingo (22), o Parlamento iraniano votou a favor do fechamento do Estreito de Ormuz, responsável por 20% do fluxo de petróleo comercializado globalmente. Para ser implementada, a proposta depende da decisão final do Conselho Supremo de Segurança Nacional do país.

O fechamento do canal entrou em votação após ataques dos Estados Unidos às bases nucleares iranianas e a entrada do país norte-americano no conflito entre Irã e Israel. A situação se agravou também após declarações do presidente Donald Trump à imprensa sobre o bombardeio, que considerou como um “ataque muito bem-sucedido“.

O conflito direto se iniciou com um ataque de Israel no Irã no dia 13 de junho, que mirava bases nucleares e comandantes militares iranianos. 

Canal é ponto estratégico no conflito Irã x Israel 

Variando de 50 km de largura na sua entrada e chegando a 34 km em seu ponto mais estreito, o corredor de Ormuz é uma passagem do Golfo Pérsico para o Golfo de Omã e para o Mar Arábico. O canal abrange a costa sul do Irã, o norte dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e uma parte do território de Omã. 

Ormuz possui duas rotas marítimas, cada uma com três quilômetros de extensão. Apesar do país persa não dominar a região completamente, ele possui uma maior vantagem sobre o estreito por conta de fatores geográficos, sendo maior em extensão costeira.


Mapa do Estreito de Ormuz (Foto: reprodução/Maps/Google Earth Images) 

Passam diariamente pelo canal 21 milhões de barris de petróleo e derivados, cerca de 30% do consumo mundial, além de um terço do gás natural liquefeito (GNL) do planeta. Para alguns países como Iraque, Kuwait e Catar, o estreito é a única rota marítima de exportação do seu petróleo. Apesar da Arábia Saudita e os EAU possuírem rotas alternativas, apenas uma fração do total exportado consegue ser escoado por essas vias 

Embora Israel esteja distante de Ormuz de um ponto de vista geográfico, um possível fechamento da região pode afetar indiretamente o país, como, por exemplo, com ataques a petroleiras aliadas a Israel. 

Impacto global 

Esta segunda-feira (23) foi marcada por oscilações no preço do barril de petróleo Brent, que terminou o dia com uma desvalorização de 7% nas negociações. A variação é um reflexo da incerteza do mercado frente a escalada dos conflitos no Oriente Médio e a ameaça de fechamento do estreito. 

Para analistas do banco JPMorgan, o pior cenário possível a partir do bloqueio do canal ou de uma retaliação pelos principais produtores da região pode elevar os preços do barril para a faixa de US$ 120 a US$ 130 (R$ 714,75), quase o dobro do que é previsto atualmente. 

Outros impactos para além do aumento imediato no preço do petróleo para produtores e consumidores envolvem, por exemplo, o aumento da inflação e uma crise energética. Segundo John Plassard, estrategista do Grupo Mirabaud, as forças norte-americanas, britânicas e chinesas têm um interesse em comum em manter o canal aberto, “dada sua importância para a segurança energética global e para as economias da Ásia, Europa e outros países” afirma Plassard. 

Embora haja um histórico de ameaças do Irã em bloquear o estreito, o país nunca chegou a realizar a ação completamente.  

Catar afirma ter o direito de responder a ataques do Irã

Nesta segunda-feira (23), ataques iranianos foram realizados contra bases militares dos Estados Unidos próximas a Doha. Os mísseis foram interceptados, mas o Catar afirmou que possui o direito de responder diretamente aos ataques.

Os ataques também foram confirmados pelas forças militares iranianas e descritos como “devastadores”. Um cenário de confusão e pânico foi registrado nas ruas de Doha quando os mísseis se aproximaram da base de Al Udeid, mas não houve vítimas.

As autoridades do Catar e o primeiro-ministro Mohammed bin Abdulrahman Al Thani condenaram o ataque.

Guerra do Irã

O ataque ocorre dois dias após os Estados Unidos bombardearem instalações nucleares do Irã. O presidente Trump declarou que a medida foi tomada para frear o desenvolvimento de armas nucleares no país.


Brasileira em Doha em entrevista para a CNN sobre o ataque no Catar (Reprodução: vídeo/YouTube/CNN Brasil)

A base de Al Udeid é conhecida por ser uma das maiores dos Estados Unidos no Oriente Médio, abrigando cerca de 10 mil soldados. Apenas nessa base, seis mísseis foram lançados. Tentativas de ataque também foram registradas em bases no Iraque.

Irã avisou sobre ataque

Denominados como “Anunciação da Vitória”, os ataques foram prometidos pelo Irã, que chegou a notificar tanto as autoridades dos Estados Unidos quanto as do Catar sobre a ofensiva. Como forma de prevenção, o espaço aéreo no Catar já estava fechado para proteger a população. O governo local também pediu que moradores e visitantes permanecessem em áreas protegidas.

Recentemente, o Ministro das Relações Exteriores do Irã viajou para Moscou para solicitar apoio ao presidente russo, Vladimir Putin, contra os ataques realizados por Israel e pelos Estados Unidos a Teerã. Uma carta de Ali Khamenei, líder supremo do Irã, será entregue pelo ministro, segundo uma fonte da agência Reuters.

A Rússia é uma aliada tradicional do Irã, mas está envolvida em seu próprio conflito contra a Ucrânia. Tanto Putin quanto Xi Jinping, líder chinês, condenaram os ataques dos Estados Unidos e de Israel ao Irã e conversaram sobre o assunto, mas estão “mantendo a calma” quanto a tomar partido no conflito.

EUA: Trump diz que Irã e Israel concordaram com cessar-fogo

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, anunciou na tarde desta segunda-feira (23/6) que foi feito um acordo de cessar-fogo entre Israel e Irã. Embora Trump tenha se manifestado, os países envolvidos ainda não se pronunciaram sobre sua fala.

Trump publicou essa informação em sua rede social, denominada Truth Social. Em nota, ele escreveu que o cessar-fogo terá início daqui a 6 horas, a partir das 19h15, horário do anúncio realizado pelo presidente norte-americano.

O Irã será o primeiro que encerrará os ataques, em seguida Israel deverá parar os ataques. O presidente dos EUA também parabenizou Irã e Israel por terem “resistência, coragem e inteligência” para encerrar o que ele definiu como a guerra de 12 dias.

Agradecimento de Trump

O Irã atacou hoje (23) com mísseis a maior base militar dos Estados Unidos no Oriente Médio, localizada no Qatar. A ação é uma retaliação aos bombardeios americanos contra instalações nucleares iranianas no sábado (21).

Trump agradeceu ao Irã por avisar os Estados Unidos sobre o ataque de mísseis à base americana de Al Udeid, no Catar. O aviso, segundo escreveu nas redes sociais, possibilitou que nenhuma vida fosse perdida e ninguém ficasse ferido.


Protesto contra Donald Trump (Foto:Reprodução/site/AHMAD AL-RUBAYE /GettingImageEmbaled)

O conflito

O conflito iniciou no dia 13, quando Israel fez uma operação de prevenção para barrar o avanço do programa nuclear iraniano. Nos últimos dez dias, dezenas de pessoas morreram e milhares ficaram feridas, a maioria civis, segundo as autoridades dos dois países.

Desde o início do conflito, forças israelenses bombardearam alvos militares e nucleares em território iraniano. Em resposta, o Irã prometeu vingança e lançou mísseis contra as cidades de Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.

Israel diz que Teerã está quase finalizando a fabricação de uma bomba atômica. Por isso, o governo de Benjamin Netanyahu atacou, como uma tentativa de parar o que considera uma ameaça à existência do país.

A Rússia afirmou na manhã desta segunda-feira(23) que está ao lado do Irã no confronto com Israel. O apoio ao Irã por parte da Rússia é claro, diz porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. Ele disse que a Rússia mostrou a Teerã a importância de está ao seu lado da Guerra e que também pode ajudar para mediar a guerra.

Irã intensifica pedido de apoio à Rússia após ofensiva americana

Nesta segunda-feira (23), o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, designou o ministro das Relações Exteriores para viajar a Moscou com o propósito de solicitar mais apoio ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Essa ação aconteceu após o ataque militar dos Estados Unidos ao Irã, o mais intenso desde a revolução de 1979.

Khamenei busca apoio russo diante das tensões

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e autoridades israelenses levantaram publicamente hipóteses sobre o assassinato do líder iraniano Khamenei e a possibilidade de uma mudança de regime. A Rússia avalia que tais especulações podem agravar a instabilidade na região do Oriente Médio.

Segundo uma fonte sênior para a agência Reuters, o ministro das Relações Exteriores do Irã tinha como objetivo entregar ao presidente Putin uma carta do líder iraniano, na qual solicita maior apoio. O Irã está insatisfeito com o auxílio recebido da Rússia e busca que Putin intensifique sua ajuda depois das ações de Israel e dos Estados Unidos.

O Kremlin confirmou que o presidente russo deverá se reunir com Araqchi, sem detalhar o que será abordado durante o encontro.

Moscou, tradicional aliado de Teerã e membro com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, participa das negociações nucleares do Irã. No entanto, Putin, envolvido no conflito na Ucrânia, tem mostrado pouca vontade para enfrentar os EUA nesse conflito.


Vladimir Putin, presidente da Rússia (Foto: reprodução/Gavriil Grigorov/Getty Images Embed)

Rússia busca mediação e pede cessar-fogo no Oriente Médio

Putin se ofereceu para mediar entre EUA e Irã, defendendo o acesso iraniano à energia nuclear civil. Apesar da parceria estratégica e da compra de armas iranianas para a guerra na Ucrânia, a relação entre Rússia e Irã passa por momentos de tensão. O acordo entre os países não inclui defesa mútua.

No domingo (22), Rússia, China e Paquistão sugeriram no Conselho de Segurança da ONU um cessar-fogo imediato no Oriente Médio após o ataque dos Estados Unidos.

O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, recordou que, em 2003, o então secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, afirmou no Conselho que o presidente iraquiano Saddam Hussein representava uma ameaça iminente devido ao arsenal químico e biológico do país.

Após bombardeios dos EUA, líder do Irã promete “punição ao inimigo sionista”

Em sua primeira manifestação pública após os ataques dos Estados Unidos, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou que o “inimigo sionista” deve ser responsabilizado pelos bombardeios às instalações nucleares iranianas. A declaração foi feita em meio ao agravamento das tensões no Oriente Médio, após uma ofensiva dos Estados Unidos contra três complexos nucleares iranianos.

Na rede social X, Khamenei classificou os ataques como um “grande erro e crime” e afirmou que as punições já estavam em curso. A declaração foi publicada pouco após as Forças de Defesa de Israel informarem que sirenes de ataque aéreo soavam na região central do país, indicando um possível lançamento de mísseis por parte do Irã.


Pronunciamento de Ali Khamenei (Vídeo:reprodução/Youtube/Terra Brasil)

EUA bombardeiam instalações nucleares

Durante a noite do último sábado (22), os Estados Unidos lançaram bombardeios contra três instalações nucleares do Irã: Fordow, Natanz e Esfahan. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a operação, alegando que se tratava de uma ação “defensiva”, visando barrar o avanço do programa nuclear iraniano.

Durante seu pronunciamento, Trump declarou que a ofensiva busca proteger os Estados Unidos e seus parceiros estratégicos, e advertiu que, sem uma interrupção nos confrontos, novas ações militares poderão ser realizadas.


Pronunciamento de Donald Trump (Vídeo:reprodução/Youtube/Metrópoles)

Segundo Trump, o Irã “precisa escolher entre paz ou tragédia”, e reforçou que a ofensiva representa uma resposta à escalada de ataques registrados nos últimos dias. Os alvos escolhidos são centrais estratégicas no programa nuclear iraniano.

Reações internacionais e reunião de emergência da ONU

As respostas ao ataque americano vieram de diferentes frentes. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, classificou a operação como “ilegal e perigosa”. Em coletiva realizada em Istambul, ele afirmou que os Estados Unidos violaram a Carta da ONU e prometeu consequências diplomáticas. 

Durante uma coletiva em Istambul, o chanceler também anunciou a convocação de uma reunião de emergência com representantes de países aliados para avaliar os impactos da operação militar e discutir possíveis medidas diplomáticas.

Rússia e China também se posicionaram de forma crítica. O governo russo classificou a ofensiva como uma “ação irresponsável” e ressaltou que representa uma violação à soberania do Irã. A China, por sua vez, relembrou a invasão do Iraque em 2003 e alertou para o risco de o Oriente Médio mergulhar em um novo ciclo de instabilidade.

Em contraste, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, saiu em defesa da ação norte-americana do presidente Donald Trump.